Sablier Rouge, Mikey

By alexiagglrd

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[Fanfic] [Tokyo Revengers] [Dark Romance] [Mikey] [+18] Uma policial se infiltra nas gangues que controlam o... More

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dernière chance
u n
d e u x

t r o i s

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By alexiagglrd

Ada abriu os olhos vagarosamente ao sentir a luz da manhã tocar a face. Espreguiçou-se como um gato, esticando os músculos do corpo e soltando um grunhido baixo até sentir o braço chocar-se levemente contra algo.

— Uh? — expressou, levantando a cabeça e vendo Kazutora deitado ao lado. Ele dormia tranquilamente, de barriga para cima e com uma mão no peito. O cabelo estava solto e espalhado pelo travesseiro enquanto respirava suavemente.

O peito dele subia e descia de forma rítmica e gentil, como se toda a paz do mundo repousasse sobre o corpo de Kazutora.

O paletó estava jogado na poltrona do canto e a camisa de botão estava entreaberta, exibindo o pescoço tatuado e o pomo de adão saliente. Ada observou em silêncio. Ele poderia ser um criminoso, mas sem dúvida alguma era bonito, muito bonito!

"Quanta imprudência" pensou baixinho enquanto o observava, adormecido e vulnerável. "Se deitar tranquilamente ao lado de uma mulher desconhecida. Eu poderia matá-lo sem pensar duas vezes se quisesse."

Levou a mão até o rosto dele, com o intuito de fazer carinho na bochecha, mas foi surpreendida quando ele rapidamente agarrou-a no punho com força, a impedindo de tocá-lo. Kazutora deu um meio sorriso ainda com os olhos fechados e Ada percebeu que, talvez, ele não fosse tão imprudente assim.

— Bom dia, querida — ele sussurrou e Miyamura sorriu.

— Bom dia — respondeu logo em seguida e ele abriu os olhos.

Ambos se entreolharam e perceberam a mesma coisa. Apesar de terem adormecido, nenhum dos dois tinha baixado a guarda em momento algum.

[...]

Ada entrou no quarto de hotel depois de Kazutora deixá-la no local. Tirou o vestido com pressa e correu para o banheiro, o corpo implorando por um banho relaxante. Estava mergulhada na água da banheira quando escutou batidas apressadas na porta.

— Ada, é você? — a voz de Naoto soou do outro lado e a mulher respirou fundo.

— Sim, tá tudo bem?

— Você sumiu a noite toda. Fiquei preocupado — ele comentou e Ada não pôde evitar soltar um sorriso. Ele era tão cuidadoso com ela que chegava a ser fofo.

— Vou só sair do banho e já conversamos. Pode me esperar aí no quarto mesmo.

Naoto concordou e ela saiu da banheira. Ele se sentou na borda da cama e escutou o som da água indo ralo abaixo enquanto observava o vestido jogado no chão. Não podia parar de pensar em como Ada estava linda na noite anterior. Ele dobrou a roupa e a colocou organizada sobre a cama.

Miyamura saiu logo em seguida do banheiro, enrolada no roupão branco e com o cabelo molhado. Naoto deu uma olhada envergonhada como se tivesse visto algo indecente, embora a mulher estivesse completamente coberta.

— Descobri coisas interessantes — Ada disse, sentando-se na poltrona enquanto ele se ajeitava na cama.

— Já fez o relatório?

— Vou fazer depois, por enquanto eu vou te contar — pegou o telefone e pediu para que levassem o café da manhã. A polícia estava bancando todos os gastos naquele local, então Miyamura iria aproveitar ao máximo.

— Conseguiu entrar em contato com alguém da Toman?

— Sim, mas foi melhor que isso. Entrei em contato com Kazutora Hanemiya — Naoto arregalou os olhos surpresos e deixou escapar uma risadinha empolgada. — Também pude ver o Keisuke Baji.

