Dinastia

By mili_cruzz

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#Em 3° lugar como Rose Weasley #Em 1° lugar como Astória Malfoy #Em 1° lugar como Alice Longbottom Nos anos... More

Capítulo um: A dor das consequências
Capítulo dois: A descoberta dos chifres
Capítulo três: A última festa do verão
Capítulo quatro: O trato
Capítulo cinco: A feira dos Clubes
Capítulo seis: O julgamento
Capítulo sete: O teste
Capítulo oito: A chocante recusa
Capítulo nove: Dia de compras
Capítulo dez: Pedindo um favor
Capítulo onze: Merlin ajuda quem cedo madruga
Capítulo doze: A surra no banheiro
Capítulo treze: A festa de Halloween
Capítulo catorze: A detenção
Capítulo dezesseis: O fim de uma guerra
Capítulo dezessete: A festa de aniversário
Capítulo dezoito: Sexta-Feira 13
Capítulo dezenove: A festa do arraso
Capítulo vinte: Abrindo os olhos
Capítulo vinte e um: Malfoy Vs Weasley
Capítulo vinte e dois: A decapitação de Harry Potter
Capítulo vinte e três: Salve o cidadão
Capítulo vinte e quatro: A revelação de Dray
Capítulo vinte e cinco: A namorada do papai
Capítulo vinte e seis: A renovação de votos
Capítulo vinte e sete: Vai embora o Príncipe Mestiço
Capítulo vinte e oito: O milagre de natal
Capítulo vinte e nove: Lavando roupa suja
Capítulo trinta: Almejando o Weasley certo
Capítulo trinta e um: Em busca da coroa de diamantes
Capítulo trinta e dois: O baile do Cisne Branco
Capítulo trinta e três: O livramento de Dylan
Capítulo trinta e quatro: A festa de aniversário
Capítulo trinta e cinco: O casamento

Capítulo quinze: O surgimento da verdade

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By mili_cruzz

  Os quintanistas grifinórios e sonserinos respondiam uma lição do livro em total silêncio, na sala História da Magia.

- Cassy. – Chamou Hydra em sussurro

- Quer a resposta de qual? – Perguntou Malfoy no mesmo tom

- Nenhuma. Quero saber da cesta.

- O que tem ela?

- Descobriu quem é o remetente?

- Não, nem lembrava mais da cesta. Está lá no roupeiro e nem tive tempo de olhá-la.

- Será que é do Severo?

- Severo lá manda presentes, sobretudo, cestas românticas? O mais próximo disso que já ganhei dele foi uma poção que deixa o batom nos lábios por mais de uma semana.

E só deu porque a cliente cancelou. E só deu porque umaa a cliente cancelou. Mas não comentou esta última informação para conservar a identidade do Príncipe Mestiço. O leccionador de História da Magia flutuou até as duas.

- Srta. Malfoy, sacramentou sua lição?

- Já sim, senhor.

- Então, por favor, permita que os outros terminem. Conversas paralelas dificultam o aprendizado.

- Certo.

- Inquesita Malfoy, compareça imediatamente à sala da diretora. Inquesita Malfoy, compareça imediatamente à sala da diretora. – Ouviram a Sra. Malfoy exigir através das caixas de som encantadas

- Tenho certeza que quer me agradecer. – Falou para às amigas

A sonserina saiu da sala e dirigiu-se ao escritório de sua mãe. Ao dizer a senha para a estátua de grife, a escada se revelou e subiu os degraus. A jovem notou a aflição em alguns quadros. Que estranho. Algo de ruim deve ter acontecido, deduziu mentalmente. Não avistou a diretora porque estava sentada em uma cadeira, de costas para ela.

A sonserina supôs que na próxima vez que reencontrasse a mãe, estaria mais feliz e tranquila por seu presentinho. Para sua infelicidade, não foi isso que ocorreu.

- Oi, mamãe. – Cumprimentou – Teve um bom dia?

- O que você acha?

A jovem deu um grito de horror quando a cadeira foi virada em sua direção e pôde ver a adulta. O rosto da Sra. Malfoy estava coberto de verrugas. Tampou a boca com as duas mãos.

- Que coisa terrível!

- Terrível? Terrível é eufemismo, Inquesita! Isso é uma verdadeira desgraça! A maior lástima que poderia ter me acontecido! Eu quase desmaiei quando vi meu reflexo! A última vez que passei por uma maldição como esta foi aos dezoito anos, quando seu tio Joshua quase acabou com meu cabelo. Achei que nunca teria que passar por um horror daqueles novamente, mas veja eu aqui! Estou feia! Feia, Inquesita!

- Mas eu não posso acreditar!

- Ah, não pode? – Saiu da cadeira e se aproximou da herdeira – Pois então veja de mais perto. Consegue acreditar agora? O meu rostinho lido, que conservo por todos esses anos, está arrasado! E tudo isso por causa do maldito creme que você me deu!

Sra. Malfoy ficara tão tomada pela ira que atirou o creme no chão, batendo quase no salto da quintanista. A adolescente se agachou para pegá-lo e o analisou atentamente.

- Espere um momento! Este é o creme que estava na minha cesta.

- Que cesta, minha filha?

- A cesta que eu recebi. Mas é claro! Eu que deveria ter ficado assim!

- Inquesita, faça o favor de se explicar!

- Mamãe, eu recebi uma cesta de um admirador secreto no mesmo dia que a sua chegou. Pedi a Colin Weasley para entregasse a minha à Mabel e a sua, aqui. Claramente ele deve ter se confundido e errou as remetentes. O que significa que alguém tentou me sabotar. Mamãe, eu juro pelo meu lindo cabelinho que essa nunca foi a minha pretensão. Queria que minha cesta te relaxasse para me perdoar por ter te decepcionado.

- Querida, bastava apenas ter pedido desculpas como o seu irmão fez. E me dá um livro também.

- Na cesta que comprei, há livros. Então a senhora me perdoa?

- É claro que perdoo. – A herdeira fora abraçar a mãe e ganhou um beijo no topo da cabeça – Eu te amo, minha bebezinha.

- Também te amo. Mas o que fará com o seu rosto? Está lastimável, mamãe!

- E põe lastimável! – Intrometeu-se um dos antigos diretores

- Seu pai me examinou e disse que passará em menos de uma hora. Então só preciso ficar trancada aqui e proibir que alguém me veja. De acordo com ele, o creme é um dos produtos da Gemialidades Weasley.

- Não acredito!

- Pois é. Agora vá, meu bebê. A sineta já está para tocar.

- Sim, senhora.

Assim que a loira saiu do escritório, a sineta tocou. Diversos alunos rumaram para outras salas. Inquesita resolveu ir ao banheiro. Por uma coincidência, encontrou as amigas retocando a maquiagem.

- Como foi com tia Ast, Cassy? – Perguntou Mabel

- Há uma notícia boa e uma notícia ruim. A boa é que mamãe me perdoou.

- E qual a ruim? – Questionou Hydra

- É que a cesta que recebi foi acidentalmente enviada para mamãe. Que, por sinal, estava sabotada. Papai descobriu que um dos cremes era um dos produtos da Gemialidades Weasley.

- Acha que foi Rose Weasley que fez isso? – Questionou Black – Talvez aquele Prescott tenha dito que perguntou sobre eles e quer se livrar de você. Igualzinho fez as amigas broacas.

- Não, tenho certeza que foi Fred Weasley. Só um tolo como ele ousaria mexer com algo tão sagrado quanto a minha aparência. Sinto muito, Mabel, terá que ficar sem cunhado.

- Ela tem mais vinte. Não é como se fosse fazer muita diferença. – Brincou Hydra

- Colin só tem oito irmãos. Não que seja pouco. Cassy, tem mesmo que revidar? Suas guerras com Fred Weasley nunca acabam bem. É tragédia atrás de tragédia. Vocês dois ficam tão centrados em vencer que esquecem por completos os limites.

- Ih, nisso Mabel tem razão, amiga. Da última vez que vocês guerrearam, a coisa ficou preta. Um verdadeiro breu. Até gente para a Ala hospitalar, foi.

- Eu não tive culpa se aqueles estúpidos estavam lá na hora errada.

- Inquesita, você explodiu uma privada!

- Em minha defesa, o plano era espirrar a água da privada com o que ele tinha feito lá quando desse descarga. Eu não sabia iria explodir.

- Precisa levar isso como lição, prima. Suas guerras com Fred Weasley são muito perigosas para todos. O melhor é que você esqueça.

