Steve: Natasha?? Encontrou ele??
Steve chamou do primeiro andar e isso fez James se esconder de novo.
N: Sim!
S: Então venham logo! Antes que vasculhem a igreja!
N: Nos dê um minuto.
S: Nós não temos um minuto, precisamos sair daqui agora!
N: Steve! Eu sei... mas... calma... nos dê um minuto.
Natasha pediu mais uma vez e Steve se juntou a Maggie para esperar por eles. Steve e Maggie ficaram perto da porta da igreja, eles estavam vigiando para ver se alguém ia se aproximar da edificação.
Natasha voltou sua atenção para James.
N: James. James?
Natasha chamou novamente e não obteve resposta, tão pouco alguma movimentação de James, logo ela concluiu que talvez ele não se lembre de quem ela é, talvez não saiba que ela é mãe dele e pode estar apenas assustado com toda essa situação, ela precisa ganhar a confiança dele.
N: James, eu não consigo chegar aonde você está, mas o que eu tenho a dizer a você, precisa ser dito olhando nos seus olhos. Seria melhor se olhasse pra mim, mas tudo bem... se não quiser me ver, mas escute bem o que vou te dizer...
Natasha declarou com franqueza.
N: Todas aquelas pessoas lá fora estão atrás de você e eu sei que é por isso que está escondido aqui. Eu não trabalho com eles e nem para eles... na verdade, eles também me prenderiam se me vissem. Talvez até me matariam também, assim como você. É muito assustador, não é?
Natasha tentava demonstrar empatia.
N: Eu acho que não sabe quem eu sou... mas eu me chamo Natasha... Romanoff e... eu não sei o que te disseram quando você era menor, mas você tem uma mãe e a sua mãe sou eu. Você esteve na minha barriga... por nove meses... quer dizer... oito meses... você nasceu um pouco antes do previsto... você estava com pressa...
Natasha narrou para James sobre o nascimento dele e era uma história que ele nunca tinha escutado antes, isso mexia com o emocional dele e ao mesmo tempo gerava raiva e mágoa no coração dele, pelo que Donna colocou na cabeça dele de que os pais não ligavam pra ele e que eles o abandonaram quando novo para a OMS.
N: E quando você nasceu, eu te amei, James. Te amei desde o primeiro chute que deu na minha barriga, te amei ainda mais quando o vi dar seu primeiro suspiro... seu primeiro choro... eu nunca deixei de te amar.
A forma como Natasha falava, aquecia o coração de James, mas o conflito emocional o perturbava e o fazia sentir raiva.
J: Você me jogou fora! Não me queria!
James esbravejou.
N: Não! Nunca... nunca o jogaria fora.
J: Você me deu para aquele lugar que eu odeio! Eu nunca mais vou voltar pra lá!!!
N: Não, não vai voltar, meu amor. Eu jamais permitiria que isso acontecesse.
J: Por que me deixou?
James perguntou baixinho, mas Natasha ouviu.
N: Eu não o deixei... só que eu não tive escolha... eles levaram você de mim. Eu tentei lutar, tentei te salvar, mas ainda tinha a Sara, a sua irmã... a levaram antes de você, ela era só um bebê e se eu não fizesse o que eles queriam, iriam mata-la e possivelmente você também. Não podia deixar acontecer.
James ficou em silêncio.
N: Parece que eu lutei pouco por você, eu sei... a OMS... esse sistema do SIAM... eles são muito cruéis e também bem esquemáticos, eles me drogavam o suficiente para esquecer que você e sua irmã existiam. Por um tempo funcionou, depois o meu corpo criou uma resistência, eu tinha sonhos com vocês e não pareciam sonhos, pareciam lembranças, lembranças estranhas...
Natasha foi narrando e James foi se lembrando das sessões de terapia com a Sharon e que ele se sentia em transe dessa mesma forma, logo ele achou que era plausível e possível que a mãe dele também tivesse passado por aquilo que ele passou.
N: Eu fiquei sem ter a certeza do que era real e do que era fantasia, eu busquei ter um maior controle de mim e eu tive que fingir que fazia os tratamentos propostos por eles... mas não estava fazendo mais... depois eu soube bem o que tinha acontecido, mas já era tarde demais. Tentaram me dizer que estavam mortos, não consegui acreditar e comecei a procurar por você e a sua irmã... em todo lugar, mas nem sabia por onde começar. Não tinha nenhuma pista.
