Olha eu aqui de novo! Quem amou? Eu amei ksksks :)
Não esqueçam de votar, e se quiserem, comentem também, amo interagir com vocês <3
Boa leitura 📖
Se você quer meu amor
Venha um pouco mais pra perto
Não me faça esperar
(bad actions — benny blanco, BTS e Snoop Dogg)
Abro a porta do meu quarto, deixando que o loirinho passe por mim, ele se direciona para a cama. Entro logo em seguida, trancando a mesma para que ninguém nos incomodasse.
Observo ao redor notando que a parede que deveria ser num tom preto está na cor roxa, e meu violão, ao lado da foto do meu pai, não está no local de sempre.
Que estranho.
Me sinto nervoso por um breve instante, chacoalho minhas mãos soltando uma lufada de ar quente, e como em um passe de mágica o nervosismo se desfaz. Sento ao seu lado, ficamos em silêncio por uns minutos até ele levantar da cama e se ajoelhar na minha frente.
— O que você tá fazendo Jimin? — me surpreendo, quando suas mãos começam a alisar minhas pernas.
— Eu quero você Jungkook. — leva seus dedos salientes até a barra da minha camisa. — Tira a camisa.
— O que? Não, Jimin o que voc-
— Shiiii — calou minha boca com seu indicador. Sem quebrar contato visual, ele levanta o corpo lentamente empinando a bunda na direção da porta. Engulo em seco quando seus lábios atraentes se aproximam da minha face, tento não parecer rendido, mas simplesmente não consigo. É como se uma força maior me atraísse para ele.
— Kookie. — fala em meu ouvido. — Você é tão gostoso…— sua voz rouca e sussurrada causa arrepios por todo o meu corpo.
— J-Jimin…
— Eu quero você Jungkook. Quero você só pra mim. — quando sinto sua língua tocar o lóbulo de minha orelha, deixo um gemido escapar por meus lábios entreabertos. O loirinho sorri, o que me desestabiliza mais ainda, e se afasta em seguida. Achei que iria parar por ali, mas me enganei. Jimin começa a tirar a camisa me deixando hipnotizado.
CARAMBOLAS!
Eu odeio lavar roupas, mas se for naquele tanquinho eu não reclamo.
— P-por que você tá tirando a camisa? — engulo em seco, cruzando as pernas.
— Vou fazer um show pra você. — diz simples, antes de abaixar a calça jeans.
— Minha nossa Jimin, o que deu em você? — Levanto tampando os olhos. No entanto, suas mãos me empurraram de encontro ao colchão. Sem ao menos me deixar raciocinar direito, Jimin sobe em meu colo com as pernas uma de cada lado do meu corpo. Prendendo minhas mãos acima da minha cabeça.
Seguro a respiração.
— Você não vai a lugar algum, coelhinho. Lembra o que eu disse? Eu só vou comer se a comida for você, e essa noite você será o meu jantar — observo por um segundo o seu corpo semi-nu colado ao meu. Logo sou atacado por beijos no pescoço, mordo meus lábios, apenas cedendo aos beijos em uma região tão sensível.Tento soltar minhas mãos que ele ainda as mantém presas, no entanto, o infeliz impede que eu o faça. — Eu te dou prazer primeiro, lindo. Depois é a sua vez.
Me dou por vencido e deixo que ele continue.
Não demora para que minha boca vire seu novo alvo, ele me beija de um jeito que nunca beijou antes. E eu gosto. Tento puxar meus braços e dessa vez ele não me impede de tocar em suas costas nuas. Sentindo sua pele arrepiar. Quando se afasta por alguns centímetros, mordo meus lábios. Desejando tocar os seus novamente.
— Eu também quero você, Jimin. — falo e sem pensar ataco sua boca. Logo consigo inverter nossas posições e sento em seu colo. Ele aproveita para tirar minha camisa.
— Puta merda, Jungkook! — passa a língua entre os próprios lábios, analisando meu abdômen. Não sinto vergonha, pelo contrário sinto como se pudesse fazer qualquer coisa nesse momento. Por isso, começo a rebolar em seu colo. Ele morde o lábio inferior e leva suas mãos até minha bunda começando a apertar, enquanto círculo o quadril sobre si.
Seus olhos se fecham e sua cabeça vai para trás, aproveito o espaço para distribuir selares por seu pescoço. Seu corpo se move junto ao meu, implorando por mais contato.