- E deixa-lo sair impune após tentar me sabotar? De maneira alguma! Além do mais, isso é uma questão de dignidade e poder. Se eu não fizer nada, ele vai continuar me atormentando e me tornarei vítima dele. E Inquesita Malfoy nunca se torna vítima! Ela cria vítimas!

- Mas como você vai se vingar dele e da prima ao mesmo tempo? – Perguntou Black

- Eu vou dá um jeito. Ah, meu Merlin! Como é difícil ter tantos inimigos! Agora entendo porque meu avô Lúcio sempre manda os empregados dele fazerem o trabalho sujo.

Ficou boquiaberta ao ter uma ideia.

- É isso! Já sei o que fazer!

- Vai mandar à Dorota fazer seu trabalho sujo? – Perguntou Black

- Não, ela me deduraria na hora. - Saíram do banheiro e caminharam - E sabe como meus pais acreditam nessa coisa de misericórdia. Mas eu tive uma ideia similar. Enquanto me vingo daquele paspalhão do Fred Weasley, meus subordinados lidarão com a priminha nojenta dele.

- Não está falando da gente, não é? – Quis saber Mabel com receio

- Não, vocês não são adequadas para esta tarefa. Quem eu preciso são os Longbottom. Alice e Frank.

- Mas por que eles? É verdade que são espertos, mas armações são o nosso lance. – Comentou Hydra

- Porque, querida prima, o demente do Jason Prescott está a fim da Alice. E ela irá seduzi-lo para obter alguma informação. Enquanto isso, Frank vai invadir o quarto dele e procurar por alguma coisa suspeita. Meu plano é genial, ou não? Do que eu estou falando? É claro que é genial!

- E por que você acha que eles ajudariam nisso?

- Ali é nossa amiga. E quanto ao irmão dela, eu dou um jeitinho. Se tudo sair conforme o planejado, descobrirei um podre da Weasley, a levarei à Corte Marcial e ela vai se arrepender de brincar com meu irmão.

- Se ela estiver brincando mesmo com ele. – Relembrou Black

- Hydra, você calada é uma poetisa, sabia? Uh! Ali estão eles! Eu vou lá!

- Mas e quanto a aula?

- Eu compro uma bolsa para Baxter como pedido de desculpas depois. Tchau.

Malfoy avistou Frank e Alice adentraram na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. Apenas metade da turma tinha chegado e quase nenhum estava em seu devido lugar. O Prof. Niddle ainda não tinha comparecido. Boa parte dos jovens estranharam ao vê-la ali. A loira se encaminhou até os gêmeos, que compartilhavam uma mesa.

- Oi, pessoal. – Saudou a sonserina

- Por que sempre que eu te vejo tenho a sensação de que alguma coisa ruim vai acontecer? – Falou o corvino

- Nossa, Frank. Você já foi mais legal. Até parece que não fomos amigos na infância. Esqueceu quando íamos na casa um do outro e brincávamos juntos?

- Claro. Como poderia me esquecer de quando você queria brincar de princesa e me obrigava a ser o cavalo?

- Viu? Tivemos ótimos momentos. E é por causa desses ótimos momentos que eu vim aqui. Preciso de um grande favor dos dois.

- Não.

- Você nem ouviu o que ela disse. – Falou Alice

- E nem preciso. Eu já sei que é algo podre. Que nem a alma dela.

- Isso até me ofenderia se eu me importasse com a sua opinião. Acontece que esse favor não é para mim. É para Morgano.

- O que tem ele?

- Eu tenho uma enorme suspeita que Rose Weasley resolveu andar com ele por uma razão terrível. E preciso descobrir para impedi-la e evitar que Scorp seja magoado. Pode até achar a minha alma podre, mas deve concordar comigo que aquela Weasley é pior ainda.

- É. Realmente você nunca infligiu uma lei. – Admitiu o editor do Clube do Anuário – E como é para ajudar o seu irmão. O que temos que fazer?

- É bem simples. Alice, você vai seduzir o Prescott e fazer com ele diga a verdade.

- Sem chance!

- Por que não? Ele já está na sua. Vai ser moleza. E como ele é um imprestável, não precisa sentir remorso.

- O que te faz achar que Jason sabe de alguma coisa?

- Ele deixou isso bem evidente quando eu o interroguei. Você também percebeu, não negue. E ele é extremamente próximo da Weasley. Se tem alguém que sabe, certamente é ele. Enquanto isso, Frank você vai invadir o quarto dele e procurar por alguma coisa suspeita.

- Por que não manda à Ali, que é a da mesma Casa que ele?

- Porque só você conseguiria obter uma informação dessas. E você tem algo que ninguém mais tem. O seu verdadeiro dom.

- Que é?

- Down. A sua síndrome. Se alguém te pegar, é só dá uma de retardado, falar umas coisas incompreensíveis. Ninguém vai te castigar.

- Essa foi a coisa mais insultante que eu já ouvi em toda a minha vida!

- Sério? Te chamarem de Frankenstein não foi o pior?

- Inquesita, me faça o favor de ir à puta que pariu! É sério que veio pedir justamente a mim porque eu tenho Down?

- Na verdade, eu pensei em pedir à Vennelope Crane primeiro porque ela é cega. Mas lembrei que ela contaria tudo à Patrice, que me impediria. Então restou você.

- Está vendo esse rostinho lindo aqui? – Fez um círculo imaginário com o dedo indicador – Você não vai usá-lo!

- Você é muito ingrato, sabia? Isso é pelo meu irmão, seu amigo! Além do mais, esqueceu quem foi que te contou dos sentimentos de Mabel? Eu te livrei de aguentar uma garota apaixonada com o coração partido.

- Você não fez isso por mim.

- Posso até não ter feito, mas te ajudei de qualquer forma. Você me deve!

O moreno liberou um suspiro de chateação.

- Está bem. Eu te ajudo. Mas que essa seja a última vez que usa a minha beleza para as suas armações.

A loira sorriu e segurou no queixo dele.

- Está bem, bonitão. Já que tudo está acertado, tchau, amigos.

Acenou mexendo os dedos levemente e foi embora. Encontrou-se com o Prof. Niddle na entrada, que estranhou sua presença na sala.

- Não é de menos que Fred a odeie. – Falou Frank para a irmã

Apesar de Jason gostar de ter adentrado no Clube de Duelos, ele não fazia ideia do quão difícil era. Além dos muitos exercícios, era sempre posto para duelar com os melhores do grupo. No caso, ser massacrado. Seus músculos inteiros doíam. Necessitava entrar em uma banheira cheia de gelo urgentemente.

- Está cansando, Sr. Prescott? - Perguntou Prof. Gold

- Não. Eu estou bem.

- Não é nenhuma vergonha admitir o óbvio. Nem todos servem o bastante para cá.

- Que bom que eu sirvo, então. Até a próxima reunião, Prof. Gold.

- É o que veremos.

Jason saiu da sala. A cada dia, desgostava mais do leccionador. Avistou Alice dialogando com Severo e Mabel, enquanto se distanciavam. Resolveu apressar o passo para falar com ela.

- Oi, Alice.

- Oi, Jason. - Se voltou para os amigos - Lembram dele, não é?

- Claro. - Respondeu Greengrass-Bulstrode

- Mabel, vamos? - Chamou Potter

- Ok.

Os sonserinos despediram-se brevemente e foram embora.

- E aí, falou com eles? - Indagou o moreno

- Eles?

- Seu irmão e seus amigos. Disse que ia falar com eles p'ra que eu entrasse no grupo de vocês p'ro lance da Feira da Magia.

- Ah, isso. Eles disseram não.

- Não? Por que não?

- Ah, porque não te conhecem bem. E isso é algo muito importante, Jason.

- Já entendi. Ah, tanto faz. Essa feira é chata mesmo. E não vai me servir p'ra nada.

- Como não? Vale 30% da média final. É muito importante!

- P'ra você. Esse lance de estudo não é p'ra mim. Eu não sei fazer nada.

- Isso não é verdade. Todo mundo sabe fazer alguma coisa. Acontece que você não procura saber o quê.

- Não é como se fosse fácil, Alice.

- É, não é mesmo. Ah! Já sei!

Longbottom retirou a revista d'O Pasquim e abriu em uma página. O lufano leu em voz alta.

- Teste de profissão. Sério?

- O quê? Já é um começo. Não custa nada tentar.

- Ok.

O lufano realizou o teste. Quando finalizou, a profissão surgiu na página.

- Aqui diz que eu deveria ser fabricante de varinhas.

- Pede um emprego à Olivaras. Quem sabe dá certo. O que não pode é desistir.

- Acredita mesmo em mim.?

- É claro que sim. Você tem potencial, Jason. Não o desperdice.

