Como Domar Uma Lady Selvagem

By LuanaMaurine

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SINOPSE: No começo da temporada de casamentos em Londres de 1879, lady Anastácia Lumb, filha bastarda e supos... More

𝐍 𝐎 𝐓 𝐀 𝐒
𝐂 𝐀 𝐒 𝐓
𝐄 𝐏 𝐈́ 𝐆 𝐑 𝐀 𝐅 𝐄
𝐏 𝐑 𝐎́ 𝐋 𝐎 𝐆 𝐎
1 - DECISÃO
2 - AJUDA
3 - EU SOU A RAINHA
4 - Planos
5 - Proposta
6 - FÚRIA
7 - EGOÍSMO
8 - Apostas
9 - A PROPOSTA
10 - LIÇÕES SOBRE BEIJOS
11 - Reino Animal
12 - Cartão de Baile
13 - Surpresas
14 - Chá da Tarde
15 - Incorrigível
16 - Segredos do Matrimônio
17 - Temores
18 - Pedido Inesperado
19 - Tempestade
20 - Distantes
21 - BAILE DE MÁSCARAS
22 - REFLEXÕES
23 - REVIRAVOLTAS
LIVRO 2
24 - Ironias
25 - Uma Questão de Anatomia
26 - Bastardos
27 - O Pedido
28 - Enfim, casados
29 - A Festa
30 - Núpcias
32 - Vida de Casados
33 - Legado
34 - Uma Visita Inesperada
35 - Reencontro
36 - Diferente
37 - A Palestra
38 - Morcego
39 - The Ladies
40 - Morte
41 - Luto
42 - Esperança
43 - Amigos
44 - Mentiras
45 - Conselho
46 - Como domar uma Lady Selvagem
47 - Guerra
48 - Ameaça
49 - Revolta
50 - Caos
51 - Notícia
EPÍLOGO
AGRADECIMENTOS
AVISO
MATTHEW MORRISON (Tik Tok vídeos)
Matt e Any 😍 (Tik Tok vídeos)
Matt e Any se declarando (vídeos)
MATT, O CIUMENTO 😂😂
OS IRMÃOS MORRISON'S
🏅FINALISTA WATTYS 2022🏅
PEDIDO DE AJUDA

31 - Completos

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By LuanaMaurine

"Ás vezes, tudo é questão de perspectivas. Controlamos nossos sentimentos, mas não podemos afirmar em hipótese alguma o que se passa na mente de outro alguém".

 Lorde Matthew Morrison

Naquela manhã, quando Anastácia acordou, passou a mão sobre a cama, procurando por Matthew, mas não o encontrou. Sentiu uma leve sensação de desapontamento apertar o o peito. Pensou que talvez ele tenha ficado tentado se livrar dela o quanto antes, por isso despertou junto às galinhas e prontamente saiu da cama. Ela ficou triste ao imaginar aquilo. A partir daquele dia, não mais o procuraria, se ele quisesse, que a viesse até ela. Não insistiria em alguém que talvez não a desejasse com a mesma intensidade.

Frustrada, Any levantou-se e logo tratou de seus afazeres. Não pensaria no esposo; não quando ele a abandonara na primeira oportunidade.

_____ 💃🏻_____

Todavia, ao contrário do que a lady pensara, quando a claridade do Sol invadiu as janelas daquela quarto, Matthew Morrison despertou de imediato. Aos arredores, os pássaros cantavam, indicando que o dia já havia começado. Lançou um olhar satisfeito para a esposa que dormia pacificamente em seus braços e se sentiu completamente feliz. Any era perfeita para ele; o tamanho exato para se encaixar em seus braços.

O duque sentiu o desejo se manifestar novamente quando ela se remexeu, murmurando palavras incompreensíveis e o lençol desceu, revelando um de seus seios. Matt, com muito esforço, voltou a cobri-la. Conjurou todo o controle de seu corpo e lutou para não a acordar. Depois dos esforços da noite anterior, a esposa estava cansada. Deixaria que dormisse. Com toda certeza acordaria faminta e aquilo o deixou preocupado. Dispensara os empregados no dia anterior. Não haveria café da manhã a espera.

