Oioi, minhas estrelinhas!
Já batemos 1k de vizualizações mds muuuito obrigada gente, o carinho de vocês é incrível!
A fic está sendo corrigida, mas ainda pode conter algum erro de escrita, então apenas ignorem kkkk
Não vou tomar o tempo de vocês, eu sei que a ansiedade tá a mil, então boa leitura❤️
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CAPÍTULO 2
"CURLS ARE BEAUTIFUL"
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HARRY
Eu estava nervoso. Claramente nervoso e tremendo dos pés à cabeça. Desviei o olhar para o lado, encontrando Nick mexendo nas unhas distraidamente — como se o que estivéssemos prestes a fazer não o afetasse —, diferente de mim, que só faltava sair subindo pelas paredes. Eu não conseguia ficar quieto quando estava ansioso, por isso a voz de Nick me repreendia a cada cinco minutos.
— Harry, você quer parar de ficar balançando essas pernas? Pelo amor de Deus, garoto, parece uma criança — revirou os olhos e bufou, tirando o celular do bolso.
Fazem dois dias que nós tomamos a decisão de vir aqui e Nick parecia mais grosso que o normal durante esse período. Eu não estava entendendo. Eu tinha feito algo de errado?
Ele nem mesmo retribuiu os beijos que lhe dei na noite passada, só me empurrou dizendo que estava muito cansado e que não estava com vontade de me ter naquele momento. Eu sei que ele estava cansado, confio no meu namorado, mas talvez sua rejeição tenha magoado um pouco meu coração. Só um pouquinho...
Eu queria ficar com Nick primeiro antes de fazer isso com ele na frente de uma câmera. Eu queria ter certeza que apesar do que vamos fazer aqui, ainda somos um do outro totalmente, e ele me negar isso me deixou mais inquieto do que já sou.
Para tentar amenizar meu nervosismo, me aproximei mais de Nick e deixei minha cabeça descansar em seu pescoço, suspirando ao sentir seu corpo quentinho perto do meu. Nick se assustou um pouco, dando um pequeno sobressalto e desligando a tela do celular num reflexo tão rápido que me deixou confuso. Ele não disse nada, apenas guardou o celular e suspirou; já eu, acabei me perdendo novamente no calor que seu corpo emanava. A sala de espera estava fria, me fazendo encolher cada vez mais no moletom amarelo com a frase "Curls are beautiful", que eu usava.
Meu estilo era meio duvidoso às vezes.
Eu não sei como chegamos até aqui — como encontramos a empresa, quero dizer —, mas Nick sempre achava um jeito de resolver as coisas. Era algo que eu gostava nele, sua determinação. Meu namorado conseguia ser muito amável quando queria, mas a verdade é que raramente queria. Porém, eu o amava mesmo assim.
Depois de uns minutos ainda com a cabeça apoiada no ombro de Nick, pude observar direito a sala do lugar quando relaxei. O ambiente definitivamente não era feito para deixar os clientes confortáveis — pelo menos, não eu. As paredes eram pintadas e estavam descascando, deixando a mostra partes brancas sob uma camada grossa de tinta vermelha, que ocupava a maior parte das paredes. Os detalhes em preto e dourado davam um ar cafona, feio e um tanto pornográfico, mas acredito que esta seja a ideia. Como se já não fosse horrível o bastante, quadros de pessoas nuas e em atos obscenos estavam pendurados nas paredes. Muitos deles. Além de... Coisas de borracha em uma mesinha encostada na parede. Lubrificante e camisinhas também.
Meu Deus, no que eu fui me meter? Desculpa, mãe.
Eu estava quase desistindo dessa ideia maluca quando a mulher da recepção chamou nós dois. Nick se levantou em um pulo, subitamente animado, mas isso me causou uma dor na bochecha por causa da brutalidade com a qual ele levantou.
— Ai — murmurei, esfregando meu rosto. Nick não se importou e correu até a recepção. Tudo o que me restou foi seguí-lo.
[...]
Nick não segurou minha mão em nenhum momento daquele dia. Nem quando fomos à recepção, ou quando andamos pelo corredor escuro e fedorento, nem quando entramos numa sala cheia de homens e nem quando muitos deles quase me engoliram com o olhar. E quando eu tentei segurar sua mão, ele apenas a soltou. Agora eu estava com medo e chateado comigo mesmo por ser tão covarde. Poxa, eu já sou um adulto! Poderia encarar um bando de homens.
