I See You

By Anarchy_Maah

1.2K 174 25

Draco sofreu um acidente após se formar no ensino médio que deixou ele cego. Tal evento fez com que o seu pai... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Capítulo 1

338 37 7
By Anarchy_Maah


Notas:

Hey lovinhosss!!! Uma Drarry fresquinha pra vocês. Um clichêzinho fofo!

Espero que gostem <3<3<3


 ***

Os céus estavam acinzentados, pareciam representar toda a tristeza que Harry sentia emergir de seu âmago. Não, ele não estava triste propriamente dito. Era como se o lugar para o qual ele se dirigia emanasse uma energia triste e solitária. Não gostava de lugares assim, fazia com que ele se sentisse mal. Bom, o fato era que deveria ignorar essa sensação. Harry Potter tinha um novo emprego agora. Ele começaria a trabalhar para uma família rica. Minto! Rica, não. Milionária! Os Malfoy eram uma grande e reconhecia família. O rapaz apenas conseguiu esse emprego pois seu padrinho era parente da senhora Malfoy. Claro que Harry era alguém competente, mas seria muito ingênuo de sua parte não reconhecer que apenas houve a oportunidade de trabalhar com essa família em função de seu padrinho.

O trabalho consistia em ensinar ao filho dos Malfoy, tanto a ler quanto a escrever, além de ajudá-lo em atividades do cotidiano. O que sinceramente Harry jugava estranho. Era tudo muito curioso para si. Confessava que não sabia ao certo qual seria a idade da criança que ele ensinaria. Não deveria ser muito velha considerando que ela aprenderia braile e que ele a acompanharia em atividades simples. Era fato de que jamais ouviu falar que os Malfoy possuíam herdeiros.

Arrastou os pés um pouco como lhe era de costume, não era desânimo, era pura e simplesmente desleixo na hora de andar. Seu padrinho sempre implicava com os barulhos que seus calçados faziam no piso, um péssimo hábito, verdade. Harry deveria se lembrar de não andar assim na casa de seus novos chefes, pelo menos não nos dias da semana em que trabalharia e dormiria ali.

Harry respirou fundo, apertou a alça de sua mala na mão e apertou o interfone perto do imenso portão da mansão.

— Bom dia! Meu nome é Harry Potter! Eu sou o novo tutor. Quero dizer, sou a indicação de tutor para o mestre Malfoy feita por Sirius Black – soltou o botão do interfone e apertou os olhos inclinando a cabeça para trás se sentindo ridículo por ter se embolado em sua apresentação.

Não houve resposta pelo interfone, apenas o portão se abrindo. Harry já imaginou a maratona que seria andar até a entrada da mansão. O lugar era gigante e havia uma distância considerável entre o portão e a porta. Para o bem dos joelhos de Harry, um segurança parou com um daqueles carrinhos parecidos com os de golf para levá-lo a entrada.

Harry agradeceu a carona e nem mesmo precisou bater, a governanta da casa, uma senhora chamada Tiff recebeu o jovem e convidou-o para entrar. Timidamente Harry entrou, mas não antes de cumprimentar a senhora com um suave sorriso.

— Siga-me, senhor Potter, o Sr. e Sra. Malfoy estão lhe esperando no escritório.

Harry assentiu e seguiu a senhora por alguns corredores. A casa era muito elegante, refinada e com toda a certeza cara. Porém Harry ainda não havia abandonado a tristeza e angústia que sentia emanar daquele lugar.

Tiff parou em frente a uma porta com belos entalhes de madeira e suavemente bateu na porta.

— Senhor, Malfoy? Harry Potter, afilhado de Sirius Black está aqui.

— Entre! – Harry escutou a voz abafada pela porta ecoar pelas paredes frias e sentiu seu coração acelerar pela ansiedade que sentia por estar ali.

— Bom dia, senhor e senhora, Malfoy.

— Bom dia, Harry. Entre e sente-se para que possamos discutir o seu contrato. Isso é tudo Tiff, pode se retirar.

Tiff fez uma breve reverência e saiu do cômodo fechando a porta para a privacidade dos presentes.

