EEEEEEEEIII BOLSONAROOO VAI TOMAR NO CUUUUUU
AAAAAAAAAAHHHHH
fim do surto.
Camila
Vesti meu robe de seda e me retirei do quarto a passos rápidos, sem me dar ao trabalho de dizer mais do que "seu tempo acabou" para a mulher de olhos verdes.
Caminhei o mais rápido que pude pelo longo corredor de tapete vermelho até finalmente me trancar em minha sala privativa. Ally, minha secretária e amiga de longa data, me olhou com uma interrogação facial, colocando-se de pé.
- Mila? Tudo bem? - notei seu tom de preocupação e tratei de voltar a mim.
- Tudo. Só estou com dor de cabeça. Vou tomar um banho, pode ir se quiser. - digo, já me dirigindo ao banheiro.
- Não, te espero.
Tranquei-me e passei um bom tempo encarando minha imagem no espelho. As cenas ainda passavam vívidas em minha mente, bem como o cheiro e o tato. Um frio na boca do estômago me fez segurar firme nas bordas da grande pia. De olhos fechados, respiro fundo algumas vezes.
Despi-me completamente e tomei um banho. Rapidamente coloquei meu par de roupa comum e encontrei minha amiga ainda na mesma poltrona.
- O que aconteceu? Você está estranha.
- Na-... - quase neguei, mas parei de forma abrupta, não costumava guardar segredos dela. - Ela já foi embora? - pergunto, referindo-me à Lauren.
- Sim. E com a mesma cara que você tá agora. Fale de uma vez, Mila, está me deixando nervosa.
- Foi tão estranho, Ally... - busco palavras, mas me falta vocabulário.
- Estranho ruim?
- Não sei explicar. - digo.
- Então desenhe, mas fale, criatura.
- Foi diferente. Só diferente.
Deixo as palavras no ar, não para fazer mistério, mas por realmente não saber explicar. Nunca havia me sentido esquisita depois de uma sessão.
É de praxe. No dia anterior à sessão, Ally me envia todos os meus afazeres, como o tempo que cada sessão durará e os gostos dos clientes. Nunca fazia mais de três no mesmo dia, pois tornou-se cansativo com o passar dos anos e agora não é como se ainda precisasse correr atrás de um nome para zelar. Agora que o conquistei, só preciso mantê-lo e poucas sessões diárias elevam a qualidade.
Não trabalhei no dia seguinte, tomei o dia para mim. Fui ao salão pela tarde e passei a noite tomando umas belas taças de vinho enquanto via um filme qualquer. "Via" é modo de dizer. Meus olhos estava na tela, mas minha mente estava na sessão do dia anterior.
Lauren Jauregui.
Não costumo saber ou lembrar dos nomes dos meus submissos, mas a sessão de submissão com Lauren Jauregui foi uma encomenda especial feita por Dinah. A mulher estava trabalhando bastante no marketing da minha página no Olyfans e me pediu diretamente, tendo explicado que a outra era sua amiga e que há muito tempo não se relacionava.
No início custei a me acostumar com seu jeito falante e malandro de ser. Dinah Jane se mostrava uma figura e tanto.
Desde que mergulhei no mundo BDSM, encarei tudo com seriedade e profissionalismo, mantendo uma linha firme entre vida pessoal e profissional.
É como uma vida dupla.
Karla Estrabao e Camila Cabello.
Duas mulheres que habitam o mesmo corpo, dividindo o mesmo espaço, mas com personalidades completamente diferentes. E não poderia ser diferente.
Que tipo de louca eu seria se andasse o tempo todo com um chicote na mão e espartilho por debaixo das roupas?
A maioria das pessoas imagina que nós, dominatrixes, acordamos, temos nossas refeições, tomamos banho e voltamos a dormir com roupa de couro e uma palmatória pronta para espancar o primeiro que aparecer.
As pessoas realmente mergulham na fantasia e esquecem de submergir. Alguns levam para casa o que deviam deixar no estúdio de submissão, alguns tornam-se clientes vorazes e viciados em serem humilhados, sendo esta uma das principais atrações das pessoas, em especial dos homens. Já ouvi histórias de clientes que se tornaram perseguidores e de uns que até se mataram quando as dominadoras não lhes corresponderam como queriam.
