Normalmente não demoro muito tempo para atualizar mas estou fazendo a revisão de toda a fic, então é meio difícil escrever e revisar tudo.
Quero agradecer às pessoas que comentaram, que favoritaram e aquelas pessoas que vão em meu tt dizer que amam meu trabalho, minha escrita. Muito obrigada a todos e amo vocês.
Agora sem mais enrolar, boa leitura e cuidado com os tombos!
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"Contanto que você me ame. Poderíamos estar passando fome. Poderíamos estar sem casa. Poderíamos estar sem dinheiro".
Pov Regina
Com os olhos passeando pelo rosto apavorado mas cheio de expectativa de Emma, me vi sem palavras. Caramba, o que sentia por ela em meu coração, em minha mente e em minha alma estava além das palavras. Abri a boca repetidas vezes para dizer algo memorável ou significativo, mas percebi que a confissão dela tinha me deixado estupefata.
Ela me ama.
- swan - ofeguei, fechando os olhos - Eu também amo você.
A sua mão tocou meu pescoço, acariciando delicadamente minha pele com as pontas dos dedos, contornando o ponto da minha pulsação que batia a mil por hora. O seu olhar permaneceu fixo no meu.
- Minha Pêssegos - ela deu um beijo suave e molhado no meu pescoço - Você é minha - sussurrou, com os lábios em meu maxilar.
Concordei com a cabeça rapidamente, roçando o rosto no dela. A sensação da sua pele na minha fez partes do meu corpo se contraírem e se retorcerem, subjugados.
- Inteirinha - sussurrei de maneira apaixonada.
- Deus - murmurou, junto da minha orelha - É tão... Eu nem tenho palavras.
Sabia o que Emma estava querendo dizer. O nosso amor estava além das palavras, além da razão, além até mesmo de nós duas. Era indescritível, inexplicável, mas inquebrável e inabalável. Nossa conexão, o laço que compartilhávamos, tinha levado dezesseis anos para ser construído. Mesmo que não tivéssemos nos reencontrado, se houvéssemos seguido a vida, um dia monótono após o outro, ainda assim teríamos sido parte uma da outra, uma parte silenciosa e integral que sempre existiria, enquanto ambas vivêssemos. Nenhuma de nós duas tinha o poder de parar ou negar aquilo.
(...)
Uma onda de força incrível tomou conta do meu corpo, bombeando adrenalina por minhas veias já aquecidas pela declaração de Emma. Era uma sensação inspiradora, que não vivenciava havia muito tempo. Por um momento, com swan em meus braços e a determinação preenchendo-me da cabeça aos pés, senti que nada poderia me deter.
Chutei a manta de cima dos meus pés. Estava um tanto sufocada, e, por mais gostoso que fosse ter o corpo de Emma pressionado contra o meu, precisava me refrescar. Dando uma olhada no relógio, saí da cama, onde eu e Emma estávamos dormindo havia cinco horas. Tirei a camiseta e abaixei a temperatura do termostato de "sauna quente pra caramba" para apenas quente o suficiente. Corri para o banheiro, onde joguei um pouco de água fria no rosto e tirei a calça de moletom, trocando-a por um short de dormir. A minha pele começou a resfriar de imediato.
Com um copo de água na mão, cambaleei de volta para o quarto e encontrei Emma, ainda deitada de barriga para cima, usando apenas cueca boxer e sutiã. Sorri ao ver que ela também tinha chutado a manta para longe. Sua barriga definida subia e descia, me hipnotizando, à medida que ela respirava. Swan logo abriu um olho e esfregou a palma da mão na barriga, enquanto eu voltava a deitar-me ao seu lado.
Deslizei carinhosamente as pontas dos dedos sobre seu abdômen.
- Oi.
Emma virou o rosto abobalhado, e amassado por causa do travesseiro, na minha direção, sorrindo de maneira preguiçosa.
- Oi - sua voz rouca causou um reboliço em meu estômago.
- Como está o seu coração?
Ela pegou minha mão e a colocou do lado esquerdo do seu peito.
- Me diga você - pediu, fitando-me com um olhar intenso.
Mordi o lábio.
- Está batendo forte.
- Sempre bate forte quando você está perto de mim.
Peguei o seu pulso e fiz o mesmo, colocando a sua mão acima do meu seio esquerdo. Sem pressa alguma, swan se apoiou sobre o cotovelo, olhando para a própria mão e para o meu rosto com uma fascinação infantil.
- Está disparado - o seu olhar subiu vagarosamente até à curva do meu pescoço, parando faminto em meus lábios. Seu silêncio fez os meus pelos da nuca se arrepiarem, enquanto o ar à nossa volta engrossava e zunia - Eu faço isso com você? - perguntou, passando a mão nos pelos arrepiados do meu braço.
- Toda vez que olha para mim.
As pontas dos seus dedos dançaram delicadamente pela borda de renda do meu sutiã. Agitei com aquela sensação deliciosa e meus olhos se fecharam por conta própria. Com toques leves como plumas, Emma passou a mão por cima do meu seio direito, contornando cada curva, acariciando de leve, enquanto pulava de propósito os lugares nos quais ansiava que ela tocasse.