— Então, Harry. Depois de muito tempo, minha esposa finalmente me convenceu de contratar um tutor para nosso filho. Na verdade tentamos durante um tempo depois do acidente, porém percebi ser inútil e acabei despedindo os outros professores. Como todos os Malfoys, meu filho, Draco, terminou os estudos mais cedo do que a maioria. Aos 16 anos Draco se preparava para entrar para a faculdade de administração para herdar o império dos Malfoy. Infelizmente, em decorrência de um infeliz acidente, meu filho parou de estudar. Achei que não fosse mais necessário o estudo em sua vida. Porém, Narcisa me convenceu que não havia problemas meu filho aprender braile para pelo menos voltar a ler e a escrever. Mesmo que agora ele já tenha vinte e dois anos e que o legado da família Malfoy não mais será passado para ele.

Harry sabiamente ocultou a surpresa de seu rosto. Em sua mente, segundo a proposta que recebeu, ele deveria ensinar e cuidar de alguém que havia perdido a visão. Achou que seria tutor de uma criança e não de um jovem adulto.

— Ah, sim. Certo... Sirius me disse que meus horários seriam de oito horas da manhã até as dezessete horas, certo?

— Sim, com uma hora de almoço. Você terá um quarto para dormir durante a semana. Aos finais de semana são suas folgas. Você pode voltar para casa se quiser, mas nada impede que durma aqui. Os horários de Draco são simples. E você ajudará ele em suas tarefas diárias, como se locomover pela casa, suas refeições e todo o resto. Se precisarmos de horas extras, obviamente elas serão devidamente pagas. Podemos pagar por qualquer material extra que precisar, basta apenas que faça uma lista e entregue para Tiff. Ela cuidará de tudo. Entendido?

— Sim, senhor!

— Ah, mais uma coisa! Estamos lhe contratando para que você lide com Draco, então por favor, qualquer questão que surgir com o nosso filho, resolva você mesmo. Estamos lhe pagando muito bem para que nos incomode com problemas idiotas.

A arrogância que Harry ouviu vinda do patriarca da família Malfoy, fez o estômago dele se revirar. Como um pai poderia falar de forma tão desdenhosa do próprio filho?

— Sim, senhor! Qualquer problema eu resolvo.

— Excelente! Minha esposa sugeriu sua contratação em função de seu padrinho. Espero que eu tenha tomado a decisão certa.

Harry notou o nariz empinado do homem e ficou imaginando se o filho da família seria daquela mesma forma. Bem não adiantava ficar especulando. Quando conhecesse o homem, iria ver.

— Não vou decepcionar vocês.

— Certo, veremos... Venha! Vamos lhe apresentar o nosso filho e depois Tiff lhe mostrará o seu quarto.

Harry concordou e seguiu o casal em silêncio. O rapaz tentava ir memorizando os cômodos e lugares para evitar se perder depois quando estivesse sozinho.

Quando chegaram em frente ao quarto, Narcisa bateu na porta avisando de sua presença, do marido e do novo tutor.

Harry achou o quarto elegante. Um pouco refinado de mais em sua opinião. Os móveis na cor preta e a decoração variando entre o prata e o verde davam a sensação de um quarto sóbrio e robusto.

A princípio Harry não viu o dono do quarto. Até que notou uma cadeira que ficava em frente a uma varanda. Os raios de sol da manhã pareciam iluminar bem o espaço. A confortável poltrona era ocupada por Draco Malfoy. O menino se manteve em silêncio depois que a mãe avisou que estavam entrando. Harry observou que Narcisa falava um pouco mais alto que o timbre de voz usado para conversar com ele. Achou aquilo estranho, pelo o que sabia, Draco não podia ver, ninguém havia lhe dito nada sobre sua audição.

— Mamãe, não precisa falar alto. Eu consigo lhe ouvir perfeitamente bem – a voz passiva de Draco soou, tão seco e distante quanto alguém poderia ser. Não foi mal educado, mas ficou claro para Harry como aquela atitude o irritava.

— Claro, querido! Eu sei... Aqui, cumprimente Harry – a matriarca pediu e Draco estendeu a mão, achando que pelo o que sua mãe disse, seu novo tutor estaria em sua frente.

Draco fez menção em se levantar e sua mãe imediatamente foi ao seu auxílio. Harry percebeu o rapaz franzir a testa numa leve raiva. Era claro que ele podia ao menos se levantar da poltrona sozinho. Draco começou a estender a mão na direção que julgou que Harry estaria pelas palavras de sua mãe. Porém, antes que o fizesse, Harry se manifestou.