Prescott ficara contente por Longbottom ter lhe depositado esperança e confiança. Ninguém, nem mesmo ele, achou que seria algo mais que um empregado de uma livraria.

Apesar de Alice ter confirmado que andaria um pouco com o duelista, ela já desejava terminar aquele diálogo. Porém, havia combinado com seu irmão que teria que enrolá-lo por um tempo enquanto executava a busca.

- Está a fim de tomar uma cerveja amanteigada na cozinha? – Propôs

- Cerveja amanteigada não está fora da sua dieta?

- Está sim. Você toma uma cerveja amanteigada enquanto eu tomo um suco verde.

- Beleza então.

Os lufanos se dirigiram ao térreo. Alunos da Casa deles conheciam bem aonde se localizava a cozinha, pois se encontrava acima do Salão Comunal deles. Pararam em frente a um quadro com uma bandeja de frutas. A loira fez cócegas na pera e uma entrada surgiu.

Os dois entraram e avistaram mais de uma centena de elfos-domésticos preparando a próxima refeição. Pediram as bebidas a um dos empregados e foram servidos imediatamente. Sentaram-se em uma mesa.

- Eu quero muito saber, como é que você aguenta? – Quis saber o rapaz

- Aguento o quê? – Perguntou ela

- Comer essas coisas esquisitas e sem gosto. Eu não ia aguentar um dia comendo isso.

- No início foi esquisito mesmo, mas acaba se acostumando. E eu sempre tenho em mente que se eu não seguir minha dieta, não poderei ser atleta.

- Você quer ser jogadora de Quadribol, não é?

- Sim.

- Então que diferença faz? Vai ficar na vassoura o tempo inteiro. Se for gorda ou magra não vai mudar muita coisa, não é?

- Claro que muda. A vassoura se move de acordo com o peso. E como sou batedora, preciso ter braços bem fortes e ter uma resistência boa para não cair quando acertar um balaço.

- Entendi. Você sempre quis isso? Ser uma jogadora famosa?

- Não, eu só vim querer quando tinha treze anos. Mas eu sempre gostei de jogar. Os meus primos moram ao lado da minha casa. Então nós sempre jogamos Quadribol.

- Deve ser divertido.

- É sim. Sabe, a minha mãe tem três melhores amigas. Astória Malfoy, Pansy Zabini e, claro, minha tia Hestia Weasley. Muitas vezes a gente se reúne para brunches, coquetéis, essas coisas. Aí meio que rola um pequeno torneio entre os filhos, sabe? É bem legal. E as vezes agressivo. Principalmente quando jogamos com os Malfoys. Eles odeiam perder. Você comparece a coisas assim também?

- Ah, eu não sou muito bom no Quadribol. Só assisto mesmo.

- Me refiro a eventos familiares.

- Ah, não. A gente não é disso. Acho que a última vez que vi a minha família reunida foi quando meu tio-avô morreu e todo mundo brigou pela herança. E eu devia ter uns doze anos.

- Nossa. Que triste. Deve ser terrível não ser próximo da família.

- Nem tanto. Quando a família toda é panaca, que nem a minha, isso até é uma coisa boa.

- É filho único?

- Não, eu tenho um irmão mais novo de nove anos. Robert. Robbie.

Alice notou um imenso desconforto da parte de Jason ao falar da família. Então resolveu mudar de assunto. Sabia que fazia parte do plano seduzi-lo. Porém, ela não sabia como fazer e tinha vergonha de exercê-lo. Além do mais, não queria oferecer falsas esperanças a ele.

- Você é muito próxima da Weasley, não é?

- Da Rose? – A loira assentiu – Sou. Ela é a minha amiga.

- E rolou alguma coisa entre vocês?

- Não, não. A gente é só amigo mesmo. Quase irmãos. Só que sem a parte do amor.

- Entendi. Deve ser irado ser amigo da filha da Ministra da Magia. Quero dizer, você pode fazer muitas coisas.

- Quem dera. Nem Rose tem privilégios. Imagine eu.

- Por que fala isso? A relação dela com a mãe é complicado?

- Você nem faz ideia, Alice. Rose já reclamou um montão de vezes como a mãe dela é viciada em trabalhar e que nunca 'tá em casa. Sabe, as vezes eu acho que foi por isso que ela namorou o Gus.

- Quem é Gus?

- Gus Rosier. Acho que o nome dele era Gustav ou alguma coisa assim. Eles namoraram no verão, só que quase ninguém sabe. Acho que ela saía com ele p'ra esquecer dos problemas. Eu sei como ela se sente.

Longbottom percebeu que o olhar de Jason tornou-se melancólico e vago. Como se estivesse se lembrando de algo.

- Como assim?

- Nada não. Por que a gente não para de falar da Rose?

- E sobre o que você quer falar?

- E quem disse que eu quero falar?

Longbottom ficou extremamente apavorada. As mãos começaram a suar e sentiu voltas em seu estômago. Era verdade que Jason possuía uma certa beleza que lhe encantava. Seu sorriso galanteador e seus olhos castanhos cheios de rebeldia conseguiam atraí-la. Gostou e ao mesmo tempo desgostou quando o rapaz trouxe a cadeira para mais perto da sua.

Ah, meu Merlin, será que ele vai me beijar?, pensou. Se aproximou do ouvido da garota e falou bem baixinho.

- Tem uma coisa que eu quero te mostrar.

Seus pelos inteiros se arrepiaram ao ganhar uma osculação abaixo da orelha.

- Então mostre.

- Aqui não dá.

O plano era Alice enfeitiçar Jason, mas aconteceu tudo ao contrário. Não conseguia entender o porque de deixar aquilo acontecer. E, sinceramente, não se importava muito. O acompanhou em silêncio para o andar inferior. Somente despertou daquela pequena transe ao perceber que estavam indo ao Salão Comunal da Lufa-Lufa.

- Onde estamos indo? – Interrogou

- Ao meu quarto. – Informou o duelista

- Eu não acho que seja uma boa ideia, Jason. Não é recomendável que moças entrem no quarto de rapazes.

- Eu não vou te morder, ok? Só se pedir.

Longbottom ficou tão sem graça que acertou um soco no ombro dele. Prescott massageou o local dolorido.

- Ai! É brincadeira.

- Sei.

Cruzou os braços e escorou as costas na parede. Jason pôs o braço ao lado da cabeça dela, apoiando seu corpo. Embora tenha mantido a compostura, sentiu-se um cervo diante de um tigre faminto. O moreno começou a brincar com um fio de cabelo dela.

- Você é uma gata, sabia? É bem diferente das outras garotas.

- Sei disso. Não sou cega. Por acaso diz isso com todas as garotas que se envolve?

- Não, todas são iguais. E eu não 'tô mais a fim de nenhuma. Só de você.

- E por que deveria acreditar nisso?

- Você me viu com mais alguma menina?

- Vi sim. Tina Thomas e Sarah Finningan, por exemplo.

- Ah, elas? Elas são amigas, Alice. Amigas, não. Colegas.

- Que péssima companhia você tem. Deveria ter um gosto melhor.

- Olha, os seus amigos também não são os mais irados.

- O que está insinuando?

- Eu não estou insinuando nada. Só 'tô falando que... Eles são de uma família bem barra pesada. Gente perigosa. Eu se você fosse, não andaria muito com eles.

- Pois então nunca mais me dirija a palavra porque eu sou uma Carrow!

- Você é?!

- Sou sim, por parte de mãe. É verdade que nossos familiares cometeram muitas atrocidades, mas muitos deles se arrependeram e se tornaram pessoas magnificas! E fique sabendo que eu e meus amigos temos caráter! Não somos as suas amigas marginais que invadem propriedades e destroem tudo!

Alice foi se aproximando perigosamente e Jason foi recuando. Andou tanto para trás que bateu a nunca na parede atrás de si.

- Eu não disse que vocês são! Eu só-só-

- Eu entendi perfeitamente o que você disse! Não sou nenhuma besta não, ok? Muito irônico alguém que busca a mudança dizer uma coisa dessas! – Segurou em sua camisa com bastante força – E da próxima vez que disser mais uma asneira assim, eu acabo com a sua raça, entendeu?

- Entendi. Agora me solta, por favor!

O jogou em cima da parede.

- Até nunca mais, imbecil!

- Alice!

A garota estirou o terceiro dedo para o rapaz e foi embora. Jason bateu na testa. Mas que porra, pensou. Iria adentrar no Salão Comunal quando a entrada surgiu. Ficou pasmo ao ver Frank. Que permaneceu estático.