Começou a contar em detalhes tudo o que havia acontecido, desde o momento em que avistou Kazutora sozinho no bar até o momento em que adormeceu e acordou ao lado dele. Tachibana escutava com calma, prestando atenção em cada detalhe.

— Então eles negociam durante jogos de pôquer... uau! Acha que a gente consegue infiltrar alguém nesses jogos? — ele expressou assim que Ada encerrou a fala.

— Não tenho certeza. Não vi nada além da mesa e do jogo. Talvez seja fechado, mas vou tentar descobrir o quanto antes.

— E como você vai entrar em contato de novo?

— O Kazutora pegou o número do meu telefone então eu acredito que ele deva me ligar em breve.

— E qual foi a história de vida que você contou? Tenho certeza de que ele vai questionar.

— Qualquer história triste sobre uma garota com muita ganância e poucas oportunidades. Ele não perguntou ainda, mas eu já tenho uma história em mente. O plano agora é me tornar uma acompanhante oficial do Kazutora e tentar conquistar a confiança de outros membros da Toman.

— Manjiro Sano não vai ser tão acessível. Você não vai encontrá-lo sozinho num bar — Naoto concluiu com a mão no queixo. — Eu soube que ele tem uma irmã.

— É melhor não. Vão achar muito suspeito se eu começar a me aproximar dos capitães da Toman e dos familiares não envolvidos do Sano.

— Tem razão — ele respirou fundo e foi até a porta ao escutar as batidas.

Continuaram conversando assim que o café da manhã chegou e Ada sentiu o frio na barriga daquele sábado de manhã percorrê-la inteira. Em uma única noite tinha feito muito mais avanços do que todos os outros investigadores em anos. O topo do mundo estava um passo mais perto.

[...]

— Senhorita Miyamura, não sabia que viria hoje para o escritório — uma das policiais comentou. Ada era boa com nomes... quando tinha interesse neles, portanto não se lembrava do nome dela.

— Precisei fazer um relatório de emergência — Miyamura disse, digitando a senha e abrindo o acesso ao sistema policial. Sem demora, acessou a página necessária e começou a digitar rapidamente, fazendo o som das teclas ressoarem pelo ambiente.

Estava imersa nas palavras, se lembrando de cada detalhe e os escrevendo com objetividade e precisão. As características diferentes, como as aparências de cada um dos membros tinha mudado, os cabelos, características que poderiam ser facilmente identificáveis como tatuagens, marcas de nascença e coisas do tipo.

O som do resto do mundo tinha desaparecido, e na mente dela só restava o som das lembranças, cada conversa, cada detalhe, cada palavra que foi dita na presença de Ada. Mansões, jogos de pôquer, negociações silenciosas, mensagens celulares, a presença do Takashi Mitsuya... seria ele um membro da Toman ou estava lá apenas a passeio? Quem era a mulher ao lado dele? Seria ela um membro da Toman? Afinal, entrou na sala de negociações junto de Kazutora.

— Tá na Terra? — Naoto perguntou repentinamente, colocando as mãos nos ombros de Ada e a assustou, fazendo-a dar um pulinho na cadeira. Ele soltou uma risada larga e a mulher levou a mão até o peito, sentindo o susto passar. — Desculpa, foi sem querer.

— Engraçadinho — riu e pegou a caneca de cappuccino na mesa, deu um longo gole enquanto ele se sentava na cadeira giratória ao lado da dela.

— Olha, eu já tenho novidades — ele sorriu e abriu a pasta que tinha deixado na mesa ao lado, mostrando uma sequência de informações sobre acessos e tentativas de invasão. — Esses são todos os documentos falsos e informações que lançamos sobre a sua identidade como Ada Kimura na internet. Redes sociais, fotos... tudo. O Hayato encontrou algumas informações bem interessantes nos números.

— Teve uma explosão de acessos nesta manhã — Miyamura comentou ao ver que realmente aquilo era suspeito. Todas as páginas sobre Ada Kimura estavam sendo rastreadas e monitoradas pela polícia. Especialmente pelo gênio da tecnologia que compunha a equipe.

