Era mais uma manhã de inverno na mansão Kalimann, pela janela era possível ver os flocos de geada se acumulando ao redor dos terrenos da propriedade.
No quarto do andar superior Gizelly já havia despertado havia alguns minutos e desde que o fizera ficou observando o sono tranquilo de sua noiva que seguia dormindo profundamente.
Com sua mente tranquila ela admirava a mulher com a expressão tão serena como se estivesse sonhando com algo muito bonito. E na verdade a morena achava que não teria cena mais perfeita para que ela visse na sua vida a partir de agora.
Suas pernas seguiam entrelaçadas entre si, toda vez que dormiam juntas era daquela forma, não queriam se desgrudar um segundo sequer, nem quando não estivessem mais conscientes.
Colocou sua mão direita em torno da bochecha da mais nova em um carinho suave passando seus dedos enquanto seguia a admirando. Aos poucos sentiu a outra se mexer na cama e abrir aqueles olhos verdes claros que sempre a hipnotizavam.
- Bom dia amor... – sussurrou baixinho para Rafaella.
- Bom dia... – ela lhe sorriu de canto – acordou faz tempo?
- Um pouquinho, mas nem tanto assim... E então conseguiu dormir bem ?
Rafaella aproximou seu rosto do da morena e falou olhando fixamente em seus olhos.
- Ao seu lado eu sempre durmo bem Gizelly. Nunca vou cansar de te dizer isso.
Gizelly suspirou sorrindo na mesma hora.
- Você é perfeita sabia? Mal acordou e já me tem aos seus pés... – Encostaram seus lábios em um selinho demorado.
- Eu gosto dessa ideia de ter você aos meus pés. – disse em um tom malicioso com as mãos na nuca de Gizelly.
- Talvez mais tarde tá bom? Vamos levantar, gostaria de preparar um café da manhã em família hoje o que acha?
Rafaella a encarou surpresa e logo em seguida sorriu maravilhada.
- Isso seria perfeito amor...
Desceram as escadas lentamente de mãos dadas
- Bom dia Senhorita Kalimann, Senhorita Bicalho. Já vou pedir para Elana preparar o café da manhã. Alguma preferência para hoje?
- Marta hoje vamos fazer algo diferente. Nós vamos preparar o café da manhã juntas.
A mulher levantou a sobrancelha admirada e então apontou para a cozinha enquanto prontamente as duas a seguiam.
- E então Marta o que as Senhoritas vão pedir ho...
A cozinheira parou de falar abruptamente quando viu as duas mulheres adentrarem a cozinha na companhia da governanta.
- Elana, hoje não haverá necessidade de preparar o café, por favor venha comigo até a lavanderia para organizarmos algumas coisas. – A senhora disse dando uma piscadela para Rafaella que agradeceu com o olhar.
- E então Senhorita Bicalho o que deseja aprontar para comermos hoje? – A mineira disse enquanto enlaçava a cintura de Gizelly que por sua vez mantinha as duas mãos no pescoço da outra.
- Pois como eu disse, seria um café da manhã preparado em família... Temos que ir acordar a Sofia agora Rafa.
- Você me surpreende cada dia mais. E isso é mais uma coisa que eu amo em você. Vem, vamos lá chamar ela.
Ambas se direcionaram novamente para o andar superior em direção ao quarto de Sofia. Abriram a porta lentamente e observaram a pequena dormindo com um dos bracinhos agarrado a um ursinho de pelúcia.
- Ela é tão linda... - Rafaella disse sussurrando.
- Ela é mesmo.
Ficaram mais alguns instantes admirando a cena da pequena Sofia dormindo e em seguida adentraram o quarto.
Gizelly sentou sutilmente aos pés da cama da menina enquanto Rafaella aproximou-se da cabeceira.
- Soso? Amorzinho? Tá na hora de levantar, vamos?
Ouviram apenas um resmungo da criança.
- Soso? Acorda meu amor, vamos tomar café todas juntas hoje...
A pequena se remexeu mais um pouco na cama mas nada de acordar.
- Rafaella – Gizelly a chamou – Deixa que eu resolvo isso. – Disse para a maior que a encarava sem entender.
- Tá na hora da princesinha acordar! - Sofia soltou um leve sorriso mas permaneceu de olhos fechados. - Ou eu vou ter que usar os meus poderes especiais para despertar meninas que dormem demais...
