Tony segurou Morgan com força enquanto tentavam recuperar o fôlego. Tony a segurou em seus braços enquanto tossia, olhando ao redor enquanto o fazia.
- Peter? - Tony chamou.
- Sim? - Tony soltou um suspiro imediato de alívio quando ouviu a voz do menino. Ele se virou novamente para vê-lo dando a Tony aquela expressão preocupada com os olhos arregalados. - Você está bem?
- Eu deveria estar perguntando isso - respondeu Tony. Ele olhou para Morgan, que estava olhando para ele com a mesma expressão que Peter tinha no rosto. - Vocês estão bem? - Morgan assentiu levemente, olhando para os arredores.
- Sim, eu simplesmente não tenho um bom pressentimento sobre isso... - Peter respondeu. Tony sentiu seu estômago revirar. Se Peter não se sentia bem, não era um bom sinal. Tony colocou Morgan de pé. Ela imediatamente arrumou o vestido que estava usando, com crinolina e os trabalhos que Pepper havia escolhido para o jantar. Merda, Tony percebeu. Eles iam perder o jantar.
- Onde estamos? - Morgan murmurou, agarrando a mão de seu pai. Tony abriu a boca para responder antes de perceber que não fazia ideia. Ele olhou ao redor para vê-los parados no meio de uma rua vazia. A boca de Tony ainda estava aberta enquanto ele tentava formular uma explicação sobre o que estava acontecendo.
Tony se lembrava de ter falado com Strange uns cinco minutos atrás. O homem estava aborrecido com algo fora de seu controle, é Tony não conseguia lembrar o quê. Tony ofereceu suas condolências e afirmou que precisava deixar Peter e Morgan prontos para ir. Agora, Tony estava procurando uma explicação.
- Uhm, Tony - o garoto gaguejou. Tony olhou para ele. -Acho que devemos começar a andar.- Peter estava olhando para a rua, e Tony não tinha ideia do que estava se passando na cabeça do menino, mas não adiantaria a ninguém se eles continuassem sentados aqui e refletindo sobre o que estava acontecendo.
- Vamos. - Tony declarou, passando por Peter pela rua estranhamente escura e vazia.
Eles estavam cercados por árvores dos dois lados, e Tony não se sentia exatamente bem com a situação. Peter estava apenas de jeans e uma das velhas blusas de moletom do MIT de Tony, apesar de Tony ter dito a ele quase uma hora atrás para estar pronto. De qualquer forma, ele não tinha o traje do Homem-Aranha à mão. Tony não estava em melhor situação, apenas em sua camisa e calça. Eles praticamente não tinham proteção.
O pensamento fez Tony andar um pouco mais rápido. Peter não teve problemas para acompanhar e provavelmente teria andado mais rápido se não fosse por ele e Morgan. Não demorou muito para que Tony tivesse Morgan de volta em seus braços. Ela cansadamente colocou a cabeça em seu ombro enquanto ele andava mais rápido.
- Você vê isso? - Peter finalmente disse. Tony olhou para cima, não vendo nada além do que os postes de iluminação proporcionavam na rua.
- Não... - Tony murmurou, apertando os olhos para longe.
- Acho que é uma casa. - Tony apertou os olhos com mais força, tentando distinguir o que Peter estava vendo na neblina noturna. Eventualmente, tornou-se difícil perder, e Peter estava errado. Não era uma casa, era uma mansão. Era enorme e iluminada por sua própria luz. Quanto mais se aproximavam, mais Tony podia reconhecer o portão familiar que o cercava.
- Merda... - Tony murmurou, percebendo que eles tinham tropeçado na Mansão Stark. - O que diabos está acontecendo?
- O que você quer dizer? - perguntou Peter.
- Isso é - Tony parou. Por que as luzes estariam acesas? Tony não conseguia pensar em uma única explicação sobre por que eles teriam acabado onde estavam ou por que as luzes de um prédio abandonado de repente se acenderam. Foi então que Tony percebeu como a mansão parecia nova. Talvez não novo em folha, mas não tinha o desgaste pelo qual o reconhecera nos últimos tempos. As coisas estavam começando a se encaixar à medida que se aproximavam.
- Devo apertar o botão? - Peter perguntou, seu dedo coçando para apertar o botão branco perto dos portões.