— Todos de celulares descartáveis ou de aparelhos com a identificação escondida ou errada — Naoto deu um longo suspiro e se reclinou na cadeira. — Tenho certeza que foram os caras da Toman tentando descobrir quem era você.

— Que bom que deixamos tudo preparado previamente — deu mais um gole no café, sentindo o gosto docinho por conta do chocolate preenchê-la no paladar. — Eles me caçaram o máximo que podiam.

— Sim, mas só vamos ter a confirmação se acreditaram ou não quando vocês tiverem um novo contato, aliás...

Antes que Naoto pudesse terminar a frase, o celular de Ada começou a tocar.

O número privado a fez erguer as sobrancelhas em suspeita, mas Tachibana balançou positivamente a cabeça para que ela atendesse. Levantaram rapidamente e foram até a sala de interrogatório que ficava apenas alguns passos de distância, onde não teriam nenhum tipo de interrupção sonora.

— Alô — Ada atendeu quando a chamada estava prestes a cair.

— Poxa, achei que não ia mais querer falar comigo — era a voz risonha de Kazutora do outro lado da linha. — Lembra de mim, não lembra, querida?

— Como ia me esquecer do homem que dormiu ao meu lado na última noite? — falou num tom de flerte e Naoto franziu o cenho discretamente, disfarçando o azedo ciumento que sentiu no estômago.

— Vai ter uma festa essa noite e eu queria saber se você quer ser minha acompanhante, Ada. O que acha?

— Por mim tudo bem. O que eu devo vestir?

— Eu te busco no seu hotel e levo sua roupa, pode ser?

— Mas você nem tem minhas medidas — comentou confusa e escutou a risada dele do outro lado.

— Você chamou a atenção de mais de uma pessoa na noite passada, Ada. Tenho um "amigo" que descobriu suas medidas apenas pelo tanto que te observou. Te pego às oito.

Ele desligou o telefone antes que ela pudesse responder. Ada e Naoto se entreolharam com um frio na barriga. Sabia que aquele era um momento decisivo depois das pesquisas suspeitas. Ou eles já acreditavam que Ada Kimura era apenas uma civil comum em busca de um homem rico, ou já tinham descoberto que ela era uma policial tentando se infiltrar e preparavam uma emboscada.

E só havia um jeito de descobrir.

[...]

O vento gelado castigava, mas Ada mantinha-se de pé do lado de fora do saguão enquanto esperava por Kazutora. Decidiu ir sem equipamentos de segurança para evitar conflitos, o que deixou Naoto com um pé atrás, mas não queria ser flagrada com uma arma ou com escutas.

Kazutora não se atrasou, parando um Toyota Century bem na frente do hotel e descendo do veículo, a cumprimentou e abriu a porta para que ela entrasse rapidamente. Enquanto ele dava a volta no carro para voltar para o banco do motorista Miyamura observou cada detalhe do painel.

"Carro do bandido" sussurrou mentalmente. Era um carro sedã feito à mão, além de ser o veículo mais caro de todo o Japão. Dificilmente os donos dirigiam, sempre eram acompanhados de um motorista, mas ao se lembrar das corridas de rua que vez ou outra aconteciam, imaginou que os membros da Toman não eram muito adeptos de compartilhar seus volantes. Os únicos que poderiam possuir um carro daqueles eram pessoas muito poderosas no mundo corporativo ou no submundo, o que deixava bem evidente o motivo de Kazutora não querer deixar ninguém se sentar no banco do motorista além dele mesmo.

"Se ele que é um capitão já dirige um desses, como deve ser o do Mikey?" pensava Ada, ponderando as infinitas possibilidades dentro da própria mente.

— Sua roupa está no banco de trás, pode se trocar — ele falou dando partida. Os vidros do carro eram todos escuros e impediam que as pessoas do lado de fora vissem qualquer coisa do interior.