Né?
— Sentem-se, garotos, vamos tratar de negócios — diz o homem que estava sentado na ponta da mesa. Seus cabelos quase grisalhos e sua barriga saliente não me agradaram muito. Não por ele parecer velho, mas pelo seu olhar estranho e sua áurea ruim.
No fim, ele sorriu, e todos os pêlos que eu tinha no corpo se eriçaram. Eu queria vomitar.
[...]
Não vamos fazer isso juntos.
No momento, eu me encontrava às lágrimas, que molhavam a blusa de Nick. Tínhamos acabado de sair da sala e eu não estava acreditando que ele me fez aceitar transar com outra pessoa. Ele até tentou nos deixar juntos, mas o homem velho disse que receberíamos dinheiro de um vídeo só. Entretanto, se fizéssemos dois vídeos — um para cada —, iríamos receber o dobro do que foi proposto. Quase desisti na hora, mas acabei aceitando que precisávamos do dinheiro.
Nick vai encenar com um tal de Calvin Rodgers e tentei controlar o ciúmes quando ele pareceu animado demais com a notícia. Já eu fiquei de encenar com alguém chamado Louis Tomlinson. Talvez eu seja um pouco leigo nesse mundo da pornografia, por isso não conheço nenhum dos nomes que foram citados lá na sala. Meu namorado estava tão animado com o par dele que deixou os homens da empresa escolherem o meu par. Eles disseram que Louis cuidaria muito bem de mim, mas achei o tom deles meio sarcástico.
— Tá bom, Harry, para de chorar — ele me afastou — Não vai querer aparecer com a cara inchada e vermelha de choro na frente de atores importantes, né?
— São atores pornô, Nick! — resmunguei.
— Por que você está desmerecendo o trabalho deles?
— Eu não estou fazendo isso — rebati, cruzando os braços.
— Não faz bico — brigou.
— Eu não estou fazendo bico! — respondi
— Por que você está assim? Só porque não sou que vou te foder na frente de uma câmera?
Abri a boca, chocado. Por que ele tava falando comigo desse jeito?
— Por que está me tratando assim? — perguntei com a voz falhando, as lágrimas voltaram a se acumular no canto dos meus olhos. Aquele não estava sendo um dia bom, não mesmo.
— Porque você está agindo como a porra de um bebê! — gritou. Eu me encolhi, em silêncio.
Não falei mais nada depois disso.
Ele pediu desculpas alguns segundos depois, dizendo que não estava em um dos melhores momentos e que estava de cabeça quente. Não respondi. Só andei de cabeça baixa quando nos pediram para seguir um outro homem até uma sala do outro lado da recepção. Tinham apenas quatro homens lá dentro, todos muito bonitos e jovens — diferente da sala anterior —, que olharam para nós assim que entramos.
— Hey, pessoal — o homem que nos guiou falou, recebendo respostas de todos ali, menos de um deles, que estava encostado na parede. Ele parecia bem mais interessado no celular do que em nós, já que nem uma vez nos lançou o olhar.
O olhei de cima até embaixo. Ele usava uma blusa preta com um nome em branco que eu não conseguia ler. Sua calça moletom estava quase caindo do quadril, mas estavam apertadas quando chegavam em suas coxas cheinhas. Um par de tênis da Adidas finalizava sua roupa. Ele tinha a franja do cabelo jogada na testa e um cigarro na sua boca. Me peguei desejando ver os seus olhos. Ele era muito bonito.
— Esses são Nick Grimshaw e Henry Styles.
— Harry — corrigi.
— Harry Styles — consertou — Bom, de qualquer forma, eles são clientes novos. Aqui está o que foi acertado, vocês se virem aí, queremos os vídeos prontos até a sexta. — e saiu.
Nick e eu ficamos sem saber o que fazer, mas logo um dos homens se aproximou de nós. Foi instintivo me esconder atrás de Nick, porém o homem não parecia assustador. Na verdade, parecia bem amigável.
— Olá, meu nome é Liam Payne, empresário do Calvin Rodgers, Zayn Malik e do Louis Tomlinson — oh. Qual desses era o Louis?
— Nick — meu namorado se apresentou e apertou a mão estendida do outro — Esse é meu namorado, Harry.
