Ps.: o capítulo contém cena violenta, caso não gostem, pulem.
— X —
[17] Eye Of The Tiger
— Dói? — Neville junta as sobrancelhas, cutucando a marca de Harry com um palito de sorvete.
O ômega morde o lábio inferior com força, franzindo as sobrancelhas em dor.
— Não precisava enfiar essa porra, Neville. Merda. — ele rosna engasgado, levando a mão para a marca sem cicatrização.
É. Ela não havia melhorado.
Harry, Neville e Ron estavam na enfermaria, era horário de almoço e o ômega havia colocado o seu próprio para fora, Neville então acompanhou o amigo até a enfermaria para medicá-lo, mas faltou gritar quando o menor tirou o lenço do pescoço.
Harry não estava bem, mas não estava terrivelmente mal. Ele apenas... Se sentia enjoado e um pouco doente, mas nada sério ou digno de morte, foi o que Neville disse.
Mas a marca era feia, horrível, Ron definitivamente ameaçou vomitar ao olhá-la. Era terrível e parecia doer muito.
— Posso cheirar? — Neville diz cético, piscando próximo demais do pescoço de Harry.
— O quê? Claro que não, tira esse cabeção daqui! — Harry resmunga, empurrando o amigo pela testa.
O ômega se senta na maca, amarrando o lenço no pescoço depois de receber uma pomada. Ele resmunga ao dar o nó, as sobrancelhas franzidas em pura irritação.
Ou dor. Incômodo. Nojo. Ele não sabe dizer.
Ele queria arrancar a marca com uma faca se possível. Era dolorido, tortuoso e o deixava febril durante a noite, vítima de pesadelos e vômitos.
Scorpius estava amuado próximo da mãe, ansioso para o aniversário, mas o tempo todo colado em Harry, lambendo sua bochecha ou fungando suas roupas, a marca estava próxima da glândula, fazendo o filhote franzir o nariz e mudar a rota do carinho.
Harry realmente estava ao ponto de arrancá-la com ácido.
— Bom... Não há muito o que fazer aqui, Hazz, os recursos são reduzidos. Acho que você precisa de um hospital. — Neville sugere, Ron apenas assente a uma distância segura.
— Você já pensou em... Sabe? Transfusão de sangue? Parece que você perdeu muito aí. — o ômega de olhos azuis diz de braços cruzados, inclinando o queixo.
— Um sangue em específico, talvez. — Neville acrescenta, mexendo as sobrancelhas insinuativo.
— O quê? Vai dizer que a magia da medicina alega que sangue de um lobo alfa cura um ômega? Patético. — ele revira os olhos, saltando da maca num pulinho.
— Um soulmate, quem sabe. Talvez ter o sangue da sua alma gêmea correndo ajude na cicatrização ou seja lá o que precise ser feito aí.
— De jeito nenhum. — ele esfrega a testa com a ponta dos dedos. — Vamos voltar ao trabalho, esqueçam que viram essa merda.
— Uh, quanto stress... Problemas no paraíso? — Ron sorri, segurando a gargalhada com a carranca de Harry para si.
— Se essa porra no meu pescoço parece o paraíso, me diga como é o inferno, Billius. — ele bufa, arranhando o couro cabeludo. — Vamos, chega de papo furado. Não esqueçam que em duas semanas tem a festa do Scorpius.
— Como eu esqueceria? Hugo já implorou para escolhermos o presente. — Ron sorri, saindo da sala junto aos amigos.
— Harry? – Neville sussurra, fazendo os dois pararem no pátio o olhando.
– Sim? — pisca seus olhos verdes, as sobrancelhas arqueadas levemente.
— Se seu cio está chegando, não passe com Cedric. Fique sozinho, se necessário, mas não... Tente reforçar isso. — ele alerta, Harry assentindo sério por tamanha seriedade vindo de alguém tão alegre.
Ele ficou pensativo, o estômago revirando em ansiedade.
Gelado, de um jeito ruim.
Um sentimento que ele tentava camuflar durante as duas semanas.
Medo.
Ele se sentou na sala de aula ainda vazia, o celular em mãos com os dedos trêmulos, a tela brilhou com a mensagem do pai do seu filhote.
Seu amor.
Draco
Comprei os balões e encomendei o bolo. Precisa de mais alguma coisa? Perdi minha lista...
