341 𝑨𝒏𝒐𝒔-𝑳𝒖𝒛 | sᴛᴀʀ ᴡᴀ...

By alicemercury_

6.4K 547 181

[ATUALIZAÇÕES LENTAS] Há uma pequena diferença entre a imaginação da criança que brinca de Jedi e a imaginaçã... More

ɴᴏᴛᴀs ᴅᴀ ᴀᴜᴛᴏʀᴀ
ᴇʟᴇɴᴄᴏ
ᴅᴇᴅɪᴄᴀᴛóʀɪᴀ
༺ᴘᴀʀᴛᴇ 1༻
i. de uma galáxia muito, muito distante
ii. quatro
iii. a rainha dos cisnes e a princesa intergalática
iv. a traição e a única falha
v. a irmã que se importava
vii. gravidade
viii. atraso

vi. uma herança inofensiva

278 29 33
By alicemercury_

CAPÍTULO SEIS
Uma Herança Inofensiva

PARA QUALQUER UM QUE O CONHECESSE DE VISTA, ficava a impressão de que existia uma lista muito extensa de coisas que Anakin Skywalker detestava; e ninguém podia culpar as pessoas por isso - essa é a impressão óbvia que fica quando se vê uma pessoa passar 90% de seu tempo com a cara amarrada de quem parece odiar cada segundo do dia. A realidade, no entanto, não era exatamente essa.

Era verdade: Anakin odiava missões diplomáticas, mas só porque, na maior parte do tempo, não fazia ideia do que dizer para ajudar nas situações, e acabava participando delas de forma tão passiva que chegava a ser excruciante. Sempre que privilegiado com a escolha de participar ou não dessas resoluções de conflitos diplomáticos, ele preferia deixar o mestre ir sozinho resolver a questão. No caso da missão na qual se encontrava naquele momento, no entanto, fora muito diferente; ele fizera questão de estar lá.

Sentado no sofá da sala de estar da filha de Qui-Gon Jinn e da princesa perdida de Naboo, encarando aquilo que acreditava ser um relógio, mas sem fazer ideia de que horas eram, porque os números da Terra eram representados com símbolos diferentes, ele se encontrava amargamente arrependido por ter insistido tanto em comparecer àquela missão de "resgate". Estava bastante claro que nenhuma das duas ali precisava ser resgatada - eles só estavam sendo teimosos e intrometidos. E, claro, assustando as duas.

Ele, é claro, não ousaria expressar essa opinião para Obi-Wan, no entanto; afinal, fora ele próprio quem exigira que a missão fosse designada aos dois. Não podia dar o braço a torcer.

O fato é que tivesse ele deixado o Conselho agir conforme suas convicções ao invés de fazer uma choradeira para conseguir aquela missão, porque "Obi-Wan era o aprendiz do pai dela e certamente saberá lidar melhor com isso", provavelmente a situação já teria sido resolvida. Se Mestre Yoda estivesse ali, conforme era o plano do Conselho, a situação teria sido resolvida em metade do tempo, porque pelo que Anakin podia perceber, o planeta não era muito diverso em espécies racionais, então Daria não poderia negar com tanta veemência a existência dos jedi se um jedi de pouco menos de um metro de altura e orelhas verdes e pontudas viesse falar com ela. Mestre Yoda era, por si só, prova suficiente para convencê-la.

Mas ele tinha que abrir a boca.

Sua angústia pela iminente falha na missão, no entanto, era o que menos lhe preocupava naquele momento, e estava longe de ser o que o mantinha acordado. Obi-Wan havia deixado o termostato do ar condicionado do quarto que Ella gentilmente cedera aos dois por aquela noite na temperatura mais baixa, o que impedira Anakin de dormir por umas longas horas; e, quando ele finalmente conseguira pegar no sono, foi acordado pouco tempo depois por mais um pesadelo terrível. E, assim, ele acabara ali, no sofá; não achou que fosse boa ideia continuar no quarto se revirando na cama, correndo o risco de acordar o mestre. Obi-Wan não tinha nada a ver com a insônia do aprendiz, e nem devia sofrer as consequências dela. 

