Deixe-o de joelhos - TRADUÇÃO

By PixysMalfoy

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Draco está no caso de um assassino, mas para investigar, ele precisa de um relacionamento falso - e de uma pa... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31

Capítulo 28

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By PixysMalfoy


Ele girou em nuvens negras e relâmpagos brilhantes, girando no espaço entre aqui e ali. A conexão entre os anéis de galgo gêmeos o chamou, guiando-o para Hermione. Seu grito desesperado encheu seu sangue e seu batimento cardíaco gritou em três vezes com ela.

Estou chegando. Eu te amo. Estou chegando. Vou te encontrar.

A dor o atravessou e Draco caiu de seu vôo, colidindo com uma estátua de mármore. Ele bateu forte, torcendo as articulações e tirando seu fôlego. Ele caiu em uma pilha na base. Lutando para respirar, ele agarrou seu ombro direito. A velha fratura mal curada nele, já tensa desde a última noite que ele passou com Hermione e suas lutas para se segurar e não a machucar ainda mais, tinha rachado com o impacto.

Ele ofegou com a dor, os olhos bem fechados, e empurrou para o fundo de sua mente. Ele tinha que se livrar disso. Nada, nem mesmo um osso quebrado, poderia distraí-lo. Ele bloqueou a dor, empurrou-se para cima e segurou o braço apertado ao seu lado.

Draco respirou fundo, desajeitadamente sacou sua varinha com a mão esquerda e bateu contra seu ombro. Foi rápido e agonizante, mas um feitiço básico de cura estabilizou a fratura. Aguentaria por um tempo, tempo suficiente para ele alcançar Hermione.

Houve um flash de prata no ar. Draco olhou para baixo para ver um anel a seus pés. Ele xingou baixinho. Ele nem precisou olhar para saber que era o anel de Hermione. Eles ficavam encantados em retornar ao chefe da família se perdidos ou levados, e vê-lo agora significava uma coisa para ele. Hermione estava ferida. Ela não teria entregado o anel a menos que fosse forçada.

Ele cuidadosamente se agachou e pegou o anel. A escultura do galgo estava manchada de sangue. Ele apertou-o em seu punho, a raiva cutucando as paredes que ele colocou em sua mente, tentando encontrar uma brecha em seu controle. Deliberadamente, Draco colocou o anel no bolso e fora de seus pensamentos.

Ele balançou a cabeça e olhou para cima, orientando-se. As paredes de tijolos vermelhos da Chaswell House ficavam a alguma distância, silenciosas e ameaçadoras mesmo à luz da manhã. Imediatamente, seus olhos foram para o topo da torre. Ele se recompôs, manteve o braço direito rígido e girou no lugar.

Ele caiu na grama. Cuspindo maldições, ele ergueu a cabeça. Ele mal se moveu, a estátua alguns metros atrás dele, a casa não mais perto. Draco ordenou a si mesmo que se levantasse, reforçou as paredes bloqueando sua dor e tentou novamente.

Uma baforada de fumaça, um estalo fraco e abafado, e ele caiu mais uma vez.

Ele lutou para ficar de pé. Olhando para a casa, ele rosnou profundamente em sua garganta. Ele sabia que o prédio estava enfeitiçado contra a aparatação dentro das paredes, mas nunca havia sido impedido do lado de fora antes. Em algum ponto nos anos desde suas visitas anteriores, as alas foram alteradas. Xingando, Draco esfregou seu ombro e se preparou para mais uma tentativa de aparatar.

No meio do giro, ele ouviu um grito distante. Uma memória passou por sua mente, o pesadelo que ele teve na primeira noite que passou com Hermione.

Ele estava na vasta extensão do terreno da Mansão, no fundo de uma encosta. Uma mulher gritou de cima dela e Draco tentou girar no lugar. Ele tropeçou, sua aparatação se desfez e a mulher gritou novamente.

Draco saiu de uma explosão de fumaça, rosnando de frustração e raiva. O grito veio de cima, da torre, e ele não conseguia chegar até ela.