— Tira a droga dessa calça logo, Jungkook! — ordena segurando em minha nuca. — Ou você tira ou eu tiro ela por você. — dou um leve sorriso e me aproximo o dando um beijo calmo, fazendo movimentos propositalmente lentos em sua região íntima, sinto um volume se acumular embaixo de mim, o que me faz continuar com a provocação. — Merda Jungkook, eu já tô todo molhado aqui, para de me torturar.
— Se quiser eu ajudo você a se aliviar. — proponho, passando minha mão por seu abdômen até que ela toque na barra de sua cueca.
— E você tá de boa com isso?
— Porque eu não estaria?... — perguntei enfiando minha mão lentamente atrás do tecido. Seus olhos se fecham novamente, e um sorriso brota em meu rosto quando meus dedos contornam o seu membro, sinto o calor crescer dentro de mim. Iria tirar a mão de dentro, apenas para provocá-lo mais uma vez, mas ele segura o meu braço antes que eu tenha chance de ver aquela carinha emburrada.
Toc, toc, toc.
— Nem vem com essa, começou agora termina. — exigiu usando sua mão sobre a minha para fazer movimentos contra seu pênis, coberto pela roupa de tecido vermelho. Observo seus lábios entreabertos e aquilo me deixa com um puta tesão. Me aproximo beijando sua boca, ainda estimulando sua ereção o que faz ele gemer contra meus lábios. Saio de suas pernas permitindo mais espaço para dar prazer a ele. Tiro a única roupa que resta, e Jimin dá um sorriso sacana quando me vê admirando seu membro erguido em minha frente.
— Filho chupa.
— O que? — pergunto confuso.
— Seu gostoso. Anda! Filhoooooooooo — gemeu me deixando mais confuso ainda.
Toc, toc, toc.
— Jeon Jungkook, é a última vez que eu vou falar, acorda peste! Se não eu arrombo essa porta!
Abro meus olhos, atordoado, quando ouço batidas apressadas na porta. Então aquilo tudo foi só um sonho? Ainda bem!
— O QUE FOI, MÃE? — grito pra que ela escute.
— Tenho que ir ao hospital, deixei comida no micro-ondas pra você esquentar, vê se não demora pra levantar dessa cama já tá tarde.
— TÁ BOM MÃE, TCHAU — Ouço seus passos deixando o corredor. Bocejo espreguiçando o corpo arqueando as costas, é quando sinto algo estranhos entre minhas pernas, levanto a coberta me deparando com uma caramba de ereção.
— Merda! — pequenas cenas do sonho vergonhoso que tive começam a dar voltas em minha mente. — Aaaaaaa eu quero morrer! Que sonho foi esse?! Jimin peladão pra você, ah, jura, Jungkook? — sim, eu converso comigo mesmo em terceira pessoa.
Não me julguem.
Olho novamente para minha ereção, coberta pela calça de moletom. — O que eu faço pra acabar com isso agora?
É tudo culpa daquele loiro infeliz, bonito e gostoso pra caramba!
Quando ele me mandou mensagem ontem à noite meu coração disparou, foi como se fosse a primeira vez que nos falávamos. Achei tão bonitinho a preocupação dele em saber se eu tinha chegado bem em casa.
Respondi sua pergunta como qualquer outro ser humano faria. Mas não seria uma conversa normal se Jimin não aproveitasse para flertar comigo.
Deixei o meu celular cair no chão quando li aquela mensagem.
"Só vou comer se a comida for você."
Aquilo foi uma tentativa de assassinato contra minha pessoa? Porque eu quase morri. Porém, não quis me mostrar um cara que não sabe lidar com flertes, posso nunca ter namorado, mas sei me fazer de safado. As vezes. E tem outra, ele não pode me ver atrás da tela do celular, isso facilita tudo. Mas juro que naquele momento eu só podia tá com a cabeça em Marte pra mandar aquele tipo de mensagem.
Como vou olhar na cara dele depois daquilo?
Respiro fundo e volto a olhar minha parte íntima, levo as mãos debaixo do lençol, mas êxito assim que percebo o que estava prestes a fazer.
— Eu não vou me masturbar logo de manhã cedo pensando no loirinho, não vou! — como se meu corpo gritasse por aquilo, sinto uma dor desconfortável entre as pernas. — Não eu não posso fazer isso! Que droga, não tem outro jeito, vai ser água fria, de novo!
Levanto apressadamente e corro para o banheiro, ligo a água fria e espero que meu corpo se acalme. Depois de um belo banho e pensamentos vergonhosos, troco as roupas e desço para comer algo.