- O que você faz aqui? – Interrogou

Frank sabia bem que se Jason abrisse a boca, uma detenção lhe seria reservado. Fora o castigo dos pais. Então optou por seguir a terrível sugestão de Malfoy. Produziu sons incompreensíveis, que lembrava muito uma bomba de colchão inflável sendo utilizada.

Em seguida, foi embora o mais rápido possível. Se encaminhou na estátua de Harry Potter no pátio da Torre do Relógio, onde se encontravam Inquesita e Alice. Sua irmã caminhava de um lado para o outro, aborrecida. Malfoy apenas a assistia, quieta.

- O que você tem? – Perguntou o corvino

- Aquele imbecil! É isso o que tem! – Exclamou a loira – Sabe o que ele disse? Que eu deveria para de andar com os meus amigos! Que as famílias são perigosas e barra pesadas! Eu deveria ter o esganado! Maldito!

- Presumo que não tenha conseguido o que pedi, não é? – Perguntou a loira

- Não, Inquesita. A única coisa que concluí é que Jason Prescott é um otário.

- Certo. E quanto a você, Frank? Alguma coisa útil?

- Não muito. Se Prescott tem algo incriminador, escondeu muito bem. Tudo o que eu achei foram cartas do pai, garrafas de uísque de fogo, uma planta-vaca e livros românticos. O que eu concluí foi que ele é muito pobre e o pai dele é um bosta que exige que ele dedique a sua vida a Floreios & Borrões.

- Triste, mas inútil. Ah, meu Merlin! Será que é tão difícil assim? O que eu quero nem é muita coisa! Isso deve ser castigo, só pode. Como sou bonita, rica e inteligente, Merlin quer me punir através do meu irmão.

- Espera! – Disse a batedora – Acabei de lembrar uma coisa. Nós falamos da Weasley.

- E por que não disse isso antes? O que aquele Prescott falou?

- Que ela tem uma relação com a mãe muito complicada. Que sempre reclama que ela nunca está em casa porque é viciada em trabalhar.

- Então minha teoria estava certa. Mais alguma coisa, Ali?

- Sim. Ele falou de um namoro escondido que ela teve no verão. Gustav Rosier. Ele também falou que acha que Rose namorou esse Rosier porque queria esquecer dos problemas.

- Rosier? – Perguntou Frank – Inquesita, a sua bisavó não foi uma Rosier?

- Foi sim. Mas não mantemos contato com eles porque um dos Rosiers foi um merda com meus pais. Mas isso é irrelevante. Galera, vocês não percebem? Rose Weasley quer namorar meu irmão para chatear a mãe ou para que ele suma com suas frustrações.

- Os dois são péssimos. – Avisou o editor do Clube do Anuário

- Eu sei. Mas a boa notícia é que estamos chegando cada vez mais perto da verdade. Eu posso sentir! Agora podemos acionar à Corte Marcial.

- Você não pode fazer nada ainda. – Informou o rapaz, fazendo que a loira fechasse a cara – Por mais que Alice tenha descoberto isso, não prova que há más intenções.

- É verdade. Mas tudo o que tenho que fazer é conversar com um certo parente distante e poderei me livrar dela.

- Cassy, não! Você está indo longe demais! Sei que quer proteger o Scorp, mas esse Rosier é perigoso. Eu lembro de quando ele estudava aqui e era um verdadeiro valentão. Certamente piorou.

- Ali está certa, Malfoy. Você mal conhece esse Rosier. Ele pode tentar fazer alguma coisa com você.

- Mas e se ele tiver alguma coisa podre sobre ela? Esse é o trunfo que eu estive procurando nesses dois meses!

- Se Rose for mesmo terrível, a verdade vai aparecer mais cedo ou mais tarde. O que não vale a pena é correr o risco de conhecer alguém de um caráter duvido. Cassy, me promete que não vai atrás desse Gustav Rosier.

- Eu devo mesmo?

- Me prometa!

- Está bem. Eu prometo. Pelo visto, esse foi um plano defectivo meu. Nada serviu.

- Isso não é totalmente verdade. Eu descobri que o Prescott é um merda.

- Como se já não fosse óbvio. Eu vou retocar a minha maquiagem. É ruim ter um plano falho, mas é pior ainda ser feia. Tchau.

- Tchau.

A garota entrou no castelo e foi ao primeiro banheiro que encontrou. As garotas que estavam lá pararam de dialogar e trataram de ir embora rapidamente. Antigamente isso lhe desagradava, mas viu que o lado bom era que possuía o banheiro só para si. Abriu a bolsa e começou a retocar a maquiagem. Lilly Potter saíra de um dos boxes e fora lavar as mãos.

- Oi, Inquesita. – Cumprimentou a ruiva – Cadê todo mundo?

- Elas não aguentaram a presença da minha beleza e se mandaram.

- Entendi. Você 'tá legal? 'tá com uma cara estranha.

- Digamos que eu encontrei um problema que parece não ter solução.

- Ah, eu sei como é. Parece que quanto mais a gente tenta, mais piora.

- 'tá falando do seu cabelo?

- 'tô falando dos meus irmãos. Eu acho que Al e Jay se odeiam mais a cada dia. É horrível isso! Eu queria fazer alguma coisa, mas não sei o quê.

Malfoy quis falar que James era bundão, mas sabia como ela gostava do irmão e não queria chateá-la mais.

- Eu acho melhor você não fazer nada.

- Você conseguiria ver seus irmãos passando por algo assim e ficar só olhando?

- De jeito nenhum. Não conseguiria nem se tentasse. Acho que puxei isso de mamãe. Sabe, eu reconheço que você tem um grande dom e talento para a artes das pegadinhas. Isso é algo que eu realmente aprecio.

- Você pode parar com a bajulação e ir logo p'ro ponto?

- O que acha de ser minha soldada? Sei recompensar muitíssimo bem.

- A guerra é com meu primo, Fred?

- Sim.

- 'tô fora.

- Ah, por favor! Só por que ele é seu primo? Não pode deixar esses detalhes de lado desta vez e me ajudar a massacrá-lo tão brutalmente que jamais terá força e coragem para me encarar nos olhos novamente?

- Não. E eu não 'tô fora porque ele é meu primo. É porque sempre que vocês brigam, coisas loucas acontecem.

- Isso não é totalmente verdade.

- O lance da privada da privada?

- Só foi um pequeno acidente. E ninguém morreu ou se feriu muito. Isso que importa.

- Ainda é não. Eu já vou indo nessa. Mas boa sorte destruindo Fred e a você mesma. – Iria se retirar, mas se voltou para a patricinha – Ei, sabe dizer o que foi aquilo que dei ao Al?

- Al?

- Meu irmão.

- Ah! Severo.

- Ele pediu p'ra que eu vasculhasse o quarto de Rose, há umas semanas, e eu achei um negócio. Primeiro eu achei que fosse pirlimpimpim, mas ele disse que mandou analisar e não era. Ainda bem. Seria horrível se Rose ou uma das colegas de quarto dela se drogassem. Inquesita?

Inquesita manteve-se em silêncio por alguns instantes. Aquele era o momento pelo qual tanto lutou e aguardou. Finalmente tinha algo para aniquilar a pedra no seu salto alto. E nada poderia atrapalhá-la desta vez. A sonserina sorriu para Potter.

- É, seria mesmo horrível se Rose ou as colegas de quarto dela se drogassem. Sabe que eu não sei o que era? Sabe, eu vou providenciar uma vassoura excelente para ti agora mesmo.

- Puxa! Valeu!

- Não tem de quê. Você merece. Como eu disse anteriormente, sei muito bem recompensar meus aliados. Tchau.

Toda lamentação e raiva haviam evaporado do corpo da baixinha. Todo o seu esforço estava prestes a valer a pena. Foi até Mabel e Hydra, que liam a Gazeta de Hogwarts.

- É bom que vocês duas tenham passado muito tempo com Severo porque, quando eu vê-lo, irei esquarteja-lo. – Pregou Inquesita

- Do que está falando, amiga? – Perguntou Mabel

- Eu acabei de descobrir que ele escondeu de mim que a irmã dele encontrou pó de Pirlimpimpim no quarto daquela rata miserável.

- Ah, meu Merlin! Isso significa que a Weasley é alguém instável e que pode está querendo usar Scorp para pagar as drogas dela e torná-lo um viciado!

- Exatamente! E que eu estou certa! E pensar que passei semanas sem saber disso! Ah, mas Severo vai me pagar! Ah, se vai!

- Ainda bem que eu não estou na pele dele. – Disse Black à Greengrass-Bulstrode

- Nem me fale.

Mabel avistou Colin dialogando com os irmãos mais novos de uma longa distância. Quando o olhar dele pousou em si, sentiu o coração esquentar um pouco. Deu um leve aceno. O ruivo a ignorou e tratou de ir embora depressa.