Esse é só mais um dos motivos pelos quais levo tão a sério esse universo. Um ato, expressão ou palavra dita no momento errado pode levar a uma ideia equivocada das coisas.
Com o passar dos anos, a experiência me moldou e tornou Karla Estrabao um nome de referência.
Aprecio o líquido amadeirado e deposito a taça sobre a ilha da cozinha. Caminho descalça na direção da grande varanda. Seguro firme no batente e respiro fundo quando a brisa forte faz meus cabelos balançarem por cima dos seios.
Senti o celular vibrar no bolso de trás do shorts e o verifiquei.
Dinah Jane: eaw dominadora de rolas, cus e bocetas? Vamo tomar aquele chopp amanhã de noite com as meninas???
Sorri pelo seu jeito atípico e tratei de responder positivamente. Por muito tempo me privei de ocasiões assim, mas o passar dos anos foi me fazendo deixar cada vez mais de lado Karla Estrabao para que a Camila Cabello tomasse um pouco o gosto da vida comum.
*
Já estávamos na terceira rodada e com risos bastante chamativos quando notei uma figura familiar no meio do pub. Os cabelos negros e rebeldes davam um ar selvagem a dona, assim como os verdes e a boca vermelha.
Dinah faz sinal para que Lauren se aproximasse, esta, por sua vez, parece ponderar por alguns instantes, até que se aproxima.
- Finalmente, pensei que tivesse morrido. Vem cá, meninas, esta é minha amiga Lauren. Branquela, estas são Normani, Ally, Ariana, Vick e Camila. Ops, Karla.
Lauren me encara fixamente com uma expressão de poucos amigos. Ergo uma das sobrancelhas para a atitude grosseira e trago o copo de chopp à boca, cruzando as pernas devagar a seguir.
- Vou ao banheiro.
É a única coisa que fala antes de sumir de nossas vistas. Ally me direciona um olhar curioso e aperta meu braço, expressando o que não deseja verbalizar.
Deixo as meninas e uma Dinah resmungona na mesa e caminho devagar na direção que ela tomou.
- Você está bem? - apoiada à grande pia, pergunto-lhe, olhando-a pelo espelho enquanto lava as mãos de forma apressada.
- Ótima. Com licença. - ríspida, limita-se a dizer, já secando as mãos e fazendo menção a se retirar. Seguro em seu braço.
- Lauren, devo dizer que não estou aqui para lhe causar desconforto ou qualquer coisa do gênero. Não sabia que você estaria aqui quando vim e mesmo se soubesse, teria vindo da mesma forma, pois, sinceramente, somos adultas.
- Devo pedir permissão para falar aqui também, Karla? - com uma carranca, ela me pergunta.
Encaro a mulher visivelmente irritada e passo as mãos pelos cabelos, buscando paciência. Respiro fundo e meço bem as palavras, não por medo ou insegurança, mas realmente pela cautela me ser natural.
- Certo. - respiro fundo outra vez. - Vamos, diga de uma vez o que está pensando. Estou bem aqui na sua frente, diga-me, Lauren. - mantenho o tom calmo.
- Não sei se notou, mas não temos nenhuma sessão de quem manda e desmanda hoje, Karla, Camila, seja lá quem você for. - ela fala, cuspindo as palavras num tom duro.
- Desculpe, não tive a intenção de passar essa impressão. - trato de dizer, soltando seu braço e me afastando um passo. Ela me encara firme, ainda demonstrando irritação.
- Foda-se.
É o que diz, antes de se retirar como um raio. Solto o ar de maneira pesada e massageio as têmporas, tendo a absoluta certeza de que aconteceu o que mais temo que aconteça no BDSM.
Retorno para a mesa e tomo meu lugar, ficando entre Ally e Lauren, que conversam entre si e trocam risadas acaloradas com o restante.
Tomo meu chopp enquanto observo a interação delas, principalmente as expressões divertidas que todas trocam. O par de olhos verdes agora parecem mais interativos, Lauren gesticula de forma constante, demonstrando interesse e agitação na conversa que rolava.
A conclusão em minha mente é inevitável. Lauren está nutrindo sentimentos de irritação não apenas por mim, mas pelo que houve. Tenho quase certeza de que está completamente arrependida da experiências. E ao contrário de dias atrás, hoje não tive seus olhos sobre meus atos.
Foi impossível não apreciar a cena ao meu redor. Todas as risadas e expressões divertidas que vestiam sua face perfeita, mostrando-se uma mulher completamente diferente da que conheci.