James engatinhou de volta para perto da abertura que dava vista para Natasha, ele olhou nos olhos dela para ver se sentia verdade nela.
N: Algumas pistas indicaram sua localização e assim que eu soube, vim correndo. Eu e o seu pai... nós viemos por você, só por você, viemos te resgatar e te levar. Ninguém nunca mais vai te machucar. Não enquanto eu viver. Eu prometo.
Natasha afirmou a James para acalma-lo, enquanto isso Steve e Maggie avistaram agentes apontando na direção da igreja e viram dois agentes sendo direcionados pra ela.
S: Natasha!
Steve chamou baixo, alertando Natasha sobre a urgência de saírem dali.
N: James... você deve ter muitas dúvidas na sua cabeça e tem todo direito em tê-las, mas te dou uma certeza... confie em mim agora... venha comigo...
Natasha estendeu a mão para James e ele não se moveu, nenhum milímetro.
Maggie: Steve, eles estão chegando aqui!
Maggie alertou a Steve da proximidade dos dois agentes, ela estava preocupada com o pouco tempo que tinham, era bem claro que seriam descobertos, já que Natasha não trouxe James até agora e mesmo que ele aceitasse vir, não daria tempo.
S: Se afaste da porta, Maggie.
M: O que faremos? Vão nos achar!
Maggie se exasperou. Steve olhou para a porta e viu sombras na parte de baixo.
M: Estão aqui! Vão me levar de volta! Vão me matar!
Maggie sacudiu as mãos e começou a tremer de nervoso.
S: Não. Não vão.
Steve declarou e viu a maçaneta da porta da igreja sendo movimentada, enquanto isso, James ainda estava analisando o que sentia sobre Natasha. James só sabe que ama olhar para a mãe, ele também sabe que o coração dele quer ir com ela, mas a razão dele questiona se é o certo a se fazer, ele tem dúvidas se ela não é mais uma pessoa que vai se aproveitar dele e da confiança dele para traí-lo.
Natasha sacudiu a mão mais uma vez e fez positivo com a cabeça.
N: James...
M: Steve!
Ao mesmo tempo que James finalmente segurou na mão da mãe, a porta da igreja foi aberta e os dois agentes tiveram a visão de Maggie na nave da igreja... sozinha.
- Uma menina...
- Garota... o que está fazendo aqui?
- Espera... eu acho que já a vi... tem aí as fotos das ameaças que escaparam do incêndio?
Um agente perguntou ao outro, que ficou, claramente, perturbado em ter que verificar a identidade da garota, esse já sabia que era ela, mas achou que poderia fingir que não, se o outro não a reconhecesse e dar uma chance da menina fugir.
O agente exibiu a foto das ameaças no celular.
- É ela! Que trunfo! Duas ameaças no mesmo lugar!
- Não é não.
Defendeu o agente.
- Como não?
- Eu acho que não.
- Bom que seja, significa que seremos promovidos!
O agente ficou quieto.
- Não precisa de um bom aumento?
- Preciso!
- O dinheiro compensa tudo que fazemos, cara! É o que importa e também estamos ajudando o mundo...
Declarou o agente que depois voltou a atenção pra Maggie de novo.
- Menina, venha aqui... chega mais perto.
- Seu nome é Margaret?
A menina negou com a cabeça.
- Venha aqui!
Maggie não se mexeu.
- Ai, eu não tenho paciência pra desobediência!
O agente empunhou a arma e apontou para Maggie, mas o outro agente o fez abaixar a arma.
- O que está fazendo?
- Eliminando uma ameaça.
- Você não confirmou a identidade dela! Está muito escuro aqui!
- É ELA!
O agente reclamou.
- Olha!
Os dois se aproximaram de Maggie e a mesma se manteve parada, mas ainda tremendo bastante de medo pela proximidade dos agentes.
- É... é ela.
- Viu? Agora eu ou você teremos a honra?
O agente mais "piedoso", virou de costas para negar a tal "honra" e não ver uma criança ser assassinada, talvez assim, ele se sinta menos pior consigo mesmo.