Tomado pelo desespero, Matthew levantou-se rapidamente, tendo muito cuidado para não acordar a esposa.

_____ 💃🏻_____

Lá estava o duque, um tanto apreensivo, encarando aquela imponente estrutura metálica do negro fogão de lenha cujos detalhes dourados reluziam impecavelmente. Havia, em tal móvel, duas portas, e ao menos três gavetas, e Matthew que era tão inteligente, ironicamente não fazia ideia de como aquilo funcionava, nem ao menos qual era o compartimento em que se colocava as lenhas que estavam perfeitamente empilhadas ao lado do fogão.

Coçou a cabeça em um habitual gesto de nervosismo. Pegou chaleira que havia depositado sobre a bancada de ferro e devolveu-a na prateleira, no mesmo local em que a encontrou. Desistiu de cozinhar.

Irritado, saiu da cozinha a passos duros, desceu os três degraus da escada que concediam acesso para a porta dos fundos, passou pelo galinheiro em alarde, rumou até a frente da residência, levou a mão a cintura e ergueu a vista para o céu azul, observando as nuvens cinzentas que começavam a surgir mais adiante, em sentido do centro londrino.

— Merda! — praguejou, depois de algum tempo ao se dar conta de que logo Anastácia acordaria faminta e ele sequer foi capaz de acender o maldito fogão.

Matt pensava em formas de conseguir alimentar a esposa naquela manhã, quando meneou o pescoço para o lado direito, e um pouco mais adiante, sobre as copas das árvores que cercavam a residência, avistou o sinal de uma leve fumaça. Esboçou um leve sorriso de canto ao se lembrar de que havia vizinhos por perto.

Adentrou na casa as pressas, disparou rumo a escada, entrou, com muito cuidado no quarto em que a esposa ainda dormia, pegou uma troca de roupa, passou a mão no per de botas e saiu dali.

Arrumou-se as pressas, sequer penteou o cabelo, desceu os degraus em uma agilidade impressionante e partiu rumo ao estábulo.

Sempre fora apaixonado por cavalos, mas devia admitir que Joan era muito mais. Desde nova, a irmã tinha uma habilidade incrível com tais animais, aprendera, por conta própria, a domá-los. Conversava com eles como se fosse gente; como se compreendesse o modo como suas mentes e espírito funcionavam. Desde pequena, ela sempre estava imersa em livros que discorriam acerca desses animais. Sabia tudo a respeito da anatomia dos cavalos e conhecia todas as raças. Quando estavam na propriedade rural, em Kent, a família mal havia, pois Joan passava o dia todo nos estábulos, tratando dos cavalos, treinando-os, domando-os. Em uma certa ocasião, até dormira sobre as camadas de feno, esquecendo-se completamente de retornar à casa. Se lhe permitissem, ela seria uma excelente domadora, mas aquele era um serviço exclusivo para homens, e Joan, infelizmente, nascera mulher. Matt amava a irmã, incondicionalmente, por essa razão construiu aquele grande estábulo com dez baias. Joan teria sempre um lar ali, na sua propriedade

— Hey, Pegasus! — Acariciou a impecável crina branca do magnífico cavalo que a irmã havia lhe dado como presente de casamento.

O nome fora escolhido por Joan que também era grande apreciadora de mitologia grega, e por essa razão, sabia que Pegasus, o cavalo alado, viera do Sangue de Medusa: a criatura injustiçada a qual Matt, às vezes, provocava Anastácia comprado a ela.

— Vamos dar uma volta, amigo. — Selou o cavalo rapidamente, montou no animal e no mesmo instante soube que ele fora habilmente domado por sua irmã.

Matt percorreu a estrada, observando a vasta paisagem, até chegar a uma elegante residência que era próxima da sua. Desceu da montaria, ajeitou as vestes no corpo, caminhou a passos rápidos até chegar na entrada daquela casa e bateu na porta. Aguardou por um instante, até que ouviu passos se aproximarem e a porta se abriu revelando uma senhora baixinha e rechonchuda, de olhos azuis como o céu e os cabelos grisalhos presos em um coque apertado.

— Bom dia, milorde. Em que posso ajudar?