- Não, você não vai mais beber. - digo, pegando a caneca antes que minha amiga visivelmente alterada a tome.
- Camila, essa é minha noite de folga e eu vou beber tudo que eu quiser. Da um tempo, chefinha... - com a voz embolada, Ally falou.
- Negativo. Já está completamente bêbada e vai me matar amanhã quando acordar por eu ter te deixado beber tanto. - rebato, tomando o copo de sua mão que conseguiu pegar.
- Larga de ser mandona, chata da porra. Me daaaaaa...
- Ai, meu Deus... - falei, segurando-a firme antes que escorregasse.
- Ok, está decidido. Não posso deixar vocês duas irem sozinhas pra casa nesse estado, vocês vêm comigo. - Dinah falou, segurando Ally com firmeza pela cintura. Mas minha atenção não estava em suas palavras, mas sim na cara de poucos amigos que Lauren agora tinha. Por uns segundos, pensei seriamente em negar, pois realmente me é desagradável a ideia de estar num ambiente que não sou bem-vinda, mas logo descartei a hipótese quando Ally começou a vomitar na primeira lixeira que alcançou.
Ajudei minha amiga a se reerguer e Dinah praticamente teve que carregá-la rua abaixo. Por sorte, não andamos mais que três minutos. Entramos no apartamento e tratamos de dar um banho na nova pinguça da cidade. Agradeci aos céus por ela ter aceitado calada o grande copo de água e o comprimido para enjôo, dormindo logo em seguida.
- Nossa, não tenho palavras para o acabou de acontecer. - disse, finalmente saindo do quarto com Dinah.
- Né?! Eu devia ter filmado para ela acreditar. - aos risos, falou.
- E obrigada. Ela realmente não está em condições de nada. - digo, tentando demonstrar toda minha gratidão.
- Não precisa agradecer, estamos trabalhando juntas, mas também podemos nos divertir e dar uns surtos, certo, chefinha Estrabao?
- Boba, deixa disso. - digo, prendendo o riso.
- Pode ficar nesse quarto aqui. - Dinah fala, já abrindo uma das portas do corredor.
- Obrigada. - digo, já entrando.
- Boa noite, chefinha.
Ela fecha a porta ao sair, me deixando sozinha no ambiente novo.
Narrador
- Já estamos sozinhas e agora vai me falar tintin por tintin o que caralho foi aquilo no bar. - já no quarto de Lauren, Dinah fala sem qualquer rodeio.
- Tá falando do quê?
- Mana, "seja menas". - impaciente, Dinah diz, fazendo com que a outra revire os olhos.
- Não sei do que está falando. - diz Lauren, caminhando na direção do banheiro privativo.
- Ah não? Então deixe que eu digo. - falou Dinah, seguindo a amiga que parecia disposta a ignorar tudo. - Você quase desintegrou Camila viva com sua visão de raio laser quando chegou no bar, depois fingiu que nem conhecia a mulher e na saída só faltou puxar uma arma e atirar na minha cara quando disse que elas podiam dormir aqui.
- Se notou tudo isso, então por que caralho trouxe ela pra cá? - cansada de toda a situação na qual parecia ter sido jogada, Lauren ralhou.
- E queria que eu tivesse deixado a mulher bêbada naquele estado? Por Deus, Lauren!
- Que tivesse mandado a outra embora. - antes que notasse, as palavras tomaram vida em sua voz, arrependendo-se de imediato ao ver o sorriso vitorioso na face da loira.
- Lauren...
- Nem vem. - diz Lauren, ignorando a presença e retirando as roupas como se o ato fosse fazê-la ir embora.
- Eu não acredito. Você ficou com ela na sua cabeça. Lauren... Aquilo foi só-
- Será que pode me deixar tomar um banho em paz? - ríspida, a de olhos verdes a interrompe.
- Escuta aqui, - decidida a manter a calma, Dinah volta a falar. - vou falar uma coisa, você pode não gostar e fechar a cara do jeito que quiser, mas vou dizer porque sei que somos amigas. Lauren, o que acontece numa sessão de dominação, fica lá, você não traz essas coisas pra casa e muito menos fica com elas na cabeça. E digo mais, Camila é uma pessoa normal e muito, muito gente boa, então não vou admitir que a trate mal nesta casa, estamos entendidas?