- Não. - Tony imediatamente latiu. Ele ainda estava olhando para a mansão, tentando se convencer de que aquilo não era real.
-Mas... - Peter foi interrompido pelo som de um motor. Ambos congelaram e se viraram quando o som ficou mais alto e os faróis pousaram em suas formas frígidas. Apesar dos faróis o cegarem na noite sem lua, Tony podia distinguir e reconhecer aquele veículo clássico em qualquer lugar.
- Saia do caminho, Peter. - Tony exigiu suavemente. Peter obedeceu, ficando perto de Tony enquanto o carro avançava lentamente. Atrás deles, o portão se abriu, mas o carro desacelerou até parar ao lado deles.
- Tony, é você? O que você está fazendo em casa? Isso é uma barba? Eu não posso ver. Venha para a luz. - Tony engasgou com o som indiscutível da voz de sua mãe. Ela estava no banco do passageiro perto deles. Seus olhos estavam semicerrados, pousando em Peter e depois na garotinha em seus braços. Ela franziu a testa em confusão. Ela estudou seu rosto, e seu queixo caiu. - Howard, eu...
- O que foi, Maria? - Howard falou lentamente, parecendo cansado de seu assento atrás do volante. - O que você está fazendo? - Ele gritou quando Maria saiu do carro.
Tony não se moveu quando sua mãe se aproximou dele. Eventualmente, ela estava bem na frente dele, olhando em seus olhos.
Maria Stark teve pouca ou nenhuma explicação sobre o que estava vendo. A única coisa que lhe assegurava que não estava louca era o fato de Howard ter apontado primeiro as figuras na entrada. Mas ela não sabia como explicar o fato de que ela estava vendo seu filho provavelmente com o dobro da idade que ela sabia que ele tinha.
- Maria! - Howard gritou, batendo a porta do carro para seguir sua esposa. Ele pensou que ela estava louca por um segundo, saindo do carro para falar com um estranho em sua garagem no meio da noite. Howard viu como ela ficou quieta e não sabia o que pensar. - Quem é aquele?
Howard caminhou até Maria, mal prestando atenção no estranho com quem ela estava falando. Ele colocou a mão no ombro dela. Ela se virou para olhá-lo, os olhos arregalados e cheios de uma emoção que Howard nunca tinha visto antes. Ele ficou surpreso antes de olhar para o homem na frente dela.
Se Howard não o conhecesse melhor, diria que estava olhando para o filho ou mesmo para si mesmo. O homem era uma réplica exata e mais antiga de Anthony Edward Stark.
- Quem... - A voz de Howard sumiu. Logo, ele tinha o mesmo olhar de espanto que Maria adotou. -Quem diabos é você?
- Tony? - Maria avançou, estendendo a mão para tocar Tony. Tony não se moveu. Ele ainda estava congelado em choque com a realização. Peter mordeu o lábio nervosamente, sem se mover e sem tirar os olhos de Tony.
- Mamãe? - Tony sussurrou apesar de seu melhor julgamento. Peter franziu a testa e virou a cabeça para a mulher. Ele estava olhando para Maria Stark.
- Tudo bem, amigo. - Howard interrompeu, puxando sua esposa para trás. - Não aceitamos vagabundos. Vamos precisar que você saia de nossa propriedade.
- Ele tem filhos, Howard. - Maria apontou suavemente. Maria tentou dar uma olhada melhor na garotinha que enterrou a cabeça no pescoço de Tony, mas sem sucesso.
- Como eu dou a mínima. - disse Howard, sua voz tremendo. Maria percebeu que Howard também reconhecia o filho no homem. - Não vou deixar esse lunático entrar na minha casa.
- Jarvis está em casa? - Tony perguntou suavemente. Ele sabia que o nome tocaria uma corda em ambos. Embora Jarvis não fosse exatamente um segredo, não era provável que um estranho que se parecesse com seu filho pedisse pelo mordomo da família que era praticamente um segundo pai.
- Entre no carro, Howard. - Maria exigiu. Howard zombou e olhou para ela, chocado ao ver o quão séria ela estava falando. - Agora.
- Você não pode estar falando sério. Isso é sobrenatural. Você espera que eu acredite que esse homem é meu tão...