Com uma expressão irritada, ele desistiu de tentar adivinhar que horas eram, e baixou a cabeça, que começava a doer pela privação de sono com a qual vinha sofrendo já havia algumas semanas. Bufando, frustrado com o sono que não voltava e com o tédio de estar em um lugar desconhecido, sem saber até que ponto era seguro explorar, ele ergueu-se do sofá, pronto para vestir sua capa, ignorar a voz que lhe dizia ser uma má ideia sair da casa das garotas, entrar no veículo irritantemente lento que arrumara para ele e Obi-Wan no planeta, e sair pela noite para se entreter. Era um jedi, afinal de contas; podia enfrentar qualquer perigo que surgisse no caminho.

A visão de um objeto específico na estante da sala, no entanto, o deteve.

O objeto era, até onde ele entendia, um sabre de luz.

Se estivesse acordado, Obi-Wan censuraria a curiosidade do garoto a respeito, mas ele estava no sono mais profundo no quarto ao fim do corredor. Assim, Anakin viu-se livre para caminhar de volta para a sala e pegar o objeto nas mãos. Apesar da fraca iluminação do ambiente, proveniente apenas dos postes da rua, ele podia ver que se tratava de um sabre extremamente bem trabalhado, estruturado e rico em detalhes ornamentais; uma peça fantástica, que o fez ter inveja de quem quer que fosse ou tivesse sido o dono. Apesar do metal maciço, o sabre estava leve, e quando Anakin apertou o botão da ignição, nada aconteceu. Provavelmente o cristal kyber estava ausente.

Curioso a respeito da conservação do objeto, decidido a investigar se ele ainda funcionava e fantasiando o cenário perfeito onde Daria ou Ella permitiriam que ele ficasse com o sabre, Anakin voltou ao quarto de visitas, onde Obi-Wan dormia tranquilamente. Revirou sua bolsa até encontrar o próprio sabre, e enquanto caminhava de volta à sala de estar, abriu a câmara de seu cristal kyber. Subitamente muito fascinado com a ideia de ter um sabre novo e tão bem feito sem esforço algum, o garoto deixou de prestar atenção ao barulho que fazia, então pouco se importou quando seu cristal caiu para fora da empunhadura de seu sabre, atingindo o chão com um som alto; apenas pegou-o do chão em um movimento rápido e continuou caminhando.

Para seu azar, uma das donas da casa tinha o sono bastante leve; e ele derrubara o cristal bem em frente à porta de seu quarto.

Ainda assim, a ideia de balançar uma peça tão bem feita com golpes precisos e exibi-la para seus adversários futuros enquanto os derrotava o enchia de êxtase e euforia, impedindo seus sentidos, geralmente aguçados, de funcionarem corretamente. Deste modo, quando Anakin alcançou o sabre de seus sonhos novamente, a arma foi tomada de suas mãos antes que ele tivesse a chance de reagir. Não percebera ninguém se aproximando, afinal de contas. Mas, de repente, ele não estava sozinho na sala de estar, e quem segurava o sabre de luz misterioso e sem dono agora, pelo que ele podia enxergar na luz quase ausente do ambiente, era uma Daria muito enfurecida - ainda mais enfurecida do que mais cedo, quando ela flagrara os dois em sua mesa de jantar.

Diante do fato de que em nosso último encontro eu fiquei por narrar a você, leitor, o que se desenrolou após a cena fatídica na qual Daria percebeu que seu suposto delírio do desmaio não fora exatamente um delírio, e foi atingida com a realização de que sua irmã mais jovem ainda estava dando confiança para dois homens desconhecidos, faço-o agora; e faço-o agora porque tal narração não atrapalhará o ritmo deste capítulo, tendo em vista que tratou-se de algo muito menos intenso e escandaloso do que você há de ter imaginado. Quando Daria encontrou os dois homens desconhecidos relaxadamente sentados à sua mesa de jantar, ela não fez um escarcéu digno de policiais e vizinhos preocupados; ela também não criou uma cena quando Ella anunciou que os dois dormiriam ali por aquela noite. Daria havia passado por muita coisa naquele dia. Ela estava cansada. A fúria era explícita em seu rosto, mas ela já não queria saber de tentar empurrar racionalidade e senso comum goela abaixo na irmã. Assim, ela se trancou no quarto no momento em que Ella começou a argumentar os motivos pelos quais era uma boa ideia hospedar os dois visitantes intergalácticos, fechando a porta com uma batida que foi sentida no piso de toda a casa.