— Harry Potter! Aqui – disse no intento do rapaz perceber a sua direção. E funcionou, imediatamente Draco estendeu a mão na direção do som da voz de Harry. O garoto não viu, mas Harry cumprimentou-o com um sorriso no rosto.

— Bom, acho melhor deixar vocês a sós para que se conheçam. Sinta-se à vontade Harry e não hesite em pedir algo para Tiff. Mais tarde mandarei ela aqui para que ela lhe mostre seu quarto.

Harry apenas acenou diante das palavras de Lucius e agradeceu. Voltou a falar apenas quando a porta foi fechada restando apenas os dois no cômodo.

— Vou pegar aquela cadeira do canto para me sentar perto de você e nos conhecermos melhor – avisou Harry depois que viu Draco voltar a se sentar.

— Tá. E por que tá me avisando isso? Você não precisa da minha permissão para se sentar... – Draco disse com o cenho franzido e em estranhamento pelo outro.

Malfoy virou a cabeça em direção ao som de madeira produzido pela cadeira em contato com o chão.

— Ah! Eu sei disso. Mas eu iria fazer barulho, fiz isso para você não se assustar – explicou paciente.

— Me assustar? Que tipo de idiota você acha que eu sou? – Draco se ofendeu e o tutor que apenas seria uma obrigação chata para si (pois ele acreditava que não aprenderia nada) passou a ser uma presença irritante.

— Não, Mafoy. Não foi isso que eu quis dizer... Olha, me desculpe, é um costume meu, eu faço isso com meu padrinho, moramos juntos.

— Ah, seu padrinho é um homem que se amedronta fácil? – debochou e Harry quis revirar os olhos e bufar em frustração. Mal haviam começado e tudo estava daquele jeito.

— Não, meu padrinho também não pode ver! O motivo de eu narrar o que eu estou fazendo é para ele ter uma referência, não só do que acontece em sua volta como também que no momento existe um objeto que ele é familiarizado fora do lugar por exemplo – reuniu toda a paciência que pôde.

Draco sentiu a língua amarga quando ouviu a fala de Harry. Não que precisasse de alguém para lembrá-lo que ele era cego. Apenas era irritante aquele tutor falar isso com aquela arrogância toda.

— Que seja! Vamos logo com isso! Não sei porque os meus pais resolveram tentar novamente essa palhaçada de tutela. Como se eu pudesse fazer algo – murmurou mais para si mesmo do que para Harry.

— Certo! Ok... Não começamos muito bem... Desculpe. Eu deveria ter perguntado antes como você prefere as coisas... – tentou ser profissional – Vamos começar de novo? Eu sou Harry Potter. Estou aqui para ensinar você a ler e a escrever em Braile. Confesso que achei que você seria mais novo. Mas tudo bem, o processo é o mesmo. Já aviso para não desistir, sim? Pode ser um pouco confuso no começo. Mas com tempo e prática você vai aprender.

Draco não respondeu, apenas bufou se enterrando em sua poltrona e virando o rosto para onde ele sentia que o sol batia.

Harry abriu sua mochila retirando seu caderno de anotações e uma caneta.

— Certo! Vamos lá! Conte-me sobre sua rotina. O que você faz, o que gosta de fazer, essas coisas.

— Pra que quer saber? Pergunte a Tiff, ela é quem cuida de mim desde que eu fiquei assim e desde que o últimos tutores foram embora – resmungou.

Harry se irritou com a maneira mal educada que o Malfoy falava. Ele não tinha culpa se o outro estava de mal humor. Já havia percebido que seria um trabalho realmente estressante e complicado.

— Quero conhecer você, saber do que gosta ou não para eu me encaixar na sua rotina e saber o que seria melhor providenciar para os seus estudos, Malfoy.

— Pff! Por favor! Você só está aqui por causa da fortuna que meus pais estão lhe pagando pra ser babá de um inválido como eu. Façamos um acordo: você finge que me ensina, eu finjo que aprendo. Você não aparece na minha frente. Ah! Não se preocupe, meu pai não vai checar o seu trabalho, ele nunca checa! E então nós dois podemos ganhar. Sim? – o escárnio e deboche estavam presentes em cada frase. Isso e o claro desprezo por se próprio.