- Apenas entre no carro. - Maria repetiu. Ela gesticulou para a garotinha em seus braços e o menino que olhava para toda a interação com olhos tão grandes que Maria adivinhou duas vezes sua idade. Howard mordeu o lábio por um tempo antes de ceder. Ele voltou atrás do volante. Maria abriu a porta dos fundos, gesticulando para eles entrarem. Howard passou pelo portão assim que todas as portas foram fechadas.
Peter estremeceu em seu assento enquanto Howard cruzava o caminho. Ele continuou olhando para os pais de Tony e para o próprio Tony, ele não era estúpido, ele sabia que eles tinham que estar no passado de alguma forma. Os pais de Tony estavam mortos. Ele se lembrou de Tony visitando Strange, então deduziu que a interação deve ter algo a ver com seu estado atual.
- Tony? - Peter sussurrou nervosamente. Tony balançou a cabeça lentamente quando viu como Maria e Howard se animaram. Ele olhou para Peter o mais tranquilizador que pôde. Apenas espere, ele tentou transmitir.
Eles rolaram até as portas da frente. Howard desligou o motor e saiu do carro. Maria olhou para eles e sorriu. Tony saiu do carro com cuidado para não acordar Morgan. Peter o seguiu nervosamente. Tony sentiu seu estômago revirar quando viu Edwin Jarvis parado na porta da frente, analisando Tony. Howard sussurrou algo no ouvido do homem, fazendo Jarvis assentir e entrar na casa.
- Que tal conversarmos no salão? - Maria sugeriu, gesticulando para que a seguissem.
Peter sentiu-se deslocado em seu moletom usado, tecnicamente de Tony, na luxuosa mansão. Maria estava claramente vestida como se tivesse voltado de um evento especial. Ela tirou os brincos enquanto eles se acomodavam em um dos muitos sofás caros da sala. Howard voltou e sentou-se em frente a eles, sem tirar os olhos de Tony. Maria finalmente se sentou ao lado dele, agradecendo a Jarvis enquanto ele trazia bebidas para todos eles.
- Devo pegar um refrigerante para você, jovem senhor? - Jarvis ofereceu a Peter, que corou sem jeito.
- Uh
- Sem cafeína tão tarde. - Tony respondeu por ele, pensando na última vez que Peter teve uma dose de açúcar no meio da noite. Jarvis ergueu uma sobrancelha pensativamente e assentiu, servindo uma água para Peter. Ficou quieto por alguns momentos depois que Jarvis saiu da sala.
- Tudo bem. - disse Howard, surpreendendo a todos com suas palmas. - Digamos que você é o Tony...
- Howard! - Maria exclamou, corando com sua descarada pergunta.
- Aqui está a coisa, meu filho preguiçoso acabou de ser levado para outro semestre no MIT. - Howard começou novamente, olhando para o moletom de Peter. - No entanto, você chega parecendo-se com ele, talvez trinta anos mais velho. Você está me dizendo que você é a mesma pessoa?
- Eu não disse nada ainda. - Tony respondeu friamente. Howard estreitou os olhos para ele. - Em que ano estamos? - Howard riu, olhando para Maria.
- "Em que ano estamos"? - Howard repetiu. Ele limpou a garganta e respondeu seriamente, apesar de quão irreal a situação parecia. - 1985.
- O que? - Peter gritou, olhando para Tony que não parecia tão surpreso quanto se sentia. Seus pais olharam para Peter, que parecia arrependido de ter falado.
- De onde você é? - Howard questionou, olhando para Peter em vez de Tony. Peter abriu a boca, mas Tony interrompeu.
- Do futuro. Não o interrogue. Interrogue-me. - Tony exigiu.
- Quantos anos você tem? - Maria perguntou baixinho, começando a acreditar mais na situação a cada segundo que passava.
- Velho o suficiente. - Tony responde com um sorriso forçado. - Ouça, você não vai obter respostas sobre o futuro ou nossa situação nos interrogando. Posso contar coisas sobre mim ou sobre vocês para fazer com que acreditem melhor na situação, mas é só isso até eu descobrir como posso nos tirar daqui. - Howard zombou.
- Então você espera que acreditemos que você viajou no tempo? - Howard riu. Tony deu de ombros, xingando baixinho quando sentiu Morgan se mexer levemente. Howard olhou para ela. - Quem é?
- Nenhum de seus negócios. - Howard assentiu lentamente.