— Olá — ele abriu um sorriso grande, e não consegui resistir à tentação de sorrir de volta, embora ainda um pouco acanhado.
— Oi — respondi baixinho.
— Vocês vão fazer os vídeos juntos, certo? Tipo uma orgia? — apontou pra nós dois e para os meninos atrás dele.
— Uhu! Finalmente uma orgia, faz tempo que a gente não tem uma — um dos meninos falou.
— Cala a boca, Calvin — o outro deu um tapa na cabeça de Calvin.
Calvin. O observei também. Ele fazia o tipo do Nick. Droga de ciúmes! Bom, se ele era o Calvin, um dos outros dois deveria ser o Louis.
— Por mais que seja tentador, não viemos para uma orgia — Nick falou tranquilamente. Como ele estava tranquilo com aquilo?! — Faremos vídeos separados.
Todos — eu digo todos — os pares de olhos se fixaram em nós dois. Senti meu rosto esquentar com a atenção indesejada. Até o que estava na parede olhou para nós. Ele era muito bonito. Porra.
— Não vão gravar juntos? — Liam perguntou surpreso.
— Não — Nick tomou a frente de novo — Algum problema?
— Não, não! De maneira alguma. Só é... Diferente — Liam respondeu — Normalmente os casais querem passar pela experiência juntos.
— Não nós — Nick respondeu com tanta convicção que doeu. Era como se o que tínhamos fosse banal.
— Bem, nesse caso é melhor eu ir lendo o que foi combinado. Por favor, sentem-se, isso só vai levar alguns minutos — disse o tal Liam.
Nick caminhou até o minúsculo sofá de dois lugares e se sentou perto de Calvin. Eu o segui, mas acabei desistindo no meio do caminho quando notei que não tinha mais espaço para mim ali. Além disso, não estava a fim de passar vergonha por tentar sentar no colo do meu namorado e ser tirado de lá. Isso não impediu o meu rosto de ficar quente. Devo estar muito corado agora, mas ninguém parece ligar. Ando para um canto mais afastado e sento no chão sujo, encostando na parede. Dobrei minhas pernas e fiquei brincando com meus dedos. Eu me encontrava de cabeça baixa, mas toda vez que desviava a atenção para Nick, ele me ignorava e continuava sua conversa com o garoto moreno animadamente. Não evitei o bico que surgiu nos meus lábios.
Queria ligar para Niall agora, mas não trouxe meu celular. Eu me sentia sozinho, exposto e chateado com tudo aquilo. Sabia que não seria uma ideia boa, mas não achei que fosse ir tão mal. Pelo menos para mim está sendo uma má experiência até agora.
Não sei quanto tempo passou, mas não demorou muito para que eu sentisse a presença de alguém ao meu lado. Quando desviei o olhar, vi o cara de óculos sentar ao meu lado, o cigarro ainda estando presente entre seus dedos. Meu peito subiu e desceu mais rápido, minhas mãos tremeram e começaram a suar. Droga, ele só havia sentado ao meu lado! Quem sabe eu estivesse apenas muito assustado com tudo ainda.
— Então é você que vai foder comigo? — foi a primeira coisa que ele disse. A gente nunca tinha se visto e foi a primeira coisa que ele disse!
Meus olhos se arregalaram e tentei não parecer tão ridículo quanto me sentia: — Shiu! Não fala essas coisas — repreendi.
O garoto me olhou estranho. Os óculos ainda escondiam boa parte do rosto, mas o cenho franzido e os lábios prensados entregavam sua confusão. Ia falar mais alguma coisa para interromper o silêncio constrangedor que se instalou depois do que falei, mas um barulho me impediu de continuar. Procurei pela fonte do ruído e me dou conta que o homem a minha frente estava rindo.
Rindo não, gargalhando.
Ele ria tanto que todos pararam para dar um pouco de atenção a cena. Liam o olhou com o cenho franzido, mas logo voltou a ler a papelada. Calvin e Nick também olharam, mas o segundo logo voltou a puxar conversa com o outro. O moreno que estava na sala antes negou com a cabeça e saiu da sala. Me vi sozinho com o ator ao meu lado.
Ele ainda ria quando o olhei e eu não fazia ideia do que se passava pela sua cabeça. Enquanto tentava controlar sua risada, tirou o óculos do rosto, limpando as lágrimas minúsculas que escaparam de seus olhos com as costas das mãos. O moreno, mais calmo, deu uma tragada no cigarro, soltando a fumaça inteira no meu rosto. Fui pego de surpresa. A tosse se fez presente enquanto eu abanava o ar, tentando fazer com que a fumaça fosse embora.