— Eu sou Matthew Morrison. Acabei de me estabelecer na propriedade ao lado e desejo falar com seu empregador.

— Oh! Seja bem-vindo a Holland Park. Mas infelizmente, milorde, o senhor Richard Potts a quem procura, acabou de sair para o trabalho em The City.

Então era ali que Potts resolveu se esconder?

Matthew, assim como Anastácia, conhecia o homem. Richard Potts era um grande investidor, dominava o mercado imobiliário. Qualquer pessoa que desejasse investir em grandes negócios, certamente o conhecera. O homem também foi intitulado como um grande libertino, frequentador assíduo do The Royal, até que se casou e finalmente tomou um rumo na vida. Ninguém mais o via, a não ser em seu escritório, tratando de trabalho.

— Entendo. É uma pena termos nos desencontrado.

O duque tencionou a partir, porém ouviu uma voz feminina no interior da casa:

— Quem é, Violet?

— Lorde Morrison, milady. Estava a procura de seu esposo. — respondeu a senhora.

Matt ouviu passos apressados descerem as escadas e então uma jovem mulher miúda, de cabelos ruivos, rosto repleto sardas e os olhos tão verdes quanto os de sua Anastácia, apareceu na porta.

— Milorde, soube do seu casamento! Em nome de minha família, desejo felicitações.

Ao fitá-la por mais um instante, Matt teve a impressão de que a conhecia de algum lugar. Aquele rosto era muito familiar, só não conseguia se lembrar onde a vira.

— Obrigado, senhora Potts. — Franziu o cenho antes de indagar. — Perdoe-me pelo questionamento, mas já nos vimos anteriormente?

A mulher riu.

— Sim, já nos encontramos em alguns bailes, milorde. Talvez tenha me conhecido como lady Eleonor Lennox, filha do Barão de Sulis. Passei seis temporadas inteiras sendo rechaçada por muitos lordes, minha mãe já acreditava que seria uma solteirona, até que felizmente, e no momento certo, conheci meu adoravel esposo, Richard Potts.

Matthew sentiu o rosto corar, envergonhado.

Será que ele havia sido rude com ela em algum momento?

Às vezes, sentia-se incomodado ao ver a mãe jogando mulheres em seu caminho e acaba descontando nas pobres moças que não tinham culpa de nada.

Ao perceber o nítido incômodo do homem, a senhora Potts logo completou, rindo:

— Não se preocupe! Vossa Graça não foi um dos muitos que me rechacaram, ou sequer ignoraram a minha presença. Ao contrário, pode não se recordar, mas fora gentil comigo. E eu nunca o agredeci por sempre ter me tirado para dançar quando me via quase implorando para que me convidassem.

Então ele soube exatamente quem ela era. Dançara com a mulher todas as vezes em que Anastácia o acompanhava em algum baile. Era Any que sempre a via isolada observando os casais dançarem e pedia para que ele fizesse a gentileza de convidar a ruiva, um tanto desajeitada, para dançar.

— Devo dizer que deves agradecer a minha esposa. Era ela quem sabia o que se passava em seu coração. Eu, como sempre, apenas obedeci aos seus comandos.

— Nesse caso, milorde, gostaria de visitá-la para que eu possa a agradecer pessoalmente, pois ela é a responsável por fazer algumas de minhas noites muito feliz.

— Informarei a ela, senhora Potts, mas agora devo partir. Tenho como missão preparar um café da manhã para minha mulher que acordará em breve e infelizmente ainda não encontrei uma forma de alimentá-la. Esperava que seu esposo pudesse enviar um recado a minha mãe, pedindo para nos enviar algo, porém a carruagem já partiu e meus planos foram por água abaixo. — revelou, sentindo-se um tolo.

— E sua criadagem? A essa hora da manhã ainda não conseguiram preparar um desjejum sequer? — indagou a senhora baixinha, claramente indignada.

Matt riu.

— Tenho certeza de que eles teriam preparado algo fabuloso, se eu não os tivesse dispensado. Digamos que minha esposa é um tanto peculiar. Não é de seu fetio dar ordens a empregados domésticos e claramente se incomoda em administrar uma casa. Para que ela se sentisse mais a vontade, eu os dispensei, por ora.