— Aqui? — Ada perguntou e ele a olhou de soslaio, apenas concordando com a cabeça.

Olhou para o banco traseiro e viu as peças deixadas ali. Um vestido preto bem justo e curto, com decote reto e sem nenhum adorno, luvas translúcidas também pretas e um casaco de pele sintética cinza.

Miyamura estava muito disposta a apertar com toda a força o pescocinho de Kazutora se ele a fizesse passar frio. A roupa era curta e o clima não colaborava. Se aquela festa não fosse num lugar fechado, eles dois teriam grandes problemas.

— Uau, que tipo de evento é esse? — perguntou curiosa ao ver a roupa extremamente elegante e curta que a esperava.

— Do tipo que tem muitos homens ricos e muita bebida cara. É o tipo que você gosta, não é? — Hanemiya sorriu largo e Miyamura retribuiu.

Ela ainda esperava que a festa fosse num local fechado.

Percebendo que as intenções dele eram para que ela se trocasse dentro do carro, começou a tirar o casaco ali mesmo, em seguida, se livrou dos sapatos, da blusa e da calça, ficando apenas de roupa íntima.

Ele teve a sensibilidade de deixar o ar do carro ligado, criando um ambiente quentinho e aconchegante, bem diferente do frio do lado de fora. Quando se virou para pegar a roupa Kazutora agarrou-a pelo punho com força.

Pelo visto era um costume dele, o problema é que aquilo a irritava, de certa forma.

— Eu não sei se você tem intenções de transar comigo hoje, Ada, mas eu tenho intenções de transar com você — ele falou sem tirar os olhos da estrada. Aquela tinha sido uma ótima provocação sexual e realmente a deixou excitada, mas ela não podia esquecer que ele continuava sendo um bandido que ela estava investigando.

Entretanto, o agarrão no punho, o carro em movimento e o calor vindo do aquecedor criavam uma aura muito interessante.

Ada queria focar no trabalho, mas não se importava de se divertir de vez em quando. Principalmente se a diversão ajudasse a avançar ainda mais na investigação.

— Eu não tenho nenhuma restrição, Kazutora. Se for pra acontecer, vai acontecer — respondeu sem pensar duas vezes. Miyamura disse para si mesma que era apenas pelo trabalho, o empenho completo na investigação, mas sabia muito bem que o tesão que sentia não era nada profissional.

— Senta no banco direitinho e abre as pernas — ele falou soltando o punho e descendo a mão até a cintura da mulher. Ele continuava dirigindo, mas variava o olhar entre o trânsito e o corpo dela.

Ele apertou os peitos dela por cima da lingerie e a puxou para baixo, exibindo as aréolas que sem demora ele segurou entre os dedos. Kazutora dava sorrisos lascivos e a mão dele a apalpava com tanta firmeza que Ada se sentia prestes a ser dominada apenas por ela. Ele tinha um toque forte e um tanto bruto, definitivamente eram mãos de homem, não de garoto.

O calor começou a percorrer o corpo dela, causando pensamentos indecentes e vontades cada vez mais absurdas. Hanemiya notou a inquietude dos quadris de Ada, e ficou muito interessado em saber o que aquelas pernas escondiam.

Atravessou o sinal vermelho sem pensar duas vezes, e virou uma porção de esquinas até chegar numa rua tranquila. Kazutora parou o carro e empurrou o banco para trás, ganhando espaço para que a mulher se sentasse sobre o colo dele.

— Sobe aqui — ele a chamou, dando tapinhas na própria coxa.

Ada não demorou em obedecer. Subiu no colo de Kazutora e logo começaram a trocar beijos quentes.

A indecência das mãos era notável, e o calor exalava de ambos os corpos. Ada o arranhou de leve no pescoço, e sentiu-o morder o lábio, dando um suspiro sensual conforme os toques dela.