- Pffs! Então serei eu!
O outro disse e voltou a empunhar a arma e antes que pudesse posicionar o dedo no gatilho, um vulto se aproximou rapidamente, agarrou a arma dele e a meteu na cara dele com uma força tão tremenda que abriu o rosto do agente e quebrou diversos ossos da face dele ao mesmo tempo, isso o fez desmaiar na mesma hora, ou talvez estivesse até morto.
Visto que um ataque estava acontecendo, o outro agente também sacou a arma e tentou a atirar na direção do vulto, vulgo Steve Rogers, que deslocou o braço do agente, o fazendo soltar a arma no chão.
- Por favor, não me mate!
Pediu o agente ao ser imobilizado por Steve, que fez o ataque de forma estratégica. Antes dos agentes entrarem na igreja, ele desligou as luzes da igreja e como ela era escura, era fácil se esconder nas sombras e era isso que ele tinha feito, ele se escondeu nas sombras das madeiras escuras da igreja e assim que os agentes entraram e se distraíram com Maggie, ele fechou a porta da igreja para que ninguém visse ele atacando os agentes e tudo que ele fizesse tinha que ser em silêncio, caso contrário, toda aquela força operacional do lado de fora, iria entrar na igreja e acabar com todos eles.
- Eu queria ajudar... mas eu não pude. Não tomo as decisões de nada, eu sou contra matar crianças!
S: E ainda assim ia permitir que uma morresse.
- Só porque ela é uma ameaça, mas...
N: Steve...
Natasha apareceu na nave da igreja segurando James pela mão.
Steve estava sufocando o agente e olhou na direção de Natasha, em seguida olhou para James que parecia espantado em vê-lo naquela situação.
Se tem algo que Steve Rogers sempre repudiou na vida, foi violência extrema na frente de crianças, principalmente sendo filhos deles, logo era decepcionante que ele tivesse sufocando alguém na frente do filho que não vê há anos.
Natasha notou Steve afrouxando o braço em volta do pescoço do agente e já sabia que ele não iria mata-lo.
N: Ele não pode sair da igreja.
Natasha declarou, como uma dica para Steve de que ele precisa mata-lo ou silenciá-lo. Steve entendeu bem aquele olhar... aquele recado.
- Eu não direi nada! Eu juro! Não precisam me matar! Por favor!
Implorou o agente.
N: Sua palavra não significa nada.
Natasha declarou ao agente da OMS e Steve o puxou até o pilar de madeira e lá o amarrou e amordaçou, em seguida, tudo que ele queria era abraçar James e matar a saudade do filho, então logo se virou pra ele e correu até ele, mas James se escondeu atrás de Natasha.
S: Ei... meu filho... meu campeão...
Steve ajoelhou e James ficou espiando o pai por detrás de Natasha.
S: Estou feliz em ver você novamente... você está tão grande! Olha só pra você!! Você me daria um abraço?
Natasha já sabia que ainda não era a hora para isso, ele mal quis ir até ela, ainda nem a abraçou, mas de qualquer forma, precisava fazê-lo se reconciliar com o pai também e a primeira forma de fazer isso, era apresentando-o ao pai.
Natasha olhou para James.
N: Esse é o Steve Rogers. Ele é o seu pai... você pode confiar nele também. Eu sei que um abraço é muito agora, mas talvez... você possa dar a sua mão... pra ele... segurar. Ele sente muito a sua falta também... ele também estava procurando por você.
Natasha declarou e James não se mexeu, mas estava pensando no que Natasha disse, então ela o incentivou o puxando pra frente dela, mas James logo voltou pra trás dela de novo.
Steve olhou para Natasha, que apenas fez negativo com a cabeça, mas o olhar indicava que era para ele ter paciência. Quando Steve olhou de novo para James, ele estava erguendo a mão na direção de Steve, aceitando a proposta de Natasha e isso fez Steve sorrir e estender a mão na direção da dele.
As mãos de James e Steve só não se tocaram, pois ambos tomaram um susto ao ouvir som de tiros.
Steve e Natasha olharam para o agente da OMS, derramando sangue pela boca e pelos buracos dos dois tiros que levou, em seguida olharam para Maggie que segurava a arma, com as mãos super trêmulas.