D.
Harry
Eu cuido do resto, fique tranquilo. Obrigado, Draco.
[...]
Harry não se sentia tão à vontade em casa quanto antes. Na verdade, ele sentia que aquela não era sua casa.
Apenas o remetia a uma marca dolorosa, irritante e que o deixava louco se não tivesse nada para se distrair.
O ômega estava cortando cenouras para Scorpius, o filhote que estava deitado no tapete enquanto assistia algum filme.
Cedric chegou cerca de cinco minutos depois, se aproximando de Harry devagar, o ômega sentiu seu cheiro, então rapidamente mostrou suas presas ao meia raça.
Harry estava assim há dias, arisco e irritadiço perto do alfa. Dormia apenas com o filhote e evitava falar com Cedric, já que a única coisa que o mesmo conversava era sobre a maldita marca e como deveria tentar mordê-lo novamente para selar.
Harry sentia como se pudesse chorar ou arrancar o olho do alfa em um mesmo sentimento.
— Hey, cheguei. — Cedric tenta sorrir, tocando a cintura do ômega, Harry se esquiva do toque, terminando de picar a cenoura. — Harry, fale comigo.
— Não, Cedric. — ele rosna, jogando os cubos de cenoura na vasilha.
Ele desvia do alfa, levando as cenouras para o filhote esparramado no tapete.
— Aqui, baby. — ele sorri, limpando o suor brotando na testa.
— Harry. — o alfa surge na sala, mantendo certa distância do menor. — Nós-
— Não. — ele franze as sobrancelhas, o pescoço exposto pela falta do lenço.
O único lugar onde ele deixava a pele respirar.
Ou as gotículas de sangue se acumularem livremente, sem sujar o tecido.
— Por favor, me deixe tentar. — o alfa suplica, os braços soltos na lateral do corpo.
Harry o ignora, se dirigindo ao quarto do casal para pegar seu celular, Cedric o seguiu, fazendo o ômega bufar irritado.
— Hazz. — ele rosna, encostando a porta do quarto. — Nós podemos consertar isso, ok? Me deixe ver. — ele se aproxima, Harry com os olhos apertados em direção ao alfa, as mãos fechadas em punho e suas presas prontas para fincar em algo.
— Satisfeito? — o ômega debocha, buscando o spray na cômoda com o abajur.
Aliviava um pouco a dor.
— Parece doer. — Cedric suspira.
— Doer? — Harry ri, espirrando o líquido sobre a marca. — É como a porra do inferno inteiro no meu pescoço, Cedric. Arde, dói, sangra, me dá náuseas, febre e me faz vomitar. Eu tô bem cansado dessa merda.
— Eu não sei o que aconteceu de errado, Harry. Eu não tenho culpa. — ele resmunga. — Vamos tentar uma última vez e vai melhorar, ômega. — ele diz se aproximando, buscando a cintura do ômega com as mãos.
Harry rosna defensivo.
— Não toque em mim. Eu não quero essa merda! Me machuca, Cedric! Eu não quero. — ele se agita, empurrando o alfa pelo peito. — Eu não quero! Entendeu? — os olhos verdes arregalam em raiva, lágrimas gordas enchendo os olhos do ômega, ele lambe os lábios secos sem desviar os olhos do alfa. — Se você me tocar, eu vou te atacar e eu não vou hesitar em te ferir. — ele avisa, deixando o quarto em seguida.
[...]
Os dias passaram rápido, Harry e Cedric não se falavam tanto, o ômega só se importava com o filhote e seu aniversário.
Decidiram que seria na casa de Draco, considerando o espaço que o alfa tinha no jardim na parte de trás da casa.
E então, naquele início de sábado em questão, Harry e Draco estavam buscando os enfeites do aniversário do filhote, além dos alimentos para organizar a festa do pequeno.
Harry havia deixado ele com Cedric, ambos iriam direto para a festa quando estivesse pronta.
Draco estava quieto, mas ansioso ao lado do ômega. Harry estava... Diferente, e isso estava o deixando nervoso, irritado e amuado.
Ele evitava olhar o ômega para não deixá-lo constrangido, mas os sulcos onde suas bochechas costumavam ser redondas estavam o deixando angustiado.
O ômega estava um pouco pálido, eventualmente secando a testa com o dorso da mão, os lábios secos e havia aquele maldito cachecol.