- Tá.
- Mana, eu realmente não sei o que aconteceu, quero dizer, sei, mas não sei o que aconteceu para você ter ficado desse jeito com ela, mas eu te conheço o bastante pra saber que você não é de implicar com as pessoas assim e também sei que ela deve ter feito um ótimo trabalho. - finaliza piscando um dos olhos.
- Não aconteceu nada. E esse é o maldito problema, entende? - pergunta para a loira que, por sua vez, nega com a cabeça. - A sensação que tive foi única, Dinah, mas ao mesmo tempo nunca me senti tão frustrada em toda a minha vida. - falou, finalmente se desfazendo do peso das palavras que tanto lhe atormentaram nas últimas horas. - Foi horrível não poder tocar, não poder falar o que tinha vontade sem a merda da permissão, foi horrível poder nem dizer a bosta do nome dela. - concluiu, cansada e com a respiração alterada.
- Caralho... Que coisa hein... Desculpe, branquela. - Dinah a abraça. - Se soubesse que se sentiria assim, não teria incentivado. Me perdoe.
- Tá tudo bem. Só é estranho estar no mesmo ambiente que ela, sabe? É mais do que consigo assimilar.
- Posso imaginar agora. - diz, após romper o abraço. - Tome seu banho. E... Me desculpe mais uma vez, sabe que te amo e que nunca te colocaria numa situação que imaginasse ser ruim pra você, né?
- Sei, não precisa se sentir mal. Já passou.
Dinah assente e começa a se retirar do cômodo, mas para na saída.
- Faz mal guardar as coisas dessa forma. Não se maltrate, okay? Camila está no quarto que seus pais ficam.
- E?
- Oh céus, me ajuda, senhor... - a loira ergue ambas as mãos como numa oração. - Amiga, você tem duas opções para se livrar dessa sensação. Primeira, engole essa porra toda e morre sufocada. Ooooouuu vai até aquele quarto e tira esse peso do seu coração de uma vez. Faz bem falar o que sente, sabia? Bota pra fora.
- Dinah, pelo amor de Deus, com que cara vou falar com aquela mulher?
- Com a mesma que tá olhando mim. Agora pronto! - diz e sai batendo a porta atrás de si.
Lauren permanece na mesma posição. Coça a cabeça e faz uma careta, chegando a pensar na possibilidade. Cansada, bufa e entra no chuveiro.
Devidamente vestida num moletom que lhe desce até metade das coxas e um shorts pequeno de dormir, acomoda-se na grande cama.
Depois de trinta minutos rolando para lá e para cá, bufa alto e solta um palavrão. Senta-se na ponta da cama e passa a mão pela nuca, sentindo o nervosismo na pele. Pondera por vários instantes a possibilidade de Dinah estar certa, e pensa ainda mais na chance de parecer idiota na frente da mulher.
Camila se desfaz do cobertor ao ouvir as batidas na porta e levanta para atender, dando de cara com Lauren. Espera que esta diga algo e como nada diz, abre espaço para que entre.
- Lauren... - Camila chama, notando outra vez que Lauren precisa de impulso para falar.
- Quero falar. - a de olhos verdes diz. Devagar, Camila senta na ponta da cama, esperando que Lauren a acompanhe.
- Pode falar. - frente a frente com os olhos verdes e num tom completamente novo para esta, Camila pede. Observa as mãos inquietas e a respiração descompassada da morena e apenas espera, não achando sensato invadir ainda mais o espaço da outra.
- Eu odiei o que aconteceu.
- Certo... - Camila fala, após piscar algumas vezes.
- Foi a experiência mais frustrante da minha vida, desejo que saiba. Essa sensação não para de consumir e não sei o que fazer. - desabafa de uma vez.
Camila a encara, absorvendo as últimas informações com cuidado. Sabendo que precisa filtrar bem suas próximas palavras para não implicar num peso ainda maior para Lauren.
- Por que não me pediu para parar e não foi embora?
- Não faço ideia. - respondeu sincera.
- Não faz ideia ou não quer falar? - Camila pergunta.
Lauren pressiona a barra do colchão com força e bufa em frustração.
- Você entrou na minha cabeça. Faz sentido dizer isso?
- Faz.
- E quando te vi hoje... você sabe o resto.