- Mas que absurdo! – Queixou-se desgostosa

- O que é um absurdo, amiga? – Questionou Inquesita

- Colin. Ele basicamente fugiu de mim quando acenei. Como se eu tivesse alguma praga.

- Você transou com ele? – Perguntou Hydra

- O que isso tem a ver?

- Tem idiotas que só querem te levar p'ra cama e depois que conseguem, somem. Então, transou ou não?

- Não. Ah, mas ele há de me dá uma boa explicação! Porque minhas mães não me criaram para ser menosprezada. Principalmente por um macho.

Rose escrevia em um pergaminho, sentada em um dos bancos do pátio da Torre do Relógio, com as pernas estiradas. Se ajeitou ao ver Scorpius se aproximando, com uma caixa de bombons. Ele continuava fazendo uso da bengala.

- Posso sentar? – Pediu o sonserino

- Claro. – Ele se sentou – Ainda dói muito?

- Só um pouco. O que está fazendo?

- Nada de mais. 'tá em horário livre?

- 'tô. Quer um bombom? Estão deliciosos.

- Eu não vou mentir. Quero um sim. – Selecionou um e o devorou – Está mesmo bom. Comprou onde?

- Não comprei. Ganhei de uma garota.

- Anna Jersey?

- Não, de uma garota do sexto ano. Suponho que não deve conhecê-la.

A sardenta não soube qual era pior. Malfoy ganhar um presente de Jersey. Ou outra menina apresentar afeição por ele a ponto de presenteá-lo.

- Uma ficante em potencial?

Apesar de falar em um tom de brincadeira, queria saber a resposta.

- Talvez.

A ruiva engoliu o seco. Certamente não esperava por esta resposta.

- Não sabia que tinha fãs.

- Eu não tenho. Quem tem é meu irmão. Acontece que, uma vez ou outra, aparece alguém interessante.

- Entendi. Você já namorou alguém?

- Está cheia de indagações hoje.

- Somos amigos. E amigos falam sobre isso. Você é tão reservado sobre com quem sai que até acho que tem um grande segredo ou sei lá.

- Segredo eu garanto que não tenho.

- Não respondeu a minha pergunta.

A verdade de Scorpius sobre sua a minha vida amorosa era que, basicamente, ela não existia. Claro que ele já havia beijado uma garota aqui e outra ali. Porém, nunca esteve em um relacionamento de verdade.

- Não, eu nunca namorei. Eu acho que o namoro é um relacionamento sério demais. As pessoas acreditam que namorar é só se pegar e andar de mãos dadas, mas isso não é verdade. É está ao lado de quem ama e sacrificar o que gosta muitas vezes pelo bem do próximo. Não dá para ser qualquer um.

- Nossa. Que bonito. Queria ter pensado assim antes de ter namorado.

- Se refere ao Rosier?

- Esse canalha mesmo. Só me fez merda. Ela fazia muito a minha cabeça, sabe? Eu, burra, que não sabia na época. Saía escondida de casa, brigava demais com meus pais. Só queria saber de relaxar.

- Ainda bem que você tomou jeito.

- É, ainda bem.

- Aposto que você também vai encontrar alguém que te faça feliz.

- Quem sabe. Faz um tempo mesmo que eu não beijo ninguém. 'tô até com teia na boca.

- Se você está, imagine eu. Até que eu encontrei uma garota que eu adoraria namorá-la, certa vez.

- E o que aconteceu?

- Ela... Revelou ser uma desalmada sem coração.

- Poxa! Que péssimo! Mas, olha, nem todas as garotas do mundo são assim. Tenho certeza que vai encontrar a pessoa certa e ficarão fazendo citações de Bridgerton para o outro.

- Só espero que não cite o livro da Francesa. É um saco. Também espero que encontre alguém. Rosalie, posso, por favor, te desenhar?

- Você desenha?

- Só um pouco. Por está manco, fico impossibilitado de fazer algumas coisas. Acho que te desenhar ajuda a passar o meu tempo.

- Ok. Pode ser.

Rose achou que ser desenhada seria divertido, mas estava redondamente enganada. Primeiro: tinha que achar uma posição certa e nenhuma parecia boa o bastante para Scorpius. Segundo: ficar totalmente estática era muito frustrante. Não poderia se comunicar, se mover ou olhar para outra direção.

Terceiro: Scorpius derrubava a pena constantemente. E como era difícil se abaixar e pegar sem sentir dor, cabia a ela pegar. Também não fazia ideia de como ser desenhada demorava. Recusou-se a reclamar porque se sentia culpada pelo acidente dele.

Malfoy mostrava tanta concentração e esforço que fez a amiga deduzir que ele faria um excelente trabalho.

- Terminei! – Exclamou ele

- Graças a Merlin! – Disse a ruiva aliviada – Deixa eu ver.

O monitor mostrou o desenho no pergaminho. Não poderia ser mais feio. Os olhos tinham tamanhos diferentes, além de ser vesgo. As sobrancelhas tinham grossuras distintas, os lábios eram muitos carnudos. Uma criança de oito anos certamente teria feito melhor.

Pensar que passou um bom tempo entediada – e dolorida por manter a mesma posição – fez querer rasgar o desenho em milhões de pedacinhos.

- O que achou? – Perguntou ele esperançoso

- Está...

- Terrível, não é? Bem que eu imaginei.

- Não, não 'tá tão...

Malfoy amassou o papel.

- Deixa que eu faço outro.

Rose soltou o palavrão mentalmente. Estava exausta por ser a modelo e não queria ser novamente. Mas não teve a coragem de dizer algo.

- Atrapalho?

Olharam para o lado e avistaram Dr. Malfoy. Rose se pôs de pé, louca para fugir de ser desenhada novamente.

- Não. – Respondeu a monitora – Eu tenho que ir me arrumar p'ra próxima aula. Tchau, Scorpius.

- Tchau.

A sardenta foi embora. O curandeiro sentou-se no mesmo lugar que a jovem sentava.

- Papai, o que te trouxe aqui?

- Vou almoçar com a sua mãe e aproveitei para vir te ver. Tornou-se bem próximo da Weasley, não é?

- Sim, somos amigos. E consegui isso graças ao seu conselho.

- É mesmo? – O rapaz assentiu – Sabe, eu disse para dá um gelo na garota, demonstrar desinteresse. Eu nunca falei para fingir que está machucado.

- Não entendi do que o senhor está falando.

- Por favor, Scorpius. Acha mesmo que pode me enganar o maior ator dramático que Hogwarts já obteve? Eu sei que está mentindo. Você nem se acidentou de verdade, não é?

- Não. Me desculpe, papai.

- Não devia pedir só a mim. Mas à sua mãe, sua irmã e todas as pessoas que te amam e que ficaram muito preocupadas com você. Foi muito cruel da sua parte. Eu não te criei assim.

O monitor ficara constrangido quando sua mãe disse que ficou decepcionada, mas ficou mais acanhado ainda com a bronca do pai. Não havia se dado conta das consequências que sua atuação causou. Seu único objetivo era atingir Rose.

- Eu sei. Vai contar a verdade?

- Não, porque eu sei que não fará mais isso. Scorpius, você é um bom rapaz. Não perca a sua dignidade entrando no mundo das mentiras.

- Sim, senhor. Procurarei não fazer mais isso.

- Papai!

Inquesita andou ligeiramente até o curandeiro e recebeu um abraço reconfortante. Scorpius teve que se afastar um pouco para o lado para que a gêmea sentasse. A garota deitou a cabeça no ombro do pai.

- Que saudade!

- Eu tenho vindo quase todos os dias, querida.

- Sim, mas para ver Scorp. Mal nos comunicamos.

- Ah, me desculpe, Cassy. É que eu estava muito aflito com a situação do seu irmão.

- Sua justifica é compreensível. Foi até bom que eu te encontrei, papai, porque eu queria te dizer amei o seu último presente!

- Tudo pela minha princesa. Você merece tudo da mais alta qualidade.

A moça ganhou um beijo na bochecha. Scorpius revirou os olhos. Esses momentos eram extremamente enjoativos para ele e seus irmãos.

- Scorp, avistou Severo?

- Não. Por quê?

- Nada demais. Só quero esganá-lo por um erro terrível que cometeu.

- Essa é a minha garota! Ele tem te tratado bem, princesa?

- Deveria perguntar isso a ele, papai. – Informou o monitor

- Desta forma está me insultando, Scorp. Eu sempre sou um amor de pessoa. Não sou, papai?

- Claro que sim, querida.

