Albedo tocava a campainha da casa (mansão) de Alice. Rapidamente foi atendido por alguns de seus empregados, que o deixaram entrar sem muitas perguntas além de preocupações casuais.
Albedo carregava uma mochila. Dentro dela havia algumas mudas de roupas, tintas, pincéis e pequenos quadros para distrair a mente da irmã mais nova.
Klee não era necessariamente sua irmã mais nova, nem Alice sua mãe. Na realidade, Alice é somente uma amiga de sua mãe adotiva, apelidada entre seus colegas de Gold.
Gold, sua mãe ou mestra – como ela pedia para chamá-la –, o adotou com o foco em sua pesquisa de entender a mente de uma criança para um futuro projeto.
No final, as informações não eram como esperado. Albedo não era uma criança tão animada assim como precisava. Ela já tentou trocá-lo várias vezes, entretanto, a inteligência que Albedo tinha era curiosa. Isso a fez mudar de ideia e permanecer com Albedo.
Quando teve que viajar para por em prática seu projeto, Gold teve que deixar seu filho adotivo, depois de muita bajulação, com Alice.
Nessa época, Alice estava grávida de Klee, mais ou menos 2 á 3 meses.
Alice estava ansiosa para ter sua filha ou filho, quando descobriu que Gold adotou uma criança sem a dizer, a primeira tendência que passou em sua mente era esgana-la. Mas com tanta paciência, felizmente, isso não aconteceu.
Naquela época Alice estourou na mídia e publicou seu primeiro livro. A mulher ganhou a mansão que mora até hoje dos Qixing, figuras importantes do país vizinho que ficaram encantados com a personalidade energética da mulher e decidiram a presentear.
Alice é grata à todos por isso, e sempre deixou isso óbvio.
Desde a bajulação de Alice para Gold, Albedo passou a ficar com Alice e acompanhou todas as fases da mulher com a gravidez da atual irmãzinha que não faz ideia de que não vieram do mesmo ventre.
Naquele tempo, Alice ficou assustada por Albedo somente desenhar e escrever cartas para sua mestra. Porém, com o nascimento de Klee, Albedo começou a ter mais empatia e a crescer como uma criança introvertida.
Alice achou isso bom, e nunca criticou as formas de socializar do rapaz.
Contudo, com seu sucesso, a sua gravidez foi vazada durante seu parto, o que fez a mídia subir e cair tudo em seus ombros.
Albedo fez sua parte dando mínimos detalhes sobre e acabou tendo que se apresentar na frente das mídias como o irmão mais velho da criança que nascia naquele momento.
Por sorte, aquilo não baixou a popularidade de Alice, somente aumentou.
Todo o mundo conhece Albedo por conta dessa entrevista.
Alice teve medo quando descobriu essa notícia e resolveu esquecer quem vazou a notícia de seu parto.
Após o nascimento de Klee, ambos passaram a passar mais tempo em casa. Todo o tempo.
Aulas, lazer, férias. Trancafiados dentro de uma mansão gigante tendo apenas contato com empregados.
Aos 16, Albedo pediu para voltar a seu antigo apartamento onde morava com sua mestra antes. Alice foi relutante, mas no fim acabou aceitando a proposta.
Atualmente é sua casa e seu estúdio de pinturas. Emanando inspiração e conforto - é assim que Klee descreve com seu pequeno vocabulário.
— Klee? Cheguei. — Albedo bateu três vezes na porta da pequena. Um sinal combinado entre eles.
Houve uma vez em que Klee acabou assistindo ao jornal tarde da noite e viu uma reportagem onde crianças são raptadas até mesmo dentro de suas casas.
Essa reportagem assombrou a pequena de 4 anos durante alguns dias, para amenizar o medo de ser sequestrada, Albedo bolou um pequeno "sinal" de três toques na porta antes de entrar para que a pequena saiba que é ele.
Alice também gostou da ideia e adotou isso para toda a família. Foi como uma tradição após isso.
— Irmãozão! — A menininha disse animada do outro lado da porta. Com uma pequena dificuldade, Klee abriu a porta que só estava encostada.
— Irmãozão! Você trouxe as tintas? — Ela perguntou escancarando a porta quando percebeu a mochila em suas costas.
Albedo se abaixou até a visão perfeita da garotinha e abriu sua mochila. Pequenos quadros, tintas, palhetas e pincéis prontos para serem usados.