Aproximando o corpo do meu, swan começou a desenhar oitos compridos na direção da minha clavícula. Não consegui conter o gemido que aumentou de intensidade a cada toque daquela mão carinhosa. Ela escorregou o indicador pelo meu pescoço, serpenteando consciente e eroticamente por entre os meus seios, por cima do tecido do meu sutiã, até à pele macia da minha barriga. Prendi a respiração quando Emma chegou ao meu umbigo. Ela o circundou duas vezes antes de mergulhar o dedo nele de forma provocativa.
Incapaz de continuar mantendo a cabeça ereta, me apoiei nos travesseiros, entregando-me enquanto ela continuava a exploração maravilhosa pelo meu corpo.
- Sua pele é tão macia aqui - sua mão deslizou pelo cós do meu short - Tão macia.
Ofeguei quando os seus lábios pressionaram aquele local e não consegui conter o gemido alto ao sentir sua língua lamber o mesmo trajeto que seu dedo tinha acabado de traçar.
- swan...
- O que foi, Regina?
Ela se moveu devagar até que seu corpo cobrisse totalmente o meu. As minhas mãos escorregaram do seu cabelo até seus ombros.
- Estou com saudades da sua boca - seu polegar dançou pelo meu maxilar enquanto seu olhar fixo queimava em meus lábios - Por favor.
As palavras escaparam da minha boca como um sussurro excitado. O desejo desesperado borbulhou sob minha pele, assim como a explosão inevitável de paixão, sempre tão presente quando ficava ao lado dela.
- Me diga o que você quer - falou num tom rouco - Continue olhando para mim desse jeito e juro por Deus que lhe darei o que quiser.
- Me beije - implorei - Apenas me beije.
Pov Emma
A boca de Regina, rosada, molhada e macia, me enfeitiçava. Nós já tínhamos nos beijado um milhão de vezes, de milhares de jeitos diferentes, mas o pedido dela parecia tão enorme que, por uma fração de segundo, não consegui fazer nada a não ser olhar. Uma imagem divina daquela boca em torno do meu pau surgiu imediatamente em minha cabeça, fazendo minha garganta secar e me levando a soltar o peso do meu corpo sobre o seu. Pele na pele, excitadas e quentes.
Tentei me acalmar, mas parecia impossível. Era como se meu corpo não me pertencesse. Como se algo tivesse tomado conta dele, como se estivesse sendo controlado por alguma coisa. Algo maior. Algo incompreensível. Fechei os olhos e inspirei de forma calmante. Quem estava enganando? Regina me tinha dominado. Regina detinha o controle sobre mim. Ela me controlava desde que eu tinha 11 anos. Se não notei antes, com certeza percebia agora que a tinha amado cada segundo, minuto e hora durante aqueles dezesseis longos anos. Dezesseis anos. Cinco mil oitocentos e quarenta e quatro dias.
Deus, como sobrevivi sem ela por tanto tempo? Eu a amava desesperadamente e, na realidade, aquilo me apavorava. Sentia sua falta sem nem sequer conhecê-la e fantasiava sobre ela sempre que me perdia nas merdas que me rodeavam enquanto crescia. Se não estivesse tão hipnotizada, teria rido da minha própria cegueira e da negação ridícula em que havia submergido desde que Pêssegos retornou à minha vida.
O seu corpo contorceu-se debaixo do meu. Suas pernas se remexeram no colchão e seu quadril se ergueu, rebolando na minha direção, buscando qualquer tipo de atrito. Ela era extraordinária. Todo o meu corpo tremeu quando pressionei os lábios contra os seus e grunhi quando Regina me puxou para baixo, intensificando o beijo rapidamente. Nossas línguas se encontraram, saboreando e esfregando-se uma na outra. Segurei a sua cintura e o seu rosto à medida que a paixão estalava e chiava dentro de mim. Meu Deus, a ânsia dolorosa que latejava entre as minhas pernas era torturante. Pressionei os quadris contra sua barriga, mostrando o que ela fazia comigo. Não que ela fosse entender. Ela não fazia ideia. Tinha sido tão estúpida de achar que conseguiria encontrar uma saída sem dizer aquelas três palavras para Pêssegos. As três palavras que jamais havia pronunciado para outro ser humano em toda a minha vida. Elas me pegaram de surpresa, mas o alívio que senti ao pronunciá-las era mais libertador do que qualquer carta de liberdade condicional.
Desci os lábios lentamente para seu maxilar, seguindo para seu pescoço. Ela arqueou o corpo para trás, curvando-se para que eu pudesse ter acesso a qualquer lugar que me interessasse em seu corpo maravilhoso. Comecei com o peito, deslizando as alças do sutiã pelos seus braços de modo a que pudesse puxar os bojos, libertando-a para minhas mãos ávidas e minha boca exigente. Com os olhos fechados, comecei a lamber, chupar e a provocar o bico marrom dos seus seios. Sua pele era deliciosa, perfumada. Soltei um gemido quando senti Regina arranhar minhas costas, puxando-me mais perto enquanto sussurrava seu desejo por mim.
Deixei que meus lábios roçassem no quadril e na pele macia de sua barriga, todo o caminho até à borda de sua calcinha, que espiava tentadoramente por debaixo do short. Eu a queria em minha língua. Queria senti-la em minha boca e fazê-la gozar com tanta intensidade que ela veria estrelas. Queria devorá-la, enterrar todo o rosto ali e nunca mais sair. Queria que ela ofegasse e ficasse molhada. Queria...