- Papai, eu estava mesmo querendo falar com o senhor. É que eu e minhas amigas pretendemos trabalhar a médio-bruxaria no nosso projeto da Feira da Magia. E queria saber se o senhor pode me ajudar.

Ao ouvir isso, Scorpius manteve os ouvidos bem abertos.

- Fale o que quer e eu faço.

- Que bom. Eu e as meninas nos interessamos bastante na área de vírus. Será que o senhor poderia nos dá uma amostra?

- Eu não sei, princesa. Isso não é muito recomendável.

- Mas, papai, eu sou muito responsável. É para o projeto da escola. Além do mais, se pretendo ser uma grande curandeira como o senhor, tenho que começar desde cedo, não é? Por favor! Tomarei todas as precauções necessárias!

- Eu vou pensar um pouquinho e depois te dou a resposta.

- Muito obrigada. O senhor vai adorar o nosso projeto. Uma pena que não posso dizer o mesmo de Morgano.

- Inquesita, ninguém nem vai se interessar pelo seu projeto quando verem o meu.

- Crianças, sem brigas!

A sineta tocou e os alunos tiveram que rumar para as suas salas. Incluindo, os gêmeos Malfoys. Que teriam aula de Trato das Criaturas Mágicas na sala, novamente. Ao adentrar o local, Inquesita foi até Severo. Potter iria lhe dá um beijo, mas o impediu pondo o dedo indicador no meio de seus lábios.

- Eu sei. – Avisou ela

- Sabe de quê? – Indagou o sonserino confuso

- Do pirlimpimpim. Ah, garoto, como você está encrencado.

Severo não fazia ideia de como, onde e através de quem Malfoy tinha descoberto de tal informação. Só tinha a certeza de apenas uma coisa: que estava completamente frito. Suas pernas começaram a tremer.

- Cassy, eu-

- Foda-se! O julgamento irá acontecer, apesar dos seus esforços inúteis de tentar me impedir. E torça para que não seja decapitado junto com a sua priminha infeliz. Sabe perfeitamente como odeio traições. Quanto desgosto!

Dito isso, Inquesita foi sentar com as amigas em uma das primeiras mesas. Potter engoliu novamente e pôs a mão sobre a garganta. Scorpius, que sentara ao seu lado, lhe deu batidinhas nas costas reconfortantes. Rose – que percebeu o medo de seu primo causado pela patricinha – resolveu ir até ele.

- O que foi isso? – interrogou a monitora

- Não é da sua conta! – Ofendeu Alvo

- Vai por mim, Rosalie, melhor ficar sem saber. Nem eu mesmo sei. – Instruiu seu amigo – Ei, tem planos para amanhã à noite?

- Não.

- Quer sair comigo?

Weasley arregalou os olhos de tamanha surpresa. Suspeitava que Scorpius a via apenas como uma amiga. Claro que a proposta lhe contentou.

- Claro. Vai ser demais.

- Te pego às sete, na frente do seu Salão Comunal.

O treino da Grifinória havia terminado. Colin mal conseguira se concentrar porque não parava de pensar em Mabel e o porque de não ter comparecido.

- Estou muito zangado, Colin! - Expressou seu irmão gêmeo, se arrumando no vestiário - Aquela praga conseguiu escapulir! Não sei como, mas conseguiu! O que acha que deve ter acontecido? Colin? Colin, estou falando com você!

- Perdão. O que foi?

- Não ouviu nenhuma palavra que eu disse?

- Não. Sobre o que falava?

- A Malfoy.

Colin fez um som de desgosto.

- Veio me perturbar para falar dela novamente? Mude o disco, Fred!

- E você acha que eu não quero?

- Não. Tenho certeza que você gosta de importunar Inquesita. E ela, a você.

Os dois saíram do vestiário e caminharam em direção ao castelo.

- Pois fique sabendo, irmão, que, por mim, nunca mais a veria. Estava muito bem seguindo a minha vida. Aquele projeto de anã que veio me incomodar! Colin, ela planejou roubar minha vassoura! A minha vassoura!

- E você já não tem outras?

- Mas a vassoura não importa!

- Eu não estou entendendo nada! Acabou de dizer que importava, pombas!

- O que importa é o que ela planejou fazer! Se eu não fizesse nada, abriria brecha para continuar. Eu antes morro a permitir que aquela nojentinha me vença!

Esses dois tolos se gostam e nem sequer tomam conta, pensou Colin. Uma coruja passou por cima deles e deixou uma carta cair em cima da cabeça de Fred. O rebatedor a pegou e abriu.

- Oh-Oh.

- Que foi, Fred?

- Rose está em perigo. Será julgada na Corte Marcial. Que Merlin tenha pena da alma dela.

Rose ficara muito animada para seu encontro. Pôs uma blusa cinza de rock de mangas curtas por cima de uma blusa preta de mangas longas, uma saia vermelha e all-star azul. Tingiu seus lábios de vermelho. Ficou tanto tempo sentada na cadeira da penteadeira que as nádegas começaram a doer.

- Que perfume é esse? - Perguntou Sarah

- Um perfume meu. Nunca usei. Achei que seria uma boa.

- Parece perfume de bebê.

- Eu achei horrível.

Ao dizer isso, Thomas correu para o banheiro e a ouviram vomitar.

- Tina, você está bem? - Indagou Weasley

- Não. Acho que comi uma coisa estragada.

- Quer que eu fique aqui com você?

- 'tá doida? Agora que finalmente vai sair com Malfoy e perto de ganhar a aposta? Deixa que eu fico com ela. - Garantiu Finningan

- Tem certeza? Eu posso adiar.

- Vai logo, Rose.

- Ok. Qualquer coisa, me chame.

A grifinória saiu do Salão Comunal e encontrou Malfoy na entrada. O monitor não fazia mais uso da bengala.

- Já está melhor? - Perguntou a monitora

- Como se nem tivesse me ferido. - Entregou uma rosa a ela - Para ti.

- Valeu. Aonde vamos?

- A uma das melhores noites da sua vida.

Quando Scorpius disse isso, imaginou que a levaria a um jantar romântico, com pétalas de rosas e músicas melosas. Pode até achar que estava se iludindo. Porém, Scorpius era extremamente romântico. Então se viu livre para imaginar o melhor.

O sonserino lhe ofereceu o braço e ela passou o seu por ele. Fora levada à sala do Clube do Anuário.

- Está preparada? - Perguntou o amigo

- Estou sim. - Respondeu com entusiasmo

Ao abrir a porta, ficou abismada ao verem diverso rapazes sentados em uma mesa redonda, usando camisas de personagens da cultura pop trouxa.

- O que 'tá rolando? - Questionou a ruiva confusa

- Jogo de bexigas, bobinha. - Informou Fred

- Eu não contei, Rosalie? Jogamos bexigas toda semana. E queremos que jogue com a gente. - Explicou Scorpius - Se quiser, é claro.

- É, pode ser.

- Venham logo! - Chamou Frank

Rose se sentou com eles. Que porra é esta?, pensou. A garota não sabia o que era pior: ter as altas expectativas destruídas ou passar a noite jogando bexigas com os rapazes. Ao menos, serviram comida e estava boa. Decidiram terminar às nove horas da noite. Ao sair da sala, Severo avistou Inquesita.

- Cassy! Eu tenho tanto o que te falar!

- Eu também. Eu perdoo você. - O sonserino abriu um largo sorriso - Se votar ao meu favor.

- Não posso fazer isso.

- Estou te dando a oportunidade de se redimir.

- Rose é minha prima! Sei que ela é idiota, mas não merece sofrer!

- E o meu irmão merece? - Potter ficou calado - Está bem, então. Vote contra. Mas lembre-se da consequência que causa!

Malfoy se retirou, zangada. Potter suspirou, frustrado. Rose foi até ele, sorrindo.

- Você me defendeu!

- Ouviu a nossa conversa?

- Só um pouco. Sei que não devia, mas... Sabia que ia me perdoar.

- Rose, só porque não quero que Inquesita te ferre, não significa que eu voltei a te tolerar.

O sorriso da sardenta sumiu.

- E o que a patricinha vai fazer? Quebrar minha unha?

- Não a subestime. Inquesita é capaz de exterminar qualquer um, incluindo você. E por sua causa, ela está zangada comigo! Muito obrigado, Rose!

- Vem cá. Como é que você consegue gostar de alguém assim? Ela é terrível! Um mons-

- Não ouse ofendê-la mais sob a minha presença! Quando me deu as costas, foi Inquesita que se tornou a minha amiga! Me acolheu! Me apoiou! Me amou! E você fez o quê? É incapaz de entender porque não tem amigos!