A explicação dele deixou a senhora ainda mais perplexa. Afinal, não era nada comum conhecer alguma mulher que não tivesse o prazer em comandar uma casa e seus empregados. Era o sonho de qualquer lady se tornar uma exímia senhora do lar. Menos, é claro, para Any, em que aquilo era o pior pesadelo.

— Conhecendo a reputação de sua esposa, não me surpreende nem um pouco que ela não queria se apossar de tal responsabilidade. Vossa Graça será um tolo se acreditar que ela permanecerá em casa como qualquer outra esposa. Contudo, acredito que já sabe disso, afinal são amigos há um longo tempo e deves a conhecer melhor que ninguém. Lady Morrison é uma mulher única. Incompreensível por muitos e admirada secretamente por outras tantas mulheres. Não a perca, senhor Morrison, não encontrará outra igual.

Matthew ficou sem fala ao ouvir aquela declaração. Soube, portanto, que tal mulher poderia vir a ser uma grande amiga de Anastácia. Com certeza se dariam bem.

Matthew preparou para se despedir, mas se deteve ao ver um garotinho ruivo caminhar a passinhos desiquilibrados até alcançar a saia do vestido da mãe que sorriu e pegou a criança no colo.

Mama. — disse o menino, envolvendo o pescoço da mulher com suas mãozinha tão pequenas.

Matthew sentiu o coração se aquecer. Acabara de se casar, mas já sabia que desejava ver Anstacia carregando o filho deles no colo e ele seria tão lindo quanto a mãe.

— Devo tomar meu rumo, milady.

— Oh, claro. Mas antes, pedirei para que Violet lhe prepare uma cesta com um café da manhã. Tivemos uma mesa farta hoje e sobrou tanta coisa, acredito que resolverá o seu problema. Posso pedir para que levem a sua casa?

Matthew suspirou aliviado.

— Claro que pode! Meu Deus! Eu nem sei como retribuir esse favor. Realmente me salvou!

Ambas as mulheres riram.

— Apenas venham nos visitar, será um prazer recebê-los em nossa casa.

— O prazer será nosso, milady.

Matthew começou a se afastar, porém, antes de descer a escada, a senhora Potts falou:

— Se precisar que envie um jantar, basta me avisar e eu terei prazer em ajudar.

— Obrigado, por sua gentileza. É bem provável que a procure novamente. — Rindo retornou a casa, sabendo que tudo estava resolvido afinal.

_____ 💃🏻_____

Naquela manhã, após dar-se conta da ausência de Matthew, Any levantou-se, colocou no corpo aquela chemise indecente, arrumou a cama, juntou, do chão, os lençóis manchados com seu sangue e desceu. Enquanto percorria a casa, procurou por Matt em algum lugar, mas até então não o encontrou. Foi para a cozinha tão silenciosa e perfeitamente organizada e saiu pela porta dos fundos, colocando os lençóis sujos em uma grande bacia de madeira. Retornou para dentro e encarou o fogão. Pensou em esquentar água para se banhar-se, mas logo desistiu. Daria um imenso trabalho levar os baldes até o quarto de banhar-se, e, infelizmente, naquela região, ainda que abrigasse muitas mansões, Matthew escolherá justo o canto mais recluso de Holland Park, onde os encanamentos ainda não haviam sido instalados. Any não gostou daquilo. Sempre abraçara a modernidade, com a popularização dos vasos sanitários aperfeiçoado por Thomas Twyford naquele mesmo século, Any, que sempre estava atenta às modernidades, foi uma das primeiras a aderir tal invenção, nomeada como "Unitas", substituindo todas as latrinas de madeira que existiam no The Royal, por pelo menos três vasos construídos a partir de cerâmica cujo incrível mecanismo ligado a uma caixa d'água externa, possibilitava eliminar os dejetos por meio dos encanamentos, permitido aos seus clientes e funcionárias maior autonomia para limpar-se. Também mandara instalar dois quartos de banhos, que facilitara grandemente a higienização das mulheres e homens que frequentavam o local. Any tinha certeza de que muitos procuravam seu estabelecimento em busca daquelas modernidades. Embora o tal chuveiro parecesse uma gaiola assustadora as vistas dos mais leigos, era extremamente eficiente e relaxante, pois o uso de gás possibilitava aquecer a água, então, mesmo no frio mais rigoroso, todos no The Royal conseguiam manter-se limpos e claramente felizes.