- Senti sua falta - murmurou Pêssegos - Senti sua falta enquanto você estava longe.
O meu coração se despedaçou.
- Eu também senti a sua falta - tirei os cabelos desgarrados do seu rosto e balancei a cabeça - Céus - a beijei com fervor - Fui uma idiota de ter fugido de você.
Fugir de Camila foi como ser queimada viva. Quando os meninos me visitaram em Arthur Kill e tentaram explicar como Zayn tinha ficado arrasado com a partida de Lizzie, encontrei dificuldade em compreender. Agora sabia exatamente quais os sentimentos que meu amigo havia encarado e ainda estava encarando. Não queria voltar a sentir aquela dor. Duvidava que pudesse sobreviver a ela uma segunda vez.
- Eu sei por que você se foi - sussurrou - E se ir embora a ajudou a perceber que me ama - continuou em um tom apressado - Então fico feliz que tenha feito isso.
Deus do céu, ela estava certa. Parti e fiquei despedaçada, desprotegida. Na realidade, não podia negar que admitir meus verdadeiros sentimentos tinha sido inevitável e agora que minha pose de "bad girl" cuidadosamente construída tinha ido pelos ares, finalmente aceitava o quão exaustiva aquela imagem era.
- Swan - Pêssegos pegou minha mão e a colocou em cima do seu coração - Me mostre - sussurrou - Me mostre o quanto você me ama.
Enquanto os meus olhos analisavam o seu rosto, questionadores, meu cérebro fez uma retrospetiva de todas as vezes que nós gozamos em uníssono, pensando nas maneiras como a tinha tocado, beijado, me movido dentro dela: Na casa de praia. No sofá. Aquela primeira vez que ficamos juntas, encharcadas da chuva, desesperadas, na minha cama até ao amanhecer. Eu a amava tanto já naquela época. Sem me dar conta, havia mostrado o que ela significava para mim usando meu corpo em vez das minhas palavras inadequadas e insatisfatórias.
Coloquei o seu cabelo para trás e a beijei. Com carinho, pressionei nossas bocas de leve, a minha língua roçando nos lábios dela, gentil e amável. Você é tão linda, dizia o meu beijo. Você me deixa sem ar. O gemido de Camila mostrava que ela tinha ouvido, sentido. Coloquei a mão em sua nuca, erguendo-a até meus lábios. Ali estávamos nós conectadas uma à outra. Tirando a minha cueca e meu sutiã, me movi para cima dela, beijando seu queixo, seu pescoço e lambendo seu peito. Mordisquei e rocei os dentes na barriga dela. Minhas mãos deslizaram pelas coxas de Regina, abrindo-as. Eu sempre quis você.
As suas mãos agarraram os lençóis quando tracei um caminho de beijinhos de um lado ao outro do seu quadril, descendo por sua virilha cuidadosamente. Agarrei em suas panturrilhas, trazendo ela para mais perto de mim e afastei suas pernas ainda mais. Dei um beijo no topo do seu sexo, observando o brilho da umidade que se concentrava ali e soltei sopros quentes ao redor de sua pélvis, vendo Regina tremer de prazer. Delicadamente, afastei os lábios de sua boceta com o indicador e o pulgar, deixando que minha língua percorresse seu sexo. Pêssegos revirou os olhos e sua espinha curvou-se ao som de um gemido alto e longo. Puta merda. Ela era a coisa mais deliciosa que já tinha provado.
Passei a língua por toda a extensão de sua boceta, arfando com aquele sabor doce cada vez mais em minha boca. Chupei seu clitóris, mordendo sem força e raspando meus dentes nele. Fui descendo a língua para sua entrada e a penetrei enquanto meus dedos passavam a estimular seu clitóris. Gemi dentro dela quando Regina gritou e girou os quadris no meu rosto. Ela era tão quente.
Quando achei suficiente, a penetrei com dois dedos, sentindo eles deslizarem facilmente dentro dela. Eu estocava com precisão, retirando e metendo de novo e de novo enquanto chupava seu sexo.
- Mais.
Eu daria o mundo a você, porra. Gemi e aproximei o rosto ainda mais de seu calor, sacudindo a cabeça de um lado para outro, ronronando em seu sexo quando suas mãos puxaram meus cabelos com força. Com a mão livre acariciei a parte interna de suas coxas e passei a lamber os seus grandes lábios, usando minha respiração quente para trabalhar na área do clitóris. Minhas estocadas passaram a ser mais fundas e seu corpo estremeceu, à medida que ruídos começaram a explodir dela, ofegantes e suplicantes.
- Oh, meu Deus. Você vai me fazer gozar.
Sim, era para isso que vivia. Ela agarrou os meus ombros, puxando e empurrando enquanto seus quadris rebolavam contra minha cara. Ela gemeu e gritou, palavras sem sentido saindo da sua boca até que o orgasmo explodiu e fez seu corpo tremer. Devorei tudo o que Regina me deu, cada gota que derramou na minha boca. Nunca vou deixar de amar você desse jeito. Ergui a cabeça e olhei para ela e para o brilho que inundava aquela pele sedosa. O peito de Pêssegos se agitava numa respiração pesada e exaurida. Engatinhei sobre o seu corpo, salpicando sua pele de beijos, precisando do seu calor para me manter firme. Sabia que teria que ser delicada, carinhosa. A névoa de luxúria tinha começado a descer por meu corpo, quente, frenética e densa, mas respirei fundo e me contive. Naquele momento, os bicos dos nossos seios roçando um no outro, as mãos dela agarrando meus ombros e as suas coxas enroladas em minha cintura foram o suficiente para sentir-me completa. Gemi em sua boca quando Regina me beijou ferozmente.