Ele olhou para a janela em arco que mal podia ver daquela distância. Com cuidadosa deliberação, ele apontou a varinha para as botas e enfeitiçou os pregos nas solas. Ele prendeu a varinha no coldre e o distintivo no arnês, ajustou os punhos enrolados das mangas e afrouxou o colarinho da camisa.

Ele afastou com firmeza a dor em seu ombro enquanto focava sua atenção na torre. Ele respirou fundo.

Ele correu.

Draco correu, pulmões doendo, pernas queimando. A voz de seu pesadelo ecoou em sua cabeça: "Você vai fracassar, vai fracassar como fez tantas vezes e vai perdê-la para sempre. Tarde demais, Malfoy." E ele o empurrou para longe. Ele correu pelo amplo gramado, mirando direto na torre.

A hera que cobria a fachada era grossa e emaranhada, quase uma parede secundária. Draco colocou toda a força que tinha em suas coxas e saltou, o braço esticado para o alto, agarrando a hera três metros acima. Ele ignorou a agonia em seu ombro, enfiou as botas com cravos nas videiras e subiu.

Ele se arrastou pela parede da torre, mão a mão, pé a pé, mais de doze metros. O parapeito da janela arqueada estava quase ao seu alcance quando ele ouviu o estalo de um tapa violento e completo. Hermione gritou novamente.

Um relâmpago passou pela mente de Draco.

Ele enganchou as botas na hera e se empurrou para cima, agarrando o parapeito da janela. Seu ombro gritou um aviso para ele e ele rosnou com ele, usando a dor como um impulso para sair pela janela arqueada.

Ele rolou, ficando agachado na defensiva, com a varinha na mão esquerda.

- Mais um passo, Malfoy, e ela está morta.

*****

A cabeça de Hermione balançou com o golpe. Ela gritou, lágrimas enchendo seus olhos. Era involuntário, algo que ela não podia evitar, mas saber que tinha dado a Geoffrey exatamente o que ele queria: medo, dor, lágrimas, a fez chorar ainda mais. Ele a queria assustada e ferida, ele queria puni-la por ser nascida trouxa, puni-la por seu relacionamento com Draco, um puro-sangue.

E ele estava conseguindo o que queria dela.

Hermione se contorceu nas cordas que a prendiam à mesa. Elas cravaram em seus braços, apertando cada vez que ela se movia, ásperas e abrasivas mesmo através do tecido de seu vestido.

Geoffrey tocou a ponta da faca em sua garganta e Hermione ficou imóvel.

- Não - ela sussurrou. Ela fechou os olhos e respirou fundo. - Não me mate.

- Todas eles dizem isso no final. Chorando e implorando e querendo dar tudo de si sem a menor vergonha. As sangues-ruins sempre dizem que eu posso ter o que eu quero se elas não tiverem que morrer.

Sua respiração atingiu sua bochecha quando ele se inclinou sobre ela.

- Mas o que eu quero é que você morra.

- Não me mate - ela disse novamente. Ela virou a cabeça para longe dele e olhou para a janela em arco. Ela ouviu um raspar, um farfalhar, algo que não deveria estar lá, e seu coração batia forte enquanto ela falava. - Não me mate, Geoffrey. Eu não quero que Draco volte para a prisão depois que ele matar você.

- O que você ... não.

Uma mão pálida de dedos longos se curvou sobre o parapeito da janela. Draco mergulhou pela janela, rolando pelo chão e subindo com a varinha na mão esquerda. Seu braço direito estava estranhamente imóvel, pressionado perto de seu lado. Suas pupilas estavam contraídas, a pele ao redor de seus olhos estava tensa e sua mandíbula estava tensa. Ele estava protegendo seus pensamentos, bloqueando distrações e preocupações, mas ele mal estava segurando. Ele a viu, e sua expressão ficou afiada e fria.

Ela tinha visto aquele olhar em seu rosto antes: quando Colin tentou tocá-la, quando o vampiro saltou sobre ela. E nenhum deles realmente a machucou. Ela viu os olhos dele piscarem do corte sangrento em seu queixo, para o inchaço de seu dedo quebrado, para as cordas torcidas ao redor dela, para a saia de seu vestido empurrada até as coxas.