- E quem é este? Ele está vestindo o moletom que você se recusa a deixar Jarvis lavar. - Howard notou. Peter corou sob o olhar avaliador do homem. Tony estava ficando irritado com o quão desconfortável seu pai estava fazendo Peter se sentir.
- Não é da sua conta, então deixe-o em paz. - Tony exigiu. Maria ainda estava olhando para o moletom. Tony teve que resistir a gritar quando ela se levantou e se aproximou de Peter. Peter tentou relaxar um pouco quando Maria lhe deu um sorriso suave.
- Posso? - Maria gesticula para o moletom dele. Peter não sabia do que ela estava falando, então ele apenas deu de ombros. Ele tentou não se contorcer quando ela alcançou atrás de seu pescoço e tirou a etiqueta gasta. Ela passou o polegar sobre ele algumas vezes pensativa. - Howard, é a minha caligrafia. - Howard estava olhando para toda a interação. Seus olhos se voltaram para Tony quando ela falou. - Howard, é ele.
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Quando Morgan acordou, ela não sabia onde estava. Ela, no entanto, reconheceu os roncos de seu pai ao lado dela. Ela olhou ao redor, esperando ver sua mãe, mas ela não estava em nenhum lugar para ser vista. Ela pensou em acordar seu pai, no entanto um ronco alto a fez decidir contra isso. Ela se arrastou para fora da cama, percebendo que estava vestindo uma camiseta grande em vez de seu vestido. Ela caminhou pelo tapete e abriu a porta do quarto.
A porta dava para um longo corredor. Morgan olhou para frente e para trás antes de sair. Suas mãos agarraram a camisa enquanto ela caminhava pelo corredor e, eventualmente, descia as escadas. Ela não reconhecia o perigo potencial ou a situação incomum como seu pai fazia. Ela ficou, no entanto, impressionada com o quão brilhante e novo tudo na casa muito grande era. Ela sentiu cheiro de comida e sorriu instintivamente.
Na cozinha, havia um homem mais velho cozinhando no fogão. Morgan naturalmente caminhou em silêncio, sentando-se em um dos bancos da ilha, balançando as pernas para frente e para trás. Ela imaginou que este homem conhecia seu pai. Quando o homem se virou, ficou surpreso ao ver a garotinha sorrindo para ele por trás da ilha. Ele a reconheceu como a garotinha nas mãos de Anthony na noite passada.
- Bom dia, senhorita. - Jarvis cumprimentou, caminhando até a geladeira.
- Bom dia. - Morgan respondeu instantaneamente.
- Posso lhe oferecer um pouco de suco? - Jarvis perguntou, tirando o jarro recém-espremido que ele havia feito mais cedo. Morgan sorriu mais largo e assentiu ansiosamente. Jarvis sorriu de volta suavemente e lhe deu um pequeno copo para beber. - Vejo que você é uma madrugadora.
- Mmhmm. - Morgan cantarolou, bebendo o copo inteiro. Jarvis serviu-lhe outro.
- Está com fome? Temos muitas opções que você pode comer.
- Você tem torradas? - Morgan perguntou com um sorriso tímido.
- Sim, temos, senhorita. - Jarvis se moveu para começar a preparar a torrada. - Posso oferecer-lhe ovos também?
- Sim, por favor. - Morgan respondeu.
Jarvis esperava que a criança arruinasse sua rotina fluente de café da manhã com aborrecimentos incessantes, mas ficou agradavelmente surpreso ao ver como ela havia permanecido educada. A garotinha estava bastante quieta e comeu sua torrada e ovos com um garfo adequado, pedindo geleia timidamente.
- Oh. - Morgan virou-se para ver uma mulher de roupão rosa e um homem completamente vestido ao lado dela. Ela não os reconheceu, mas eles pareciam familiares. Ela pensou que talvez esta fosse a casa deles, então sorriu para eles.
- Bom dia. - ela cumprimentou, dando uma mordida na torrada. Ambos olharam para ela sem responder, então ela voltou para sua refeição.
- Bom dia, posso lhe oferecer um café? - Morgan ouviu Jarvis cumprimentá-los. Ela ouviu uma resposta murmurada do homem. Howard sentou-se à pequena mesa, abrindo o jornal que Jarvis tinha recuperado mais cedo. Maria sentou-se hesitantemente ao lado de Morgan.