A menina riu alto e puxou seu irmão para dentro do quarto esquecendo a porta aberta a sua frente.
Ela se sentou no chão e convidou o irmão para se sentar junto.
— Irmãozão! Irmãozão! Posso copiar sua pintura? — Descaradamente, ela perguntou. Albedo riu baixo e tirou seus materiais da mochila.
— Pode sim. Mas não esqueça de dar os créditos para seu devido criador. — Albedo respondeu e posiciou os quadros em um lugar seguro para não sujar o quarto e dar trabalho as empregadas que trabalham todos os dias.
— Sim sim! Carl, não é? Hehehe. — A pequena zoou e disse em um tom sofisticado a sua visão. Albedo fez uma careta e a menina riu mais alto.
Alice estava aliviada que sua filha havia se esquecido da entrevista que aconteceria a qualquer momento. E também estava feliz que Albedo estava bem calmo, como sempre.
A produção se preparava aos poucos aguardando os artistas que chegariam a qualquer momento.
Alice estava tão nervosa que já tinha feito sua maquiagem e trocado de roupa, ela andava para os lados enquanto suas empregadas tentavam acalmar a mulher.
— Será que eles vão gostar? Não recebemos nenhuma confirmação de volta. — Ela murmurava correndo para os dois lados fazendo com que acabe nascendo uma bolha em seus pés por conta dos saltos.
Os meninos não tiveram tempo o suficiente para revisar as perguntas que fariam hoje, ou seja, todas as respostas seriam espontâneas.
Ela tinha medo de fazer uma pergunta e acabasse com que os jovens garotos interpretassem errado.
— Aether, Venti, Xiao, Kazuha, Wanderer, Heizhou.— Ela murmurava o nome dos meninos que seriam entrevistados hoje para que não seja apedrejada por seus fãs e tudo caía encima de sua família. Ela temia.
Depois de minutos correndo para os lados, ignorando a dor que estava em seus sapatos, ela respirou fundo e descansou por um momento.
Os empregados e a produção suspirou aliviados por ela ter melhorado. Mas a paz foi interrompida poucos minutos depois ser conquistada.
— Eles chegaram! — O segurança que estava do lado de fora avisou e saiu de seu posto para abrir o portão e deixar que os artistas entrem.
A mulher quase caiu no chão recebendo todo o cansaço de uma vez quando recebeu a notícia. Empregadas tiveram que correr para de certificarem que sua dama não desmaiaria tão perto da entrevista.
Eles a sentaram no sofá e aproveitaram para medir o foco e alinhamento das câmeras enquanto a mulher descansava e limpava o suor.
O segurança abriu a porta e deixou que seis jovens entrassem na mansão iluminada e carregada de câmeras.
Os rapazes não estavam sequer arrumados por terem recebido a notícia em meia a viagem para casa. O caminho teve que ser desviado e suas roupas compradas para serem usadas hoje no último minuto.
Alice não sabia dizer se era porque estava cansada e nervosa, mas os rostos dos jovens não pareciam tão animados com o local que estavam.
Ela ficou insegura com o que acontecia, com o medo de não terem gostado do ar que ali tinha. Ou se eles se sentiam desconfortaveis com várias câmeras e pessoas os puxando para outros cômodos de uma vez sem nenhuma pausa para descansar.
Ela poderia desmaiar ali mesmo se não fosse pela voz de sua adorável filha a chamando enquanto descia as escadas com cuidado segurando na mão de seu irmão.
— Mamãe! ~ — Ela chamava Alice. Imediatamente a bateria da mulher foi recarregada e restaurou sua postura de mulher forte que carrega tudo nos ombros pelos outros e se preparou para abraçar a filha.
Ainda havia uma hora para o programa ir ao ar. Ela podia conversar um pouco com sua filha, não podia?
A produção e seus superiores diriam que não, mas ela diz que sim, e abraça sua filha animada.
— Mamãe! Eu vi eles na janela! Eu vi! Eu vi! — Ela gritava feliz. Alguns achavam a menina adorável, outros selavam suas bocas para não falarem algo contra. As empregadas e seguranças da casa estariam prontos para expulsarem aqueles que vão contra Klee.
Albedo foi quem criou essa ordem com medo de Klee se sentir rejeitada tão cedo.