A pouca cor que ele havia drenado de suas bochechas. O som que ele fez foi desumano, transformando seu sangue em gelo.

Geoffrey segurou a ponta da faca na garganta de Hermione.

- Mais um passo, Malfoy, e ela está morta.

Draco se levantou de seu agachamento até sua altura máxima, sua cabeça apenas um suspiro do teto. Levantando o braço, ele apontou a varinha para Geoffrey, a cicatriz desbotada de sua Marca Negra parecendo deslizar e escurecer na luz bruxuleante da lareira.

Geoffrey pressionou a faca no pescoço dela.

- Eu vou fazer isso - disse ele. - Eu vou cortar a garganta dela aqui mesmo. Costumava ser um apanhador, certo? Todo tipo de orgulho disso. Quão rápido você acha que pode se mover, Malfoy? Rápido o suficiente para me impedir de abrir sua jugular?

Draco ficou imóvel. Hermione observou o rosto dele, seus dedos se contorcendo nas amarras enquanto ela tentava alcançá-lo. Ela queria estender a mão e envolvê-la na nuca dele, sabendo o quão tenso e assustado ele devia estar naquele momento.

- Draco - ela disse, ofegando quando Geoffrey mexeu na faca. A ponta pegou sua pele, apenas um pequeno corte, mas foi o suficiente. As narinas de Draco se dilataram quando o cheiro de sangue fresco atingiu o ar. - Draco, não. Calma.

Ela curvou os dedos até a palma da mão, três vezes.

- Draco... - ela sussurrou, observando seus olhos enquanto ela deliberadamente colocava um tremor em sua voz. - Ele ganhou.

- Eu fiz, eu fiz. Você não é muito um auror agora, é? Eu matei seis mulheres antes que você percebesse - Geoffrey bufou, se contorcendo com prazer grotesco. - Nascidas trouxas, todas estúpidas. Elas facilitaram muito para mim: peguei seus nomes naquele clube do livro, as acompanhei um pouco, fiz meus planos. E elas conversavam com qualquer batedor de carteiras na rua. Falando sem parar sobre suas mini pausas e como estavam felizes por estarem longe de seus homens. Elas primeiro roubam sangue puro e depois os deixam para trás? Sujeira repugnante. Elas estavam pedindo para acabar e eu fiquei feliz fazer isso com elas.

Ele confessou. Hermione observou o rosto de Draco, e ele deu o menor sinal de aceno. Com sua memória perfeita, ele poderia repetir exatamente as palavras de Geoffrey, e eles tiveram sua confissão. Havia mais detalhes que teriam que ser trazidos à tona mais tarde, mas era o suficiente. Agora, ela e Draco só tinham que descobrir como tirá-la viva disso.

Ela enrolou os dedos novamente, mais três vezes.

- Você vê, Draco? Ele ganhou. Ele derrotou você. Apenas admita, por favor.

Draco não desviou o olhar de Geoffrey, mas ela percebeu um movimento. Seu braço direito ainda estava ao seu lado, mas um dedo se moveu, batendo em sua coxa. Sua voz se apertou enquanto falava, um fio de derrota entrando nela.

- Sim. Foi mais inteligente do que eu esperava: chegou até você antes que eu percebesse.

Ele pegou sua intenção. Draco entendia de táticas, entendia de criminosos e sabia para onde ela estava levando. Geoffrey queria vencer, queria se sentir superior. Se eles pudessem dar isso a ele, isso lhes daria mais tempo para sair disso. Mantê-lo falando, mantê-lo focado em qualquer coisa, exceto acabar com a vida dela, e cada segundo que eles esticavam isso era outro segundo que eles tinham que escapar.

Draco baixou sua varinha lentamente.

- Mas não é a primeira vez que ele leva vantagem. Eu contei a você sobre o que aconteceu em Azkaban. A surra que levei no lugar dele.

Hermione começou a respirar fundo de alívio, mas Geoffrey espetou seu pescoço com a faca novamente e ela engasgou.

Geoffrey riu.