Foi por conta das adaptações eficazes que a lady fez em seu estabelecimento, que muitos lordes aderiram a modernidade e reformaram suas casas abrigando formas mais fáceis de higienização corporal. Aquele final de século XIX com certeza rompeu definitivamente com antigos paradigmas do passado a respeito de que era necessário evitar o banho frequente, de modo a deixar a pele protegida por crosta de sujeiras, evitando, assim a contrair certas doenças. A ciência avaçara significativamente naquele âmbito e recomendava fervorosamente a higienização corporal. Houve uma mudança drástica de hábito, mas ainda existiam pessoas presas no tempo que não aceitavam que o futuro era o lugar em que todos deveriam estar. Pessoas como Katherine Morrison, mãe de Matthew, que se tornara sogra de Anastácia, a qual jamais permitiu quaisquer mudanças em suas residências alegando a necessidade de se preservar a arquitetura que abrigaram as gerações passadas. Uma tremenda besteira, pensava Any. Mas quem era ela para julgar, quando a própria rainha era uma grande mente fechada?

Frustrada, a lady levou as mãos a dois baldes cheio de água fria e subiu até o quarto de banho.

_____ 💃🏻_____

Tão logo Matthew retornou à residência, a cesta de café da manhã chegou logo a seguir. Ele rapidamente organizou tudo na mesa ficando satisfeito com suas habilidades. Sabia que Any já acordara, pois ouviu o barulho de movimentações no andar de cima. Logo ela desceria e ele teria o prazer de surpreendê-la.

Ao ouvir os passos soarem pelos soalho de madeira dos degraus, Matt chamou:

— Any! Junte-se a mim para o café, querida.

A barra de um vestido se arrastou pelo chão e então Anastácia surgiu na sala de refeições.

— Isso com certeza não estava aqui quando eu me levantei. — A lady apontou o indicador para as variedades de bolos e biscoitos sobre a ampla mesa de madeira coberta por uma toalha branca.

Matthew encarou a mulher das cabeça aos pés, levemente frustado por ela trajar aquele simples vestido azul que cobria todas as exuberantes curvadas do seu corpo. Ao menos ficou contente ao vê-la com os longos cabelos negros soltos e tão livre quanto ela era.

— Onde conseguiu isso tudo? — continuou o interrogatório.

— Não revelarei os meus meios. Ao menos não agora. Quero continuar a te surpreender.

Any arqueou a sobrancelha, desconfiada, e ocupou o assento no outro extremo da mesa, ficando de frente para o marido.

Matt não gostou daquilo, estava muito longe dela. Odiou a extensão daquela mesa. Detestou que estivessem separados.

Any, graciosamente despejou o chá preto na xícara e sorveu um gole da bebida. Em seguida, levou a mão a um punhado de biscoito e os devorou com avidez.

— Hummmmm! — Gemeu, fechando os olhos. — Isso está maravilhoso! Não sei o fato de eu estar muito faminta tenha influenciado meu paladar, mas, de fato, amei esses biscoitos. — Gemeu, mais uma vez.

Matthew mexeu-se na cadeira, claramente desconfortável, sentindo o membro ganhar vida. Desejou, mais que tudo, avançar até a esposa, debruçá-la sobre aquela maldita mesa que os sepava, erguer a saia daquele vestido e tomá-la ali mesmo, enquanto ela gemia e arfava por ele e não pelos malditos biscoitos.

Engoliu a seco e fechou os olhos tentando controlar os anseios.

Quando tornou a olhar para a esposa, uma rajada forte de vento adentrou pela janela e jogou os cabelos de Any para trás, revelando uma marca roxa horrorosa no pescoço dela.

O duque levantou-se abruptamente e se aproximou da mulher.