Apoiei as mãos na cama, ao lado das suas costelas, com o pau preso entre nossos corpos, molhados, desejosos. Ela esfregava-se sem pudores em toda a minha extensão, me deixando completamente louca, quente e dolorosamente excitada. Grunhi alto quando Regina mordeu meu pescoço. Sou sua, pode me marcar. Ela ergueu as pernas e colocou os calcanhares na minha bunda. Ambas seguramos o meu pau, seu desespero transparecendo no rosto. O larguei primeiro e observei mills o guiar, roçando a cabeça do meu pênis na sua boceta novamente toda molhada para mim. Suspirei, franzindo a testa, extasiada. Ficar daquele jeito com ela deixava os meus ossos fracos.
Empurrei o quadril mais perto. Puxei o seu rosto para o meu, mordiscando o lábio inferior deliciosamente carnudo. A mão de Regina empurrou meu pau de modo a que por um instante incrível deslizei para dentro dela. A euforia tomou conta de mim, o que sempre acontecia com a união dos nossos corpos.
- Minha menina linda - sussurrei no seu pescoço, começando lentamente a penetrar seu calor apertado.
- Isso... Puta merda.
Ergui a cabeça e penetrei de pouquinho em pouquinho, até estar completamente envolta por seu sexo. Era como estar em casa. Um breve gemido escapou dela, mas o capturei com meus lábios. O desejo de penetrá-la mais fundo era tanto que chegava a doer. Então assim fiz, afastando suas coxas, consegui penetrar Regina ainda mais fundo, com mais força. Os nossos dedos se entrelaçaram ao lado da sua cabeça, quando estoquei com tudo nela. Soltei um gemido alto juntamente com Regina. Arrisquei uma olhada para baixo, para onde nossos corpos se uniam, e ofeguei com a visão dela toda em torno do meu pau, reluzente e linda. Sua boceta lisinha e rosada, pigava em abundância, melado toda a extensão do meu pênis com sua lubrificação natural.
Arfei, penetrando-a novamente.
- Sabe que eu faria qualquer coisa por você? - perguntei - Sabe que penso sempre em você? Às vezes, acho que sou doida. Você me deixa louca. Fico louca quando não está comigo. Meu Deus, Regina, dói - ela se agarrou ao meu pescoço - Preciso tanto de você - continuei, sem fôlego - Preciso de nós. Preciso sentir a gente assim, porque, juro por Deus, meu coração, ele só bate por você.
Ela apertou minhas mãos e deu um beijo em meu pescoço. Nossas testas se fundiram e me perdi nos olhos semiabertos de Regina. Continuei a me mover, desta vez de forma mais lenta, mas com firmeza, inclinando a pelve do meu pau de modo a atingir aquele ponto dentro dela que a fazia prender a respiração. Dei uma investida brusca e agarrei o seu quadril com mais força do que provavelmente deveria. Grunhi quando Pêssegos passou a lamber e a mordiscar meu pescoço.
Abracei-a com força, segurando Regina de maneira firme. Nunca tinha estado tão próxima dela. Nossos corpos estavam completamente grudados um no outro. Eu estava à mercê dela, derrotada, mas vitoriosa. Mas, acima de tudo, acima da minha necessidade de gozar e da minha jornada rumo ao êxtase eufórico, sentia total e inequivocamente amada. Era uma sensação fantástica e impossível de descrever. Era a coisa mais estranha e mais incrível. Era muito mais que fazer amor. Era erótico, apaixonado, nu, de dentro da alma, o que em geral teria me apavorado. Mas não agora. Não com aquela mulher em meus braços. Ao lado de Pêssegos, poderia conquistar o mundo. Nunca tinha me sentido tão exposta, mas tão segura. Nunca havia me entregado a alguém tão livremente, sem esperar nada em troca.
O meu corpo grudou ainda mais no seu.
Investi com mais e mais força, rangendo os dentes e emitindo sons um tanto desconexos, ficando logo fora de mim.
- Vou gozar. Regina - apertei-a com força.
O som de minhas bolas batendo em sua bunda, o som dos gemidos altos de Regina juntamente com os meus eram o suficiente para deixar-me à beira da loucura, do êxtase total. O meu pescoço se ergueu e gritei e xinguei. Meu pau pulsava com uma força deslumbrante à medida que o orgasmo explodia por meu corpo, provocando flashes brancos por trás dos meus olhos e trovões em meus ouvidos, latejante, quente e implacavelmente forte, dentro dela. Arfei no ombro de Pêssegos enquanto todo o meu ser palpitava, se retorcia e se contraía. Senti que ela tinha gozado, misturando nossos líquidos. Naquele momento sentia-me livre. Sentia-me bem. Será que eu ousava acreditar que era boa o suficiente?