- Eu tenho sim!

- É mesmo? Quem? Além de Scorpius e nossos primos, ninguém fala com você! Só andam contigo porque é uma Weasley! Também, quem gosta de uma insuportável?

Scorpius saiu da sala e foi até os dois.

- Desculpe a demora. Estava falando um pouquinho com Dylan. Vamos?

- Vamos. Cansei de ficar aqui.

Os dois foram embora. Rose tagarelou o percurso inteiro sobre os insultos que ouviu. Pararam em frente ao Salão Comunal dela.

- Fala a verdade, Scorpius. Você acredita no que ele disse?

- Rosalie, é um fato que a fama de um sobrenome altera a vida de um sujeito.

- Não foi o que eu perguntei. Você acredita nele, não é? Acha mesmo que que ninguém gosta de mim?

- Eu não disse isso.

- E nem precisou. Sua cara já diz que acha que só ligam p'ra mim por causa de eu ser uma Weasley. Mas podia ser pior. Eu podia ser odiada.

Só após estas palavras escapulirem de sua boca que se deu conta do que falara. As bochechas coraram de constrangimento.

- Não que te odeiem. – Tentou se explicar – Só odeiam a sua família. – Ficou mais acanhada ainda – Não a sua família, mas o que fizeram. Você entendeu.

Que mancada, pensou. Se avistasse um buraco, teria se enterrado nele imediatamente.

- Não me importo de me odiarem.

- Não?

- Não. Isso revela quem são as pessoas que realmente gostam de mim. Quanto ao seu caso, é mais difícil de encontrar amigos de verdade. Não estou dizendo que ninguém gosta de você, só que não é tão fácil assim.

- Nunca tinha visto por jeito. Acho que vou virar uma Malfoy p'ra ver quem gosta de mim.

- Eu estou disponível.

Os dois riram. Entretanto, Weasley ficara surpreendida com o comentário. Os dois ficaram em total silêncio depois disso, apenas se encarando. Scorpius deu um passo para frente. O estômago da sardenta embrulhou só de pensar em ser osculada. Seu rosto foi segurado pelas duas mãos dele e recebeu um beijo. Na testa.

- Boa noite. – Desejou o rapaz

- Boa. – Disse confusa pelo acontecido

Malfoy deu um belo sorriso e partiu. Que merda foi essa?, pensou a Weasley. O monitor retornou ao seu Salão Comunal. Encontrou Severo sentado na poltrona desleixadamente enquanto encarava as chamas esverdeadas da lareira. Fumava um cachimbo.

- Eu bem que poderia te dá uma boa detenção por causa disso, sabia? – Comentou seu melhor amigo

O loiro sentou em um sofá perto do moreno. Potter o encarou sem qualquer pingo de medo e liberou uma fumaça.

- Você não me denunciou por causa do meu pequeno negócio. Não será por causa disso que vai abrir a boca.

- O que achou da noite?

- Eu ajudei a fazer com que aquela idiota acreditasse que teria um encontro romântico quando na verdade passou a noite jogando bexigas com um monte de marmanjos. Devo dizer que foi bem hilário.

- Ela ficou mesmo surpresa, não é?

- E como. O que eu não consigo entender bem é o porque de ter feito isso. Gosta dela faz tempo e Rose está demonstrando interesse em você. Não era essa a oportunidade que esperava?

- Certa vez o meu me pai contou que é preciso tratar uma garota com desdém para depois tratá-la como deusa.

- Parece um conselho terrível.

- Eu também achei. Mas o casamento dos meus pais é o mais extraordinário que eu já vi. E como quero ter um igual. – Malfoy deu um pequeno sorrisinho maquiavélico e seus olhos brilharam de uma maneira incomum – Além do mais, é bom que Rosalie veja que não é a última bolacha do pacote.

- E sua irmã dizendo que não tinha a grande capacidade de um Malfoy. Por mais que seja divertido ver a Rose quebrando a cara, não acho que deveria fazer isso.

- Por quê?

- Porque você quer ter algo impossível. Não pode ter um casamento como o dos seus pais porque vocês não são eles. São Rose Weasley e Scorpius Malfoy. Deve encontrar algo que funcione para os dois. Isso que está fazendo é perda de tempo.

- Até que sua observação faz sentido. Mas eu não vou parar. Não agora que tenho uma carta na manga.

- Que carta é essa?

- Infelizmente isso é algo que eu não posso te dizer. Ainda não. Ah, eu estava trabalhando no nosso projeto e me lembrei de uma coisa muito importante.

- Que é?

- Não podemos ter uma bomba sem a autorização da dirigente escolar.

- Ah. Só isso?

- E ainda acha pouco? Esqueceu quem é a minha mãe? Ela é a mulher mais protetora que existe no Reino Unido inteiro. Devo te lembrar do Plano Hogwarts Segura quando se tornou diretora? Por causa dela que somos fiscalizados por aurores e temos que usar pulseiras mágicas quando saímos de Hogwarts. Só permitiu que eu entrasse no time de Quadribol porque me fez usar roupa antiqueda.

- Ah, então, eu já sabia disso e encontrei uma solução. Só que eu não te contei logo porque estava encontrando uma maneira fácil de falar isso.

- Não vai pedir ajuda ao Gold, não é?

- Não. Eu estava pensando em falar com o Conselho de Governadores de Hogwarts.

Scorpius cruzou os braços e franziu o cenho.

- Está insinuando para passarmos a perna na minha mãe?

- Falando desse jeito, parece uma coisa ruim.

- Não é uma coisa ruim. É uma coisa péssima! Aliás, esse projeto inteiro é péssimo!

- Ele não é péssimo, é brilhante! Vamos construir uma bomba. Quantas pessoas tiveram a proeza de conseguir fazer isso?

- A pergunta deveria ser: quantas pessoas sobreviveram a isso?

- Ah, Scorpius, você tinha gostado da ideia! Não amarele agora! Sei que é meio chato passar a sua mãe para trás, mas sacrifícios devem ser feitos, você não acha?

O loiro esfregou a mão na testa e liberou um suspirou de frustração.

- Vamos supor que eu concorde – o que é improvável de acontecer –, você acha mesmo que o Conselho de Governadores permitiria?

- E por que não permitiria?

- Digamos que as pessoas não ficam tranquilas quando há Malfoy, bomba e centenas de pessoas na mesma frase. Severo, eles vão me enviar para o xilindró assim que sugerirmos isso. Além do mais, essas pessoas estão muito ocupadas lavando o dinheiro público. Eles não vão disponibilizar do tempo deles para ouvirem dois rapazes como nós.

- Francamente, o pessimismo é lamentável. É verdade que o seu sobrenome não colabora, mas está esquecendo de uma coisa. Eu. Para ser mais específico, meu sobrenome.

- Eu não entendi.

- É porque você é lerdo. Assim que souberem que eu sou filho do panaca do Eleito, vão querer nos receber e nos autorizar. Pelos menos para isso meu pai serviu.

- Está esquecendo de uma coisa. E quanto a mamãe?

- O que tem ela?

- Ficará muito puta – e com razão – quando souber o que fizemos. Ela jamais vai me perdoar.

- Ela te perdoou com o lance da cachoeira.

- Até porque construir uma bomba e conseguir permissão dos superiores dela em suas costas está no mesmo nível.

- Ela vai entender. É só jogar na cara dela alguma loucura que ela tenha feito quando era jovem.

- Isso é impossível. A minha mãe sempre foi alguém muito responsável e sensata. Ela cuidou do meu avô, da minha tia e da casa quando só tinha catorze anos. E, sinceramente, eu ainda não estou totalmente de acordo com isso.

- Pois então vamos fazer o seguinte: eu vou escrever uma carta para o pessoal lá. Se toparem, vamos lá. Se não, ficamos com o plano B.

Malfoy sabia perfeitamente como os integrantes do Conselho dos Governadores de Hogwarts eram extremamente ocupados e que, certamente, não dariam atenção a dois colegiais. Por isso, resolveu aceitar.

- Está bem.

- Isso!

- Mas vamos trabalhar no Plano B também. Se ficarmos no vácuo ou formos rejeitados, teremos que fazer algo depressa. E eu me recuso a perder para a minha irmã.

- Nós vamos. Mas duvido que isso seja necessário. Falando na sua irmã, tem falado com ela?

- Eu nunca falo com Inquesita, a menos que seja para esnobá-la. Por que não pergunta de uma vez se ela falou algo sobre ti?

- Ela falou?

- Não. Ela que se mete na minha vida amorosa, não o oposto. Seja lá porque vocês brigaram, ela está bastante aborrecida. No papo de irmãos, ela foi mais brutal que o normal.