Porra, era setembro! Não estava frio assim.
— Pergunte. — Harry resmunga, andando ao lado do alfa para a loja do bolo.
— O quê? — ele se faz de desentendido, Harry revirando os olhos para o alfa.
— Você sabe, parece que quer que eu responda um quizz da Buzzfeed sobre qual salgado eu sou, sabe? — ele dá de ombros, secando a testa novamente.
Draco assente embasbacado, limpando a garganta.
— Você está doente? — ele pergunta, empurrando a porta da confeitaria para que o ômega entrasse primeiro.
Ele resmunga um "não", adentrando o espaço com seu rebolado sutil. Draco não evitava em olhar, seu lobo sempre assanhado pelo ômega.
— Parece... Você tem se alimentado? — ele se escora no balcão enquanto Harry aponta sua encomenda para a atendente.
Ele pisca para o alfa, acenando afirmativamente com a cabeça.
— Certo. Você está com calor? Está suando. — ele se aproxima, ameaçando desfazer o nó do cachecol.
Harry estapeia a mão do alfa, se afastando rapidamente.
— Abusado. — ele mostra as presas. — Não, estou bem, Draco. — resmunga emburrado, agradecendo quando a mulher o entrega o bolo. — Acho que esse era o último, precisamos arrumar seu jardim. Vamos. — Harry arqueia a sobrancelha, indicando para o alfa andar.
Tão mandão. Draco endurecia fácil.
— Okay, okay. Me desculpe. — o alfa suspira dando de ombros, ele se afasta junto com o ômega, abrindo a porta da confeitaria e do carro em seguida.
Eles retornaram à casa do alfa, Harry examinando cada canto possível.
— Gostou? — Draco sorri de lado, colocando as sacolas sobre a mesa da cozinha.
— É linda. Parabéns, alfa. — ele sorri de lado, colocando o bolo na geladeira. — Falta comida saudável aqui... O que você dá ao nosso filhote quando ele dorme aqui? — ele cruza os braços com a sobrancelha arqueada.
— Eu peço comida. — ele dá de ombros. — Ou pizza...
Harry bufa, preferindo ignorar o alfa por alguns instantes, mas não dura tanto já que a necessidade de ajuda para prender os balões se faz presente.
— Melhor eu colocar, você parece que vai vomitar em mim aí de cima. — o alfa implica, mas estava realmente preocupado. — Desça, ômega. — ele diz brando, Harry acatando rapidamente ao descer da escada, secando a testa novamente.
— Está quase na hora, vou ajeitar as mesas. — ele sussurra com a boca seca, fazendo o alfa juntar as sobrancelhas preocupado.
— Deixe que eu arrumo, você pode se deitar no sofá se quiser, ou no ninho do Scorpius.
— Estou bem, Draco. Apenas quero terminar tudo logo antes de virem encher o bendito castelo inflável. — ele ri baixo, resolvendo arrumar as mesas.
[...]
Depois que tudo estava pronto, brinquedos infláveis espalhados pela grama, uma mesa com petiscos, sucos e refrigerantes estava pronta, além da mesa com um bolo colorido e docinhos que Harry teria feito se não estivesse tão cansado, os balões de heróis estava flutuando amarrados ao pé da mesa, outros pendurados nos galhos da árvore.
— Ficou bom. — Draco sorri observando tudo arrumado e colorido.
— Fizemos um bom trabalho. — Harry acena com a cabeça.
— E um filhote lindo e gracioso. — Draco completa, suspirando antes de pegar seu celular que vibra com mensagem.
Era de Oliver.
O alfa morde o lábio, observando Harry de soslaio, o ômega estava quieto, limpando a testa novamente.
— Harry? Se deite um pouco, quando chegar alguém eu te aviso. — ele sugere, o ômega assentindo, cansado demais para negar.
Ele adentra a casa, se deitando no sofá do alfa, apagando com o cheiro amadeirado preso no tecido do móvel.
[...]
Alguns amigos de Harry e seus filhotes haviam chegado, Ron e Neville fazendo companhia para o ômega abatido. Ele estava andando, distribuindo bebidas e oferecendo cupcakes, sorrindo o máximo que conseguia, mas não conseguiu forçar mais quando Draco apareceu com um ômega.