Caminho até o micro-ondas no armário da cozinha, pego de dentro um macarrão temperado, que já estava em uma temperatura boa, para comer.
Sento na mesa. Enquanto engulo o macarrão temperado, na casa silenciosa me recordo de algo, especificamente um nome que me vem à mente.
Seo-young.
Eu ainda não sei quem é essa mulher ou qual a relação dela com minha mãe.
Olho para os lados soltando o ar pesado pelas narinas. — Será que minha mãe deixou a porta do escritório aberta dessa vez? — Não custa nada tentar da uma olhadinha, né?
Levanto sem nem ao menos finalizar o lanche. Vou para o andar de cima. Me aproximo da porta rezando mentalmente para que ela esteja destrancada. Seguro a maçaneta, em seguida a giro, e para minha sorte a porta se abre.
— Nossa, isso foi mais fácil do que eu esperava! — entro no escritório abafado e com pouca iluminação por conta das janelas fechadas.
Torço um bico nos lábios. — Por onde eu começo? Na primeira vez olhei nas gavetas e não achei nada de interessante. — caminho até as gavetas checando rapidamente só para confirmar que não há nada de importante.
A foto!
Minha mente dá um estalo.
— Como não pensei nisso antes?
Começo a vasculhar os armários sem lembrar ao certo em qual deles Taehyung encontrou aquela bendita foto. Em uma gaveta, acho alguns documentos da minha mãe. Não me atrevo a bagunçar seus livros organizados por cores na estante.
Passo a procurar nos armários de cima pego uma grande caixa preta com alguns outros papéis. No entanto, o que me chama atenção é a última folha, a mais amassada e amarela escondida no fundo da caixa. Coloco o objeto sobre a mesa. Pego o meu mais novo mistério nas mãos. Fico espantado quando vejo que no cabeçalho está escrito meu nome.
— Quando que eu fiquei internado nesse hospital? — pergunto para mim mesmo enquanto analiso as folhas médicas: Na primeira folha está escrito ser uma tomografia já na segunda ressonância magnética. — Mas o que isso significa? Porque tive que fazer esses enxames?
Me assusto ao ouvir o som da porta de baixo sendo destrancada. E isso só acontece quando alguém passa por ela.
Droga! Minha mãe deve ter esquecido alguma coisa.
Coloco as folhas apressadamente de volta no lugar e desço para o primeiro andar, rezando para que não seja dona Ji-woo. Paro no meio das escadas quando vejo que se trata do meu primo.
— Yoongi? Como você entrou aqui?
— Esqueceu que eu sei que a tia sempre deixa uma chave reserva debaixo do tapete da entrada? — deu de ombros e trancou a porta atrás de si.
— É, eu esqueci.
— Você é sempre esquecido mesmo. Mas e aí, tava fazendo o que de bom? — se aproxima de mim com as mãos no bolso.
— Eu estava comendo, mas já acabei. O que veio fazer aqui?
— Não posso mais visitar meu primo?
— Claro que pode, só me surpreendi.
— É, a verdade é que minhas mães estavam discutindo e eu não queria ficar ouvindo a briga e sai, sabe?
— Nossa, não imaginava que as tias brigavam.
— Toda família tem suas discussões maninho. Ei, bora jogar videogame? — pergunta subindo as escadas. Acompanho ele até o andar de cima.
— Sabe quando eu disse que tava só comendo? — ele concordou com um leve aceno de cabeça. — Eu meio que nao falei a história toda, na real eu tinha entrado no escritório da minha mãe.
— Mas porque isso? Ah… ainda com aquela história da mulher do seu sonho? — concordo. — A tia não quis mesmo falar nada sobre ela?
— Nadinha, mas hoje ela me deixou sozinho e por sorte esqueceu de trancar a porta do escritório. Eu entrei e encontrei uns papéis de hospital muito estranhos.
— Naquele dia eu também encontrei uns papéis, mas achei que não eram tão importantes, será que são os mesmo?
— Não sei, vamos lá ver?
Ele aceita, entramos no escritório pego a mesma caixa que eu havia achado antes e mostro os papéis para Yoongi.
— E aí são os mesmo? — pergunto enquanto ele analisa as folhas na mão.
— Sim, e tem seu nome escrito neles, tá meio apagado, mas dá pra ver que é Jeon Jungkook. Olha aqui hó — mostra pra mim.
— É, eu sei, já vi. — afasto da mesa cruzando os braços. — O mais estranho é que não me lembro de ter feito esses exames.