Infelizmente, o celular de Kazutora começou a tocar, e ele bufou alto. Lia a mensagem enquanto Ada o beijava no pescoço, com um único olho aberto.

Ela encarou a janela e viu o reflexo da tela dele, já que Kazutora sempre usava o brilho máximo do celular. Bastava ler invertido e saberia exatamente com quem ele estava conversando.

"Cadê você? Já tá quase todo mundo aqui" — Baji

Kazutora digitava algo enquanto Ada continuava os beijos e lendo pelo vidro do carro.

"Tive que parar pra abastecer. Tô chegando" — Kazutora

— É, acho que vai ter que ficar pra depois — ele suspirou e guardou o celular.

— Certeza? — Ada se afastou e passou a mão no tronco dele.

O homem deu uma olhada em todo o tronco dela, fixando os olhos na altura dos seios e dando um sorriso lascivo.

— Tem uma coisinha que dá pra você fazer pra mim — ele disse, sorrindo enquanto Ada voltava para o próprio banco e ele abria o zíper da calça.

Aquilo infringiria tantas leis éticas, policiais e de trânsito que Ada não podia contar, mas o calor sexual era tanto que a fazia esquecer daquele pequeno detalhe. Fazer sexo oral em um cara dirigindo o carro mais caro do país tinha seu toque de elegância.

— Vai me chupar até a gente chegar na festa, tá bom? — ele falou, acariciando o cabelo dela enquanto gemia baixinho.

Ada apenas concordou e se inclinou para frente enquanto ele ligava o carro.

[...]

— Já tá vestida? — ele perguntou enquanto Ada terminava de ajeitar as luvas.

Kazutora tinha tido a sensibilidade de levar também um kit de maquiagem que a permitiu ficar apresentável, embora ela tenha notado que as coisas já haviam sido usadas antes. "É claro que não fui a primeira" foi o que pensou ao se tocar de que caras ricos como ele estavam acostumados a levar garotas bonitas para as festas.

— Prontinha — disse, estendendo a mão para ele que a ajudou a descer e depois fechou a porta do carro. Ada ajeitou o casaco de pele sobre os ombros e Kazutora se aproximou, ajeitando o cabelo dela uma última vez.

Nem se parecia mais com a mulher de calça jeans e moletom que o esperava na porta do hotel, estava tão elegante e bem arrumada que poderia facilmente ser confundida com a esposa de um homem rico. E Kazutora, é claro, era esse homem.

Ada naturalmente tinha boa aparência e postura, e como quase sempre estava vestida com uniformes policiais, um pouco que se arrumava já dava uma diferença das grandes.

Segurou no braço dele e adentrou no casarão luxuoso. As portas enormes se abriram, fazendo o som da música alta atingi-la nos ouvidos. As pessoas estavam dispersas e conversavam alegremente, embora fosse notável a elegância no tom de voz de cada uma. Era a típica sala de uma mansão, muito espaçosa, móveis caríssimos, lustres gigantescos e pessoas usando acessórios que custavam o preço de imóveis inteiros.

— Para começarmos a noite — Kazutora falou, pegando uma das taças com o garçom e deu na mão de Ada. Em seguida, ele pegou a própria taça e ergueu na frente dela.

— Um brinde? — perguntou e ele confirmou com a cabeça.

— Para a garota com a melhor língua que eu já encontrei em muito tempo — ele fez o brinde indecente e tocaram os cristais, em seguida, tomaram o champanhe olhando profundamente nos olhos um do outro.

[...]

Tudo corria perfeitamente na sala em que estavam. Não tinha conversado com ninguém em específico. Alguns jogos de azar aqui e ali, mas nada que se parecesse com uma negociação. Aquilo realmente parecia ser apenas uma festa.

Apesar de evitar baixar a guarda, Ada bebia algumas taças de champanhe enquanto pensava que alguns trabalhos poderiam ser bem mais divertidos do que os outros.

