O Sequestro | - O Épico Amor...

By LarissaJuliaBarros

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Jace era apenas um garotinho inocente do mundo lá fora quando teve de encarar cedo demasiado o caos de sua vi... More

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By LarissaJuliaBarros

Pela tarde, vencendo toda a vontade de evitar Jace, decidi sair do meu quarto, faminta por até um pão gelado, naquele momento. Meu canto dos lábios ainda latejava um pouco, mas olhando-me no reflexo do espelho, percebi que o sangue ou qualquer inflamação, havia sumido. Ainda estavam inchados e doloridos, mas qualquer aparência da ferida, havia desaparecido, quase como um milagre. Um milagre chamado Isabelle Wayland.

Quando trilhei o caminho para a cozinha, já na porta, avistei Sebastian e Isabelle. Ele estava sobre ela, em cima da bancada, seus lábios juntos em um beijo sensual, que eu bem sabia onde iria dar. Percebi em choque, que a mesa de vidro tampava a visão para os vestes deles, mas Sebastian tinha dos jeans retirados até o joelho, e Isabelle, sendo pressionada por ele, contra a bancada, estava sem o top do vestido que trajava mais cedo. Tanto os longos cabelos negros de Isabelle, quanto o cabelo de franjinha de Sebastian, estavam uma bagunça. De onde estava não dava de ver muito detalhadamente, mas podia notar a onda de suor que exalava deles, grudando seus cabelos na testa.

Assim que vi aquilo, meus olhos se arregalaram de choque, e rapidamente escondi-me atrás da porta da cozinha, esperando que não tivessem me visto. Minhas preces foram ouvidas, quando escutei o som dos lábios deles, se chocando um contra o outro. Senti repulsa com aquilo, mas de repente me lembrei de outra coisa. Logo no início de minha moradia ali, quando estava ainda perdida na imensidão deste lugar, entrei sem pretensão no quarto de Jace. E o que vi me deixou de boca aberta. Jace transava com uma mulher aproximadamente de minha idade, a Kaelie que Isabelle detestava. Seus movimentos contra aquela mulher, eram fortes e rápidos, enquanto a mesma tratava de gritar seu nome. Presenciar aquilo me fez sentir como se minhas pernas travassem, puxando-me para ter mais visão daquela cena. Me fez sentir culpa por querer vê-los assim. Não vê-los exatamente, mas ver ele... ver Jace. Ver aquela cena com Sebastian e Isabelle, era lembrar de Jace. Droga, em que momento eu passei a ser uma empata de prazeres, pervertida?

- Que barulho foi esse? - Izzy sussurrou para Sebastian, ao passe que o rapaz se afastou dela na bancada, para o lado de fora, depois que esbarrei em um dos vasos. Alarmados, Isabelle e Sebastian responderam minha pergunta se aquilo que tinham era um segredo. Quando o barulho ecoou, corri para me esconder atrás do vaso grande perto do outro lado da porta que dava à cozinha.

Vi quando Sebastian checou nas duas portas, mas estava bem escondida exatamente para ele não me achar.

- Está tudo bem, não tem ninguém. E de qualquer maneira, não iríamos até o final com isso, só estava saboreando seus lábios uma última vez. - Sebastian falou para Izzy, seu tom um deboche pacífico, igual quando conversou comigo.

- O quê? Não entendo o que quer dizer com a última vez!? - Izzy parecia confusa, e ouvi o som de seu zíper fechando. Sebastian ou ela mesmo, deveria estar fechando o zíper do vestido preto que usava. Foi a vez de uma expressão de repulsa tomar conta de mim ao imaginar Isabelle trocando de carícias íntimas com Sebastian. Era repugnante apenas pensar naquilo.

- Isso não irá mais acontecer, Isabelle. Não se esqueça que eu apenas dormia com você, por distração enquanto Jace não quitava a dívida comigo. - podia quase sentir a dor que as palavras cruéis, causaram a Izzy.

- O quê!? Mas... Mas você disse que estava curtindo. Pensei que realmente estivesse, Sebastian. - ela sussurrou, sua voz um fio de tristeza.