— Pelo que parece isso já faz uns anos, os papéis estão velhos, amassados. Analisando bem, com minhas habilidades de Sherlock Holmes. Julgo dizer que esses papéis estão em tal estado precário devido a mãos de humanos, meu caro jovem adolescente do século XXI.
Nossa que gênio — Então me diga Sherlock, o que o fez chegar em tal conclusão?
— Apenas minha intuição rapazinho. Confie nela e seus problemas serão resolvidos.
— E o que sua intuição me diz para fazer agora?
Ele estufou o peito colocando ambas as mãos uma de cada lado na cintura.
— Ora, mas não é óbvio? — Fiquei meio confuso. — Vamos procurar informações no hospital!
Até que isso não me parece uma má ideia.
— Faz sentido. Vou pesquisar o endereço desse hospital no meu computador.
— Porque não usa esse da sua mãe? — apontou para o notebook fechado em cima da mesa.
— Eu ainda quero viver, Yoongi. Tá com seu celular aí? — ele assentiu — Tira uma foto dos papéis, para mim, por favor.
— Tá esperto hoje primo, gostei!
— Ele fez o que pedi.
— Yoongi, você lembra que naquele dia o Taehyung achou uma foto aqui, certo?
— Sim.
— Me ajuda a encontrar ela? Não sei onde o Taehyung achou.
— Ah, ele colocou no armário de baixo. — virou de costas e caminhando até o armário que havia mencionado, logo pegou uma caixa com algumas fotos e assim que encontrou me entregou em mãos.
Pude analisar pela primeira vez a foto.
Nela há duas crianças, sentadas em frente a um portão branco de uma mansão muito bonita. Tenho certeza que um dos garotos sou eu, já o outro de cabelos castanhos, bochechas cheias, olhos formando um risco por conta do sorriso largo que esboça enquanto me abraçando pelo pescoço, não faço a mínima ideia de quem seja.
Tento forçar minha memória reparando bem em cada detalhe da foto, não está completamente visível na imagem, mas consigo ver boa parte de uma bicicleta azul ao lado esquerdo do portão.
Uma bicicleta azul, familiar demais para mim.
Sinto uma pontada na cabeça, me apoio na mesa para não cair.
— Jungkook o que foi, tá tudo bem? — Yoon pergunta se aproximando.
Aperto os olhos quando a dor de cabeça aumenta. Não consigo escutar a voz do meu primo. Em questão de segundos, lembranças repicadas que não parecem pertencer a mim invadem meu subconsciente.
— Kookie, a mamãe já vai tirar a foto, sorria! — diz o garoto me abraçando pelo pescoço.
— Vamos Jungkook não seja tímido, sorria para foto. — diz Seo-young.
Aperto meus olhos mais uma vez e a dor se dissipa.
— Tá tudo bem Jungkook? — agora posso ouvir sua voz. — Cara fala alguma coisa eu já tô ficando preocupado!
— Eu tô bem, foi só uma dor de cabeça ou tontura, não sei.
— Tem certeza? Você ficou todo estranho quando olhou pra essa foto.
— Tenho. — guardo a foto no bolso da calça. — Agora vamos.
Logo deixamos a sala e caminhamos até o meu quarto.
— Eita Jk, que bagunça é essa aqui! Hein? Parece que passou um furacão por esse quarto.
Me sento na cadeira de frente ao computador. — Não exagera, é só a cama que tá bagunçada.
— E aquela cueca jogada perto do espelho ali é o que? Já pensou se fosse outra pessoa entrando nesse quarto? Que vergonha, Jk não foi assim que eu te criei, estou decepcionado.
— Primeiro que eu só esqueci de colocar ela pra lavar, segundo que ninguém vai entrar no meu quarto além de você e minha mãe. E outra, para de conversa furada e trás o seu celular aqui pra mim ver o nome do hospital logo. — peço. Assim que ele me entrega digito o nome do hospital no Google. Yoongi se afasta sentando na cama.
— Encontrou alguma coisa? — nego, enquanto tento ler os nomes na tela. — Então quer dizer que nem o Jimin você deixaria entrar no seu quarto?...
— Nem me faça lembrar dele agora, por favor!
— O que foi ainda tá chateado com ele? Achei que tinham se acertado. Dei meu sangue pra fazer vocês conversarem e já brigaram de novo?
Me viro em sua direção.
— Não é isso, é que hoje eu tive um sonho com ele muito vergonhoso e nem sei como vou conseguir olhar na cara dele depois daquilo.
Ele gargalha. — Tá apaixonado mesmo, né primo? Já tá até sonhando com o amor da sua vida. E como foi esse sonho?