Fechei bem os olhos, lutando contra a água salgada que ameaçava cair deles, entorpecida com a mulher em meus braços, entorpecida com o que partilhava com ela, com o que partilhávamos juntas. Dei um beijo no seu ombro. Meu corpo tremeu. Enterrei o rosto no seu pescoço e removi o meu pau saciado do seu calor, me acomodando no casulo formado pelos braços e pernas de Camila. O único som era o do coração dela ecoando em meu ouvido. O meu coração bateu de volta, em resposta. Eu te amo, ele batia. Sou sua, mas, por favor, pelo amor de Deus, não me machuque.
- Obrigada - sussurrei - Obrigada por me perdoar. Por me amar. Não mereço nada disso, Pêssegos - a abracei com força - Obrigada.
- Acho que isso nos deixa quites - Regina murmurou, um pouco sonolenta, ao lado da minha cabeça.
Fechei os olhos. Sabia que aquilo não era verdade. Por mais difícil que tivesse sido ficar longe de Regina, havia tido tempo bastante para considerar minhas opções: uma delas era me afastar de Pêssegos. Mas não iria, não conseguiria ir embora. Havia tentado e quase fiquei destruída. O que me deixava com apenas uma opção.
Ergui a cabeça e tirei os cabelos do seu rosto adormecido.
- Pêssegos?
- Humm.
Desenhei um círculo invisível sob os seus cílios e por sua bochecha corada, considerando minhas próximas palavras. Não havia mais como negar. Era responsável pela rivalidade entre Regina e sua mãe. Sinu, é claro, não me deu uma chance e certamente daria risada se eu tentasse explicar meus sentimentos por sua filha, mesmo assim, Regina já tinha perdido o pai e não permitiria que ela perdesse a mãe.
- Temos uma coisa muito importante a fazer antes de voltarmos para Nova York amanhã. Eu tenho uma coisa a fazer.
Ela se aconchegou em meu corpo.
- É?
Limpei a garganta.
- Preciso conversar com sua mãe.
(...)
Pov Mulan
Wynonna andava de um lado para outro em seu escritório, como um leão enjaulado, apertando os dentes com tanta força que estava convencida de que eles iriam quebrar. Bem, ia combinar com o vaso de quatro mil dólares que jazia em um milhão de pedaços aos seus pés. Depois da visita de minha mulher a Wynonna, havia prometido nunca mais ver minha prima e era isso que faria, mas antes precisava ter uma conversa com ela. Mostrar para ela que Regina estava feliz com Emma e que Jauregui merecia o que era seu por direito.
No entanto, Wynonna tinha recebido um fax que gerou muita ansiedade da diretoria da WCS chung. A mensagem era clara: Wynonna pegue suas trouxas. Sua presença na WCS chung não é mais necessária. Por um lado, não estava surpresa, em muitos sentidos, aquilo tinha sido um enorme alívio. Havia seguido os passos daquela mulher por tempo de mais.
Naquele momento estava afastada e observava em um silêncio constrangedor minha prima. Sim, ela era uma baita de uma empresária e tinha deixado a si mesma e aqueles que estavam ao seu redor muito ricos. Mas, com o passar dos anos, foi se transformando em alguém pretensioso. Sua atitude era menos cordial e mais arrogante, e o seu sorriso irônico havia se tornado um escárnio que ninguém ousaria contestar ou encarar. No entanto, Emma Swan tinha feito exatamente isso.
Apesar de ser a semana de Ação de Graças, Wynonna intimidou todos os advogados e pessoas que lhe deviam favores a ficarem à sua disposição assim que o fax deslizou pelo aparelho. Ela queria encontrar uma brecha, uma ponta solta, uma cláusula. Ela precisava encontrar. Sabia que Wynonna preferia morrer a deixar que Emma tomasse conta da WCS chung, mas era exatamente isso que estava acontecendo. Não havia como contornar, e um dos comparsas de Wynonna viera lhe dar essa notícia. O vaso tinha sido a primeira baixa.
- Você está me dizendo - rosnou minha prima - Que não há jeito de parar isso?
O seu indicador bateu com tudo na mesa, pressionando o fax com força. Rick, seu consultor, mexeu-se sem sair do lugar e limpou a garganta.
- Sim, senhora.
Os olhos de Wynonna ficaram ainda mais arregalados. Nunca tinha visto ela tão desgrenhada. Seu cabelo estava bagunçado e uma camada fina de suor cobria suas bochechas e sua testa.
- Não acredito nessa porra! - berrou - Como é possível?
- Bom, senhora...
- Não me responda quando faço perguntas retóricas, Rick! - gritou com raiva - Eu sei ler, cacete! - Wynonna expirou pesadamente e esfregou a mão na boca - Pensei que tivéssemos feito tudo o que podíamos para acobertar isto - ela apontou para as fotos em preto e branco que Ruby tinha deixado ali - Me disseram que as coisas estavam nos conformes para manter minha empresa em segurança.
A raiva dela veio à tona. E não pela primeira vez. Ela sempre tinha considerado a WCS chung sua. Durante todo o tempo em que esteve no comando, ela jamais tinha reconhecido a minha ajuda ou o trabalho que eu fazia. É claro que havia os aumentos de salário obrigatórios e alguns uísques single malt que apareciam em minha mesa de vez em quando, mas nada disso compensava as milhares de vezes que a ajudei.
