Layla on:
Layla:O quê? De novo? — falo um pouco alto, mas me contenho rapidamente, apenas suspirando e levando a mão ao rosto — como ele consegue ser tão imprudente? — reviro os olhos e saio do quarto — sobrou pra mim, a equipe com Elena ainda não saiu da cirurgia...
[...]
Layla off:
Ethan on:
Hospital Central Americano, 16h
Eu acordei com um som irritante de "bip" do meu lado, abri os meus olhos para tentar reconhecer onde eu estava, mas rapidamente eu os fechei quando uma luz clara e muito forte quase me cegou. Até esse mínimo movimento fez eu sentir algumas dores e foi como se eu voltasse ao dia em que eu sofri o acidente de carro e conheci Elena, mas eu me lembrava de todas as coisas que aconteceram após aquele dia e concluí que tudo fora eu, então onde eu estava e por que sentia tanta dor?
Aos poucos meus olhos se acostumaram com a claridade e eu pude ver que estava em um quarto completamente branco, uma máquina ao meu lado monitorava os meus batimentos cardíacos e alguns fios estavam ligados no meu braço, me passando algum tipo de líquido, talvez soro.
Ethan:Ai, minha cabeça... — levo minha outra mão livre a minha nuca, onde sentia um pouco de dor — aquele hospital de novo e... Elena... Elena! — o som da máquina ao meu lado aumenta e me incomoda, fazendo a minha dor aumentar um pouco.
Fecho meus olhos por conta da dor e logo ouço passos próximos ao quarto onde estava, também ouvi a voz de uma garota falando "ele acordou, ele acordou" e os passos dela se afastando de onde eu estava. Não demorou muito para eu ouvir mais passos, dessa vez mais calmos e mais altos, dando a entender que quem estava ali havia entrado no quarto.
Layla:Achei que tinha aprendido a lição depois do que aconteceu com você dois meses atrás — abro meus olhos ao reconhecer a voz de Layla — mas, como eu pude ver, você ainda é um pouco emocionado demais, Ethan.
Ethan:Layla... tem quanto que eu estou aqui? — tento me sentar, mas solto um gemido ao sentir dor por todo o meu corpo — ai!
Layla:Cuidado Ethan, você sofreu outro acidente de carro e os efeitos relaxantes da anestesia da sua cirurgia já passaram, creio que completamente — ela se aproxima da minha cama e a ajeita para que eu fique sentado sem esforço — e você está aqui a quatro horas, entrou as 12h e acabou a cirurgia há quase uma hora.
Ethan:E a Elena, como ela está?
Layla:Ela está bem e fora de perigo, eu não acompanhei a cirurgia dela porque ajudei o rapaz que também estava ferido, mas acabei de vir do quarto dela e ela está descansando da cirurgia. Parece que foi bem demorada e complicada, pois a bala atingiu uma área de risco.
Ethan:Que bom que ela está bem.
Layla:Mas ainda assim não precisava ter tido tanta pressa. A essa hora você poderia estar no quarto com ela como seu acompanhante, mas agora é um paciente assim como ela.
Ethan:Ok, acabou o sermão? — Layla revira os olhos e eu não contenho uma risada.
Layla:Se a Elena não está aqui pra cumprir esse papel, cumpro eu. E o senhor que aguente, já que foi imprudente no trânsito mais uma vez — ela se aproxima de mim e me dá um tapa em meu braço, me fazendo parar de rir e esboçar uma careta de dor — e pelo jeito, ainda sente dor — na mesma hora o meu estômago ronca também — e fome.
Ethan:Eu saí da empresa com apenas o café da manhã no estômago, na verdade eu não estava com muita fome hoje.
Layla:Ai da Elena se souber disso, ela vive falando pra mim que tem que te obrigar a comer porque você anda tão ocupado com a empresa que não se preocupa consigo mesmo. Já volto — ela deixa o quarto e eu fico sozinho mais uma vez.
Caleb veio ao quarto e colocou algo em meu soro, creio que o remédio para dor, e logo depois me trouxe algo para comer. Não estava tão ruim quando da última vez, talvez pelos investimentos pra que a comida do hospital tivesse um gosto melhor e mais comestível.
Quando terminei de comer, senti muito sono e tentei ao máximo não fechar os meus olhos, mas os efeitos do remédio para dor eram tão fortes que eu não pude me render ao sono e dormir.
[...]