— Não sou nem doido de contar pra você, foi vergonha alheia demais.
— Você passando vergonha é meu entretenimento preferido, vai conta!
— Nem adianta. — abro a gaveta esquerda da mesinha e pego meu óculos, pra ver se consigo enxergar as letras minúsculas do computador melhor.
— Qual é Jungkook, sou seu primo, prometo que não vou zombar de você.
— Promete mesmo? — ele concorda.
— Eu meio que tive um sonho erótico com o Jimin. — sussurro com vergonha de pronunciar aquilo em voz alta.
Ele segura uma risada. — Você o que?
— Não vou repetir.
Yoongi cai para trás na cama rindo feito um louco.
Idiota!
— Desculpa Jk é que eu não esperava por essa. — disse com a mão na barriga. — Tá bom, parei, não vou rir mais. — fala vendo meu olhar pesado sobre si. — Mas e aí, o que aconteceu nesse sonho?
— Não sou louco de te contar os detalhes, mas foi muito bizarro, no final do sonho ele ficou falando: chupa filho, gostoso, chupa filho, foi estranho pra caramba.
Aquilo foi como ativar um gatilho de risos em Yoongi. O garoto caiu no chão rindo feito uma hiena, sem parar. Lágrimas saíram de seus olhos de tanto que ele gargalhava.
— Se você abrir a boca pra falar sobre isso com alguém eu te mato! — ameacei. Ele nada disse, pois ainda continuava rindo.
Porque eu achei que seria uma boa ideia falar sobre esse sonho pra ele hein?
Revirei os olhos e voltei minha atenção para o computador. Já com a visão melhorada das lentes do óculos, percebi que havia digitado o nome do hospital errado, por isso não encontrei de primeira. Ao consertar o nome apertei enter no teclado e o primeiro resultado já me mostra o que procuro: Busan St.Mary's Hospital.
— Achei!
— E onde fica? — Pergunta ainda ofegante depois de seu ataque de risos.
Olho para a tela vendo em qual parte do mapa está localizado o hospital.
— Droga! Fica em Busan.
— Vixe, é lá que sua avó mora, né?
— Sim, mas agora o problema é que não vou poder ir lá pessoalmente pedir informações.
— Pede pra sua avó ajudar você.
— Sem chances, ela com toda certeza contaria para minha mãe. — ficamos em silêncio por alguns segundos até Yoongi começar a falar:
— Já sei! Manda um e-mail pro hospital. Eles com certeza devem ter um, caso alguém precise entrar em contato.
— Boa! Vou fazer isso mesmo!
— Não tem dique, filho. — se afasta sorrindo. — Aí Jungkook, eu não vou esquecer isso nunca mais. Chupa filho. — começa a rir novamente.
— Se arrependimento matasse… — ignoro ele se acabando em sorrisos atrás de mim e acesso o e-mail do hospital.
Para: @Hospital_Busan.St.Mary's
Assunto: Preciso de informações.
Olá, gostaria de saber algumas informações referentes a um paciente chamado Jeon Jungkook, que fez alguns exames em suas instalações.
Enviei o e-mail e cerca de cinco minutos depois tive um retorno.
@Hospital_Busan.St.Mary'
Olá! Senhor. Quem gostaria de receber essas informações?
@JJ123kook.jeon
O próprio Jeon Jungkook. Por favor, encontrei uns papéis aqui do seu hospital, são exames de tomografia e ressonância magnética. Poderia me dizer quando eles foram feitos ou o porquê de serem feitos?
@Hospital_Busan.St.Mary'
O senhor não sabe quando fez seus próprios exames? Antes que possamos continuar nossa conversa me informe sua idade, por favor. Não passamos informações pessoais para menores de idade, ou pessoas que não tenham ligação direta com o paciente, então para darmos continuidade, preciso saber sua idade.
— Droga, ela quer saber minha idade! — indago para Yoongi.
— Então menti sua idade, ela nunca vai saber quem é você mesmo. — ele aconselha.
— Espero que isso der certo.
@JJ123kook.jeon
Tenho 20 anos.
@Hospital_Busan.St.Mary'
Certo, irei checar o banco de dados e quando encontrar algo entro em contato com o senhor.
@JJ123kook.jeon
Muito obrigado. Mas uma pergunta, isso vai demorar muito?
@Hospital_Busan.St.Mary'
Não posso garantir que entrarei em contato rápido. Houve um problema recentemente com nossos registros e alguns acabaram se perdendo, os poucos que se salvaram estão em processo de organização, então isso pode demorar uma semana, duas ou até mesmo mêses.