Os dedos cumpridos próximos demais da cintura do outro que andava com uma criança saltitante a frente.
Scorpius não queria sair do castelo inflável, pulando com Hugo e alguns amiguinhos da escola o tempo todo, então Harry não tinha como fugir quando Draco parou em sua frente para apresentar o rapaz.
Bonito, e eu pareço um zumbi em transformação depois de ser mordido.
— Harry, esse é Oliver. — Draco sorri, o ômega estendendo a mão para Harry. — Oliver, esse é Harry, a mãe do meu filhote.
O ômega observa a mão estendida para si por alguns segundos, pegando-a por educação. Ele sorri sem mostrar os dentes.
— É um prazer, Harry. Seu filhote é muito educado. — ele sorri cauteloso, soltando os dedos de Potter.
— Obrigado. — é tudo que ele diz, olhando Draco por uns segundos antes de dar as costas e voltar para Ron e Neville. Ah, e Blaise.
Blaise conseguia ser mais fofoqueiro que os três juntos, Harry queria socá-lo.
— Aproveitando? — Harry pergunta, bebericando um pouco de chá morno.
— Sim, esses cupcakes estão divinos. — Neville elogia, enfiando um bolinho inteiro na boca de Theo.
— Nossa, Harry, você se desdobrou tanto para não machucar ninguém e agora ficou sem nenhum. — Blaise torce o nariz ao dizer, observando Cedric com Taylor*, a 'amiga' do trabalho.
Também bonita. Quando saio daqui buscando cérebros? Porra.
— Isso é rude, alfa. — Ron bufa, olhando para Harry. — Desculpe por isso, Hazz, acabamos conversando sobre.
— Sem problemas. — ele dá de ombros, mordendo o interior da bochecha. — Vou buscar mais chá.
O ômega se afasta para adentrar a casa, se dirigindo até a cozinha.
Lá fora as crianças brincavam de pega-pega, abandonando um pouco o castelo inflável.
Harry estava com os ouvidos atentos, escutando Scorpius correr pelo gramado com as crianças, claramente reconhecendo o choro do filhote por uma provável queda.
O ômega suspira, se apressando a sair e acudir seu filhote, ele para no batente da porta quando vê o pequeno chorando em direção aos alfas.
Cedric e Draco estavam de costas um para o outro, entretidos com os ômegas o qual falavam.
— Papai! — Scorpius exclama choramingando, atraindo a atenção dos homens para si. Draco congela, piscando rápido quando os braços pequenos são esticados e ele segue em sua direção. Ele pega a criança no colo, de longe visualizando um Harry com um pequeno sorriso nos lábios.
Ele consegue sorrir para o ômega, abraçando o filhote com as mãos nas costas trêmulas de soluços.
— Você pode dizer de novo? — Draco sussurra para o filhote que se aninha em seu pescoço, as lágrimas molhando a camiseta do alfa.
— Eu cai e ralei o joelho, papai. — ele suspira trêmulo, abraçando o pescoço do alfa. — Pode fazer sarar? — pisca levantando a cabeça para encarar o alfa quieto, passando as mãozinhas nas bochechas umidas. — O que foi? — ele funga o narizinho vermelho.
— É a primeira vez que você me chama de papai, filhote. — Draco sorri radiante. — São lágrimas de alegria, ômega. Eu te amo e vou sarar todas as suas feridas.
— Eu também te amo, papai. — o filhote ronrona, esfregando a bochecha contra a do alfa.
— Meu bebê. — Draco diz baixo.
— Não me chame de bebê perto de outras crianças, alfa, eu tenho 6 agora. — ele resmunga, esquecendo do joelho ralado que sequer sangrou. — Mas você pode me chamar assim quando ninguém estiver vendo. — ele segreda, limpando o rosto das lágrimas quase secas. — Quero brincar mais agora, por favor.
O alfa assente, colocando o filhote no chão, ele se abaixa, verificando o suposto machucado. O alfa deu um beijinho, alegando que estava curado e o menor assentiu, voltando a correr em direção ao castelo inflável.
Draco estava tão aéreo que sequer notou quando Cedric saiu de perto, enciumado sobre o filhote com Draco.
Mas Draco... Ele se sentia um pai completo.
Harry sorriu uma última vez para o alfa, voltando a oferecer cupcakes.
[...]