- Bom dia, querida. - a mulher cumprimentou. Morgan sorriu novamente. - Qual é o seu nome?
- Morgan. - Morgan murmurou.
- Esse é um nome bonito. - Maria respondeu, agradecendo Jarvis pelo chá que ele colocou na frente dela. - Quantos anos você tem Morgana?
- Cinco.
- Isso é muito grande, querida. - Maria sussurrou animadamente, fazendo Morgan rir de suas travessuras. - Onde está seu pai?
- Ainda dormindo. - Morgan respondeu, confirmando para todos os três adultos na sala que Tony era seu pai. - Ele ronca. - Maria riu.
- Aposto que sim. E quanto ao seu irmão? Qual é o nome dele? - Maria tentou. Ela podia ver Howard olhando para ela com o canto do olho.
- Peter. - Morgan respondeu sem pensar. Não demorou muito para Tony explicar seu relacionamento para ela quando ela era apenas um pouco mais jovem. Apesar disso, ela o conhecia como seu irmão. Tony explicando como eles não eram parentes de sangue.
- Peter... - Maria repetiu, olhando para Howard. Ele ainda estava com o jornal aberto, mas estava claramente ouvindo a conversa que sua esposa estava tendo com sua suposta neta. - Você se parece tanto com seu pai. Você tem os olhos dele.
- Isso é o que todo mundo diz. - Morgan lamentou, tendo ouvido essa frase muitas vezes para contar. Maria riu.
- Quem é sua mãe? - Maria olhou para Howard quando ele finalmente decidiu entrar na conversa com uma pergunta direta.
- Pepper. - Morgan respondeu, lembrando o nome que ela ouviu seu pai chamar sua mãe várias vezes. - Ela é linda. Ela tem cabelo ruivo. Eu gostaria de ter cabelo ruivo.
- Você tem um cabelo lindo. - Maria elogiou, acariciando o cabelo escuro da garota confortavelmente. - Seu pai vai ter muito com o que lidar quando você ficar mais velha. - Isso fez Jarvis sorrir, que tinha ouvido a conversa apesar de seu melhor julgamento. Pensar em Anthony, seu Anthony, que provavelmente estava bêbado na faculdade, com uma criança, era comovente de várias maneiras. Ele não conhecia a criança por mais de alguns minutos e já podia ver muito dele nela.
- Você não nós reconhece, garota? - Howard fez a pergunta que Maria estava desesperadamente se perguntando. Se esta era a filha de Tony, por que ela não os reconheceu? Morgan não teve chance de responder antes de serem distraídos por outra presença na sala.
- Bom dia, jovem senhor. - Jarvis cumprimentou Peter, que estava corando com a atenção inesperada que estava recebendo. Ele nervosamente puxou sua camisa emprestada.
- B-bom dia. - Peter gaguejou uma saudação para todos na sala.
- Petey! - Morgan gritou, jogando as mãos no ar como uma saudação. Ela pegou um pedaço de sua torrada e acenou para ele. - Torrada! - Peter sorriu.
- Sim, eu vejo isso. - Peter respondeu, sem saber como se sentir sobre toda a cena. Com base em quanto Morgan havia comido, ela provavelmente estava sozinha com todos por algum tempo, deixando Peter nervoso com o que ela poderia ter dito.
- Gostaria de um pouco de café da manhã, jovem senhor? - Jarvis perguntou, gesticulando para os vários pratos que ele havia feito. Ele arrumou os pratos de Maria e Howard, colocando-os na frente dos dois. Peter sentiu seu estômago roncar e assentiu quase instantaneamente. Jarvis apontou para o assento ao lado de Morgan.
- Onde está Tony? - Peter perguntou a Morgan. Maria franziu a testa para Peter usando o nome de seu pai antes de adivinhar que ele devia estar tentando manter tudo em segredo. Ela se sentiu um pouco mal por ter extraído a informação de Morgan, que não poderia saber melhor.
– Roncando – murmurou Morgan, tomando um gole de suco. - Onde estamos?
- Uh... - Peter parou, olhando para os outros ocupantes da sala que também estavam se perguntando o que Peter ia dizer. - Período de férias? - Morgan franziu a testa.