— Querida, acho que já chegou no limite do champanhe, não acha? — Kazutora falou, tirando a taça da mão dela quando notou o riso frouxo. — Não quero que você caia de bêbada antes de transar comigo.

Ada estava muito longe da embriaguez, isso era um fato. Todavia, alguns goles de álcool a permitiam ficar um pouco mais sociável.

Ela era um soldado de elite, e apesar de passar nove anos atuando na polícia, desenvolvendo as melhores técnicas para se infiltrar, vez ou outra contava com a ajuda do bom e velho álcool para puxar assunto com algumas pessoas.

— Então vou parar — Ada respirou fundo e ele acenou para a garçonete que levou uma bandeja de prata cheia de trufas de chocolate.

— Come um pouco de açúcar pra melhorar — Hanemiya pegou um dos doces em formato de rosa e colocou na boca de Ada.

Ela mordeu de forma sensual, olhando profundamente nos olhos dele e pode sentir o gosto azedinho da calda de morango do recheio irromper na boca.

Novamente a garçonete que usava apenas um maiô preto como a roupa de uma coelhinha safada passou pelo local tocando um sino de mão baixinho. Parecia o som delicado de um sino dos ventos.

Kazutora desviou os olhos imediatamente para a porta de entrada do local e em seguida ajeitou a postura. Ele colocou o chocolate na bandeja mais uma vez e Ada notou uma certa inquietude na sala. Os homens todos pareciam apressados em ajeitar as roupas e organizar as pequenas bagunças que haviam feito.

— Vem aqui — ele falou, segurando firme no braço da mulher e a levando até o canto mais próximo. — Olha pra parede.

— Assim? — perguntou, virando-se de costas para todos e encarando o papel de parede vermelho alizarina como uma criança de castigo.

Mais um toque do sino delicado.

— Não se vira. Nem se te chamarem — Kazutora disse firme e Ada sentiu um frio na barriga. — Se você se virar vai levar um tiro.

O frio se espalhou por todo o corpo e Ada precisou fechar as mãos para não tremerem. Tinha ficado tão à vontade que quase se esqueceu que ainda estava ali à trabalho. Era uma policial no meio de bandidos. Respirou fundo e soltou o ar lentamente, focando-se em entrar no estado de policial pronta para batalhar, caso fosse necessário.

Ada quis olhar para os lados e saber se era a única sendo contida, mas não se atreveu, tinha visto armas suficientes para ter a certeza de que Kazutora não estava brincando sobre levar um tiro.

Fechou os olhos e concentrou toda a atenção nos ouvidos. Pelo que podia escutar, as outras garotas também estavam sendo levadas até as paredes e sendo colocadas "de castigo".

A cada segundo que se passava, mais Ada controlava a própria respiração. Ainda tinha álcool circulando no sangue, mas ela sabia bem que tinha alcançado a concentração suficiente para poder lutar caso fosse necessário. Já não havia mais distrações. Ada estava pronta.

E então, o terceiro toque do sino foi ouvido, já com a sala organizada.

As portas se abriram repentinamente e todos os membros da Toman ficaram de pé, se curvando logo em seguida, demonstrando máximo respeito.

— Bem-vindo, senhor! — todos disseram em uníssono enquanto o som de mais de um par de passos era ouvido atravessando a sala.

— Fala aí, foi mal a demora — disse uma voz grave, arrastada e relaxada. Ada se concentrou o máximo possível no som. A curiosidade ainda a corroía, mas ela estava com a mente focada.

— Achei que não iam chegar nunca. Já até acabou a lagosta — alguém comentou com uma risada folgada e Ada percebeu que, atrás de si, os membros da Toman relaxaram novamente, escutando-os se sentando nos sofás e pegando as taças que retiniam contra o vidro das mesas.

— O Pah-chin arrebentou nos frutos do mar — a voz elegante e calma masculina soou logo em seguida. Aquela ela conhecia, tinha certeza que pertencia a Takashi Mitsuya.