- Sinto muito por tê-la deixado desconfortável, hoje e no dia em que nos conhecemos. Verdadeiramente, peço desculpas por ter machucado você, mas não muda o fato de que você você devia ter falado que estava desconfortável.
- As punições não machucaram tanto assim. - Lauren se apressa em dizer.
- Não falei de dor física.
Lauren engole a saliva e se vê incapaz de voltar a falar. Camila estava certa, Lauren se sentiu atingida emocionalmente. Sua frustração foi tanta que foi capaz de assumir o controle de seus pensamentos.
- Me sinto um pouco mais leve, obrigada por me ouvir. - diz com sinceridade, tentando conter a surpresa ao ver o pequeno sorriso que a outra lhe direciona.
- Fico feliz. - diz Camila, não por ser fã de conversas de poucas palavras, mas limita-se a dizer pelo fato não querer ser o motivo de desconforto na outra.
- Vou indo, boa noite...
- Camila, pode me chamar de Camila. - diz, ficando de pé para acompanhar Lauren.
- Boa noite, Camila.
- Boa noite, Lauren. Durma bem.
- Você também.
Após a troca de palavras na porta do quarto, nenhuma ousou desviar o olhar. Lauren encara os castanhos misteriosos e Camila os verdes chamativos. Até que Lauren respirou fundo e se retirou.
Uma semana depois
Apenas querendo descansar do dia longo de muito trabalho e clientes indecisos, Lauren entra no quarto com uma taça de vinho pela metade. Acomoda as costas na cabeceira acolchoada da cama e desbloqueia o celular, dando de cara com uma notificação.
*Karla Estrabao está ao vivo*
Levou a taça delicada aos lábios e tomou um pequeno gole, entrou na página do Olyfans, a qual não acessava desde a sua sessão de dominação, vendo a dominadora desfilando pelo corredor já conhecido enquanto segurava duas espécies de correntes, uma em cada mão, puxando dois homens de físicos notáveis, sendo um albino e outro negro, usavam calças e sapatos estilo social e nada na parte de cima, apenas uma espécie de coleira prateada em cada pescoço, estando ambos com as mãos presas por detrás da cintura em nós perfeitos.
Tomou outro gole quando a câmera deu zoom na dominadora de baixo a cima, mostrando suas botas escuras altas, coxas torneadas, espartilho vermelho sangue e um rabo de cavalo perfeito. Chegou a sentir-se zonza com a visão perfeita e soltou o ar com vontade.
Dois seguranças enormes vestidos em ternos escuros abriram as portas duplas para sua entrada. Outra câmera, já dentro do cômodo, tomou lugar, mostrando a dominadora pela frente que avançava puxando os homens como escravos.
Parou no centro do cômodo, onde havia duas estruturas altas, locais em que prendeu as correntes. Os homens logo se colocaram de joelhos, ficando imóveis, erguendo as faces para observar a dominadora como se esperassem por uma ordem.
- Minha bota parece limpa pra você? - direcionou ao albino.
- Sim, senhorita Karla. - respondeu, após encarar a bota.
- Não o bastante para mim, limpe. - firme e autoritária, ordenou.
E assim o homem fez.
Devagar, projetou o corpo na direção os pés da mulher e começou a lamber.
Lauren arregalou os olhos para a tela, estava diante de uma sessão de submissão com humilhação. Fez menção a sair da tela, posicionando o dedo na seta, mas por algum motivo não o fez. Viu-se vidrada na cena e nas próximas que sucederam. Era simplesmente hipnotizante ver a mulher que emanava poder e sensualidade. Sim. Por mais bizarro que um dia tenha sido a hipótese, no momento Lauren se encontrava fascinada pelos atos da mulher.
No dia seguinte, Lauren acordou antes do despertador, não por ausência de cansaço ou presença de insônia, mas por um orgasmo involuntário. Sonhou por longos momentos, ao menos foi o que lhe pareceu, que transava de forma incansável com a dominadora.
Apoiou o antebraço na testa e bufou.
Levantou-se e foi direto para o banho, precisava se livrar da excitação e das roupas afetadas.
Durante o dia, esforçou-se para se livrar da imagem da mulher em seus sonhos e trabalhou bastante, tentando ficar longe do celular e de qualquer coisa que a lembrasse.
A noite chegou e pela segunda vez, no mesmo horário, uma notificação do Olyfans lhe roubou a atenção.