- Mamãe vai ficar brava por termos perdido o jantar. - Morgan fez beicinho.
- Eles remarcaram. - Peter ofereceu como uma explicação. Morgan não mostrou nenhum sinal de descrença, então Peter contou isso como uma vitória.
- Peter, hein? - Howard disse de seu assento. Ele havia abandonado completamente o jornal. - Quantos anos você tem?
- Dezesseis, senhor. - Peter respondeu hesitante.
- Dezesseis, hein? Isso é subir lá. Sabe o que você quer fazer depois do ensino médio? - Peter não pensou que teria que enfrentar as mesmas situações sociais que temia no século 21, mas aqui estava ele.
- Uh, química, talvez? - Peter ofereceu sem compromisso. - Talvez engenharia? Eu realmente não sei. - Howard acenou com a cabeça junto com cada resposta que Peter forneceu, ignorando o olhar que Maria estava enviando para ele.
- O que seu pai está fazendo esses dias? - Howard perguntou casualmente. Peter sentiu-se empalidecer.
- Howard - repreendeu Maria.
- O que? Só estou curioso para saber o que meu filho está fazendo mais de trinta anos depois, onde seus próprios filhos não nós reconhecem. - Howard latiu amargamente. Peter estreitou os olhos.
- Eu sei quem você é. - disse Peter. Ele não ofereceu nenhuma explicação adicional.
- Deixe-me adivinhar. - Howard falou lentamente. - Ele estragou tudo, não foi?
- Howard! - Maria gritou, acenando para Morgan. - Isso não é apropriado.
- Indústrias Stark? Você ao menos sabe o que é isso, ou ele arruinou completamente seu legado também?
- Por que você assumiria... - Maria começou.
- Porque o garoto nem mencionou a empresa multimilionária que eu construí! Ele é seu filho mais velho, e age como se não tivesse intenção de assumir o negócio, então Tony deve ter fodido tudo. Eu sabia...
- Na verdade, é uma empresa multibilionária agora. - Peter interrompeu, fazendo Howard fazer uma pausa. Até Jarvis teve que parar para olhar para Peter por alguns segundos. - Ele fornece tecnologia de renome mundial décadas à frente de outros produtos no mercado e está liderando em doações anuais para instituições de caridade em todo o mundo.
- Tecnologia? - Howard repetiu, tentando pensar no que a palavra poderia significar no contexto em que Peter a coloca.
- Papai! - Morgan imediatamente pulou da cadeira e correu em direção ao pai, que estava parado na porta com uma expressão perplexa no rosto. Ele instintivamente pegou Morgan enquanto ela corria para ele. Enquanto isso, Howard tentava entender o que Peter disse a ele sobre uma empresa multibilionária.
- Por que você saiu da cama? - Tony interrogou a jovem em silêncio.
- Eu queria comer. - Morgan respondeu charmosamente, tentando evitar qualquer repercussão que suas ações pudessem ter. - Petey disse que estávamos de férias. Achei que íamos jantar com a mamãe?
- Os planos mudaram. - Tony não tinha sequer reconhecido os olhares de todos os outros na sala até que os braços de Morgan apertaram em torno de Tony. Ele olhou para cima, tentando descobrir o que eles poderiam ter arrancado de seus filhos enquanto ele dormia.
Jarvis sorriu para Anthony quando seus olhos se encontraram. Embora esse homem agisse quase totalmente diferente do jovem que ele mandou com um abraço de volta à faculdade, quase não havia dúvidas sobre os olhos suaves que Anthony tinha quando olhava para alguém com quem se importava. Jarvis nunca pensou que viveria o suficiente para ver o menino crescer na paternidade, então ele estava mais do que grato pelos breves segundos que ele viu com Anthony e sua filha.
Maria, por outro lado, sentiu-se emocionada com a interação. Não muito tempo atrás, ela estava repreendendo Tony por ignorar seu pai mais uma vez enquanto ele se preparava para voltar para a escola. Tony não era estranho aos problemas do pai, e isso provavelmente a fez se sentir tão feliz em vê-lo como pai. Nos poucos segundos em que viu os dois juntos, não teve dúvidas de que a menina adorava o pai. Do jeito que ela se iluminou quando o viu até o jeito que ela praticamente o estrangulou com seus braços minúsculos, o amor estava sempre presente.