Já tinha até a prevenido de que Casari era má companhia, avisei que o cara estava sendo observado pela polícia federal, mas Wynonna não me deu ouvidos. Toda aquela disputa era ridícula. Não conseguia entender por que Wynonna não deixava swan ter sua fatia do bolo. Aquilo simplificar as coisas, mantendo emma na dela. Mas Wynonna tinha sempre outras ideias.
As fotos com Casari, a sua discussão com minha mulher, sua nova obsessão por Regina e a consequente disputa com swan, me fizeram chegar ao meu limite. Porra, todo mundo comete erros, pelo amor de Deus e não era justo fazer emma reviver os dela indefinidamente.
- Wynonna...
- Cala a boca mulan - latiu - Precisamos dar um jeito nisso, decidir nosso próximo passo.
Pisquei, confusa, e percebi o olhar também perplexo de Rick.
Suspirando, caminhei, cautelosa, na sua direção.
- Não há próximo passo - falei - Isso é concreto. Está acontecendo.
- Que diabos! - exclamou e encarou de forma ameaçadora cada homem ali presente, retornando enfim a mim - Não acabou. Não está nem perto de acabar.
Revirei os olhos e enfiei as mãos nos bolsos.
- Acabou. Acabou já faz tempo. É hora de seguir em frente.
A expressão de fúria absoluta no rosto de Wynonna surpreendeu até mesmo a mim.
Ela apertou os punhos ao lado do corpo e abaixou a cabeça.
- Para fora, todo mundo! - assisti os funcionários saírem rapidinho, fechando a porta com firmeza. A sala ficou opressivamente silenciosa durante os trinta segundos que Wynonna levou para se recompor. Sabia que ela estava furiosa, mas não ligava a mínima - O que há de errado com você, porra? É por causa da sua mulherzinha não é? - murmurou entre os dentes.
- Não há nada de errado comigo e nem pense em falar qualquer palavra sobre minha mulher.
- Você entende o que isto significa?
Ergueu o fax e o chacoalhou.
- Sei exatamente o que significa - respondi com calma. Ela deu mais um passo na minha direção - Significa que swan vai receber o que é dela de direito.
Wynonna ficou branca.
- Como é que é?
Meneei a cabeça.
- Ah, por favor, Wynonna. Deixe isso para lá. É assim que deve ser! Ela é a proprietária legítima, estava escrito com todas as letras ao longo de todos esses anos. Ela merece que tudo volte para ela. E que não seja cobiçado por você!
Wynonna partiu para cima de mim, mas fui mais rápida. Nem sempre tinha sido assim, mas a idade trouxe uma força que não tinha quando éramos pequenas.
Empurrei minha prima até encostá-la contra a parede.
- Fique na sua, Wynonna - rosnei - Não tenho mais 6 anos e esta empresa não é sua. Siga em frente com sua dignidade porra! - ela engoliu em seco. Seu rosto estava vermelho como um pimentão, os olhos arregalados. Balancei a cabeça - O que aconteceu, Wynonna? - perguntei, triste - Eu defendi você toda a minha vida, porra. Coloquei minha melhor amiga contra mim! Nunca vou me perdoar por isso. Céus. É sério, esta não é você.
- Esta sou eu - retrucou - Esta sou eu mantendo a empresa viva antes que aquela drogada a arraste para a sarjeta.
A olhei enojada.
- Como se você fosse perfeita - ri sem humor - Como pode ser tão cheia de si quando faz as coisas que faz? - a coluna de Wynonna se endireitou e um brilho de cautela apareceu em seus olhos - É - sussurrei, olhando para as fotografias - Tenho certeza de que a diretoria ficaria interessada em saber com quem mais você faz negócios. Não preciso de fotografias para provar as merdas que sei.
Dei um sorriso irônico.
- Sua filha da puta.
- Talvez - disse de forma sombria - Mas estou avisando você: deixe isso para lá, Wynonna. Saia de cabeça erguida. Esqueça swan, esqueça Regina, pegue suas ações, compre uma casa ou tire umas longas férias na puta que pariu, mas vá embora ou não me responsabilizo.
Wynonna deu as costas para mim, ajustando o vestido devagar.
- Ora, ora, mulan - falou - Isso parece uma ameaça.
- Não é uma ameaça - informei, antes de andar em direção à porta do escritório - É uma promessa.
Pov Emma
Enquanto Regina dirigia para a casa de Mercedes, sentia que a tensão no carro era densa, muito parecida com a neve que encobria toda a cidade como um cobertor. Parei de bater o pé no chão do automóvel e estalei os dedos, na esperança de que a tensão que tinha se alojado em minha espinha fosse, de alguma forma, melhorar. Estava exausta. O fato de só ter dormido sete horas nas últimas 48 também não estava ajudando. Fechei os olhos.
- Você está bem?
Mantive os olhos fechados, arqueando uma sobrancelha de maneira sarcástica em resposta. Como uma babaca, não tinha palavras reconfortantes para oferecer, apesar de saber que Pêssegos precisava muito delas. Ela ansiava por segurança e apoio. Simplesmente não sabia como lhe dar isso. E me contentei em colocar a mão em sua perna. O contato era bom. Podia dizer, pelo tremor em sua voz, que ela estava tão nervosa quanto eu em relação à conversa que estava por acontecer com Sinu.