*Karla Estrabao acabou de adicionar uma foto*
Quase que involuntário, clicou e foi direcionada à página, abrindo numa imagem que a fez sentir uma reviravolta no estômago.
A dominadora estava de pé com um dos braços erguido sobre a cabeça, segurando num pole dance de modo sensual. Usando apenas uma lingerie preta de tamanho mínimo e um par de salto agulha igualmente escuros. Observou os cabelos da mulher presos num rabo de cavalo alto e chegou a sentir a mão formigar. De pronto, imaginou-se segurando firme naquele cabelo após algumas voltas em sua mão.
Fechou os olhos e suspirou, tentando conter a sensação incômoda entre as pernas.
No dia seguinte, novamente foi despertada por um orgasmo involuntário. As lembranças do sonho erótico não passavam de borrões, mas sabia que tinham sido protagonizados pela latina que andava revirando seus pensamentos com mais frequência que o desejado.
Os dias foram se passando e Lauren mal notou que seu passatempo tornou-se apreciar o conteúdo das notificações de seu aparelho celular que a levavam para outro universo, um que ela havia tido curiosidade e odiado para depois sentir-se novamente atraída.
As imagens de Camila dominando, impondo controle diante de homens e mulheres visivelmente rendidos às mãos da mulher faziam seus braços ficarem arrepiados, sua boca salivar e gerava uma agonia quente dentro da roupa íntima.
Em certos momentos do dia, pensava estar à beira de perder a sanidade. Precisava reunir todo seu autocontrole e concentração para focar no trabalho sem acabar divagando pelos conteúdos noturnos.
Certo ponto, concluiu que não sentia mais raiva de Camila. Acreditando que chegava até ser irracional culpar uma dominadora que foi paga para dominá-la. E como era. Não havia sentido algum, tendo em conta que Camila nunca a procurou, nem mesmo sabia de sua existência até aquela noite.
Apesar de cabeça dura, Lauren era o tipo de pessoa que depois de um tempo acaba refletindo e se sentindo culpada por suas palavras e ações, tanto as ditas como as não ditas. Sentiu-se realmente aliviada depois de ter falado abertamente para Camila como se sentia, mas não mudava o fato de que a situação alcançou determinado patamar por sua própria causa.
Sabia e aceitava.
Todo esse remoer acabou dando espaço para o consentimento. Admitiu para si própria que sentia-se estupidamente atraída pela mulher, que desejava novamente encontrá-la e ser dominada, ser guiada para a mais completa sensação de rendição.
No outro lado da cidade, sentada de pernas cruzadas numa das poltronas da sala privativa daquele andar, Allyson conferia os próximos compromissos que a dominatrix teria.
- Camila, você não vai acreditar. - disse, chamando a atenção da outra que tomava um café enquanto respondia a um e-mail.
- No quê?
Escolheu não responder, levantou-se e caminhou na direção da morena. Camila ergueu ambas as sobrancelhas ao verificar as informações no iPad, depositando a xícara sobre a mesa.
- Por essa nem o futuro esperava. - disse Ally.
- É... - Camila rolou a tela, lendo o conteúdo. Soltou o ar forte pelas narinas e passou uma das mãos pelos cabelos soltos.
- Você vai aceitar?
- Não sei. - responde, conferindo as diversas opções escolhidas por Lauren para uma sessão de dominação de duas horas.
- Depois daquele dia que ela saiu daqui praticamente cuspindo fogo, jurei que nunca mais fosse querer outra vez. Você faz bem em ponderar, mas 20 mil dólares continua sendo 20 mil dólares. Pense bem, Mila.
Dito isso, Allyson saiu da sala, deixando Camila pensar sozinha. Esta que também não esperava pela notícia. Cruzou as pernas e teve a mente levada para o dia em que conheceu a dona dos olhos verdes. Recostou a cabeça no encosto macio da cadeira e fechou os olhos. Como sempre, não esperava muita coisa de quem fosse dominar, mas aplicaria tudo de si para que a experiência fosse única e inesquecível para a mulher.
Teria sido hipocrisia de sua parte não admitir para si a beleza gritante de Lauren. A mulher era bonita da cabeça aos pés, desde a pele branca feito leite até os verdes marcantes. Usava um vestido com rasgos nas laterais, expondo a parte das costelas. A tatuagem de uma espécie de felino selvagem lhe despertara curiosidade, bem como o perfume.