- Você disse a ela. Claro que você disse a ela. Contou tudo a ela, não é? Ela é uma putinha manipuladora, como todas as outras. Você sempre foi um fraco, Malfoy. Gritando à noite na prisão, pegando qualquer demérito que os guardas quisessem dar, deixando o Ministério te empurrar.

Ele arrastou um dedo ao longo das cordas ao redor do torso de Hermione, seguindo-o sobre as costelas e subindo entre os seios.

- Suponha que ela seja bonita o suficiente, se você gosta de coisas imundas. Ainda não consigo entender por que você ficaria feliz em ficar com ela. Você sabe que eles dizem que seu pau vai cair imediatamente com alguns deles, mas você não apenas fode ela, você faz isso ao ar livre. Seu pai não lhe ensinou nenhum orgulho?

- Meu pai me ensinou muitas coisas - Draco disse firmemente. - Mas não. As lições sobre esse tipo particular de orgulho não foram as que eu aprendi.

- Deveria ter batido em você.

Draco ficou em silêncio por um momento, então ele exalou, colocando seu braço mais firmemente contra o seu lado.

- Ele fez. Patria potestas. Ele exerceu seu direito paterno.

Hermione fechou os olhos por um segundo. Draco não estava no controle completo de sua voz para essa declaração, e embora ela duvidasse que Geoffrey tivesse ouvido a diferença, ela ouviu. Pela primeira vez, ela desejou que Draco tivesse sua máscara, a emocional que ele usava como escudo, ou a física que ele usava como Comensal da Morte. Qualquer uma delas funcionaria. Ele precisava se proteger agora.

Por favor, ela implorou dentro de sua cabeça, vendo o rosto de Draco ficar mais duro. Draco, por favor, espere.

Geoffrey ainda estava movendo os dedos pelas cordas, acariciando-as. Ele tocou a faca na parte inferior de sua mandíbula e ela inclinou a cabeça para trás, instintivamente tentando se afastar da lâmina, mas outro corte picou sua pele.

Draco deslizou um pé para frente.

Geoffrey estalou a língua, colocando a ponta da faca no entalhe da clavícula de Hermione.

- Eu te disse. Nem mais um passo. Ela está morta de qualquer maneira, mas eu pensei que eu poderia ser legal o suficiente para te dar uma chance de dizer adeus à sua puta sangue-ruim.

Ele inclinou a cabeça, olhando para Hermione com um sorriso horrível.

- Estranho, não. Eles parecem bruxos e bruxas de verdade. Até agem como. Mas eles são apenas ladrões. Esgueirando-se para o nosso mundo, roubando do povo mágico adequado - ele arrastou a faca pelo torso dela para bater com a parte plana sobre o coração. - Você não é um ladra, sangue-ruim?

- Não - ela sussurrou. - Eu sou uma bruxa de verdade.

Ele girou a lâmina, colocando-a sob o peito dela, a ponta cavando seu vestido entre as costelas.

- Resposta errada. Tente novamente.

Hermione olhou para os punhos fechados de Draco, incapaz de olhar diretamente para o rosto dele quando respondeu. Ela sabia o quanto ele odiava essas duas palavras, e o quanto iria machucá-lo ouvi-la dizer isso para Geoffrey. Uma lágrima escorreu do canto do olho dela para pingar na mesa.

- Não... não, meu senhor.

Os dedos de Draco se contraíram, o único sinal de vacilação que ele conseguiu esconder. Sua voz retumbou pela sala, se aprofundando em um grunhido vicioso.

- Seu filho da... Jessup. Se você recuar agora, o tribunal pode considerar clemência. Pare o que está fazendo, entregue-se. Se você se render, eu posso...

- Render? Não. Não, acho que não, Malfoy. Finalmente estou me comunicando com as pessoas. Todo mundo vai descobrir depois que eu cuidar disso. Não há mais coletores de sujeira. Puro pertence a puro e sangue-ruim merecem ser enterrados. Ninguém mais vê, ninguém está disposto a tomar as medidas necessárias. Mas eu sim. Estou fazendo o que precisa ser feito!