— Que saco! — esbravejo.
— O que foi?
— Ela disse que pode demorar meses pra me dar uma resposta.
— É melhor do que continuar nessa dúvida ou você prefere bater de frente com sua mãe e perguntar diretamente pra ela?
Suspiro fundo e me viro para responder o e-mail.
@JJ123kook.jeon
Sem problemas, muito obrigado, tenha um bom final de semana.
@Hospital_Busan.St.Mary'
Igualmente. Entrarei em contato assim que possível.
Fecho o computador.
— É, agora o que resta é esperar.
— Vamo deixar essas investigações pra outra hora e fazer algo mais legal? Eu tô morrendo de fome. — reclama passando a mão pela barriga.
— Minha casa não é restaurante não, hein.
— Aguenta! Só faltou me jogar pela janela! Sou sua família, e você vai me negar comida?
— Vou. Anda levanta dessa cama. — saio da cadeira e começo a puxar ele pelo braço.
— Vai mesmo me expulsar? Isso é agressão contra animais, viu? Não pera, eu não sou animal. Quer dizer, os seres humanos são, mas ah, você entendeu.
— Vamos jogar videogame, não é isso que você queria? — falo soltando seu braço.
— E porque a gente não joga aqui no seu quarto mesmo?
— A tv da sala é maior.
— Você tá preparado pra ser humilhado pelo melhorzinho do mundo? — pergunta se alto bajulando. — Porque sabe que o pai aqui é mestre no jogo.
— É o que vamos ver.
[•••]
🐥
Já faz um bom tempo que Lisa conversa com o meu pai em seu escritório. Não me permitiram entrar, meu pai falou que era algo pessoal somente entre eles. Isso me deixa preocupado, será mesmo que Lisa vai contar para ele sobre mim e Jungkook ou vai cumprir com o prometido e nos ajudar a ficar juntos? Eu não sei o que esperar dessa conversa, e já estou cansado de ficar sentado nesse sofá.
Pego meu celular e decido mandar uma mensagens para Hoseok.
Jimin
Acredita que eles ainda estão trancados naquela sala?
Hobi
Sério? Essa conversa tá demorada demais, isso é estranho! Eu falei pra você não confiar no que a Lisa disse!
Certeza que ela foi aí na sua casa só pra falar o que sabe pro seu pai
Jimin
Eu não confiei 100% nela não, tá?
Mas confesso que quero muito que vc esteja errado. Pq caso contrário, vc sabe q quem vai sofrer as consequências sou eu, né?
Hobi
Nem pensa em um negócio desses. Seu pai não pode afastar vc da gente. Prometemos ir pra Seul juntos, e assim será!
Jimin
É melhor não criar tantas expectativas Hobi, pelo jeito que anda minha vida, talvez só um de nós consiga realizar esse sonho… e esse alguém é vc.
Hobi
Não vai ter graça ir pra Seul sem vc Ji…
A gente precisa ir juntos! Não desanima, tá? Sua vida não vai ser um desastre pra sempre logo, logo as coisas vão melhorar, você vai ver
Jimin
Assim eu espero.
Depois eu falo com vc, parece que a reunião sobre mim já acabou, eles estão voltando, tchau
Desligo o telefone deixando ao lado da minha perna esquerda. Lisa se aproxima sorridente e senta ao meu lado direito. Meu pai que vinham um pouco mais atrás para nós analisando de braços cruzados.
— O que foi pai? — pergunto levemente amedrontado. Será que ele sabe de algo?
Ele solta um risinho fraco.
Eu engulo em seco.
— Nada não filho, só acho que vocês dois formam um belo casal. Ah e antes que eu me esqueça, vou dispensar o segurança, agradeça sua namorada por ter me convencido a fazer isso. Bom, agora preciso ir já estou atrasado. — ele se vira.
— Onde o senhor vai, pai?
— Onde mais seria, Jimin? Trabalhar obviamente, ou você acha que o dinheiro que sustenta você cai de paraquedas no meu colo? — diz cada palavra em um tom sarcástico.
— Vou sair. — aviso.
— E vai pra onde?
— E-
— Ele vai sair comigo, senhor. Vamos a um encontro, não é Jiminzinho? — olho de solaio para ela e concordo levemente com a cabeça.
Ele nada mais diz, apenas nos deixa a sós.
— Lisa, voc-
— Não precisa gradecer, Jimin.
Eu não iria.