— Meu Deus, Any! Olha o que eu fiz contigo! — Percorreu o polegar sobre a marca que era mais horrenda de perto. — Fui um bárbaro, um selvagem! Perdoe-me por ter sido tão rude. Prometo que serei delicado nas próximas vezes. — declarou, realmente muito aflito, massagendo o pescoço dela, tentado, de alguma forma maligrosa, fazer aquilo sumir.

— Matthew Morrison! — exclamou Any, tirando as mãos de seu pescoço. — Isso com certeza não é o fim do mundo! Não sou a primeira, tampouco serei a última mulher a ficar marcada após uma relação sexual muito prazerosa. Não há ninguém aqui que ficará escandalizado com isso. Existem algumas estratégias que podem ser realizadas para diminuir a coloração da marca, já vi muitas das minhas funcionárias usarem de tais métodos. Nada que um vestido de gola alta e uma maquiagem não resolvam. — E o encarou severamente. — Além do mais, Vossa Graça me conhece muito bem. Sabe muito bem que eu não sou uma pessoa delicada! Não espero delicadeza da sua parte. Não quero, sob hipótese alguma, que seja delicado comigo. Compreendeu?

— Perfeitamente, Anastácia Morrison! Acredito que sei muito bem o que espera na cama. — Sorriu, maliciosamente, e voltou a se sentar, mas daquela vez, fez questão de ocupar uma cadeira ao lado da instigante esposa.

Prosseguiram a degustar daquela refeição. Any realmente estava faminta. Comeu um pouco de tudo e bebeu ao menos três xícaras de chás. Matt, por sua vez, admirou a mulher saciar a fome. Gosta de vê-la satisfeita. Ele encontrava-se alheio em seus pensamentos, quando Any indagou subitamente:

— Acha que me engravidou?

O duque, tomado pelo susto iminente, cuspiu o gole do chá que acabara de sorver.

— Eu... B-Bem... — Começou a gaguejar — Eu não sei dizer. Acha que... — Lançou um rápido olhar para a barriga de Anastácia — Está grávida?

— Orás, Matthew! Diga-me você! Ontem foi a minha primeira vez, como raios vou saber se me engravidou ou não! Francamente, Vossa Graça deitou-se com dezenas de mulheres e não sabe responder uma pergunta simples.

O duque arregalou os olhos azuis.

— Isso definitivamente não é um questionamento simples, Anastácia. E sim, há possibilidade de eu ter a engravidado na noite anterior, despejei tudo que eu tinha dentro de você. Mas por Deus, como é que vou saber se está grávida? Não sou eu quem carregará o bebê no ventre, não é meu corpo que mudará. — Descontrolado, percorreu os dedos pelos cabelos. — Jesus, Any. Está grávida ou não?

— Como é que eu vou saber? Nunca estive grávida! — exclamou consternada.

— Eu sei lá. Pensei que talvez as mulheres tenham algum instinto materno que envia algum sinal ao corpo avisando sobre a chegada de um filho. — Balançou os ombros — Eu também nunca engravidei mulher alguma, como vou saber se dessa vez acertei de primeira.

Any torceu os lábios contrariada.

— Você não faria isso comigo! — Arregalou os olhos, indignada. — Pelo amor de Deus, Matthew, quais são as chances de você ter sido certeiro logo comigo?

Matt cruzou os braços abaixo do peito e uma expressão de austeridade ocupou a face dele.

— Agora vai me culpar por uma possível gravidez? Pelo que eu me lembre, não a ouvi pedindo para eu parar, muito pelo contrário, recordo-me de você gemendo alto enquanto implorava para que eu continuasse e foi exatamente o que eu fiz.

Any baixou o olhar, evidentemente envergonhada por acusá-lo quando ela mesma carregava certa culpa.

— Desculpe-me, não quis te culpar por nada. — sussurrou — É que ideia de engravidar ainda me assusta.

Matthew desarmou no mesmo instante. Não conseguia ficar bravo com a esposa quando a via tão insegura. Ele levou a mão à face dela e fez com que a olhasse.

— Se estiver grávida, eu a ajudarei a passar por cada etapa da maternidade até que todos seus temores deixem de existir. Porém, se não estiver, aguardarei até que esteja pronta. Eu prometo.