- Assassinato nunca é algo que precisa ser feito.

O rosto de Geoffrey se contorceu. Ele ergueu a faca e a virou, cravando a ponta no abdômen de Hermione.

- É. Tem. Eu tenho que fazer isso. É importante. Eles são imundos! Eles estão contaminados e destroem tudo. Estou fazendo isso pelo futuro da feitiçaria. Protegendo a próxima geração.

Os olhos de Draco se arregalaram, então se estreitaram. Ele olhou fixamente para a faca tocando o umbigo de Hermione.

Ela o viu bater os dedos três vezes na coxa antes de levantar a cabeça para encontrar os olhos de Geoffrey. Sua voz era dura, fria.

Mortal.

- Se você realmente quer proteger a próxima geração de magos, eu sugiro que você se afaste do meu filho.

*****

Família. Sangue. Gerações. Pureza. A mente de Draco girou.

Jessup era um puro-sangue. Não um respeitado, não um dos Sagrados Vinte e Oito. Não alguém com algum poder ou status. Mas Fern Burke tinha sido. Se, como Draco suspeitava, ela tivesse tido um relacionamento com Jessup nos anos oitenta, teria sido uma bênção para sua família. Adicionando sua linhagem incontestável à dele o teria lançado nas fileiras mais altas da sociedade puro-sangue, dado a seus descendentes acesso a coisas que ele nunca poderia imaginar ter.

E então ela o trocou por um nascido trouxa. Destruiu suas esperanças, arruinou suas chances. Nenhuma vida respeitável, nenhum sangue aceitável. Nenhum valor em seus descendentes.

Família. Sangue. Gerações. Pureza. Apesar de seu preconceito, Jessup não matou homens nascidos trouxas porque eles não o traíram. Ele era um tradicionalista e não podia matar mulheres de sangue puro porque elas eram muito valiosas. Jessup escolheu mulheres nascidas trouxas por uma razão.

A mesma razão pode impedi-lo de matar uma mulher, não importa sua origem.

Draco juntou as palavras em sua mente e silenciosamente desejou que Hermione entendesse. Era mentira; era uma tática. Isso precisava ser feito.

Draco olhou para a faca que Jessup estava segurando, a faca que estava apontada diretamente para o abdômen de Hermione. Ele bateu na coxa em seu sinal privado e levantou a cabeça para olhar o rosto de Jessup.

Ele deixou sua voz ficar dura, copiando os tons mais frios de seu pai.

- Se você realmente quer proteger a próxima geração de magos, eu sugiro que você se afaste do meu filho.

Hermione engasgou baixinho, mas Jessup parecia não tê-la ouvido. Ele levantou a cabeça, encarando Draco.

- Seu o quê?!

Draco deu um pequeno passo. Jessup estava congelado, olhando para ele em choque, e não protestou contra seus movimentos. Draco deu outro passo lento e cauteloso, seus dedos tocando sua coxa.

- Você não descobriu? - ele disse. - Ela está grávida.

Hermione fez um som baixo, e Jessup olhou para ela, para a lâmina apoiada em seu estômago.

- Não - disse ele.

Hermione mordeu o lábio.

- Sim - ela sussurrou depois de vários batimentos cardíacos longos. Ela olhou para Draco e piscou, três vezes, antes de virar a cabeça para Jessup. - É por isso que eu estava indo ao ginecologista. Para ver como as coisas estão indo. Estou... estou. Sim. Dois meses. Estou grávida de dois meses. Draco é o pai.

- Você não teria - o rosto de Jessup se contorceu de horror. - Ela é uma sangue-ruim. Você não pode ter sido tão estúpido. Ela enganou você, não foi? Fez isso deliberadamente para prender você.

Draco não deixou seu alívio transparecer em seu rosto. Hermione pegou seu plano e o embelezou. Poderia funcionar melhor do que ele esperava.

- Não importa, não é? Acidente, intencional, planejado. Não importa. Ela está grávida e eu sou o pai. Sangue é sangue, e essa criança é metade minha.

O aperto de Jessup na faca afrouxou; sua boca estava aberta. Ele balançou sua cabeça.