Sobre o loiro, ele estava encostado no corrimão da escada observando o brilho nos olhos de Klee enquanto os de Alice brilhavam de nervosismo e ansiedade.
Ele deu uma breve risada e estava pronto para voltar ao seu quarto e terminar de arrumar os rabiscos de Klee.
— Ei, com licença? — Alguém o chamou. Não era a voz de nenhum dos empregados. Albedo se viu na obrigação de decorar as vozes e tons daqueles que cuidam de si desde de pequeno, ele tem confiança nisso demais para saber que quem o chamava não era familiar.
Cuidadosamente ele virou em direção a quem o chamava.
Um rapaz de baixa estatura, cabelo loiro e preso para trás, vestido apenas com um roupão branco ligeiramente amassado.
O tecladista do ANEM6, Aether.
Albedo olhou para trás, não tinha ninguém.
Encarou os lados, e não tinha ninguém perto.
Apontou para si mesmo, Aether confirmou com a cabeça.
— Sim? — Com o seu tom usual, Albedo respondeu.
— A maquiadora saiu apressada do quarto. Aconteceu algo com ela? — O menino perguntou com um tom preocupado, mas não tanto quanto Albedo esperava.
— Era Madeleine? — Albedo indagou. Aether concordou confuso.
— Ela saiu para ficar de olho em Klee, me desculpe por isso. — Albedo se desculpou um pouco incerto do que deveria dizer.
Já faz tempo que não conversava com alguém que não era Alice, Klee ou empregados.
— Oh, entendo. Ela... Vai demorar? — O loiro de cabelos grandes fez mais uma pergunta.
— Eu acredito que não. Madeleine não costuma vacilar em trabalho, principalmente quando estamos tão apertados. — Albedo respondeu esperando não receber mais uma pergunta e inútil.
Madeleine saiu neste exato momento, por que ele está tão agoniado?
Mesmo que este seja o integrante favorito da sua banda favorita, Albedo não consegue agir diferente do de costume como sempre faz com os outros. Sua mestra também era assim, baseado com o que se lembra dela.
— Desculpa por fazer tantas perguntas. Eu só quero que essa entrevista termine para que eu possa descansar... — O loiro com a franja presa se remoeu.
Albedo pode sentir aquilo no fundo, mas acabou ignorando, afinal, aquele não era o seu sentimento.
— Eu entendo. Por enquanto que ela não volta, você pode dormir um pouco. — Albedo propôs.
— Que? Eu não posso! Se eu dormir eu vou perder a hora e- —
— Não tem problema. Eu posso ficar de olho até ela chegar. Descanse um pouquinho pelo menos. — Albedo disse sem um tom de verdade, Aether deve ter percebido isso e rebateu.
— É porque provavelmente não é você que precisa memorizar respostas para perguntas bestas quase a todo momento sem nenhum pingo de descanso... — Ele deixou escapar, logo percebeu e bateu em sua própria boca.
— ... Entendo. — Albedo responde e ligeiramente baixa sua cabeça.
— Posso parecer muito egoísta por ter somente pensado em mim quando falei. Mas a única coisa que eu quero agora é que Klee receba respostas sinceras e uma boa disposição de vocês. —
Aether se calou e relaxou seu corpo insistindo em continuar a escutar. Aquilo deixou o tecladista curioso.
As palavras que saíam da boca daquele rapaz eram como bebidas, drogas, tudo que é malicioso, viciante e tendencioso. Sua voz era delicada mas ao mesmo tempo ríspida. Um ar diferente de todos aqueles que já conversaram consigo. Tão confiante em si mesmo.
Aether sentiu inveja.
Tanta inveja que seu próprio corpo o obrigou a continuar encarando aquele rosto delicado sem nenhuma mancha ou marca, como porcelana, aparentava lisa e brilhante.
Os fios loiros mais platinados era o que deixava o jovem com uma blusa de lã cinza cobrindo o pescoço e braços com uma postura superior. Era como uma pintura. Ele também percebeu poucas manchas de tintas em suas calças escuras e na ponta das meias também escuras.
— ... Klee é muito fã de vocês, a bastante tempo. Mesmo ela tendo apenas seis anos. — Albedo deixou escapar uma risada baixa quando se lembrou do dia em que a pequena de quatro anos correu com um tablet em mãos indo mostrar o irmão seis garotos dançando e cantando, gastando o fôlego como se não pensassem duas vezes.
