Alec Mancini
- Sou todo ouvidos Enzo. Veio rir da minha cara ou o que? – Perguntei trocando o peso de uma perna para outra e cruzando os braços.
- Não Alec, vim apenas conversar. Gostaria que estivesse apenas eu, você, Anthony e Dionísio.
- Dionísio? O que ele tem a ver com isso? – Pergunto levantando as sobrancelhas.
- Chame ele e você vai entender. – Disse colocando as mãos nos bolsos.
O levei até meu escritório. Pedi que ficassem de olho na mulher que estava com ele, apesar de me parecer inofensiva, todo cuidado é pouco. Entramos na minha sala e pedi para que fossem chamar meu braço direito. Enzo estava nervoso, analisava suas expressões e a forma como seu corpo estava se comportando, suas mãos suavam e suas pernas balançavam frequentemente. Existia uma tensão muito grande entre todos nós, devido ao nosso passado perturbado e era praticamente palpável e eu queria quebrar isso. Antes que eu começasse a falar, Dionísio entrou na sala e assim que o viu sentado na poltrona arregalou os olhos, mas se permaneceu quieto.
- Bom, Dionísio já está aqui, Enzo. Pode começar a falar o que veio fazer aqui.- Disse recostando na minha cadeira e Anthony e meu velho se sentando.
- Não vou fazer rodeios, vim aqui para dois motivos e não quero brigar Alec, de verdade. Estou cansado de viver nesse pé de guerra que vivemos. Sendo assim, eu sei onde a Liv está e eu vou explicar.
Arregalei meus olhos e olhei para as duas pessoas a minha frente que me encaravam também sem acreditar nas palavras ditas. Levantei feito um furacão e fui em direção ao bastardo na minha frente, pronto para mata-lo.
- Olha aqui seu merda, se você fez alguma coisa com ela e agora se arrependeu e veio pagar de santo achando que vou ter misericórdia, está muito enganado. – Disse o pegando pelo colarinho e o levantando. Senti as mãos de Dionísio no meu ombro me fazendo soltá-lo.
- Acalma-se Alec, deixe ele falar primeiro, depois você decide o que fazer. –Indagou me acalmando.
- Obrigada Dionísio. – Disse Enzo se levantando do chão e se sentando novamente na poltrona. – É o seguinte, a mais ou menos sete meses, Paola Palácios veio me procurar na Rússia depois de ter levado uma facada dada por Alec. De primeiro instante, eu não a reconheci, mas depois que ela se apresentou, conversamos e ela me explicou o que tinha acontecido e o que tinha feito para ganhar aquele belo machucado. Ela queria minha ajuda para se vingar de você Alec, faze-lo pagar pelo o mal que fez a ela e usou a nossa situação nada agradável do passado. Não sou santo, eu aceitei ajuda-la em um plano para te machucar, bolamos ele por muito tempo, mas percebemos que não íamos conseguir te atingir diretamente, então eu desisti. Foi quando Paola se mostrou de verdade, ela começou a falar que tínhamos que pegar a Liv e matá-la, assim você sofreria e em um tempo de luto ela viria te ajudar e ficariam juntos. Eu fui contra desde o início com essa ideia, mas fingi que estava junto com ela para poder descobrir seu plano e te avisar. Foi quando eu escutei ela conversando com alguém pelo telefone que Liv estava gravida, o objetivo dela era não me contar para que eu não desse para trás, e quando eu descobri, obviamente eu sai de toda aquela loucura e tentei faze-la desistir, mas ela estava irredutível. Ela tem uma atração doentia por você Alec, a ponto de matar sua noiva e filho para ficar com você. Quando nos "aliamos" eu não fazia ideia do que ela planejava, mas depois que ela realmente se revelou eu realmente me assustei. Ela me disse várias vezes que tinha alguém infiltrado na sua equipe de segurança que passava todas as informações para ela, mas nunca me contou quem era, evidentemente ela não confiava em mim cem por cento.
Eu escutava tudo aquilo como se alguém estivesse me batendo continuamente. Como eu nunca imaginei que fosse a Paola por trás disso, como descartei a possibilidade de ser ela. Me lembro daquela possessividade absurda que tinha sobre mim, os surtos de ciúmes e as loucuras sem convicções.
- Alec. – Enzo continuou. – Não estou aqui para me sair como bonzinho e santo da história, eu também errei em ajuda-la, mas a partir do momento que a coisa saiu do controle eu resolvi reagir e aqui estou, infelizmente não consegui vir antes de toda essa loucura acontecer, sei que ela já está desaparecida a quatro dias, mas ainda dá tempo de salva-la, e de verdade, sei que não confia em mim, e com toda razão, mas eu quero ajudar. E tem mais uma coisa que precisa saber... – Fez uma pausa como se estivesse com medo de falar. – Você é o herdeiro legitimo da máfia russa.
Levantei meu olhar destruído e coberto de lagrimas para ele. Do que ele ta falando? Olhei para meu irmão que tinha a expressão ainda mais confusa que eu.