S: Maggie!!
Steve estava perplexo pelo que Maggie fez.
S: O que você fez??
Natasha soltou a mão de James e foi até Maggie, ela olhou nos olhos dela e Maggie começou a chorar. Natasha então segurou a arma e agachou pra ficar na altura dela.
N: Está tudo bem. Você estava com medo e muitos deles machucaram você. Eu entendo você. Você não fez nada de errado.
S: Ela matou um homem!
Steve ainda estava perplexo. Maggie ia olhar pra ele, mas Natasha a chamou de novo, colocando a mão no rosto dela.
N: Olha pra mim, você não fez nada de errado. Está tudo bem!
S: Eles virão atrás de nós agora, não temos reféns.
N: Não, somos todos alvos aqui. Apesar do contingente lá fora, todos os reforços ainda não chegaram. Um de nós vai proteger as crianças e fugir com elas... o outro fica e cria uma distração.
S: Você vai com eles.
Steve nem pensou em outra opção, mas Natasha fez negativo com a cabeça e foi até Steve.
S: Eu não vou deixa-la aqui!
N: Eu sou melhor convencendo-os de que estou atrás do James e não o achei do que você.
S: Eles não te darão a oportunidade de falar nada, vão atirar assim que a verem, você sabe disso, Natasha!
N: Aconteceria o mesmo com você.
S: Sim. Comigo. Você vai com as crianças... você vive.
N: Steve, você precisa ir e precisa achar a Sara.
S: Natasha...
N: Steve...
Natasha sussurrou e olhou no fundo dos olhos de Steve, ela segurou na mão dele, numa forma de acalma-lo e convence-lo a seguir o plano dela.
N: Nós achamos o James, temos que mantê-lo seguro... e ainda temos a Sara a encontrar...
S: Mas eu quero você comigo. Conosco.
N: Contanto que vocês três fiquem juntos... eu estarei satisfeita, aonde quer que esteja.
S: Eu não estou gostando dessa conversa... você quer se sacrificar por nós.
N: Eu não quero, mas farei isso, se necessário.
S: Natasha!
N: Steve, eu te amo! Eu amo o James! Eu amo a Sara! Eu não farei nada que me afaste de vocês, eu quero que sejamos uma família de quatro novamente, então eu farei de tudo para que isso aconteça. Quanto a fugir daqui, nas condições que nos encontramos, é mais plausível que você proteja o James e a Maggie do que eu. Confie em mim!
Steve e Natasha ouviram vários sons de passos do lado de fora da igreja, eles olharam na direção da porta, mas Steve agarrou o rosto de Natasha em seguida e a virou pra ele novamente, ele olhou ela nos olhos mais uma vez e grudou os lábios nos dela, lhe deu um selinho demorado e carinhoso, carregado de sentimentos de medo e angústia, também carregado de amor.
Natasha afastou Steve.
N: Vão... por favor, vão.
Steve negou com a cabeça, não queria deixa-la pra trás, o que fez Natasha se irritar e mudar a expressão de amor para uma de ódio.
N: Salve o meu filho! Agora!!
Natasha esbravejou e só assim, Steve se mexeu e correu até James, o pegou no colo, antes que ele tivesse tempo de protestar ou entender a situação, ele agarrou no pulso de Maggie e a puxou para os fundos da igreja.
Quando Natasha ouviu o estrondo da porta dos fundos da igreja sendo arrombada por Steve, ela usou sua arma para chamar a atenção para a frente da igreja ela atirou através da porta da igreja e como resposta aos tiros dela, diversos outros foram disparados contra a igreja.
Steve paralisou quando ouviu a saraivada de tiros em direção a igreja, era muita gente para uma pessoa só que está, praticamente, encurrala numa área pequena. Deixar Natasha pra trás, era deixa-la para morrer e voltar atrás era obter o atestado de óbito de James, Maggie e dele mesmo. São três vidas contra uma e o que mais doía era trocar a vida do amor da vida dele, pelos filhos que teve com ela.
Steve suspirou antes de correr, ele fez positivo com a cabeça e abraçou James mais forte, era como estar abraçando Natasha uma última vez, antes de partir e ele partiu... sem ver o destino final de sua amada Natasha Romanoff.