Apesar de ter repassado diversas vezes em minha cabeça o que queria dizer, sabia que estava indo direta para a cova do leão, vulnerável e morrendo de medo. Só queria garantir que não deixaria a mãe de Regina controlar o diálogo, se é que esta era a palavra adequada para isso. É, seria um diálogo acalorado, para dizer o mínimo. Entendia por que Sinu se comportava daquele jeito e teria de convencer a senhora mills de que amava Pêssegos com todo o meu coração, que faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela. Ela estaria segura ao meu lado, pois a protegeria e a estimaria até meu último suspiro. Com sorte, aquilo seria suficiente. Meu Deus, torcia para que fosse. Se conseguisse fazer a mãe de Regina enxergar que eu não me resumia à minha ficha criminal, e que erros não definem uma pessoa, então estaria no caminho certo.
- Chegamos - murmurou a mulher, desligando o motor.
Engoli em seco e abri os olhos.
- Pêssegos.
- swan.
Nós falávamos em voz baixa ao mesmo tempo, nervosas. Virei-me para ela com um sorriso torto.
- Pode falar - pedi.
- Não - insistiu, balançando a cabeça - Por favor, o que você ia dizer?
O que ia dizer? Não fazia ideia do motivo pelo qual o nome dela havia escapado. Talvez porque o som dele e a ciência de que ela estava perto me confortassem mais do que conseguia expressar.
Peguei sua mão e a levei até à boca, dando um beijo delicado. Suspirei.
- Não importa o que ela diga, do que me chame ou me acuse. O que quer que aconteça, quero que você prometa que não vai dizer nada.
Os olhos de Regina se arregalaram.
- O quê?
- Você me ouviu.
Se ia fazer aquilo, tinha que fazer sozinha. Que tipo de mãe queria ver a pessoa que amava sua filha como uma idiota fraca e incapaz? A última coisa que precisava era que Regina me defendesse. Estava determinada a lutar sozinha.
- Não posso prometer isso, swan.
- Por favor. Preciso que faça isso por mim.
Um fogo brilhou nos seus olhos.
- Se ela falar...
- Não vou a lugar algum - falei com firmeza, interrompendo-a - Olhe para mim. Não vou a lugar algum - deslizei os dedos por seu rosto - Juro. Você confia em mim?
Ela assentiu com a cabeça.
- Mas estou morrendo de medo.
- Eu sei - sussurrei.
Dei um beijo casto em seus lábios.
- Vou tentar ficar de bico calado - prometeu com convicção - Mas, se ela começar, começo também.
Era o máximo que podia esperar.
Parada na varanda de Mercedes, esperando que alguém viesse abrir a porcaria da porta, segurava a mão de Regina como se estivesse me afogando. Sabia que estava tentando trazer para mim toda a força dela, mas tudo bem. Quando os pequenos dedos de Pêssegos apertavam os meus, sabia que ela estava fazendo a mesma coisa.
O som da fechadura se abrindo fez meu pescoço formigar e minha garganta secar. Ou tudo ou nada, certo?
Trevor abriu a porta com um sorriso largo e encantador enquanto Leo balançava o rabo alegremente ao seu lado.
- Srta. Regina. Sra. Swan. Que bom revê-las. Por favor, entrem.
Regina sorriu, mas eu apenas consegui fazer uma careta. Tive que puxar os pés do chão para conseguir andar. Que sorte a minha: a confiança e a determinação que haviam tomado conta de mim no dia anterior tinham desaparecido por completo agora que precisava delas. De repente senti-me muito, muito estúpida.
Pêssegos pegou as minhas mãos nas suas. Apertei os lábios e suspirei de alívio, grata demais por estar ali com ela, ao meu lado, pronta para apoiar-me do jeito que pudesse.
- Feliz Dia de Ação de Graças! - Mercedes sorriu calorosamente na minha direção e deu um beijo no meu rosto - É tão bom ver você.
- Feliz Dia de Ação de Graças - afastei-me e a fitei com um olhar de desculpas - Sinto muito por ontem - a mão de Regina pressionou a minha lombar - Sou uma idiota e a última coisa que pretendia era deixar Regina chateada - murmurei - Eu só... Eu queria... Desculpe ter ido embora, tá? E... é.
O rosto de Mercedes se iluminou com um sorriso de admiração, apesar de eu querer apenas que o chão se abrisse e me engolisse por completo. Ela colocou a mão em meu braço e fez um carinho, me persuadindo a olhá-la. O calor dos seus olhos e o carinho do seu toque encheram-me de esperança nostálgica e amor. Por uma fração de segundo, tinha 7 anos de novo.
- Obrigada pelo pedido de desculpas. Mas não tem necessidade alguma. Se você e Regina estiverem bem, então fico feliz.
- Nós estamos bem - disse Pêssegos, aproximando-se de mim.
Podia ter facilmente me perdido nos olhos maravilhosos de Regina, e o teria feito com muita alegria se não fosse pelo som inesperado de um pigarro que reverberou pelo saguão cavernoso como um rugido cruel. Regina se virou de imediato para a direita, mas eu me mantive parada, observando a curva delicada do seu rosto. Não precisava olhar, sabia quem era e o que esperar quando olhasse. O silêncio foi tão confortável quanto uma manta de vidro. Até mesmo Mercedes, sempre tão vibrante e cheia de vida, permaneceu sem se mexer.