Howard não sabia o que fazer com a situação. Seu cérebro científico ainda estava tentando entender toda a situação da viagem no tempo. Ele estava indo e voltando em crer nisto. Isso veio à tona mais uma vez quando ele viu a garotinha correr para os braços de Tony. Howard sempre teve suas dúvidas quando se tratava de Tony. O garoto era esperto, muito esperto, mas era preguiçoso. Ele sabia que provavelmente estava brincando na faculdade em vez de se aplicar, e Howard não tinha certeza se Tony iria crescer com isso. Ele só esperava que o garoto amadurecesse o suficiente para garantir que a empresa não fosse à merda depois que fosse repassada. A paternidade nunca veio à mente de Howard.
A parte mais estranha era como parecia natural para Tony. Howard não conseguia se lembrar de uma única vez que ele segurou Tony assim, mas estava claro que Tony fazia isso o tempo todo com sua própria filha. Ele não tinha certeza do que a criança estava fazendo correndo para Tony, então ficou surpreso ao ver a rapidez com que a pegou. Isso fez Howard questionar mais do que nunca se este era o menino que eles criaram.
- Uh, pai. - Peter tentou, olhando para Howard enquanto dizia isso. Tony imediatamente olhou para ele, um pouco surpreso com o título. Ele tentou não reagir muito quando viu o que Peter estava tentando fazer. - Como vamos chegar em casa?
- Eu pensei que era férias. - Morgan fez beicinho. Ela era muito inteligente para seu próprio bem. Para essa pergunta, Tony não tinha resposta. Viagem no tempo era coisa de Strange, e Tony nem tinha certeza se Strange sabia o que tinha acontecido.
- Não sei. Eu preciso de algum tempo, Peter. - Tony suspirou, pressionando uma mão no rosto enquanto carregava Morgan com outra. Ele ofereceu seu assento de volta, mas ela se recusou a ser decepcionada. Tony suspirou enquanto se sentava à mesa desconfortavelmente em frente a Howard. Jarvis lhe trouxe uma xícara de café, que Tony respondeu com um sorriso agradecido e um obrigado.
- Sabe, se você nos dissesse o que exatamente estava acontecendo, nós poderíamos ajudar. - Howard começou a sugerir sua ajuda.
- Não. - Tony interrompeu, mal dando um olhar. - Você não está tendo acesso a informações sobre o futuro através de nós, então pare de tentar. Ainda nem foi um dia inteiro. Temos que esperar para ver o que Strange vai fazer. - Tony dirigiu a última frase para Peter, que não parecia muito aliviado com a informação.
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Maria rapidamente se apaixonou por Morgan, nunca esperando ter uma neta. Ela havia implorado a Tony que a deixasse levar Morgan para comprar algumas roupas que servissem nela e um pouco de sorvete. Tony cedeu apesar de sua ansiedade quando sua mãe o fez tropeçar. Tony ficou em casa para tentar acalmar Peter, que ainda estava tenso com toda a situação.
Tony passou os dedos pelo cabelo do menino para surpreendê-lo por trás. Em vez de pular de susto, Peter relaxou com o toque.
- Você está bem? - Tony perguntou, sentando-se ao lado de Peter na sala vazia.
- Claro, eu acho. É só, e se Strange não vier? - Tony suspirou.
- Peter, eu prometo que vou te levar para casa, com ou sem Strange. - Tony o assegurou. - Apenas relaxe e deixe-me me preocupar com os esquemas da coisa toda, sim?
- Eu tive um grande teste de física. - Peter parou quando ouviu o bufar de Tony.
- Você percebe que viajamos no tempo, certo? - Pedro zombou.
- Sim, mas eu estudei muito para isso! Não me entenda mal. Estou impressionado com a coisa toda, mas você não sabe quanto tempo demorei para resolver esse problema de bateria.
- Eu quis dizer que Strange provavelmente poderia nos trazer de volta segundos depois que desaparecemos. - Peter ficou em silêncio, pensando por alguns segundos.
- Se isso é verdade, então por que ele ainda não veio? - Essa foi uma pergunta justa.
- Ele provavelmente tem que descobrir onde estamos primeiro. - Tony também não tinha muita certeza da resposta, mas estava cansado de ver Peter tão estressado. Tony jogou um braço sobre o ombro do garoto. - Relaxa. Você obtém férias grátis da escola sem nem mesmo faltar à escola. Eu teria matado por isso.