— O que vocês falaram lá dentro?
— Nada demais. Fica tranquilo, seu pai ainda acha que somos namorados e que eu não sei de nada.
— Foi muita gentileza da sua parte, mas que fique claro que eu não pedi sua ajuda.
— Eu sei disso Jimin. Bom, você estava prestes a sair quando eu cheguei, onde ia?
— Na casa do Hoseok, queria conversar com ele e chamar pra gente ir lá no Ho'omau — Na verdade, preciso dar continuidade à promessa que fiz a ela. Meu pai não pode arruinar a vida daquela senhora.
— Legal. Eu posso ir junto? Afinal o seu pai não pode saber que você vai voltar naquele lugar.
Não tenho outra escolha. — Tudo bem.
Saímos de casa e nos encontramos com Hobi, tive que adiar minha conversa com ele, pois não queria que Lisa soubesse o assunto. No caminho mandei mensagem para Jungkook, Taehyung e Leia, pedindo que nos encontrassem no Ho'omau.
Pegamos um táxi e fomos para o cyber café.
Quando cheguei Jungkook e Yoongi estavam sentados no sofá à nossa espera. A casa dele é bem mais perto, então não é surpresa ele ter chegado antes. No entanto, o que me surpreendeu foi a carinha dele olhando para mim de um jeito muito envergonhado.
Até quando ele vai ficar envergonhado olhando para mim desse jeito?
A gente já tem uma certa intimidade, mas ele continua me olhando desse jeito.
Fofo.
— Jimin. — Senhora Choi diz sorridente ao me ver.
— Olá senhora Choi. — ela se aproxima me roubando um abraço rápido. — Também estou feliz em revê-la. — digo em meio aos sorrisos.
— Quem são esses?
Desviei meu olhar para Jungkook, ele encarava Lisa com um semblante fechado não parecendo nada contente dela estar ali.
— Me chamo, Lisa, muito prazer senhora. Sou amiga do Jimin.
Senhora Choi sorriu.
Cocei a garganta em um pigarro. — É, esses são meus amigos, Hoseok e Lisa. — Jungkook ainda não parava de encarar Lisa. Esse garoto.
Senhora Choi pediu que nos sentássemos, enquanto preparava uma bebida. Ficamos em volta da mesa de centro. Sentei ao lado de Jungkook e Hoseok ao lado de Yoongi.
Lisa teve que pegar um banco para se sentar. Não demorou muito para Taehyung e Leia adentrar a sala. Tiveram que sentar em outro banco já que não tinha mais espaço sobrando no sofá.
— Então Jimin, como tem passado? — ela perguntou depositando a bandeja com suco e alguns bolinhos em cima da mesa.
— Eu estou bem, Senhora Choi. — me olhou. — A situação aqui no Ho'omau, melhorou?
— É um pouco complicado, tem dias em que vai tudo bem, mas tem dias em que não tenho nenhum cliente.
— E o banco, ainda está cobrando a senhora?
— É melhor não falarmos disso agora. Aproveite que está aqui com seus amigos e se divirta, ok?
Ela se virou para sair, mas eu a chamei.
— Na verdade não viemos aqui para nos divertir.
Ela me olhou.
— Lembra que eu prometi ajudar a senhora, e que tinha planos de fazer uma festa aqui? — ela assentiu. — Sei que não resta muito tempo para o seu prazo com o banco acabar, então meus amigos e eu vamos ajudar a senhora. Afinal isso tudo só aconteceu por minha culpa.
— Mas Jimin n-
— Nem adianta negar vamos ajudar a senhora! — diz Jungkook.
— É isso aí! E eu tô precisando mesmo me divertir, faz um tempão que não vou a uma festa. — fala Yoongi e Hope desmente afirmando que ambos foram em uma festa recentemente.
Ela nos observa atentamente, com os olhos brilhando em lágrimas, mas não as deixa escapar. — Obrigada crianças. Minha companheira teria adorado conhecer vocês.
Senhora Choi não pode continuar com a gente, teve que ir atender a dois clientes que apareceram.
— Tá, agora alguém me explica como vai funcionar essa festa? — Leia pergunta.
— Estava pensando que Yoongi é Taehyung podia cuidar da divulgação e dos ingressos, vocês topam? — perguntei.
— Por mim tudo bem. — disse Tae.
— É, tô de boa também.
— Essa festa vai ser paga? — Leia questiona. Balanço a cabeça em concordância. — E você acha que as pessoas vão pagar por ela?