- Lamento por você. – O monitor deu de ombros despreocupadamente – Eu estava querendo falar com ela sobre você.

- Me poupe dos detalhes sórdidos.

- Não é sobre isso. Você sabe que a gente se gosta, não é? Nós nos conhecemos desde crianças por causas das nossas mães, somos amigos há anos. Desenvolvemos nossa amizade para amigos coloridos.

- Severo, fala logo de uma vez!

- Olha, como sendo a figura paterna mais próxima dela, eu queria saber se me dá a permissão de namorá-la.

Scorpius arregalou os olhos com um pouco de surpresa. Endireitou mais a coluna.

- Uau! Eu estou perplexo. Achei que vocês não... – Procurou pela palavra correta – Iam mais para frente. Por acaso não está querendo namorá-la para ter perdão, não é? Porque se for isso, Severo, você é muito baixo.

- Não, não! Não é isso. Eu gosto mesmo dela, Scorp. Você não faz ideia das coisas que venho pensando. E eu acho que esse é momento perfeito para pedir. E então? Você me autoriza?

- Quem deve autorizar ou desautorizar é ela. Inquesita quem escolhe com quem namora. Mas fique sabendo que ficaria muito feliz em ver vocês namorando.

Os dois deram um sorriso alegre.

- Obrigado. É muito importante para mim que diga isso. A sua opinião é realmente valiosa. Eu não quero que namore Rose porque ela é uma imbecil. Mas tenho mais vinte primas bem legais. Se quiser.

- Eu prefiro focar na imbecil. Por curiosidade, por que não pediu a minha mãe? Ela teria permitido de bom grado.

- A sua mãe é muito gente boa. Mas quando se trata dos filhos dela, fica muito sinistra. E eu não estou a fim de ser interrogado e receber ameaças.

- Tomou uma boa escolha. Por mais que eu não goste de Inquesita, eu tenho o dever, como em irmão dela, em dizer que-

- Vai me matar se eu magoá-la.

- Não, eu nunca faria isso. Mas eu permitiria que minha família fizesse isso. E sendo um Potter, eles fariam com mais gosto ainda. Você sabe como vovô Lúcio e Dray amam a sua família.

- Só não te chamo de filho da puta porque tenho muito respeito e consideração a sua mãe.

Scorpius sorriu.

Todos os convites dos integrantes da Corte Marcial foram entregues. O evento ocorreria, como sempre, no quartinho do topo da torre do relógio. Mabel tomava uma taça de cerveja amanteigada enquanto observava Colin. O batedor da Grifinória ainda não havia se comunicado com ela.

Apertou o copo com força quando Zabini foi ao encontro de seu namorado falso e iniciou um diálogo com ele. Fez tanta força que o copo se quebrou. Bkack, que sentava ao seu lado, tomou um pequeno susto.

- Amiga, você está bem? – Perguntou

- Não.

Inquesita foi até as duas.

- Mabel, você estudou bem o caso, não é? – Perguntou Malfoy

- Amiga, relaxa. É a décima vez que pergunta isso. – Falou Hydra

- Não tem como se acalmar. Eu esperei por semanas por este momento! Estou prestes a me livrar daquela Weasley irritante! E eu não posso correr o risco de fracassar estando tão perto da vitória! Alice me contou que Justin está bem preparado.

Mabel encarou a prima.

- Justin? Ele vai defender a Weasley?

- Vai sim.

- Ótimo. Irei destruí-lo. Agora, se me dão licença, vou pegar outro copo de cerveja amanteigada.

Greengrass-Bulstrode levantou-se e fora pegar outro copo na mesa de petiscos e bebidas.

- Destruí-lo? Ela disse que pretende destruir Justin? – Questionou a morena

- Pouco me importa. Portanto que consiga o que eu quero, me dou por satisfeita.

Quando Patrice adentrou no local, todos foram imediatamente para seus devidos lugares. A monitora-chefe foi para frente da sala e se voltou aos demais.

- Acredito que já podemos começar. Estamos todos aqui para o julgamento de Rosalie Elisabeth Weasley. Crime cometido: motivo suspeito de andar com Scorpius Malfoy.

- Mas um momento! – Interrompeu Fred – Isso não é razão alguma para estarmos aqui!

Alguns demonstraram concordar com ele.

- Idiota! – Murmurou Inquesita

- É verdade. – Concordou sua ex-namorada – Porém, foi encontrado pirlimpimpim no quarto dela. E como nunca gostou muito de Scorpius, é possível que esteja andando com ele por razões erradas. E é nosso dever proteger uns aos outros. Mas alguma objeção? – Ninguém se manifestou – Pois bem. Vamos dá continuidade. Defensor de Rose Weasley, pode começar.

Justin se pôs de pé.

- Obrigado, meritíssima. É um fato para todos que Rose Weasley é uma pessoa desprezível. Ela acredita que é melhor do que muita gente, incluindo nós, só porque os pais dela são heróis da Segunda Guerra Bruxa.

- Prepare-se para a ressaca de amanhã, Hydra. Porque vamos encher muito a cara quando vencermos isso aqui. – Sussurrou Inquesita para a amiga

- Mas estamos esquecendo uma coisa muito importante. Nossos pais. Por favor, levantem a mão se seus pais já foram tão esnobes e preconceituosos que ninguém os aguentava. – Não houve um ser que não tenha levantado a mão – Está vendo, meritíssima, o que estou querendo mostrar? Somos adolescentes. É normal que sejamos detestáveis. Como também é normal que evoluamos. E que tipo de pessoas seríamos se déssemos as costas a quem quer mudar? Isso é tudo.

- Obrigada, Zabini. – Justin tornou a se sentar – Greengrass-Bulstrode, sua vez.

Mabel se pôs de pé.

- Pois bem. Eu acredito que todos aqui foram ensinados, por nossos pais, a perdoar porque errar é humano. Mas também fomos ensinados a sermos cautelosos com quem andamos. Que a verdade seja dita: não somos como todo mundo. Temos que viver dentro de limites para sobrevivermos.

- Objeção! – Interrompeu Justin – O que isso tem a ver com o caso?

- Tem a ver que temos que ser atentos aos perigos. E Rose Weasley é um enorme perigo para Scorpius. Quantas vezes ela o menosprezou por ser um Malfoy? Por ser filho e neto de ex-Comensais da Morte? Acham mesmo possível que ela, de repente, mudou e quis se tornar amiga dele? Não, eu não acredito nisso. Eu acredito que ela queira que ele financie suas drogas.

- A minha prima não é drogada! – Exclamou Alvo

Patrice bateu o martelo.

- Silêncio, por favor!

- Meritíssima, eu acredito, sim, no perdão e na evolução. Mas ninguém fica boazinha do dia para a noite. Ela está o manipulando! Quer virar amiga dele, torna-se especial para depois ignorá-lo e fingir que nunca existiu! Ela é uma verme que merece pagar!

Mabel se calou ao perceber que tinha exaltado um pouco demais.

- Isso... Isso é tudo. Obrigada.

A garota retornou a sentar. Hydra e Inquesita disseram que ela havia mandado muito bem, mas mal as escutou. Nem sequer teve a coragem de encarar Colin. O qual a observava.

- Já que ouvimos os dois lados, que se inicie a votação. Quem vota para que a réu seja poupada? – Fred, Colin, Alvo, Justin e Alice levantaram as mãos – Quem vota para que seja punida? – Os demais ergueram as mãos – Houve um empate. Pois bem, será o seguinte. A réu não será nem punida e nem poupada.

- Como isso é possível? – Questionou Frank

- É simples. Ela estará sob observação. Inquesita Malfoy se passará de sua amiga e somente agirá se encontrar algo errôneo. Frank Longbottom II irá supervisioná-la.

- Mas, Pat-

- Isso não está aberto a discussões. Caso encerrado.

Patrice bateu o martelo na mesa. Os sujeitos puderam ir embora. Inquesita continuou sentada, abismada.

- Isso é inacreditável! Weasley era réu, mas eu que fui sentenciada!

- Deve ser bem ruim, não é? – Atormentou Fred – Sofrer as suas consequências. Quem sabe até vire amiga dela mesmo.

- Isso é impossível. Ser insuportável deve está no sangue de vocês, miseráveis!

- Não fique chateada, Malfoy. Ouvi falar que espinhas. E você já tem muitas mesmo.

A loira ficara boquiaberta com a ofensa. Weasley dera um sorriso debochado e partida.

- Maldito! – Xingou – Rose Weasley que espere. Antes terei que cuidar do priminho estúpido dela!

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