Sabia desde o início que ela era amiga de sua nova parceira de negócios e que a sessão de dominação havia sido um presente.
Apesar de às vezes ficar curiosa sobre alguns pontos, não podia de forma alguma demonstrar algo além de profissionalismo. Precisava estar no controle e não apenas sobre o dominado, mas também sobre si.
Já em casa, Camila relaxava na banheira quente com um copo de vodka. Nem se importou em colocar umas pedras de gelo, estava com a cabeça fervilhando e precisava decidir de uma vez. Assim, levantou prós e contras. Seria muito bem paga para dominar a mulher, mas sabia das chances desta sentir-se outra vez incomodada. Gostava do que fazia, de dominar, controlar e de proporcionar sensações jamais sentidas, mas não significa que não se importe com as consequências errôneas.
Concluiu que seria um tiro no escuro.
Não teria nenhuma segurança de que Lauren, desta vez, de fato, separaria as coisas. Por um instante, teve vontade de procurar a mulher e questioná-la diretamente, mas não faria.
Por fim, pensou em como ela mesma estava se sentindo.
Não podia mentir para si mesma e dizer que não se importa com a mulher e nem mesmo que não se sente mexida.
(N/A: cenas fortes a seguir, REPITO, cenas fortes a seguir. Advirto, SPOILER GRATUITO, PORÉM NECESSÁRIO, se não curte hot com strap e com anal, você pode parar por aqui oooouu...)
Camila
Fui avisada sobre a chegada de Lauren e a esperei. Ouvi o som do trancar da porta e me virei ao ouvi-la se aproximar. Analisei a mulher dos pés à cabeça, estava deslumbrante. Usando uma calça branca colada que destacava suas coxas grossas, uma camiseta preta e uma jaqueta de couro igualmente escura. Seus longos cabelos rebeldes caiam por cima dos ombros e seios, dando um ar de bad girl. Não sei quanto tempo levei admirando sua imagem, mas parei ao vê-la com uma das sobrancelhas erguidas.
- Lauren.
- Camila.
Ainda separadas por uma distância razoável, nos cumprimentamos de modo formal. E apesar de me apresentar como Karla neste ambiente, não a repreendo.
- Não esperava que fosse me procurar outra vez.
- Nem eu, mas aqui estou. - disse ela, mantendo a postura firme.
- Não costumo ter esse tipo de conversa com alguém que irei dominar, pois resta subentendido que nenhuma das partes exigirá receber mais do que o acordado. - solto o ar pesado - Mas sinto que tenho a liberdade e a obrigação de ter. Não quero que se sinta incomodada outra vez e nem frustrada. Então preciso saber se dessa vez você está pronta.
- Estou pronta para você, senhorita Karla. - disse, lançando-me um sorriso de canto. Analisei bem suas expressões em busca de alguma inverdade.
- Escolheu mais coisas para esta sessão que na última.
- Mereço tudo que tenho direito. - falou.
- De fato. - concordei, tentando não me afetar com seu sorriso sacana. - Irei repetir as regras, está proibida de falar sem permissão e de me tocar. Acredito que ainda lembra de como foi punida por desobedecer.
- Lembro.
- Nossa palavra de segurança continua a mesma. Diga "vermelho" se sentir algum desconforto não suportável ou se simplesmente quiser ir embora. Tem esse direito. - reforço a última parte.
- Eu sei. Mas não irei a lugar nenhum. - ela diz. Contenho meu sorriso com eficiência.
- Vamos começar. - falei, acionando o alarme do pequeno relógio acima da mesa. - Quero que fique nua. - digo e ela prontamente começa a se despir, mas sem pressa e sem desligar nossa conexão visual.
Observo seus atos atentamente na medida em que sua pele fica cada vez mais a mostra. Cada centímetro é mais atrativo que o outro, suas coxas fortes, barriga com covinhas atraentes, seios fartos de mamilos rosados, bem como o tórax chamativo.
- Fique de joelhos no centro da cama. - ela obedece. - pode ficar apoiada. Quero que mantenha os olhos fechados, okay?
A observo por uns instantes e caminho até o armário onde guardo meus acessórios e visualizo minha coleção de cordas. Escolho a de dois metros que possui a espessura de um polegar. Pego uma venda vermelha, um par de prendedores de mamilos, um plug anal de três centímetros de largura que possui função vibratória, um gel de ótima textura que proporciona uma sensação de queimação, um strap-on e, por fim, um dildo duplo e meu chicote preferido.