- Não. Eu não acredito em você.

- Sinta o braço dela - Draco deu um sorriso tenso quando Jessup fez uma cara confusa. - Seu braço esquerdo. Acima do cotovelo, por dentro. Mulheres nascidas trouxas desenvolvem um pequeno nódulo quando estão grávidas. Sinta-o, se você não acredita em mim.

Jessup o olhou com cautela. Draco se aproximou mais um passo quando Jessup olhou para Hermione.

Draco manteve o rosto imóvel. O implante de Hermione. Na noite em que finalmente fizeram sexo, ela explicou como funcionava para ele e o fez sentir em seu braço, para lhe dar a certeza de que ela estava falando sério quando ela deu a entender que ele poderia ficar sem proteção. Porque, como ela disse a ele antes de ir se trocar para o vestido azul para o Baile das Rosas, senti-lo gozar dentro dela era uma de suas fantasias há muito tempo.

Ele sabia que o implante do tamanho de um palito de fósforo era fácil de sentir sob sua pele, e suspeitava que Jessup não teria ideia do que era, já que era muito diferente da maioria das formas mágicas de controle de natalidade. Melhor ainda, ele suspeitava que Jessup acreditaria que mulheres nascidas trouxas eram diferentes o suficiente para mostrar um 'nódulo' para gravidez.

Hermione visivelmente prendeu a respiração quando Jessup enfiou a mão no espaço apertado entre o braço e o lado dela, as cordas dando pouco espaço para Jessup se mover. Ele cutucou Hermione, beliscando e tateando sua carne, então apertou seu braço com força.

- Você vê? - Draco disse. - O nódulo. Está bem ali; você mesmo sentiu. Ela está grávida. Então, se você a matar, você mata meu filho, e se você tem algum respeito pelas tradições de sangue puro, você sabe de uma coisa.

Draco deslizou mais um passo, sua varinha apertada em sua mão.

- Pátria potestas, Jessup. Autoridade absoluta e completa sobre minha família. Legítimo, ilegítimo, puro-sangue ou mestiço. Meu, para fazer o que eu quiser. Se você usurpar meu direito sobre a vida e a morte do meu filho, não há um tribunal bruxo em qualquer lugar do mundo que me condenaria por massacrar você onde você está.

- Você... você é... Mentiras. É mentira. Eu não... não vou. Não. Não! - Jessup gritou e tentou se afastar de Hermione.

Ela apertou o braço ao seu lado, prendendo a mão dele no lugar.

- Agora, Draco!

Draco levantou sua varinha e disparou.

*****

Hermione ficou confusa por um momento, imaginando o que Draco tinha em mente quando seu rosto mudou e sua voz ficou fria, então ele alegou que ela estava grávida e ela entendeu. Linhagens, filhos, família, a coisa mais valiosa do mundo para um puro-sangue, especialmente um como Draco. Seus esforços para proteger seus pais durante a guerra eram bem conhecidos, e não era difícil imaginar até onde ele iria nos esforços para proteger seu filho.

Ela concordou com sua mentira, calculando rapidamente quanto tempo ela precisaria estar para explicar a falta de protuberância em seu abdômen. E apesar do perigo de sua situação, ela quase riu da insistência de Draco de que mulheres nascidas trouxas tinham um nódulo para indicar que estavam grávidas. Era uma ideia completamente ridícula, mas ao mesmo tempo era uma maneira inteligente de 'provar' que Draco estava dizendo a verdade.

Então Geoffrey deixou a mão entre o braço dela e ela arriscou. Ela apertou todos os músculos o mais forte que pôde, prendendo-o.

- Agora, Draco!

Draco disparou um feitiço que derrubou Jessup do outro lado da sala. No segundo seguinte, ele dissolveu as cordas ao redor dela. Ele colocou o distintivo em seu cinto.

- Chamando todos, chamando todos. Para este local. Quebre as proteções, venham armados!

Hermione rolou para fora da mesa, mal sentindo as dores de seus cortes e hematomas enquanto se movia. Ela pegou sua varinha da lareira e girou para se juntar ao ataque.