Nesse momento a morena levantou as cobertas que cobriam a pequena nas pernas e iniciou cócegas em seus pezinhos com meias do Frozen.
- Aiiii – Sofia resmungou enquanto dava gargalhadas – para Tia – a menina começou a tentar tirar os pés das mãos ágeis da morena, mas ela era mais rápida.
- Tive que invocar os meus poderes, eu avisei. - seguiu com as cócegas.
Enquanto isso Rafaella observava a cena com um brilho nos olhos que era visível a quilômetros de distância.
- Ah mas eu vou invocar os meus poderes também. – a mineira disse se aproximando da barriga da criança que já se contorcia de tanto rir.
- Tias... por... favor... já... acordei... - A cada pausa a menina ria mais e mais.
- Olha só Gizelly parece que nossos poderes surtiram efeito mesmo, não é?
- Verdade amor, agora sempre que precisar vou querer usá-los nessa pestinha.
- Eu estou aqui viu? - a criança fez uma cara de brava por alguns instantes que as duas mulheres acharam adorável.
- Agora que a senhorita já acordou venha nos acompanhar no nosso café em família. – Rafaella disse.
- Café em família? O fazemos Tia? eu nunca fiz isso – ela perguntou na maior inocência do mundo fazendo com que elas sentissem o coração apertar ao saber daquela informação.
- Meu amor – Gizelly se agachou perto de Sofia – Café em família é quando nós preparamos algo bem cedo pra comer e fazemos isso todas juntas.
- Ah sim, como quando tem a noite das mocinhas?
- Sim Soso, é igual a noite das mocinhas – a mais velha respondeu pacientemente.
Logo em seguida desceram novamente em direção a cozinha, dessa vez na companhia de Sofia que não parava de falar um minuto sequer mostrando total animação logo cedo.
- Mas então Tia Rafa, como funciona esse "café em família"? - a menina perguntou enquanto subia em um dos banquinhos perto da bancada da cozinha.
- Nós iremos fazer algo bem gostoso pra comer e você vai nos ajudar...
- Eu? Mas eu não sei cozinhar tia. - a menina fez uma carinha triste.
- Hey minha linda, a gente vai fazer e você será a nossa assistente tá bom?
- Eba. Mamãe e papai nunca deixavam eu chegar perto da cozinha.
As duas se entreolharam com pesar ao saber por tudo que Sofia já passara.
- É mas agora você pode vir a cozinha sempre que quiser meu amor. – Rafaella disse enquanto beijava o topo da cabeça de Sofia.
E assim as três seguiram entre risadas, brincadeiras e um delicioso café da manhã em família.
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-Sofia! Tá na hora, o Rodolffo está esperando lá embaixo. - Rafaella falava um pouco mais alto chamando a sobrinha que iria passar o dia na casa de Mariana e Theo, seu meio irmão.
- Tô indo Tia Rafa! - a menina desceu pronta com uma mochilinha rosa nas costas.
- Se comporte lá viu mocinha!
- Pode deixar – ela disse confirmando com a cabeça.
- Boa tarde Senhorita Rafaella.
- Como tem passado Rodolffo?
- Um pouco de frio nos últimos dias, mas no demais tudo em perfeita calmaria senhorita.
- Graças a Deus. Mande um beijo para sua esposa e seus filhos. Tenho que fazer uma visita a vocês qualquer dia desses.
- Claro, irei mandar. Vamos Sofia - falou chamando a criança que segurou em sua mão.
- Tchau Tia Rafa. Diz pra Tia Gi que eu deixei um beijo bem grandão pra ela.
- Tá bom meu amor se cuida.
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Um tempo já havia se passado e muitas coisas haviam mudado, tanto Rafaella quanto Gizelly se encontraram perdidas em meio ao trabalhos e afazeres diversos que não esperavam e o tempo livre de ambas se tornara cada vez mais curto.
Tinha dias em que elas se viam apenas a noite e não tinham energia para fazer absolutamente nada além de dormir.
E a capixaba tinha um novo hobby: aulas de dança. Havia começado havia há alguns dias e já estava super animada com o que havia progredido.
Às vezes, Gizelly voltava da aula de dança que havia iniciado a pouco tempo, completamente esgotada e sem conseguir se mexer direito por causa do esforço exigido pelos números ensaiados que ainda estavam em processo de criação e ela tinha certeza que o coreógrafo tinha um lado perverso mais desenvolvido.