— Para de fazer isso!
— Isso o que? — fingiu inocência.
— Me irritar.
— Mas eu não fiz nada demais — deu de ombros, pondo o cigarro na boca.
— Ninguém te avisou que não se pode fumar em salas fechadas? — revirei os olhos.
— A porta está aberta — apontou para a porta, o cigarro pendendo nos dedos de novo — Teoricamente, a sala não está fechada.
Revirei os olhos.
— Você entendeu o que eu quis dizer.
— Sim, entendi — me olhou. E eu pude finalmente observar seus olhos. Azuis. Não um azul qualquer, desses que você acha por aí. Era um azul diferente, eu nunca havia visto algo desse tom. Estávamos perto o bastante para eu conseguir ver pequenos pontos verdes pairando sobre a imensidão azulada. Aquele par de olhos definitivamente combinava com o dono. Sua voz me fez voltar à realidade: — Só não me importo.
Pisquei, confuso. Do que estávamos falando, mesmo? Sem lembrar muito bem, apenas respondi qualquer coisa que me veio à mente: — É, é a sua cara.
Ele riu. — Eu sou Louis Tomlinson.
Ah.
Talvez eu tenha deixado isso passar despercebido. Nem passou pela minha cabeça lembrar disso, por mais importante que seja. Droga, era com ele que eu iria dormir. Tentei deixar os seus pontos negativos de lado, afinal eu mal o conhecia. Provável que fosse apenas uma primeira impressão errada. É capaz de sermos até amigos depois — se eu conseguir olhar para o rosto dele depois do que iremos fazer. Ignorei o fato de que começamos mal e, assim como acontecia com qualquer um, o tratei com gentileza.
— Eu sou Harry Styles — estendi a mão, meio trêmulo.
— É um prazer, Harold — um sorrisinho irritante lhe puxou os lábios.
— É Harry, não Harold — corrigi.
— Certo, Harold, é um prazer mesmo assim — esse cínico! — Muito prazer...
Sua mão já havia encontrado a minha, e devo dizer que em comparação a minha, a mão dele era bem grande! Sua mão era rígida, firme; pude ver um pouco da nicotina presa nas juntas, devido ao cigarro. Não me incomodei, Nick costumava fumar também.
— Hm — me limitei a responder.
— Deu pra notar que você é um garoto muito quieto.
— Não tenho muito o que falar — respondi, voltando a brincar com os anéis em meus dedos pálidos.
O silêncio foi instaurado de novo, até Louis o quebrar: — Quando anos você tem, Harold?
— Para que você quer saber? — não tive a intenção de ser grosso, no entanto — Desculpe.
Ele abanou as mãos, dispensando as desculpas.
— Primeiro, porque você é tão pequenininho que parece uma criança fofa — revirei os olhos. Ele continuou: — Segundo, que eu não quero ser incriminado de pedofilia.
— Eu tenho vinte e dois, não precisa se preocupar — resmunguei — E eu não sou pequenininho!
— É sim, tem até pele de bebê! Já vi pessoas que pareciam mais novas do que realmente eram, mas você... — ele me olhou nos olhos e eu não consegui desviar. Louis franziu a testa — Tem algo diferente em você.
— Diferente como? — perguntei curioso.
— Você não tem... malícia — respondeu baixinho, como se não quisesse que eu escutasse. — É estranho encontrar pessoas como você em uma empresa pornográfica.
Apenas dei de ombro, sem saber o que responder.
— O que você faz aqui, Harold? — bufei, mas ignorei o apelido.
— É complicado.
— Acredite, não deve ser tão complicado.
— Não quero falar sobre isso — murmurei envergonhado.
O que ele pensaria? Eu não queria que ele soubesse que estava nisso só pelo dinheiro. Não queria que Louis pensasse que eu dormiria com ele só para ganhar dinheiro em cima disso. Eu não queria que Louis se sentisse triste. Eu sei que é o trabalho dele, mas eu não me sentiria muito bem em saber que alguém só está comigo por interesse. Era um tipo de pensamento que fazia uma angústia subir até meu peito.
— Tudo bem — Louis cedeu. Gostei dele por isso.