No momento em que nos encontramos na história, no entanto, quando ela flagrou Anakin Skywalker com o sabre de luz que antes repousava na estante de sua sala em mãos, Daria deu-se o luxo de expressar sua aversão furiosa à curiosidade e ao intrometimento do garoto, arrancando-lhe o objeto das mãos, conforme anteriormente mencionado, antes que ele tivesse a chance de sequer perceber que ela estava ali. Com a mão livre, ela deu um forte tapa no interruptor que acendia a luminária de chão logo ao lado da estante, melhorando a iluminação do ambiente e permitindo-lhe enxergar com clareza a expressão de terror do jovem jedi ao ser pego no flagra fazendo o que não devia.

- O que você acha que está fazendo? - Questionou ela em um tom ríspido.

Anakin então balbuciou um punhado de "huns" e "hãs", tentando encontrar uma desculpa que tornasse aquela situação favorável a ele, ou que ao menos acalentasse a explícita raiva fulminante da garota à sua frente. Daria, no entanto, não parecia exatamente interessada em dar a ele a chance de se explicar.

Com a mesma rispidez com a qual tomara a empunhadura das mãos de Anakin, ela tirou o suporte do sabre, que repousava ainda sobre a estante, de seu lugar, segurando ambos os objetos próximos ao peito. Girou sobre os próprios calcanhares para sair dali, pisando no chão amadeirado da casa com a força que gostaria de usar para pisar na garganta de seu hóspede lunático e mal educado.

- Eu queria ver se ainda funciona - Ouviu-se a voz de Anakin. Daria estava a um passo de adentrar o próprio quarto, mas retornou à sala de estar, interessada em ouvir quais outros absurdos o maluco de estimação de Ella tinha inventado, porque Daria era uma garota que secretamente apreciava as sutilezas agridoces de passar raiva.

- O que? - Ela quis saber.

- O sabre de luz. - Explicou-se o garoto. - Está sem o cristal, mas é uma peça tão bonita e tão bem conservada; acho que ainda funciona.

Ela permaneceu em silêncio por alguns segundos, questionando a sanidade do rapaz à sua frente. Estava claro para ela que nem ele e nem seu amigo eram traficantes de órgãos, e a maior prova de tal fato estava em seu coração, que ainda batia, e em seus rins, que ainda estavam dentro de seu corpo, e não em uma caixa térmica cheia de gelo. Era impossível, no entanto, descartar a teoria de que eles eram fugitivos delirantes do hospital psiquiátrico mais próximo. Por um instante, ela sentiu pena do garoto em sua aguda crise de identidade, acreditando piamente que era um personagem de filme.

- É só um objeto cenográfico. - Tentou explicar, menos ríspida dessa vez. - Garanto que não funciona.

- Eu acho que sim. - Insistiu Anakin. - Está com toda a fiação no lugar, e o conversor não parece avariado. Se você só deixar eu colocar um cristal... - E estendeu a mão na direção da empunhadura, fazendo com que Daria recuasse, segurando o suposto sabre ainda mais forte.

- Você não vai mexer nisso. - Ela informou, autoritária.

- Por que? - Ele quis saber. - Eu só quero testar se está funcionando; não vou estragar nada.

- É uma relíquia familiar. Da minha mãe biológica. Não posso deixar você mexer como bem entende. - Elucidou a garota, dando mais um passo para trás quando a expressão de Anakin mudou, de curiosidade inofensiva para ofensa e indignação.