Ela estava amando aquela atividade que apesar de cansativa era extremamente prazerosa.
O único lado bom do excesso de exercício foi descobrir que a Rafaella era uma excelente massagista.
Aliás para a morena era como se Rafaella tivesse mãos mágicas.
-Gizelly? - Não houve resposta.
A maior desceu suas mãos pela pele nua das costas de sua noiva, descansando-as brevemente na parte de baixo antes de subir novamente, pressionando com mais força na altura dos ombros e sentindo os nós se desfazerem sob seus dedos.
O gesto lhe rendeu um gemido profundo, mas abafado pelo travesseiro.
Rafaella riu.
-Como você consegue respirar com a cabeça enfiada aí? - Ela perguntou, se focando nos ombros, já que aquela área parecia evocar os melhores sons de sua noiva.
Ela sentou cuidadosamente sobre a base da coluna da morena e afastou os cabelos castanhos que pareciam estar em todo o lugar, depositando um beijinho em sua nuca antes de continuar suas ministrações.
- Gizelly...?- Ela cantarolou suavemente.
-Hummm, o que?-
- Isso é bom?- Ela perguntou baixinho, sentindo as vertebras do pescoço da morena com a ponta dos dedos e apertando suavemente.
- Hummmm... - A mineira riu mais uma vez, se inclinando para frente e beijando o ponto que havia acabado de tocar.
-E isso? - Ela sussurrou contra sua nuca, pressionando os lábios mais uma vez.
Rafaella sorriu consigo mesma, orgulhosa dos arrepios que haviam surgido na pele da morena com seus beijos.
Ela mordeu seu ombro enquanto massageava as laterais de sua noiva e, sorrateiramente, moveu as mãos para seus seios, apertando-os com uma força que ela sabia, faria Gizelly ofegar.
-Ah-ahh...
- Tão previsível Senhorita Bicalho... - a maior murmurou, afastando os cabelos escuros mais uma vez e beijando o ouvido da advogada.
- Você quer que eu continue a massagem?
- Uhummm...- Rafaella se afastou com a resposta afirmativa e depois de alguns segundos, Gizelly levantou o rosto, sentindo falta do calor da mulher contra suas costas.
A empresária havia removido sua própria camisa e segurava o hidratante da morena entre as mãos com um sorrisinho suspeito nos lábios.
Os mamilos de Rafaella estavam inchados e um pouco mais escuros que o normal, provavelmente por causa do vento frio que entrava pela janela entreaberta. Ainda era de tarde e a luz do sol iluminava todo o quarto, lançando as sombras mais luxuriantes nos lugares mais certos.
Gizelly sentiu uma umidade desconfortável se acumular entre suas pernas ao captar o brilho dos seios de Rafaella.
Ela não conseguia entender como algo tão natural conseguia ter um efeito tão arrebatador sobre ela, mas sinceramente reclamar era a última coisa que morena pensaria em fazer.
-Relaxa, Bicalho. - Rafaella falou roucamente, soltando a embalagem de hidratante ao lado da morena e saindo de cima dela, ficando de joelhos aos pés da cama e tomando cuidado para não bater com a cabeça na quina do móvel.
O jeito como Rafaella falou seu sobrenome a deixou ainda mais excitada e seu corpo estremeceu quando mãos delicadas circularam seus tornozelos, tocando suas pernas cuidadosamente.
Ela voltou a enterrar o rosto no travesseiro, um pouco contrariada, querendo ver a mulher, mas ao mesmo tempo, amando a sensação de não saber o que ela tocaria a seguir.
Gizelly tentou seguir o conselho de sua noiva e relaxar, mas era humanamente impossível fazer isso enquanto as mãos muito talentosas da sua ex chefe subiam preguiçosamente por suas pernas.
Um som agudo escapou de sua garganta quando ela sentiu uma mordida seguida de um beijo na parte de trás de sua coxa e a risada de Rafaella soou como música em seus ouvidos.
Ela não conseguia ver, mas os olhos de Rafaella estavam escuros, quase negros e as bochechas dela haviam assumido um tom cor de rosa delicado, que se tornava mais intenso a cada segundo.
A mineira estava totalmente inebriada com o cheiro de Gizelly a sua volta.