- Por isso pedi para chamar Dionísio, ele pode confirmar toda a história. Quando nossos pais eram vivos, seu pai chamou o meu para ajudá-lo a comandar a máfia russa, ele não estava dando conta de administrar as duas máfias e então pediu ajuda. Infelizmente, o seu pai veio a falecer antes de poder te conta e acredito que você está sabendo agora.
Eu olhava para ele com a expressão mais perdida do mundo, sabia que meu pai escondia alguma coisa, mas nunca soube o que.
- Isso é verdade Dionísio? – Foi a única coisa que consegui falar devido a voz embargada.
- Sim Alec. Sobre a máfia russa é verdade. Nunca contei porque sabia que você e Enzo não se dão bem e iam acabar se matando, mas tudo que ele disse é verdade. – Disse ele como se livrasse de um peso.
Dei um soco na mesa com a toda força que eu tinha fazendo as coisas caírem no chão e se quebrarem. Eu não ligava pelas pessoas presentes aqui, eu só precisava chorar, chorar por tudo. Desde a morte de meu pai até agora, Paola sequestrar minha noiva para se vingar de uma coisa que só existia na cabeça dela e eu ser herdeiro de outra máfia que jurava ser minha inimiga. Era muita coisa para minha cabeça em pouco tempo. Ainda tinha que descobrir onde estava minha noiva e meu filho para salva-los.
- Onde ela está Enzo? – Perguntei com a voz quase inaudível.
- Não sei lhe dizer com certeza, Paola pode ter mudado o local depois que eu sai, mas ela falou que tinha um galpão abandonado da família quase saindo da cidade.
- Precisamos ver se ela está lá ainda, pelo menos uma tentativa. Você sabe a localização exata?
- Sei. Vocês têm um mapa? – Perguntou ele levantando da poltrona.
Dei um sorriso malicioso antes de responder.
- Temos de tudo aqui. – Levantei indo em direção ao laboratório junto com Anthony e Enzo.
Não sei se ainda confio no Enzo, depois de tudo que passamos e ele tentar me matar, mas no momento de desespero é uma esperança que tenho que me agarrar. Literalmente uma luz no fim do túnel.
- Quero que prestem atenção. – Entrei no local onde estavam todos trabalhando para encontrá-la. – Temos uma possível localização do paradeiro da minha noiva. Quero que achem esse lugar o mais rápido possível.
Entreguei a localização a eles e enquanto esperávamos Enzo me contou algumas coisas, principalmente sobre a mulher loira na minha cozinha. Não posso dizer que gosto ou confio nele, mas fiquei feliz em saber que agora tem uma mulher na sua vida e que nos apaixonamos por mulheres diferentes desta vez.
- Senhor.- Liam me chamou com um sorriso esperançoso no rosto. – Achamos a localização. Não fica muito longe daqui. Acho que uns 40 minutos de carro.
- Ótimo Liam. Quero o máximo de seguranças comigo. Iremos ver aquele lugar. Anthony e Enzo? Vocês irão também?
- Com certeza irmãozinho. – Disse Anthony saindo da sala.
- Sim, eu irei. – Enzo confirmou.
Saímos da sala e fui falar com meus seguranças que estavam disponíveis. Distribuí em duas equipes, uma equipe para ficar aqui e outra para ir com a gente. Pegamos todos os armamentos possíveis, armas, rifles e até bombas, pelo o que vimos é uma área isolada e a não há civilização, ou seja, sem riscos de alguém se machucar. Fomos em 6 carros e a todo meu momento, meu corpo parecia em alerta para tudo, até a simples brisa do vento que batia da janela me deixava nervoso.
Precisava encontrar a Liv, e esse dia seria hoje.
[...]
-Senhor, acho melhor dividirmos equipes, vasculhamos a área e tem cinco entradas. Dá para nos dividirmos em cinco grupos. Sei que quer salvar sua noiva, mas a nossa prioridade é a segurança de vocês também, então irão com a minha equipe. Nós iremos invadir pela entrada principal e as outras pelas laterais e fundos. O senhor concorda assim?
- Sim Luke, vamos fazer assim. – Falei ao meu chefe de segurança. – Escutem todos, quem achar a Paola, não a matem. Tenho outros planos para ela. Vamos!!
Seguimos o plano como Luke falou e assim que invadíamos estava silencioso demais, vasculhamos a primeira porta. NADA! A segunda. NADA! Tudo indicava que não estavam aqui, mas alguma coisa dentro de mim me dizia para continuar procurando, ela estava aqui, só estávamos olhando no lugar errado. Continuamos andando e eu pisei em uma parte da madeira que rangeu, indicava que tinha alguma coisa embaixo dela. Fiz sinal para Luke que voltou e me ajudou a levantar uma espécie de tampa. Vi uma escada e Luke desceu primeiro, eu fui logo atrás com a arma apontada. Era um corredor bem grande, com várias outras portas e uma escuridão imensa, meus homens e eu estávamos fazendo no maior silêncio possível, até que ouvi um grito.
É ela.
......
Soltei mais um, hihihi
Amo vcs ❤️