O ator, no entanto, estava disposto a descobrir até que ponto iria para me irritar.
Não funcionou, e às vezes eu achava graça porque era ele quem ficava irritado quando não conseguia me tirar do sério. Uma risada saiu da minha boca, fazendo Louis me olhar. Ele parou, mas ainda sorria, apesar do franzir na sua testa.
— O que? — perguntei preocupado. Era algo de errado em mim?
— Nada — respondeu, mas continuou me olhando. Senti que corei, mas não consegui desviar os olhos dos deles. Era algo magnético e estava me assustando.
Felizmente, a voz grossa de Liam se fez presente. Louis finalmente desviou o olhar e fitou o empresário. O imitei.
— Bom, podemos ver que são coisas bem distintas. Nick e Calvin vão trabalhar em algo mais pesado, enquanto Harry e Louis vão trabalhar em algo mais básico. Vocês já foram informados de quanto irão receber, certo?
— Sim — Nick e eu respondemos. Não era muita coisa, mas era o suficiente para quase três meses se juntássemos a quantia. Teria que servir até eu arranjar um emprego e Nick receber seu próximo salário.
— Certo. Não haviam muitas cláusulas específicas aqui, então não será tão difícil para nós. Infelizmente, não será possível gravar os dois no mesmo dia — Liam informou. Seus olhos encontraram o meu e eu sabia que ele tinha percebido o meu desespero — Nick poderá vir gravar na terça com o Calvin, mas Louis só estará disponível na quarta.
Suspirei derrotado. Já não íamos gravar juntos, agora nem no mesmo dia. Louis me olhou de canto, mas não retribui. Ao contrário, encolhi as pernas contra meu peito e as abracei, desviando o olhar para Liam.
— Tudo bem — respondi baixinho, mesmo sabendo que não estava.
Nick já havia concordado há muito tempo. Eu sentia meus olhos arderem, mas não ia chorar. Não na frente de toda essa gente. Não queria que me achassem fraco e sensível. Eu não era dependente de Nick... Certo?
— Okay, então. Nick, você pode vir às três da tarde. Harry — eu o olhei — Acha que consegue estar aqui às sete e meia da noite, na quarta?
Engoli em seco. Era tarde. Muito tarde. Demorava muito até chegar aqui. Infelizmente eu não tinha muita escolha.
— Consigo — tentei engolir o bolo na minha garganta. Olhei para Louis. Me surpreendi ao encontrá-lo sorrindo compreensivo. Não um sorriso grande que mostrava os dentes, apenas um esticar de lábios. Mas aquilo foi o suficiente para me fazer relaxar um pouco. Sorri de volta.
— Ótimo, está marcado então. Não precisam se preocupar, vamos fazer de tudo para a experiência ser tão boa para vocês quanto é para nós.
Louis o olhou. Houve uma troca de olhares significativa ali, porém tensa. Franzi a testa, mas não dei muita bola. Eu tinha coisas mais importantes para pensar do que no relacionamento ator-empresário. Louis levantou e me esticou a mão. O observei por um tempo, mas aceitei a ajuda.
— Vamos logo, Harry, tenho coisas para fazer — Nick me chamou, passando pela porta sem me esperar.
Virei as costas, mas uma mão leve segurou meu pulso, me fazendo voltar um pouco. Encarei Louis, que voltou a exibir aquele sorrisinho irritante.
— Até quarta, curly.
— Curly? — repeti, confuso.
— Bonito casaco — respondeu apenas — E não é só o casaco que é bonito — virou as costas e saiu.
Fui puxado pelo braço, dessa vez não tão suave assim. Nick me puxava pelos corredores até a saída.
— Você está me machucando — choraminguei, tentando me soltar. Só fui liberado quando chegamos ao carro.
— Você é muito lerdo, porra! — falou irritado.
Não entendi o que havia acontecido, mas não falei nada, apenas deixei que Nick dirigisse até nosso apartamento. No silêncio do carro, lembrei do que Louis disse. O que ele quis dizer? Abaixei a cabeça até conseguir ler o que estava escrito no meu moletom. E a frase estava estampada lá: "Curls are beautiful".
O casaco era realmente bonito. Mas sua última frase ficou rondando na minha cabeça a noite toda, até eu cair no sono ao lado de Nick.
"E não é só o casaco que é bonito".
[...]
#estrelinhasafada