Depois do parabéns e de obviamente Draco ter ganho o primeiro pedaço, aos poucos a casa foi esvaziando, sobrando apenas Neville e Ron com seus respectivos parceiros, Harry e Cedric com Draco e os filhotes que dormiam no ninho de Scorpius.
Estavam todos arrumando as bagunças, juntando o lixo e jogando conversa fora.
Exceto Cedric, ninguém puxava assunto com o alfa.
Harry estava cansado, suando mais do que durante o dia, ele observou Draco por alguns segundos, pontos pretos pintando sua visão aos poucos.
— Draco? — ele sussurra, o alfa se aproximando rapidamente.
— Harry? O que houve? — ele segura o ômega pela cintura, o guiando para dentro da casa sob os olhos atentos de todos.
Cedric bufa irritado, chamando a atenção do alfa.
— Não toque no meu ômega. — ele rosna, fazendo Draco revirar os olhos.
— Preciso vomitar. — Harry balbucia, as gotículas de suor escorrendo no rosto do ômega.
— Tira essa merda, você deve estar sufocado. — Draco bufa irritado, tirando a jaqueta do ômega, ele se desfaz do cachecol, Harry rapidamente se curvando para vomitar.
Cedric havia se aproximado pra marcar território, e acabou que o vômito lavou seus pés.
Draco puxa Harry assim que o ômega cambaleia para frente, agachado na grama em frente a entrada da casa, Malfoy segura o ômega em seus braços, os olhos verdes se fechando.
— Ele desmaiou. — Neville se aproxima, virando o pescoço do amigo para checar os batimentos. — Merda, eu disse que ele deveria ir ao hospital. — ele corre para dentro da casa junto com Ron, buscando água e algo para acordar o amigo.
Draco franze o nariz ao ver a marca aberta, arroxeada e com coágulos de sangue, provavelmente infeccionada para o ômega estar tão quente. Malfoy toca a testa do menor, afastando a mão pelo calor excessivo.
Suas narinas inflam com os olhos presos no ômega desmaiado, ele ergue a cabeça, encontrando os olhos cinzas assustados de Cedric.
— O que você fez? — o alfa diz baixo, apertando o ômega contra seu peito. — Responda, meia raça! O que você fez com o meu ômega? — Cedric rosna irritado, Draco mostrando as presas de forma ameaçadora.
Sua pele estava quente e ele sentia seus instintos aflorados, na defensiva e pronto para atacar o alfa calado demais.
Blaise se aproxima cauteloso, pegando Harry no colo e levando para dentro da casa. Ele sabia o que viria, afinal, era um lobo também.
Draco se levanta devagar, aproximado-se do meia raça em passos lentos, até encurralar o homem contra a árvore no fundo do quintal.
— Me responda! — ele grita, levando a mão ao pescoço de Cedric, apertando as laterais enquanto força a cabeça do homem contra a árvore.
Diggory rosna engasgado pela força da mão do alfa contra seu pescoço, e num ato impensado, ele cospe na face de Draco.
O alfa sequer pisca os olhos azuis, animalesco quanto ao desejo de machucar o meia raça, então ele puxa Cedric para frente, segurando-o pelo pescoço e batendo a cabeça do homem contra a árvore em seguida.
— Você acha que pode brincar de casinha com a minha família, pedir meu ômega em casamento quando ele sequer te ama. — ele força os dedos nas laterais, sufocando o castanho com o rosto avermelhado, aproximando seu rosto raivoso do outro, os narizes se tocando. — Você pensa que pode tocar meu ômega e machucá-lo com a sua mordida imunda? Adoecer meu ômega com seu sangue sujo? — Malfoy rosna alto, cravando os dentes no pescoço do alfa, rompendo a pele com as presas afiadas numa mordida desleixada, ele puxa a pele com os dentes, cuspindo-a na face de Cedric.
Se em sua forma lobo, Draco poderia matá-lo através da mordida.
Cedric grunhe contra a árvore, puxando o ar pela boca com os olhos arregalados para o alfa descontrolado sobre si.
— Você não estava lá. — é o que ele sussurra, fazendo com que Draco o solte.
Cedric puxa o ar, levando as próprias mãos ao pescoço para massegear a pele, tocando a ferida aberta, um erro abaixar a guarda, pois o soco que o derrubou veio em seguida.