Deu um meio sorriso ao perceber que ele não estava na sala anteriormente, mas também não tinha acabado de chegar.

Takashi deveria estar escondido em algum lugar, e Ada apostaria que era por conta de alguma acompanhante que não era dele. Alguns minutos de conversa no leilão foram suficientes para chegar àquela conclusão.

— A gente só se atrasou por causa dele — novamente a voz grossa e arrastada, era um pouco mais alta que as demais, provavelmente alguém que quando estava empolgado falava gritando.

— Ele dormiu no meio do caminho? — Kazutora perguntou e se afastou de Ada, deixando-a com uma certa sensação de vulnerabilidade.

— Dessa vez não — uma voz risonha e juvenil soou logo em seguida, acompanhada de uma risada agradável. Parecia jovem demais, provavelmente o mais novo do local. O dono da voz pareceu correr e se jogar em um dos sofás do centro da sala. — Dessa vez você não pode colocar a culpa em mim.

— Para de drama. A gente só se atrasou porque você ficou de gracinha — o dono da voz grave e arrastada parecia desacreditado com o cinismo do mais jovem.

— Bla bla bla! — disse o mais jovem de forma um tanto abafada, como se estivesse comendo algo. — Você que devia ter acelerado mais. Parece uma idosa pilotando moto.

— Mas já tá comendo de novo? Tu é morto de fome ein, Mikey! — aquele nome fez Ada arrepiar inteira ao finalmente perceber que quem estava naquela sala era justamente a pessoa que ela estava procurando.

O dono da voz jovem... era ele.

Mikey... bastava se virar para vê-lo.

-----------------------

Notas finais:

Atualização - Janeiro 2023:

Oi, amores! Como devem ter notado, a fanfic não irá prosseguir.

SABLIER ROUGE VIROU LIVRO!

Se você chegou agora, saiba que eu passei pelo inferno com essa história. Tietes que não aceitam o desenrolar das coisas e queriam que a protagonista estivesse fazendo juras de amor para o Mikey no quinto capítulo acabaram com toda a vontade que eu tinha de continuar. Afinal, além de atacarem a história, as personagens, o desenrolar, me atacaram também. Eu fui xingada e atacada unicamente porque o Mikey tem uma ex namorada e era um relacionamento saudável, onde ele ainda mantém algum carinho por ela, mas está seguindo em frente. Pois é... é difícil quando a obra cai nos olhos das tietes extremistas e situações tão pequenas se tornam focos de ódio gratuito.

A continuação, entretanto, deve seguir no meu outro perfil. Porém, devo informá-los que a obra segue como uma original/autoral, ou seja, não se trata mais de uma fanfic, são todos personagens autorais que estão sendo desenvolvidos.

A essa altura, já finalizei todo o primeiro livro e estou desenvolvendo o segundo, então caso queira continuar acompanhando essa história valiosíssima e que vale muito a pena, vocês podem encontrá-la no perfil Lexiardi

Livro 01 - Alizarina
Livro 02 - Cardeal

Obrigada pela jornada até aqui e encontro vocês do outro lado. Sei que posso fazer vocês se apaixonarem novamente, mesmo pelos autorais!

Caso não queira seguir, sinta-se livre para encontrar outras histórias no meu perfil e permitir-se apaixonar mais uma vez em uma outra jornada literária guiada por mim!

Beijinhos e até a próxima!💖

—————————————

Notas antigas:

Olha só quem resolveu aparecer, mas sem dar as caras. Mikeyzinho faz sua primeira (quase) aparição em Sablier Rouge, mas a Ada não tem permissão de olhá-lo. E aí, acham que ela vai tentar espiar pra ver como ele está atualmente?

Espero que estejam gostando do desenrolar da coisa. No próximo capítulo a tensão será palpável!

Não esqueçam de deixar a estrelinha para fazer uma autora feliz! E comportem-se!

Amo vocês!

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