Heart By Heart

By LeilaMonteiro8

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Neela Dragomir é uma sobrevivente do grupo de Atlanta, uma garota cheia de vida, que protege os seus sem olha... More

Notas Iniciais
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Agradecimentos

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By LeilaMonteiro8

Na manhã seguinte, liguei meu ipod e coloquei os phones de ouvido, dançando e cantando pela cozinha enquanto preparava meu café da manhã com coisas que tinha achado nos armários. Preparei um café razoavelmente bom, abri uma lata de pêssegos e outra de abacaxi. Achei também um chocolate vencido, mas que mantinha sua cor original, então eu ia comer.
Nem me dera ao trabalho de verificar se Negan ainda estava dentro de casa, pouco me interessava se ele estava vivo ou morto. Mas depois lembrei de Rick e parei. Talvez...
- Nahh... - Falei sozinha.
Depois percebi que eu sempre fazia o que todo o mundo queria e me pedia para fazer, mas raramente alguém, além de Daryl, se importava com o que eu queria.
Respirei fundo e dei de ombros.
Sentei na cadeira, de frente para a mesa, com o meu café prontinho, e foi quando percebi Negan de pé junto da porta.
Desliguei o ipod e olhei ele. - Pensei que tinha fechado portas e janelas e que os zumbis não poderiam entrar. - Indiquei a comida sobre o balcão atrás de mim. - Coma se quiser, se não quiser dane-se, tou nem aí.
Vi ele entrar na cozinha e passar atrás de mim e depois rodear a mesa e sentar na minha frente. Continuei olhando minha comida, como se ele não estivesse ali.
- Vamos embora?
Respirei fundo e ergui o olhar. - Assim fica difícil imaginar que você não existe.
- Era o que estava fazendo?
Assenti. - Tentando. E sim, vamos embora.
- Para onde?
Passei a mão pela testa, fechando os olhos, e depois olhando ele.
- Para onde for. Não sei! Só sei que temos de sair daqui. Aquelas coisas estão na floresta e nós estamos muito próximos.
Negan assentiu e depois me olhou de novo.
- Posso fazer uma pergunta?
Revirei os olhos. - Não.
- Você veio mesmo da Roménia?
Larguei o garfo e encarei ele. - E daí?
Ele deu de ombros. - Curiosidade.
- Vim sim.
Ele assentiu. - Porquê?
Fiquei olhando ele...

Flashback on

" Eu brincava na rua, junto com a Laiane, com nossas bonecas e comidinhas de mentira. Depois ela lembrou de roubar a comida que era da minha boneca e eu levantei, correndo atrás dela... e foi quando aconteceu.
- Meninas! Venham para dentro! - Disse minha mãe, na porta.
Olhei ela e foi quando escutei o som.
Assim que olhei para a frente, na direção da estrada, vi um monte de carros do exército passando e soldados, muitos soldados. Um dos carros estava riscado, como se tivesse batido em alguma coisa por vários minutos.
Fiquei olhando aquilo.
- Neela!
Olhei a casa e depois os carros, dando as costas e entrando, com minha mãe fechando a porta. Minhas bonecas ficaram no jardim.
Fui na janela da sala e fiquei olhando a rua.
- Neela, sai daí, anda.
Franzi o cenho. - O que eles estão fazendo, mãe? Porque estão na rua?
Minha mãe deu de ombros, continuando a misturar a massa do bolo que estava preparando.
- Deve ser só um treino, não se preocupa.
Minha irmã assentiu, ela era mais velha do que eu. Laiane tinha dez anos, eu apenas sete.
- Neela, porque não vai brincar? - Disse minha mãe com seu sorriso doce.
- Minhas bonecas ficaram lá fora.
- Vai desenhar, então.
Pulei da janela e fui buscar as folhas.
- Vou fazer uma borboleta!
Naquela época, eu não entendi, mas lembro que escutei minha mãe falando com a minha irmã.
- Não deixa ela perceber. Quando seu pai chegar, a gente vê o que fazer.
Laiane assentiu e veio até mim, sentando do meu lado e pegando uma folha.
Sorri. - Laiane, o que você quer ser quando crescer?
Minha irmã sorriu. - Não sei, professora seria bom. E você, já pensou?
Assenti. - Eu quero ser um soldado, ou um policial.
- Credo. - Disse Laiane.
Eu sorri. - Eu quero ser forte, e eles são.
Minha irmã me olhou. - Você é forte, Nee.
Olhei ela, sorri e voltei para minha borboleta..."

Flashback off

Balancei a cabeça e coloquei um pedaço de pêssego na boca. - Não interessa. Me deixa em paz.
Negan deu de ombros. - Só queria entender.
Franzi o cenho, mas depois revirei os olhos e encarei ele.
- Entender o quê? - Cruzei os braços sobre o peito. - Você sabe o que é ver tanques de guerra passando na frente da sua porta? Sabe o que é deitar a cabeça no travesseiro, sem saber se uma guerra não irá explodir no meio da noite? Eu sei, eu vivi isso. Até meus pais decidirem que eu e minha irmã não deveriamos crescer naquele ambiente, na incerteza, e nos trazerem para Atlanta.
Negan ficou em silêncio, me olhando, e depois respirou fundo.
- Que idade você tinha?
- Sete. - Peguei o garfo e mexi no meu abacaxi.
- Lamento que tenha passado por isso.
Olhei ele. - É, e depois, anos depois, uma guerra de verdade começa e aqui estamos. - Ergui um dedo. - Ah! E eu perdi todos eles. Meus pais e minha irmã. Essa última, eu tenho de agradecer a você, né?
- Eu...
Bati com as mãos na mesa e levantei.
- Chega! Não quero saber de você e você não tem de saber nada sobre mim! - Me afastei. - Vamos embora!
Arrumei minhas coisas na minha mochila e olhei para o nada, pensando.
Negan surgiu minutos depois, colocando sua mochila no ombro e me olhando.
Dei as costas e segui na direção da porta, abrindo e olhando o exterior.
Desci as escadas e andei pela estrada, olhando em redor para ter a certeza de que não estávamos sendo seguidos.
Escutei Negan andando atrás de mim, seus passos ao mesmo ritmo dos meus.
Olhei para cima. Ele matara a minha irmã.
De repente, sinto algo apertar o meu braço com força e puxar para o lado, mas quando olhei, vi que era Negan, do meu lado.
Franzi o cenho, sacudindo o braço. - Ficou maluco?!
Ele me soltou e indicou o chão, atrás de mim, agora.
Olhei e vi um zumbi esticando os braços para mim. Sem pernas. Droga, eu não vira e nem escutara ele.
Olhei para o lado de novo, mas Negan já se afastava, andando devagar.
Respirei fundo, peguei uma faca e matei o zumbi, limpando a lâmina e seguindo atrás do desgraçado.
- Valeu. - Falei, andando do seu lado.
Negan me olhou e depois assentiu.
Depois de algumas horas andando, parei, olhando uma casa que se erguia na minha frente.
Percebi Negan passando por mim, mas ele parou e regressou. Olhou a casa também.
- Vamos ficar aqui?
Sorri.
A casa era a primeira daquele conjunto de casas, e tinha árvores de fruto, uma pequena vedação branca em volta, um pequeno lago e um poço, mais atrás.
Assenti. - É, vamos sim. - Falei, pegando a faca e abrindo o portão.

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