Depois do chute, Draco o prende abaixo de si com as pernas nas laterais do corpo do outro, segurando o pescoço do homem e afundando os dedos na mordida, arrancando um grito do alfa abaixo de si, Cedric rosna em meio a outro grito quando o alfa desfere outro soco contra o nariz, usando tamanha força que se pôde ouvir o estalo do osso se movendo.
O de olhos azuis segura o colarinho da camiseta do meia raça, ensaguetado, erguendo o tronco do homem pela camiseta.
— Eu te agradeço por ter salvo Harry e meu filhote, mas eu te amaldiçoo por machucá-lo e não cuidá-lo como merece, não tê-lo trago a mim para a cura por medo do óbvio, que ele visse que não é você. Eu não estava lá, mas eu voltei. — Draco retribui o cuspe contra a face do meia raça, esse que tem os olhos marejados, a dor latejante se espalhando pelo pescoço ferido, escorrendo o sangue para a roupa. — E por pensar que poderia ser o alfa dele, quando você nunca será eu! Nunca terá a mordida que encaixa, que cura, nunca será o nó que satifaz e jamais, em hipótese alguma, o alfa que tem o coração e alma dele. Você nunca será eu e ele nunca será seu. — Draco ofega com o rosto próximo do outro, as narinas dilatas assim como as pupilas brilhando animalescas, seu lobo insano para sair e acabar de vez com o alfa. — Meu filhote e meu ômega, não seu! Então, Cedric Diggory, se faça ciente que estou reivindicando minha família, um lobo pronto pra arrancar sua cabeça... Você pode lutar comigo ou desistir aqui e agora antes que eu decida que a morte é uma ótima opção, te enterre nesse quintal e depois urine em cima da sua cova. — ele força a cabeça do alfa contra a grama, o joelho sobre o peito do homem. — Decida. — ele rosna com as presas ensaguetadas aparentes, os dedos cavando a ferida aberta no pescoço do outro que grunhe com o maxilar cerrado, Draco força os dedos enfiados na ferida para baixo, rompendo a pele mais alguns centímetros.
Cedric rosna dolorido, um choramingo derrotado escapa da garganta, as lágrimas escorrendo com a dor se alastrando, pelo pescoço e pelo coração. Ele se sentia doente com tamanha dor.
— Ele é seu. — ele resmunga entredentes, tentando empurrar Draco pelo peito para se levantar.
— Ele sempre foi meu. — Draco sorri de lado, puxando o alfa num movimento rápido e chocando suas testas com força, apagando o meia raça contra a grama com a força da cabeçada. — Preciso cuidar do meu ômega. — ele se levanta, limpando a testa suada, ele cospe o excesso de sangue nos dentes sobre o peito do alfa desacordado.
Quando Draco se vira, Blaise e Theo o observavam com os olhos arregalados, mais Theo do que Blaise, que claramente conhecia o temperamento de um lobo.
— Você deveria pegá-lo na floresta, sabe? Como lobo. Não ia sobrar nada. — Blaise dá de ombros, defensivo sobre a falta de cuidado do meia raça com seu amigo ômega.
Draco sorri para os alfas, descabelado, suado e com sangue no canto da boca e mãos, mas logo respirando fundo, tomando o semblante sério ao adentrar a casa e procurar por Harry.
O ômega estava deitado sobre o sofá, Neville cuidando da ferida do amigo.
— Está infeccionado. — ele sussurra, não querendo acordar Harry. — Precisamos ir ao hospital, Draco... Acredito que uma bolsa de sangue sua ajude ele. Talvez seu sangue circulando junto ao dele ajude a cicatrização. — o loiro dá de ombros, Draco assentindo e pegando rapidamente o ômega no colo.
— Vamos agora mesmo. — ele respira fundo, beijando a testa morna de Harry. — Eu vou cuidar de você, Harry. Meu ômega teimoso. Vamos tratar esse projeto de marca, e depois você terá uma digna de um rei. — ele sussurra contra os lábios do ômega, tocando-os de forma singela, num roçar de lábios significativo.
Ele tinha seu ômega de volta.
Bastava saber se Harry aceitava.
— X —
EU NUM DISSE PRA VOCÊS CONFIAREM EM MIM?????
Já era, Cedric... já era!
Como será que o Harry vai reagir? 👀