- E eu estava. - escutei o tique de botões se tocando, e senti mais nojo imaginando Sebastian abotoando os botões de sua calça. Com certeza para Izzy, é prazeroso tê-lo daquela forma. Mas para mim, era nojento. - Mas era só isso. Curtição. Meu único objetivo, sempre foi ter o meu dinheiro, não me apaixonar como um idiota.

Suas palavras me irritou, pois sabia que tinha magoado Izzy.

- Então esse tempo todo foi só isso? Transas divertidas para você? - Isabelle se irritou também.

- Convenhamos, Isabelle. Uma noite com você é um sonho de consumo de qualquer homem. Você é boa no que faz, amor.

Com suas últimas palavras, consegui olhar para dentro da cozinha, onde vi a tempo, as lágrimas escorregar de Isabelle. Eu começara, naquele momento, entender o que Jace me dissera. Não dava para sentir raiva ou qualquer outro sentimento pejorativo por Isabelle. Ela podia irritar demasiadamente com aquele jeito dela. Mas sua alegria contagiante, tirava qualquer raiva que poderia ser voltada a sua pessoa. Isabelle era o verdadeiro significado de um anjo. Um anjo com uma parte sinistra. Mas um anjo.

- Já que tem a porre do seu dinheiro, vá embora. Não o quero ver mais aqui. Nunca mais. Vá embora, seu... - Isabelle fungava de raiva, o vendo rir na sua cara. - Seu idiota, por perder a única mulher no mundo que gosta de você, que sabe o amar mesmo com tantos defeitos que o tornam um monstro. - ela gritou para Sebastian, que agora tinha uma carranca. Aquilo não era bom, estava vendo mais do que deveria. Ou melhor, nem deveria estar a espionar os dois, ainda mais em momentos tão íntimos deles. Mas a face torcida de raiva, de Sebastian, me fez pensar. Fiquei com medo que ele batesse em Isabelle, e isso me motivou a ficar ali.

Mas a surpresa real, veio quando Isabelle se lançou para cima dele. O acertou dois tapas na face do rosto, seus lábios se curvando em gritos de fúria, silenciosos. Suas unhas arranharam mais vezes do que poderia contar, o peitoral de Sebastian, e só então notei como indefeso, sob sua agressão, Sebastian não conseguia se defender. Seu rosto se tornou uma face de dor e sua boca abria para gritar, mas novamente, Isabelle me surpreendeu, quando o estapeou nos lábios, impedindo que qualquer grito deixasse sua boca. Por mais que aquilo era tudo o que Sebastian merecia por me bater, sabia que era errado e senti minhas pernas agirem por mim, correndo para ajudá-lo.

- Isabelle. Izzy. Pare já com isso. - eu gritava, tentando arrancá-la de Sebastian, mas minha força não era nada perto da força que Isabelle usava para agredir Sebastian. Me desesperei, vendo Sebastian desistir de lutar contra os incontáveis tapas de Isabelle, ferido demais para isso.

- Saia daqui, Clarissa. Isso não é com você. - Isabelle gritou para mim, sem parar de agredir Sebastian no rosto.

Logo escutei passes pesados se aproximar, em seguida, Aline adentrou a cozinha, com o rosto contorcido de sono. A máscara verde que usava para dormir, rodava sua cabeça como uma tiara.

- O que está havendo aqui? - ela gritou com voz sonolenta, seus olhos sobressaltando de susto quando viu Isabelle em cima de Sebastian, o atacando bravamente. - Pelo inferno congelando, Isabelle pare com isso.

Foi questão de segundos até que Jace também surgisse ali. E minutos até que Isabelle estivesse calma o suficiente para não querer atacar Sebastian, com Jace lhe segurando pela cintura. Aline, que havia acordado, tratava dos machucados de Sebastian, que com certeza era muito pior do que aquele que tinha me dado no canto dos lábios.

- Com tantos caras caindo ao seu pé - Jace começou, encarando duramente a irmã. - , mas com tantos caras, e você vai o quê? Cair de quatro para Sebastian. Malditamente o Sebastian. - meu sequestrador gritava.