O creme da morena tinha um cheiro morno e suave, convidativo, como rosas e algo mais e era tão a cara de Gizelly que Rafaella queria poder se afogar nele.
Ela também conseguia sentir o cheiro da excitação de sua noiva e aquilo só servia para deixa-la ainda mais preparada para o que estava prestes a acontecer.
Suas mãos subiam pelas pernas mais longas que ela já vira, o contraste de seus tons de pele era uma coisa que nunca falhava em fazê-la perder o fôlego.
A ponta de seus dedos desapareceu por baixo do tecido vermelho sangue da saia que a morena usava e ele começou a se amontoar em seu quadril a medida que as mãos de Rafaella iam viajando mais para cima.
Ela massageou as nádegas da morena, ganhando o melhor gemido do dia com o gesto e então se afastou por um segundo, prendendo seus cabelos castanhos atrás das orelhas antes de continuar.
A empresária lambeu os lábios e enganchou a calcinha rendada da cor branca, puxando o fino tecido para baixo lentamente.
Gizelly não se moveu dessa vez, quando Rafaella se afastou para remover sua calcinha. Ela gemeu suavemente em aprovação quando sentiu as pernas nuas da outra contra as suas ao invés do tecido áspero dos jeans que a empresária antes usava.
-Rafaella... - Ela implorou, virando a cabeça para o lado, mas mantendo os olhos fechados.
As mãos da maior haviam voltado para seus ombros, não mais massageando, mas sim acariciando a pele bronzeada e impossivelmente macia.
Mais uma vez, Rafaella puxou os cabelos castanhos para o lado, se inclinando para frente e pressionando todo o seu corpo contra as costas da advogada.
- Rafaella, a minha saia... - Gizelly comentou, incomodada com a última peça de roupa restante entre elas quando sentiu a respiração da mulher, quente contra sua bochecha.
Rafaella a beijou ali demoradamente, movendo os lábios para seu ouvido.
- A saia fica. Gostosa... - O tom mais grave em sua voz fez um arrepio percorrer a coluna da morena, que abriu os olhos em fendas e virou a cabeça um pouco mais.
A empresária entendeu o pedido silencioso e a beijou suavemente na boca uma vez antes de mover os beijos para seu pescoço e nuca.
As pontas dos cabelos castanhos claros faziam cócegas a medida em que a boca de Rafaella ia viajando por seu corpo, explorando cada milímetro de pele disponível. Gizelly sentia dentes, a umidade de sua língua ocasionalmente e sua cabeça parecia girar em uma overdose de sensações.
- Eu amo as suas curvas... - Sussurrou Rafaella, beijando o quadril de Gizelly, na base de sua coluna.
Então as pontas de seus dedos voltaram a explorar as pernas de sua noiva e mais uma vez suas mãos desapareceram em baixo da saia vermelha. Ela puxou o tecido para cima cuidadosamente e se abaixou mais uma vez, beijando a parte interna das coxas da morena suavemente.
- Rafa...ella... - Ofegou Gizelly, quando seus dedos percorreram sua umidade.
Ela sentiu um indicador circular sua entrada suavemente antes de penetrá-la por trás.
- Hummmm... - A mineira beijou o meio de sua coluna e deslizou um segundo dedo para dentro dela, vendo o corpo da morena irromper em arrepios.
Ela manteve um ritmo lento por um momento e então Gizelly começou a se mover desesperadamente contra sua mão, implorando por mais.
Ela então parou de se mover.
- Rafaella... Não para... - Gizelly implorou, seus quadris se moviam contra sua vontade, buscando Rafaella sem muito sucesso.
- Eu preciso ver o seu rosto. - A maior falou apressadamente, removendo seus dedos e ajudando sua noiva a virar de barriga para cima.
O sol havia começado a se pôr e a luz que entrava pela janela possuía agora uma característica alaranjada.
A pele da advogada parecia reluzir com a nova iluminação e o coração de Rafaella acelerou impossivelmente quando seus olhos se conectaram com os castanhos. Imediatamente, Gizelly enterrou uma mão em seus cabelos e a puxou para um beijo que poderia ser descrito como violento.
As duas gemeram ao mesmo tempo e o beijo acabou cedo demais, mas seus lábios permaneceram a milímetros de distância.
Ambas tinham os olhos fechados e a língua de Gizelly tocou o lábio inferior de sua noiva tentativamente, iniciando mais um beijo desesperado.