- Você está me dizendo - começou ele. - que sua mãe biológica te deixou como herança um sabre de luz, e, ainda assim, você jura que os jedi não são reais?

A pena que Daria sentira com relação ao jovem delirante com quem conversava começou a se misturar com mais algumas gotas da raiva fervorosa que sentira quando o vira com o objeto nas mãos.

- Que parte de "é um objeto cenográfico" você não entendeu? - Indagou. - Ela era artista; produzia essas coisas para sets de filmagens. Produziu isso aqui para a Lucasfilm em 1998. Ficou com ela, porque não usaram no filme.

Foi a vez de Anakin sentir pena. Era explícito que Daria ouvira muitas mentiras durante sua criação naquele planeta tão remoto, atrasado e provinciano, e a negação da existência dos jedi por parte de aparentemente toda a população mundial era a mais triste de todas - os pais dela eram, afinal de contas, jedi da República. Ela não deveria ter sido privada de sua história ou da história de sua família, e partia o coração dele imaginar a vida de alguém que não se lembra da própria mãe.

Acima de sua simpatia por Daria, no entanto, estava um pensamento lógico, que acertou-lhe como um raio um segundo depois: se ele pudesse mostrar a ela que o sabre de luz em suas mãos era real, ela seria obrigada a acreditar no que ele e Obi-Wan passaram o dia tentando explicar a ela. Se a colocada do cristal na câmara fizesse a ignição funcionar novamente, Daria finalmente se convenceria, e estaria pronta para partir na manhã seguinte, e ele teria sido o responsável pelo sucesso da missão. Era uma maneira muito agradável de terminar o dia, ele pensava.

- Eu não sei o que te disseram, mas isso é um sabre de luz. - Insistiu. - Completo, e provavelmente funcionando; se você só me deixar colocar o cristal - E tentou alcançar o sabre nas mãos de Daria novamente. Ela saltou para trás, e seu rosto foi enfim recoberto pela mesma fúria de momentos antes, quando ela o pegara no flagra com seu bem tão precioso em mãos.

- Eu já disse que não! - O tom de voz da garota elevou-se.

Embora não fizesse bom uso de tal conhecimento, Anakin sabia reconhecer uma linguagem corporal hostil, ainda mais quando esta era explicitamente agressiva como a de Daria naquele momento. Ele tinha plena ciência de que um novo avanço e uma nova insistência naquele assunto poderia causar uma catástrofe; a menor delas sendo Daria fazendo uma gritaria que acordaria Obi-Wan, o que resultaria em uma hora e meia de sermão sobre os motivos pelos quais Anakin não deveria ter atitudes tão sem cautela naquele tipo de situação; e a maior delas sendo Daria buscando uma faca na cozinha e atacando-o, porque ele não poderia fazer nada a não ser aceitar a agressão, já que jamais cogitaria a ideia de encostar um dedo na garota, ainda que para se defender.

Anakin não tinha vontade nenhuma de passar o resto daquela noite desgostosa em um hospital mal equipado daquele planetinha retrógado, onde provavelmente fariam suturas em seu ferimento de faca. Mas, conforme já explicitado no início do parágrafo anterior, apesar de possuir estupendas habilidades para reconhecer a melhor estratégia para lidar com as situações difíceis em seu caminho, Anakin não costumava colocar tal conhecimento em prática; ele tinha, por algum motivo desconhecido, uma pressa tão grande em passar de um momento para o próximo, que não se permitia agir com cautela, porque sentia que não tinha tempo para isso; preferia sempre a solução mais rápida.

A solução mais rápida naquela noite era insistir no assunto e provar à garota teimosa e lobotomizada que Daria se tornara que, sim, os jedi eram reais, ela era quem eles diziam que era, e, assim, levá-la de volta a Coruscant. E como grande apreciador de soluções rápidas, Anakin revirou os olhos diante do protesto mais recente da garota, e avançou na direção dela de qualquer maneira.