— Vão se alguém que viralizou na Internet ser a atração principal. — todos olham para Jungkook.
— Eu não sou famoso e todo mundo já esqueceu daquele vídeo é melhor pensar em outra coisa.
— É fácil fazer as pessoas lembrarem de você, é só a gente fazer um vídeo mais profissional dessa vez.
— Não dá! Eu não vou fazer isso!
— Poxa primo, sua voz é linda cara, porque essa vergonha?
— Não é tão simples quanto parece, tá?
— Já que o bonitão não quer teremos que pensar em outra coisa mesmo. — diz Leia, olho para Jungkook esperançoso de que ele ainda aceite, mas ele continua em silêncio.
— Simples. Somos populares na escola, todos irão querer participar de uma festa nossa. — Lisa que estava calada até então começou a falar — Minha mãe é famosa e posso prometer autógrafos para todos aqueles que comprarem os ingressos. E já que o Jungkook não faz questão de ajudar e-
— Em nenhum momento eu disse que não queria ajudar!
— Como eu ia dizendo, já que o Jungkook não faz questão de ajudar, nosso grupo pode ser a atração principal.
Jungkook bufa ao meu lado e se levanta do sofá indo para as cadeiras dos computadores.
Todos olhamos para Lisa.
— Eu não disse nada demais, não tenho culpa se ele está estressadinho.
— A ideia da Lisa foi ótima, Ji. — comenta Leia.
— Jungkook, vem cá, ainda não terminamos de falar sobre a festa. — chamo, mas ele apenas ignora teclando no computador.
— Então vai ser isso mesmo? Pergunta Taehyung se levantando. — Não posso demorar mais tempo, tenho curso hoje.
Uma preocupação me atinge, e se nada disso der certo? Só vou trazer mais prejuízos para senhora Choi. Sinceramente, não sei se estou fazendo a escolha correta.
— É, vai ser isso mesmo. Então temos que cuidar da decoração, divulgação, e ensaiar para o show.
Todos concordam. Taehyung é o primeiro a deixar o estabelecimento. Mas não demora para que os outros vão embora também.
Eu continuo no Ho'omau, falo com a senhora Choi e explico o que planejamos. Ela agradece mais uma vez e diz ajudar financeiramente caso precise de dinheiro para a organização. Porém, eu nego. Não posso usar do seu dinheiro quando é isso que ela tanto precisa para quitar suas dívidas, apenas peço para que prepare as comidas e bebidas para festa e de resto cuidaremos.
Encostado com os cotovelos no balcão, olho para os computadores, onde Jungkook ainda tecla muito concentrado. Balanço a cabeça negativamente e me aproximo sentando na cadeira ao lado.
— Vai continuar assim até quando?
— Assim como?
— Me ignorando.
— Eu não tô ignorando você, estamos aqui conversando.
Estico minhas mãos até o encosto da cadeira, Jungkook é um pouco pesado, mas as rodinhas da cadeira facilitam que eu o traga até mim.
Ele não me olha diretamente e fica com um biquinho emburrado.
— Jungkookie. Não liga pro que a Lisa disse, tá? Eu sei que você vai ajudar a gente.
— Lisa, aí sério Jimin eu não entendo como você consegue confiar tanto nela.
— Olha, vou falar pra você a mesma coisa que disse para Hoseok, eu não confio 100% nela, mas até o momento ela não contou nada pro meu pai. E além disso conseguiu fazer com que ele tirasse a segurança do meu pé. Então dá uma chance pra ela, vai.
— Eu não confio nela, mas a vida é sua, então faça o que quiser.
— Nossa Jungkook, acho melhor eu ir embora. — me levanto, mas ele segura em meu braço.
— Não, não vai, por favor. Desculpa, é que aquela garota me irrita!
Me sento novamente inspirado fundo, não quero mais continuar nessa conversa, então resolvo puxar outro assunto.
— O que você tava fazendo? — aponto para o computador.
— Pesquisando sobre ressonância magnética.
— Por quê?
— É um assunto confuso, mas acho que minha mãe está escondendo algo de mim, hoje encontrei uns papéis de exames no escritório dela.
— E-e você descobriu mais alguma coisa?
— Infelizmente não muita. Mas encontrei uma foto nas coisas dela também. — ele colocou a mão dentro do bolso da calça e tirou uma foto mostrando-a para mim.
— Tá vendo esse garotinho? Sou eu criança. — ele sorri. — Mas esse outro eu não sei quem é.
Sou eu.
O outro garotinho sou eu.
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Até o próximo capítulo, beijos 💋