-Gizelly... - Rafaella sussurrou, tentando se afastar um pouco para conseguir alcançar o centro da morena novamente.
- Não se atreva a me provocar, Kalimann. - A advogada ameaçou asperamente, arqueando a coluna e se pressionando ainda mais contra Rafaella, beijando-a novamente e sentindo-se queimar quando os mamilos da outra arranharam os seus.
-Deus... - Ela sussurrou.
A empresária beijou seu queixo desajeitadamente, descendo por seu pescoço e ombro e deslizando sua mão entre elas, encontrando o clitóris da morena com o dedo médio e o circulando em um ritmo acelerado.
As unhas de Gizelly se cravaram em suas costas e os dentes dela se fecharam na curva de seu pescoço.
Rafaella soluçou em prazer quando a coxa da advogada deslizou por entre suas pernas.
Seu braço direito estava começando a queimar e ela perdeu qualquer senso de ritmo, penetrando sua noiva com dois dedos novamente e o som que vibrou da boca de Gizelly diretamente para dentro da sua fez com que um calor branco se acumulasse em seu abdômen.
Seus lábios estavam conectados em uma espécie de beijo que não era bem um beijo, elas engoliam gemidos e se perdiam na proximidade de seus corpos e de repente, o calor branco que elas sentiam explodiu em um milhão de cores.
Gizelly tremeu violentamente e a sensação das paredes internas dela convulsionando contra seus dedos fez com que Rafaella atingisse um orgasmo também, quase sem estimulação nenhuma.
- Meu Deus, Rafaella... - Gizelly respirou, sentindo o corpo de sua noiva desfalecer sobre o seu e os dedos delicados, cobertos com sua umidade percorrerem seu abdômen, logo acima do cós da saia que ainda vestia.
- Essas suas mãos tem um poder divino...
A maior riu alto com aquela frase e a cara de boba da advogada para si.
Seus braços envolveram a mineira e ela pressionou um beijo em sua testa, sentindo o gosto salgado do suor que havia se acumulado ali.
- Como eu te amo...- Rafaella sorriu e beijou sua bochecha ao ouvir aquilo.
- Hummmm...-Elas ficaram em silêncio por um longo momento, emaranhadas uma na outra, contando respirações e batidas de coração.
- Posso tirar a saia agora?- Gizelly sussurrou, quebrando o silêncio.
O sol lá fora havia baixado quase totalmente e a luz que entrava da janela era fraquinha e azulada.
Rafaella riu e rolou para o lado, encontrando os olhos de sua noiva com os seus.
-Pode. - Gizelly se livrou da peça de roupa, descartando-a em algum lugar no chão do quarto antes de puxar o edredom para cima e se aconchegar novamente a Rafaella.
- A gente tem mesmo que ir para essa festa hoje? - Perguntou a empresária, acariciando os cabelos escuros.
-Hummmm...- Gizelly enterrou o rosto em seu pescoço.
-Eu não queria...- Ela murmurou.
- Mas todo o pessoal do curso vai e eu já combinei a carona com o Eusébio...
Era a segunda festa do grupo ao qual a morena fazia parte "Ritmo e Dança ", nome oficial dado ao curso.
Rafaella não conseguira comparecer a primeira por que fora em uma sexta feira e ela tinha acabado presa na Kalimann's Corporation devido a exaustivas reuniões até tarde no dia, mas ela prometera comparecer na segunda e Gizelly queria muito apresentá-la para seus novos amigos e colegas.
A única pessoa do elenco que Rafaella conhecia era Eusébio.
- Quanto tempo a gente tem ainda?-
- Umas duas horas...- Respondeu a advogada, beijando uma marca roxa que se formava na pele delicada do pescoço de Rafaella (graças aos seus dentes).
- Eu não quero me mexer...- Gizelly riu baixinho, acariciando as costelas de sua noiva por baixo das cobertas e fazendo Rafaella se contorcer em cócegas.
- Eu te acordo daqui a pouco.- Ela murmurou, aninhando-se ainda mais a mais alta, que suspirou contentemente contra seus cabelos.
- Gi?-
- Hum? - Um beijinho foi pressionado em seu ombro, fazendo a empresária sorrir em um estado semi desperto.
- Eu também te amo...
E assim ambas adormeceram profundamente naquele mundo que era só delas.