Daria, por sua vez, deu um último passo para trás antes de suas costas se chocarem com a parede gélida do início do corredor dos quartos; vendo-se subitamente sem saída até certo ponto, e confrontada por alguém que indubitavelmente era idêntico ao personagem de filme que ela adorava, ela convenceu-se por alguns segundos de que talvez realmente precisasse de um ano de internação na clínica psiquiátrica mais próxima - estava louca, e isso era inquestionável.

Anakin nunca soube da confusão mental que ocasionou na filha de Qui-Gon Jinn naquela noite. Não passou pela cabeça dele que Daria não se mexeu mais depois de se chocar contra a parede porque estava convencida de que havia enlouquecido. E apesar de toda a linguagem corporal dela denotar medo e desespero, ele tratou de se convencer de que ela havia cedido à ideia dele de testar o funcionamento do sabre de luz, e tomou o objeto das mãos da garota assim que a alcançou, afastando-se logo em seguida, sem obter uma única reação da parte de Daria.

Nos segundos passados entre a caminhada de Anakin de volta para perto da estante e o momento em que ele pegou de volta o cristal que tinha em mãos no início daquela confusão, Daria tratou de recobrar seus sentidos e sua capacidade reativa. Ela não era louca afinal de contas; ele era. Ele achava que era um personagem de filme, e estava prestes a destruir o único objeto que ela herdara da mãe biológica tentando enfiar um cristal de resina em uma câmara minúscula. Ela se enfureceu novamente. Recuperando a força nas pernas, avançou na direção do garoto, que forçava a entrada do cristal na preciosa empunhadura cenográfica que decorava a estante daquela sala desde sempre; ela partiria para a agressão contra ele se fosse necessário. Ele e seu colega de hospício já haviam estragado uma tarde inteira de ensaio, e ela não permitira que estragassem sua noite de sono também.

Click.

O cristalzinho enfim encaixou-se entre o que pareciam ser dois polos elétricos. Daria parou de ir na direção de Anakin. Por um breve segundo, ela pôde jurar que viu o cristal brilhar no momento do encaixe.

Ela estava congelada no lugar novamente, mas dessa vez o sentimento era novo; seria difícil para Daria explicar, já que nem ela mesma compreendia o que passou a sentir diante daquele vislumbre mínimo de luz no cristal. Para a sorte do leitor, quem vos narra essa história também possui boas habilidades para identificar sentimentos; e o que Daria sentia naquele momento era o frio na barriga da expectativa de algo novo, algo bom, que estava para acontecer.

No fundo de seu espírito, ela queria um motivo para acreditar.

Assim, ela não se mexeu. Anakin fechou a câmara do cristal e girou o objeto nas mãos, fascinando-se por mais um momento com o detalhamento e a dedicação empregados na construção da arma. Encontrando o botão da ignição, ele segurou a empunhadura longe do rosto. Daria encheu seus pulmões de ar ao vê-lo correr o polegar sobre o botão, e o ambiente tornou-se um vácuo sem oxigênio nos segundos seguintes; seu estômago chegava a doer com a expectativa.

Enfim, Anakin pressionou o dedo na ignição.

Houve silêncio. Depois, um zunido baixíssimo. Houve orgulho da parte dele, que sabia que havia solucionado a missão daquele dia por conta própria, e houve falta de ar da parte dela, que se esquecera de respirar tamanha a antecipação da prova que mudaria sua vida para sempre.

E então, não houve nada.

A luz do ambiente não mudou. Não se fez audível o som tremeluzente da lâmina de luz. O zunido continuou, e Daria manteve-se segurando sua respiração até perceber que aquele era o zunido que a geladeira, modelo frost free, fazia durante o descongelamento.

Ela soltou um suspiro de frustração. Anakin entrou em pânico.

- Vai funcionar. - Anunciou ele. - É só apertar de novo. Eu tenho certeza de que -

- Chega. Dê aqui. - Interrompeu Daria, tomando o objeto das mãos do garoto mais uma vez. - Eu não vou perder mais um segundo de sono com você. Pode dormir aqui, se é o que minha irmã quer, mas se encostar em alguma coisa de novo eu vou chamar a polícia.