- Você estaria se formando na escola em um ano. - Peter apontou com um beicinho, sem esquecer o quão avançado Tony era para sua idade.
- Sim, e eu gostaria de estar no seu lugar. - respondeu Tony, reconhecendo algumas das dúvidas que Peter estava construindo dentro de si. - Você pode viver seus anos com seus melhores amigos e ainda ir para a melhor faculdade de todos os tempos. - Tony piscou para ele nessa última parte, fazendo Peter rir e dar de ombros.
- Não sei. Columbia está realmente parecendo...
- Por favor, não. - Tony interrompeu. - Pepper diz que não tenho permissão para renegar você só porque você estuda em outra escola, mas posso humilhá-lo publicamente.
- Pepper está do meu lado. Podemos humilhá-lo. Temos vídeos. - Peter mencionou vagamente. O queixo de Tony caiu.
- Uau, traído por minha própria esposa. - disse Tony pensativo. - Isso é bom. Eu recrutei Morgan. Ela é a cabeça.
- Não, você não fez! - Peter estreitou os olhos, tentando pegar um blefe. Tony sorriu e assentiu.
- Eu sou o favorito dela. Ela me ama 3000. Você e Pepper estão em torno do nível 700. - Tony brincou.
Tony estava feliz por Peter estar relaxando e brincando. Nenhum deles notou Howard observando das sombras. Ele não tinha certeza de que Peter era filho de Tony, mas ver o menino cair em brincadeiras familiares com seu filho confirmou isso. Howard pensou que estava assistindo a um daqueles filmes de família bregas de que Maria gostava. Tony e Peter não tinham a desconexão que Howard sentia com seu próprio filho. Inferno, seu Tony tinha mais ou menos a mesma idade de Peter agora, e Howard não podia nem começar a imaginar compartilhar o mesmo humor com ele. Tony tinha acabado como o pai que ele gostaria de ser todos aqueles anos atrás.
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Jarvis trouxe um sanduíche para Tony mais tarde naquela noite, cortado em diagonais como Tony se lembrava. Jarvis ofereceu a Tony um copo de licor, surpreso quando Tony recusou, alegando que precisava manter a mente limpa para as crianças. Não era exatamente a hora de Jarvis sair por esta noite, mas ele não pôde deixar de se sentar em frente a Tony enquanto o homem comia o sanduíche.
- Você se tornou um homem adequado, Anthony. - Jarvis começou. Tony parou no meio da mordida, olhando para Jarvis. - Você tem quase tanto cabelo grisalho quanto eu. - Tony zombou, sorrindo atrás de seu sanduíche.
- Você não sabe disso. Você mal me conhece há um dia. - Tony respondeu.
- Eu te conheço a vida inteira. - Jarvis corrigiu. Seus velhos olhos olhavam para ele como se ele fosse uma criança novamente. - Apesar do que seu pai pode ter lhe dito, eu sempre soube que você cresceria em sua inteligência e potencial, e você não provou que eu estava errado.
- Eu fiz coisas ruins, Jarvis. - Tony murmurou.
- E veja quem você é por causa deles. - Jarvis sussurrou. - Eu gostaria que seu pai tivesse tratado você da mesma maneira que você trata seus filhos. No entanto, estou surpreendentemente feliz em ver você fazer o certo por eles. Só posso esperar que você não tenha se esquecido de mim ao longo dos anos. Tony sentiu-se chorar. Ele não podia contar a ele sobre JARVIS. Isso exigiria muita explicação. Além disso, Jarvis não precisava da explicação. Ele podia ver pelas lágrimas nos olhos de Tony e pelo leve sorriso em seu rosto que ele era lembrado.
- Eu não sei como eu consegui sem você. - Tony admitiu. - Eu estava uma bagunça.
- E agora você é um herói. - Tony franziu a testa para ele. - Aprecie a maneira como seus filhos olham para você, Anthony. Você é um herói para eles. - Tony assentiu lentamente. - Você provou que seu pai estava errado. Você provou que está errado. Tenho certeza que você provou que muitos outros estavam errados ao longo do caminho. Não tenho dúvidas de que tudo valeu a pena para chegar onde você precisava estar: com seus filhos.