Jessup lutou muito, mas lutou loucamente. Seus feitiços eram uma mistura de correntes, cordas insubstanciais e mãos fantasmagóricas, reflexos mágicos de como ele havia assassinado tantas mulheres.

Hermione se concentrou na defesa, escudos e contramedidas lançadas na frente dos feitiços de Geoffrey.

Draco estava duelando com a mão esquerda e seus feitiços não eram tão nítidos e rápidos como de costume. Ela circulou atrás dele, de pé à sua direita, protegendo seu braço ferido. Ela não sabia o que tinha acontecido, por que ele trocou de mão para atacar, mas ela podia adivinhar. Seu antigo ferimento, o ombro quebrado pelos espancamentos de seu pai, devia ter sido novamente ferido, e gravemente. Como ele conseguiu escalar o lado de fora da torre, ela não conseguia entender. Ele tinha que estar em agonia, mas ele ainda estava lutando.

Ela deixou as preocupações sobre o braço de Draco deslizarem para o fundo de sua mente enquanto bloqueava uma corda de Geoffrey. A preocupação não era importante. Proteção, segurança, fuga, isso era importante. Ela estava determinada. Ela não ia perdê-lo. Ele não ia perdê-la.

Ambos sobreviveriam, por qualquer meio.

A torre estremeceu, balançando como se todo o edifício tivesse balançado em sua fundação. O distintivo de Draco brilhou branco quando a voz de Nicola ecoou dele.

- Estamos chegando, sargento! Aurores a caminho!

Draco rosnou.

- Última chance, Jessup.

Xingando, Geoffrey dobrou seus ataques. Ele gritou maldições e insultos, seu rosto contorcido de raiva.

Draco lutou, sua magia fria e afiada, feitiços cortando o ar.

Geoffrey rugiu. Ele lançou feitiços, um após o outro, arremessando a cadeira, a mesa, as tapeçarias como armas, golpeando Draco, mas não conseguindo romper as defesas de Hermione. Ela bloqueou e destruiu tudo que Geoffrey jogou.

Geoffrey falhou e falhou. As vestes pretas, o dossel da cama, até mesmo o tique-taque suave do relógio. Cada item, cada corda insubstancial e mão fantasmagórica, falhou.

Cuspindo maldições, Geoffrey pegou a faca e a lançou direto em Hermione.

A faca bateu no ombro de Draco quando ele se esquivou na frente de Hermione para bloqueá-la. O golpe repentino o desequilibrou, girou para longe dela. Ela largou o escudo e pegou Draco com um movimento de sua varinha, impedindo-o de cair de cabeça nas pedras ao redor da lareira.

O próximo ataque de Geoffrey foi bem-sucedido.

Um raio de fogo estalou em direção a ela. O tempo desacelerou. Ela observou o fogo vindo em sua direção, viu Draco se virar, seu rosto se enchendo de horror. Ela não conseguiu levantar a varinha a tempo, não conseguiu colocar o escudo de volta no lugar rápido o suficiente.

A chama a atingiu no estômago.

- Ah - Hermione sussurrou. Ela colocou a mão na barriga. Uma dor esmagadora se espalhou por ela, como se um trem tivesse batido com força total em seu corpo. - Draco? - ela vacilou, as feições afiadas de Draco ficaram suaves e borradas, e ela desmoronou.

*****

Jessup jogou uma maldição em Hermione, em seu abdômen, no filho imaginário de Draco, e Draco não foi rápido o suficiente. Ele não podia chegar até Hermione, não podia bloquear, não podia proteger. Ele não podia fazer nada além de vê-la atingida.

Hermione segurou seu estômago. Ela olhou para ele com medo e dor. Ela disse o nome dele.

Ela caiu.

O coração de Draco parou. Hermione caiu no chão, uma mão apertada em seu estômago, uma mão estendida para ele. Ela se moveu fracamente, lutando para se levantar. Ela estava viva.

Mas ela estava ferida.

As paredes mais grossas da mente de Draco, as que cercavam as aulas de Bella, se despedaçaram. Uma risada brilhante e insana surgiu em suas memórias.