Any respirou aliviada.

— Obrigada, Matt. Nesse caso, devo informar que pedirei para que Rosália me instrua a respeito de métodos contraceptivos. Ela deve saber do assunto, afinal, nenhuma das mulheres em meu clube engravidou.

Matthew balançou a cabeça sorrindo.

— As vezes eu me esqueço que comanda um clube de cavalheiros. Depois de dois anos, ainda me surpreendo com alguns fatos.

Any franziu o cenho.

— Nunca me disse que isso o incomodava.

— E não me incomoda! — exclamou exasperado. — Francamente, Anastácia, já disse mais de mil vezes que não me importo. Eu gosto de você exatamente como é. Acho que jamais teríamos sido amigos se fosse o contrário.

Ambos gargalharam alto. E Any teve a certeza de que realmente foi a melhor escolha ter se casado com o melhor amigo. Matthew Morrison sempre foi tudo que ela sempre precisou.

— Não queria deixá-la sozinha, minha linda, mas tenho negócios urgentes a tratar em Mafayr. Ficará brava se eu precisar me ausentar?

A lady entrelaçou os dedos no dos dele e assegurou:

— Não é um prisioneiro nessa casa, meu esposo. És livre para ir resolver o seus negócios.

— Que ir comigo?

Any balançou a cabeça negando.

— E sair de casa com essa marca enorme no meu pescoço? Melhor não.

— Sua mentirosa! Você disse que não se importava com isso. — exclamou consternado.

A mulher colocou-se em pé, mas antes de deixar a mesa, disse:

— Não é comigo que eu me importo, é com você! Vão pensar que eu me casei com um vampiro! Será um escândalo e tanto.

Matthew abriu a boca e levou a mão ao centro do peito fingindo indignação.

— Chamou-me de vampiro? — Colocou-se em pé.

Any, sabiamente, começou a colocar uma distância entre ambos.

— Acredito que eu tenha me equivocado. Vampiros não envelhecem e tu, pela aparente falta de audição, com certeza já é um idoso.

— ANASTÁCIA! — Tentou se aproximar dela, porém a mulher, ligeira, saiu correndo.

— Não adianta fugir, Any! Eu vou te pegar! — E disparou ao encalço da esposa, ouvindo a gargalhada dela ecoar por aquela enorme mansão.

Any foi rápida, mas não o suficiente, esquecera de que era pequena e Matthew muito maior. Não tardou para que a alcançasse. Mal conseguiu subir três degraus, quando ele a puxou pela saia do vestido e a derrubou no chão.

— Matt! Desculpe-me! — pediu, rindo, ao sentir o corpo dele avançar sobre ela.

— Vou te mostrar quem é o idoso. — Beijou-a profundamente a medida em que começou a erguer aquele vestido até encontrar aquilo que tanto desejava.

Any gemeu alto quando sentiu Matt a penetrá-la. Explodiu de desejo a cada vez que ele se movimentou dentro dela. Não se imprtou se estavam na escada. Não se incomodou com o fato de que ainda estava dolorida. Não pensou em nada a não ser no fato de que estava completa.

No fim, o duque, mesmo possuído pelo prazer, recordou-se da promessa que fizera a esposa e tirou o membro antes que o gozo a atingisse. Beijou Anastácia, grunhindo, despejando o líquido sobre o ventre dela, desejando, mais do que tudo, quebrar a promessa e senti-la por inteiro. Ainda assim, aquilo foi muito bom. Any sempre fora tudo o que precisava. Como não tinha se dado conta daquilo antes? Estava completo, afinal.

_____ 💃🏻_____

(CAPÍTULO SEM REVISÃO)

Olá, ladies! Tudo bom?

Espero, de verdade, que estejam gostando da história. Sou muito insegura em relação as coisas que escrevo, sempre acho que não está tão bom quanto deveria, mas posto mesmo assim.

Estamos caminhando para o desfecho da trama e desejo muito que estejam comigo até o final! Tem sido uma honra ter vocês nessa jornada histórica! Espero que estejam comigo em minhas próximas histórias!

É isso! Não esqueçam de clicar ⭐️ e deixar seu voto!

bjussss

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