- O que é isso? - perguntou Cora com desdém.
Pisquei e ergui a cabeça para encarar a mulher que fui lá para encontrar. Ela estava parada na porta da sala, espetacularmente bonita e jovem com seus jeans pretos e suéter cinza. Um homem alto com cabelos escuros, usando um moletom dos Yankees, estava parado atrás dela. Ele colocou a mão no ombro de Sinu e apertou de leve. A mulher fez uma careta para mim, cruzando os braços. Seu rosto era raivoso, defensivo, mas em torno de tudo aquilo havia uma aura de esperança. Se ela tinha esperança, eu me agarraria a isso como um bote salva-vidas. Poderia usá-la a meu favor. Poderia transformar aquela esperança em compreensão. Era só o que pedia. Não precisava de sua bênção ou da sua aceitação. Só precisava que ela compreendesse.
- O que você está fazendo aqui? - perguntou Sinu de maneira brusca.
Apertei ainda mais o braço de Regina. Sabia que ela iria responder à sua mãe da mesma forma grossa.
- Está tudo bem - respondeu Mercedes, erguendo o queixo na direção de cora, desafiando a filha a questionar sua atitude.
Soltei a mão de Regina e dei um passo à frente. Cora me observou atentamente enquanto me aproximava. O homem atrás dela, que sabia ser Harrison, foi para o lado da senhora Mills, num movimento sutil que dizia para ficar alerta. O rosto da mãe de Pêssegos não denunciava emoção alguma quando cheguei perto dela, parando a apenas meio metro. Mas, quando estendi a mão para que ela a apertasse, uma faísca de descrença atravessou o seu rosto.
- Olá - cumprimentei, meio engasgada. Limpei a garganta, irritada, mas mantive os olhos nos de Cora - Sou emma swan.
As paredes do recinto pareceram se curvar e se contorcer sob a tensão que emanava de todos ao meu redor, inclusive de Cora, que ainda não tinha apertado a minha mão. A mantive ali, contudo, determinada a mostrar que não era nenhuma medrosa, mesmo que minhas entranhas estivessem prestes a explodir e eu quisesse sair correndo.
- É um prazer finalmente conhecê-la - acrescentei, quando o silêncio se tornou asfixiante.
O olhar de Cora foi intenso e perplexo. Não tinha certeza se ela me considerava maluca ou estúpida. Àquela altura, teria chutado a última opção. Ela deu uma olhada para a filha.
- Foi Regina que obrigou você a fazer isso?
- Não! - gritou Pêssegos atrás de mim - Não fui eu. E não consigo acreditar que você está parada aí, ignorando a tentativa de civilidade dela como uma...
- gina - falei com firmeza, interrompendo o que sabia que seria algo nocivo e inútil. Lancei-lhe um olhar severo e balancei a cabeça devagar. A raiva não foi embora de seu corpo tenso, mas, como uma boa menina, ela calou a boca. Virei-me para Cora, cujo olhar se dividia entre mim e sua filha - Regina não me obrigou a fazer isso - expliquei - Fui eu quem quis vir aqui hoje - Cora permaneceu em silêncio, alerta e na expectativa - Eu queria voltar aqui e conversar com você.
- Sobre o quê?
Pêssegos ficou ao meu lado e enquanto observava Cora, entrelacei meus dedos com os de Regina.
- Queria uma chance de explicar.
- Explicar? - a mulher bufou - Explicar o quê, exatamente? Você está aqui para explicar por que está colocando o futuro da minha filha em risco? Para explicar por que diabos eu deveria confiá-la a uma criminosa condenada? Para explicar que perspectivas alguém como você poderia ter com uma mulher como Regina? O que exatamente está aqui para explicar, emma Swan?
O volume da sua voz foi crescendo a cada palavra. No entanto, não deixei de notar o tremor por trás delas, e permiti que isso acalmasse meus nervos, que se afloravam a cada corte que sua língua fazia. A mão de Regina tremia. Ela estava ávida para explodir com a mãe, resistindo apenas porque tinha pedido, e a amava ainda mais por isso.
- Posso explicar tudo, se é o que você quer - concordei em um tom mais agudo do que pretendia. E, sem saber porquê, dei mais um passo na sua direção. Vi os olhos de Sinu se arregalarem, apesar de seu queixo se erguer de maneira desafiadora - Mas vim aqui para explicar que, apesar do que você pensa a meu respeito, ou de quaisquer conclusões a que tenha chegado sobre mim e minhas intenções, eu amo a sua filha. E, não importa o que você diga ou fale, não vou a lugar algum.
Podia ter jurado que vi o choque retorcer os cantos da boca da mulher à minha frente.
- Ah, é assim, então?
- Sim - respondi, fazendo um movimento afirmativo e incisivo com a cabeça, a determinação fluindo livremente por meu corpo.
Regina se aproximou de mim e se reconfortou no calor e na segurança que aquele gesto trouxe. Cora também percebeu, o que a fez franzir a testa de forma severa mais uma vez. Ela encarou a filha, mas os olhos de Pêssegos estavam em mim, me marcando como sua.
- Eu também amo você - disse Regina, alto o suficiente para que todo mundo ouvisse.