- Você está sendo pessimista. Ele vibrou na minha mão; ia funcionar. - Insistiu o garoto.

Mas Daria já não queria mais saber. Com o sabre e o suporte em mãos, ela caminhou enfurecida para o próprio quarto, trancando a porta sem se preocupar em devolver a seu hóspede o cristalzinho que ele inserira na câmara. Anakin foi largado na sala de estar, tendo que conviver com seu fracasso e com a antecipação da bronca que viria de seu mestre quando ele eventualmente tivesse que explicar-lhe como perdera o cristal de seu sabre de luz.

Deitada agora em sua cama, Daria segurava o sabre de luz de mentira contra o peito, considerando seriamente voltar à sala de estar e espancar o lunático que Ella decidira acolher com o objeto; ele bem estava merecendo, pelos minutos de sono que ela perdera por causa dele. Desistindo da ideia, temendo perder mais preciosos minutos de sono, ela depositou o sabre sobre o suporte de acrílico, que se encontrava em sua mesa de cabeceira, e fechou os olhos, tentando recobrar seu sono.

Tal tarefa foi impedida pelo cheiro inquietante de plástico queimado que invadiu o quarto minutos depois da tentativa de Daria de retornar a seus sonhos. Abrindo os olhos, ela encontrou o suporte de acrílico completamente derretido.

E bem na altura da câmara de onde estava inserido o cristal de Anakin.

.。.:*✧ NOTAS DA AUTORA ✧*:.。.

Esse capítulo tinha mais acontecimentos planejados, mas depois de bater 3400 palavras eu geralmente paro de escrever, porque não é todo mundo que aprecia fazer uma leitura longa em uma tacada só, e eu não quero ninguém abandonando capítulo pela metade e nunca mais voltando. 

Conforme informado em algum momento anterior, eu dou uma sumida de vez em quando, mas estou sempre aqui pela área; não desistam da fic, porque quando vocês menos esperam ela voltará das cinzas. Toda vez. 

Eu escrevo melhor quando escrevo descompromissada e sem me pressionar pra entregar capítulos do que quando crio uma rotina de postagens periódica, então a demora e a inconsistência são pelo bem da qualidade da história. Espero que entendam. 

Ademais, minhas boas vindas aos leitores novos! Estou imensamente feliz em ver que temos tido vários nos últimos meses, e aproveito o momento para agradecer cada um de vocês pelo interesse na história e pelo seu tempo desprendido em saber mais sobre a vida e a aventura de nossa Dariazinha e sua irmã Elowan e seus dois visitantes intergaláticos; será que ainda vai demorar muito para Daria aceitar seu passado como filha do Qui-Gon e seu destino como... bom, seu destino como Deus sabe o que? Deixe sua opinião nos comentários se quiser :) Críticas construtivas são bem vindas, mas não garanto que vou me corrigir depois delas; agradeço desde já a compreensão.

Vejo vocês na nossa próxima visita à vida em breve fantástica de Daria Lilja!!

Continue Reading

You'll Also Like

595K 14.2K 19
eles são melhores amigos e juram que não sentem nada um pelo outro além de amor de "irmãos". até que as coisas começam a sair um pouco do controle.
Obsession By viih

Fanfiction

4.1M 218K 86
"Você é minha querendo ou não, Alles!!" ⚠️VAI CONTER NESSA HISTÓRIA ⚠️ •Drogas ilícitas; •Abuso sexual; •Agressões físicas e verbais; •Palavras de ba...
168K 7.5K 81
Vincenzo Salvatore Italiano 28 anos Filho da Carolinne Salvatore e Enrico Salvatore Chefe da máfia italiana Odeio demonstrar sentimento Ele é frio,ca...
51.9K 3.4K 59
𝑮𝒖𝒔𝒕𝒂𝒗𝒐 𝒌𝒂𝒃𝒓𝒊𝒏𝒉𝒂 -> um mlks de 18 anos, hj em dia o vive como influênciador um dos drakes mais conhecido, o mlk toca muito, completame...