Cabelos pretos, cheiro de musgo de carvalho, olhos cinzas espiando os dele. Dedos ossudos em seu cabelo, puxando sua cabeça para trás. A ponta de garras em sua jugular. O gosto de sangue em sua língua. Mostre-me o que você pode fazer, garoto. Faça isso, Draco! Agora!

Hermione. Cada instinto, cada pensamento, estava preso nela. Proteja Hermione. Seu treinamento de auror, todas as regras e regulamentos que ele conhecia, foram esquecidos. O treinamento de Bella queimou através dele, assumindo o controle.

Draco arrancou a faca de seu ombro e se virou para Jessup.

- Adeus a um pequeno bastardo! - Jessup disse alegremente. Ele lançou outro feitiço de chamas, rindo de sua suposta vitória.

- Dirimius - Draco retrucou, a varinha se movendo em um gesto espiral, e a chama se partiu com um lamentável gemido.

Jessup ficou boquiaberto para ele.

- O que você... Como... Você não pode! Não!

- Se você não sabe como lançar feitiços das trevas corretamente, - Draco rosnou, acenando com a varinha em seu rosto. Metal fluía por suas bochechas e sobre sua testa, espalhando-se pela ponte de seu nariz e até a linha de sua mandíbula. Ele falou antes que a máscara se fechasse sobre sua boca. - não enfrente um bruxo das trevas.

Ele atacou. Feitiços frios, afiados e quebrados: a magia de Draco queimava como gelo na sala. Ele lançou não-verbalmente, sem remorso, feitiço após feitiço atravessando a sala.

Jessup cambaleou para trás e para trás, seus olhos se arregalando, suas mãos tremendo mais a cada feitiço. Ele lançou escudo após escudo enquanto recuava pela periferia da sala.

Seus olhos dispararam para o guarda-roupa e ele se lançou para ele.

Draco bateu com força, línguas branco-azuladas gritando enquanto a madeira congelava, o guarda-roupa se enchendo de um sólido bloco de gelo. Ele girou sua varinha e enviou o gelo pelo teto e pelas paredes, mãos frias alcançando Jessup, agarrando-o e congelando-o no lugar.

Draco caminhou para frente, o braço esquerdo cruzando seu corpo. Ele apontou sua varinha para frente, um jato de luz verde enchendo o ar.

O choque explosivo de sua maldição jogou Jessup pela janela em arco da torre, pedras estourando com um jato de gelo.

Jessup gritou quando ele caiu fora de vista.

A torre tremeu. Ela estalou e rangeu e balançou novamente. Um gemido maciço e estrondoso ecoou nas paredes. Draco cambaleou, o chão se inclinando abruptamente com um rugido.

A torre caiu da casa.

Draco se arrastou pela sala, sua máscara se dissipando em tênues redemoinhos de preto. Ele pegou Hermione em seus braços, e deslizou pelo chão inclinado até o buraco irregular na parede de pedra.

Draco segurou Hermione apertado contra seu peito, abaixando a cabeça o suficiente para dar um beijo em sua testa.

- Fique comigo, meu amor. Eu tenho você.

Olhos semicerrados, ela sussurrou enquanto batia fracamente um dedo em seu estômago.

- Eu confio em você.

As alas. Eles tinham que descer. Eles tinham que ser.

Draco respirou fundo, saltou da torre e girou no ar.

Um relâmpago de aparatação ecoou de um lado do céu para o outro.

*******************************************************************************************

Nota da tradutora: Olá bonitos e bonitas, como vocês estão?

Então... capítulo tenso demais! Mas deu tudo certo no final (?)

Tomara que nada pior aconteça com Hermione.

Estamos em reta final para "DDJ" acabar (somente 3 capítulos), mas não se preocupem que tem tradução nova para chegar!!

No mais, curtam, comentem e compartilhem!

Ps.: finalmente meu semestre da faculdade chegou ao fim! Uhuu!! Então tenho alguns dias de "folga", por isso irei adiantar todas as traduções que estou fazendo e as que estão aguardando para serem postadas. Me desejem sorte :D

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