- Jace, eu sinto... - Isabelle arriscou dizer, mas o que veio a seguir, a surpreendeu. Além de interrompe-la com um rosnado, Jace a acertara uma bofetada em sua bochecha. Suspirei de pavor com aquilo, mas Isabelle nada parecia sentir, tampouco se importava. Apenas continuou a encará-lo com uma raiva insana.

- Eu odeio desculpas. - Jace rosnou, agarrando seu rosto. - Sabe que odeio quando me peçam desculpas. - ele gritou, furioso. Assisti tudo, chocada.

- NÃO ME TOQUE! - gritando com o Wayland, Isabelle empurrou suas mãos agarrando seu rosto, levantando-se em um pulo, soltando-se do aperto na cintura, dado por Jace. - Você pode tratar como uma marionete, a mulher que quiser, Jace. - disse chorando, parte de suas lágrimas, também a fúria que sentia. - Pode transar e depois descartar Kaelie como quiser. Humilhar e ferir o físico e psicológico de Clarissa. Pode a tratar como uma prostituta, porque no final ela vai ser isso, e só para você.

Com suas palavras - as palavras de alguém que pensei poder contar como amiga - me senti humilhada. A prostituta de Jace Wayland.

Não. Eu não era uma prostituta. Não seria uma agora, ou no futuro. Jocelyn Fairchild não me ensinou a ser uma. E eu não seria.

- MAS A MIM, NÃO! - suas lágrimas escorregava em disparada. - Nunca mais levante um dedo para mim, em toda a sua maldita vida, Jonathan Christopher. Estou dizendo. - o olhar da mesma era duro para Jace. - NUNCA MAIS!

Sentindo-me humilhada pela pessoa que em semanas, se tornou tão especial para mim, procurei consolo onde nunca pensei que um dia procuraria. Mas ali estava eu, procurando nos olhos de Jace - que estava com a cabeça virada para o chão. Buscava por algo que dissesse-me, ser apenas mentira tudo o que ouvia Izzy dizer. Mas quando levantou a cabeça, seus olhos dirigidos para mim, era frios e assustador como nunca. E eu vacilei, choramingando com medo.

- Eu não sou uma prostituta. Não sou de Jace, nunca serei. - falei, firme em minha tese defendida. - Diga a ela Jace! Diga!

Mas o loiro apenas riu de mim, revirando os olhos, com tamanha arrogância.

- Eu não recebo ordens, Clarissa. - ele rosnou por entre dentes, seus olhos me fuzilando com uma raiva fatal. Por fim, se dirigiu a Isabelle. - Falo com você depois, Isabelle. Enquanto isso, apenas tente não cair de quatro para o primeiro que aparecer. - e olhou para Sebastian. Depois, novamente para Isabelle. - Especialmente se esse alguém for Sebastian. - sua voz era um mar de emoções pejorativas.

- Jace, diga a ela. Já! - quis ordenar, mostrar a ele que também poderia ter o controle da situação. Mas sua risada debochando de mim, mostrou justamente o contrário do que tentava fazer ser. Seus lábios se moviam em um sorriso arrogante, e seus olhos diziam o que a boca não era capaz de proferir. Por trás da arrogância, Jace quem tinha e quem sempre teria o controle da situação. Não importasse o que eu dissesse para ser diferente. Ele era o rei da droga toda, e desgraçadamente, eu era sua súdita.

- DISSE QUE NÃO RECEBO ORDENS, CLARISSA. - por vez, gritou comigo, rosnando-me cada palavriar. Sem perceber, o medo de seu surto me consumiu, e eu balancei a cabeça, concordando com o que dizia. Estava tão amedrontada e odiava esse estado que me deixava vulnerável. - Vá para seu quarto, e apenas saia de lá, quando eu mandar.

Foi sua ordem, e eu senti um frio percorrer meu corpo, nervosa. E tão submissa de suas ordens, assenti, saindo na ponta dos pés. Uma última vez - assim desejava - olhei para Sebastian e seus olhos sempre exalando calma, mas seu rosto, sempre muito persuasivo. Depois, encarei Isabelle, momentaneamente, desejando apenas uma coisa; nunca ter conhecido aquela biscate.

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