Como se já não bastasse admirar a aparência do rapaz que conversava devoto a sua família, Aether estava claramente apaixonado pela risada melódica do jovem de óculos.
— ... Por favor, não desapontem ela. — Albedo finalizou suas longas palavras que Aether não prestou tanta atenção assim.
— Iremos fazer o nosso melhor! Não tenha medo! — Como se sua bateria social tivesse sido reposta, Aether respondeu animado.
Albedo ficou satisfeito em ouvir aquela resposta então apenas confirmou acentuando com a cabeça. — Oh, Madeleine! — Albedo chamou a atenção da empregada que corria com o avental sujo de tinta que provavelmente eram das mãos de Klee.
— Mil perdões senhor, Albedo! Irei voltar ao meu trabalho neste exato momento! — A empregada antes sumida disse um pouco estressada pelo trabalho além de seu limite que havia recebido.
— Albedo... — Aether murmurou.
— Até mais tarde, Aether. — Albedo se despediu e subiu as escadas como deveria ter feito a minutos atrás.
— Senhor Aether! — Madeleine o chamou apressada, e com razão.
Quando saiu do encanto que nem sabia que havia caído, Aether correu e se desculpou com a empregada que desfez as presilhas que seguravam sua franja rapidamente.
— Fufu! Parece que alguém estava no mundo da lua com o filho da jornalista. — Um menino de tranças já feitas que brincava com uma flor em seu cabelo provocou o loiro.
— Que?! Claro que não! Eu só pedi uma informação, apenas isso! E eu nem conheço ele! — Aether usou todas as suas desculpas possíveis para opor Venti que girava na cadeira totalmente entendiado.
— Hum? Não parecia isso, Aether. — Heizou se pronunciou girando a cadeira juntamente com Venti. Ambos se divertiam com o tédio.
— Sério! — Aether inflou as bochechas levemente vermelhas.
— Xiao, diga algo! — Aether tentou chamar a atenção do chinês do grupo, porém sem sucesso.
— Xiao? — Aether repetiu. Xiao dormia com a folha que deram com as respostas que devem memorizar em seu rosto. Aether tirou a folha do rosto alheio e o rapaz dormia e roncava baixo.
— Caramba, o imbatível Xiao dormiu! Então é esse o poder dos artistas? — Venti brincou com a folha que estava encima da penteadeira.
— Ele não está errado. Se não fosse por vocês fazendo barulho, eu também já teria dormido. — Wanderer diz ríspido.
— Calma lá, WanWan. Não precisa disso tudo. — Venti se levanta da cadeira e passa o braço atrás de Wanderer.
— Isso! Fique calmo, WanWan. — Heizou se junta com Venti.
— Ah... E pensar que acordar ele vai ser um trabalho... — Kazuha suspirou e descansou a cabeça em sua palma.
— Pronto, senhor Aether! — Madeleine terminou a maquiagem e o cabelo do jovem sorrindo feliz com o resultado feito.
Aether encarou seu eu no espelho estranhando um pouco. — Esse... Não foi o penteado que mostraram para nós mais cedo, foi? — Ele perguntou um pouco preocupado.
— Eu também fiquei em dúvida mas deixei. — Kazuha falou.
— Eu também, mas esse está bem mais relaxado e não dá dor de cabeça como os outros! — Venti respondeu animado bebendo mais uma lata de energética.
— Meu senhor Albedo e minha senhora Alice solicitaram a mudança por medo de não se sentirem confortáveis. — Madeleine iniciou cuidadosamente.
— Meu senhor Albedo fez questão de previnir roupas e penteados confortáveis para que se sintam mais em casa. Até porque de certa forma, estão na casa de minha senhora. Ela odeia desconfortos e agonia. — Madeleine terminou seu longo e orgulhoso discurso e se retirou com cuidado da sala.
— Me senti amado. — Heizou diz animado.
— Eu também. — Kazuha e Venti dizem em coro, sorrindo minimamente.
— Eu... Acho que também. — Aether sentia seu coração bater forte quando lembrava do filho da reporter que se chamada Albedo.
— Eu também. Não vou precisar prender meu cabelo hoje. — Xiao finalmente falou algo depois de ter dormido durante a viagem e durante maquiagem e cabelo.
— Xiao! Você finalmente acordou! — Venti largou Wanderer e correu até Xiao.
— ... Eu gostaria de voltar a dormir agora. —