Eu havia acabado de chegar ao hospital para ver Elena, eu fiquei tão preocupado quando soube que ela havia tomado um tiro para salvar uma vida, ao mesmo tempo que fiquei muito orgulhoso por ela ser tao determinada e gostar de cuidar tantos das pessoas.
Isso me deixava ainda mais... apaixonado? Não, isso já era pouco. Isso... me faz amá-la cada vez mais e com todas as minhas forças.
Me sentei em uma das cadeiras do corredor enquanto esperava por notícias, a cada médico que passava por mim o meu coração acelerava pensando que um deles viria falar comigo, mas a cada vez que isso não acontecia eu me sentia ainda mais preocupado e nervoso, temendo pelo pior e que eles estavam apenas evitando de me contar.
— Ethan! — aquela voz... era ela.
Me levanto rapidamente e vejo Elena no fim do corredor em que estávamos, ela vestia uma camisola hospitalar e estava sorrindo, como se não tivesse sido baleada algumas horas atrás.
Ethan:Elena... você... você está bem?
Elena:Que pergunta é essa, Ethan? Claro que eu estou bem — ela aponta para si mesma — estou aqui, não estou?
Ethan:Graças a Deus. Eu... é... só me dá um abraço, por favor. Eu tive tanto medo... — abro os braços e ela caminha na minha direção.
Elena:Mas é claro... — um som de tiro foi disparado e me agacho rapidamente assustado, mas logo me levanto ao ver uma mancha de sangue no peito de Elena e a mesma caindo no chão.
Ethan:Elena! — corro até ela e a pego, deitando seu corpo no meu peito — Elena, olha pra mim Elena! — seguro seu rosto e tento fazê-la reagir, mas ela não esboça nenhuma reação — Elena!
Não, eu não posso perder ela!
Não...
[...]
Ethan:Não... não... Elena! — acordo assustado e completamente suado.
Foi apenas um pesadelo... apenas isso.
Olho ao meu redor e vejo que eu estava em um quarto escuro, ainda estava no hospital, mas ainda havia uma inquietação no meu peito e eu só conseguia pensar em Elena, ninguém havia vindo me avisar sobre o estado de saúde dela e isso só reforçou ainda mais os medos do meu recente sonho/pesadelo.
Ethan:Eu não vou esperar... — tiro os fios que estavam conectados ao meu corpo e me levando, ainda estava sentindo muita dor, mas eu precisava ir até o quarto da Elena, precisava saber como ela estava e não iria esperar até que amanhecesse.
Me apoio nas paredes do quarto e saio aos poucos, eu sentia dor nas minhas pernas e um pouco de tontura, talvez fosse um pouco do sono ou os efeitos do remédio ainda em atividade, mas nada disso me impedia de seguir na minha busca pelo quarto em que Elena estaria descansando. Abro cada porta com muito cuidado, encontrando inúmeros pacientes descansando ou acordados por algum motivo que não me interessava saber, mas nada de achar o quarto de Elena e aquilo estava me deixando ainda mais inquieto e preocupado.
Layla:Ethan! O que está fazendo fora do quarto?! Você precisa descansar! —me viro ao ouvir a voz de Layla atrás de mim, mas acho que fiz isso muito rápido pois eu senti ainda mais zonzo e a minha visão se tornou embaçada.
Ethan:Eu precisava... ver a Elena... — me apoio na parede ao meu redor ao sentir minhas pernas bambas e prestes a me fazerem cair.
Layla:E não poderia esperar...? — sinto meu corpo fraquejar e eu quase caio, isso só não acontece porque Layla me socorre rapidamente — Ethan! Ethan, fala comigo...
A voz da Layla ficou mais e mais longe, e os meus pensamentos voltaram para Elena e para aquele maldito pesadelo, me fazendo acreditar que aquelas coisas eram reais por conta do sono e do remédio.
Oi gente, tudo bem?Eu estou aqui com mais um capítulo para vocês.
O que Ethan não é capaz de fazer por Elena, não é mesmo? E como sempre, Layla esta lá para cumprir o papel de repreensão, já que sua amiga não está lá para poder fazer isso, eu vejo ela como uma mãezona, não sei vocês. Agora vamos ver como sera quando os dois estiverem acordados, Ethan vai se sentir aliviado, mas Elena... bom, ela pode brigar com ele novamente.
Espero que estejam gostando, que votem e me deem apoio para trazer mais capítulos de Eu salvei o amor.
Beijos e até a próxima