A raiva que Harry estava sentindo antes pelo riquinho mimado em sua finada opinião, deu lugar a percepção de que talvez Draco apenas fosse aquele caso de criança rica que em detrimento do preconceito e desinformação dos pais, absorveu para si uma falsa ideia de seu estado. Draco não enxergava, fato! E pelo que soube por seu parinho, era algo que não tinha cura. Porém isso não significava que ele não seria capaz de ser independente, trabalhar e constituir família. Deuses! Seu trabalho seria mais difícil do que suposto. Mas ele era Harry Potter! Jamais fugiria de um desafio.

— Vamos lá, Malfoy! Em primeiro lugar: é claro que eu estou aqui pelo dinheiro! Até mesmo porque, se eu fosse fazer caridade, não seria para uma família que nada no dinheiro. Em segundo lugar: isso não significa que eu faço o meu trabalho com descaso! Eu estou aqui para te ensinar! E você vai aprender! Sabe por quê? Porque eu sou foda pra caralho! Estudei muito! E eu vou te ajudar! Ah! E nem pense que eu tenho pena de você só porque você não pode enxergar! Então não pense que eu vou te dar colher de chá! Entendeu?

Draco estava boquiaberto com as palavras firmes e cheias de segurança. Quis até rir da postura profissional se desfazendo mesmo que por breves minutos. Talvez esse cara fosse diferente das outras pessoas que passaram por sua casa! Porém isso ele só acreditaria com o tempo.

Vendo que Draco não contestaria suas palavras, Harry continuou:

— Ah! A propósito! Você pode me emprestar uma caneta? A minha acabou a tinta.

— Pode pegar... Tem uma na primeira gaveta.

— Obrigado. Mas eu quero que você a pegue para mim – disse em um tom de desafio.

— E você acha que eu trabalho para você por um acaso? – sibilou com uma nova onda de raiva subindo dele.

— O salário que vai cair na minha conta no final do mês diz que não... Considere isso parte de suas aulas – Harry debochou.

No fundo, Harry apenas queria começar a mostrar para Draco que ele poderia fazer as coisas sozinhos. Todo o zelo e cuidados exagerados que Harry viu Narcisa ter com Draco, acendeu uma luz vermelha na cabeça do tutor de que provavelmente Draco talvez nem fosse permitido amarrar o próprio cadarço.

Draco resolveu não discutir mais. Devagar ele se levantou e não teve dificuldades em chegar a própria cômoda, afinal o quarto já lhe era bastante familiar. Principalmente por ser o cômodo em que ele mais tempo ficava.

Abriu a gaveta e na lateral tateou a caneta de ouro que havia ganhado de seu pai quando se formou no ensino médio.

Voltou para a poltrona se sentando e esticou a mão com a caneta. Ele errou a direção que Harry estava, mas o tutor cuidou disso.

— Harry. Aqui – disse simplesmente para que o outro localizasse a direção de sua voz.

Draco bufou novamente! Esse tutor de merda estava vendo ele. Por que simplesmente não pegou a droga da caneta?

Malfoy bufou de uma vez e com certa força esticou o braço para a direção que reconheceu vir a voz de Harry.

O tutor riu baixinho. Teria um longo caminho pela frente. Mas ele com toda a certeza ajudaria aquele garoto a se tornar independente e depender o menos possível das pessoas.

— Obrigado! Vamos lá... Conte-me sua rotina.


Notas:


E aí?

Contem para mim o que acharam hehehe. Não vai ser uma fic muito longa não <3

Continue Reading

You'll Also Like

11.3K 1K 12
Depois de comprar acidentalmente remédios para aumentar sua fertilidade ao invés de anticoncepcional Naruto tem sua vida virada de cabeça para baixo...
3.2K 631 23
A família Snape estava se enterrando cada vez mais em dívidas, as quais aumentaram quando Tobias pensou que poderia enganar a maior tripulação do mun...
2M 134K 94
📍Rocinha, RJ Quais as chances de encontrar paz e aconchego num lugar perigoso e cheio de controvérsias? pois é, as chances são poucas, mas eu encon...
80.2K 6.3K 26
"Existem coisas que são pra ser, Harry. Te conhecer talvez fosse uma delas."