Volto para a cama e a vejo na mesma posição ainda de olhos fechados. Deposito os objetos no final da cama, deixando-os lado a lado de forma organizada. Subo e me aproximo, ficando de joelhos lado dela.
- Boa menina. - num tom baixo, digo próxima de sua orelha enquanto coloco a venda em seus olhos. Observo seus pelos eriçando ao longo do braço e afasto suas mechas do ombro mais próximo. - Vou te dominar do jeito que escolheu. Forte e duro. Se você se comportar direitinho, posso te deixar gozar algumas vezes. Não me decepcione. - ela mantém os lábios rosados entreabertos e vejo o exato momento em que deslisa a ponta da língua neles.
Me estico para pegar a corda e começo a trabalhar.
- Ponha as mãos para trás. - digo, colocando uma das pontas em sua mão. - Quero que deixe os braços juntos do corpo. - instruo.
Começo a enrolar pouco acima dos seios, passo a corda em torno de seu corpo e lhe contorno seis vezes, deixando os seios livres e os braços completamente imóveis. Finalizo com um nó perfeito na parte de trás, deixando seus pulsos juntos. Saio da cama e observo meu trabalho perfeito.
- Apoie a face no travesseiro, mas continue apoiada aos joelhos. - falo e ela prontamente faz. Meu queixo cai com a visão. - Abra mais as pernas, quero ver você inteira. - mando e mordo meu lábio ao ver a cena. Lauren está imobilizada e completamente exposta bem na minha frente. Sinto a quentura entre minhas pernas e respiro fundo.
Pego o plug prateado e o tubinho de gel. Volto para a cama, ficando de joelhos entre suas pernas.
- Consegue adivinhar onde vou colocar isso? - pergunto, após colocar o objeto em sua mão. Vejo-a afundando a face no travesseiro para não me mostrar suas expressões e desfiro uma tapa forte em sua nádega fazendo com que recue por reflexo e grite. - Te fiz uma pergunta.
- Sim. - ofegante, responde, voltando a me mostrar sua face.
- Onde? - pergunto e ela morde o lábio, permanecendo calada. Dou outra tapa ainda mais forte. - Quando eu pergunto, você responde. - digo firme e alto.
- Atrás. - Lauren fala, maltratando o lábio com os dentes.
- Atrás onde? Quero ouvir você dizer. Vamos, diga pra mim, Lauren. - falo, enquanto remexo o objeto em sua palma.
Ela geme, contorcendo o quadril e pressionando o plug.
- No meu cu. - finalmente diz, reviro os olhos em meio a excitação e respiro fundo. Abro o tubo e melo bem o plug.
- Então é disso que você gosta? - pergunto, enquanto umedeço o objeto com o gel. Acerto sua coxa com uma tapa que faz até minha palma formigar e acaricio o local. - Responde!
- Sim! - Lauren choraminga.
- Se não começar a me responder, prometo que não vai conseguir sentar direito amanhã. - num tom firme, advirto, encostando a pontinha do plug no buraco mais apertado. Como se tivesse levado um choque, Lauren retrai o quadril, sorrio pelo ato e dou-lhe outra tapa. A bunda grande que era tão branca agora está toda vermelha, assim como as laterais das coxas, visão que me faz salivar.
Começo a empurrar o pequeno plug sem nenhuma pressa enquanto ela perde cada vez mais o controle da respiração, ficando até com as pernas trêmulas. Ouço seu gemido arrastado e lhe acaricio a bunda com a mão livre. Estou hipnotizada com a visão. Poderia fazer qualquer coisa, o que bem quisesse com ela neste exato momento e ela não seria capaz de fazer nada para me impedir, poderia lhe torturar, lhe penetrar de todas as formas possíveis, fazê-la gritar de prazer. Chego a revirar os olhos de tesão. Mas sei que não posso ir além, não posso abrir mão do controle sobre mim mesma.
Penetro todo o objeto que fica preso pela fenda externa que não o permite entrar completamente.
- Vai doer mais se ficar contraindo. Relaxe. - falo, me colocando ao seu lado. Acaricio sua face com as pontas dos dedos e me vejo hipnotizada. Lauren é a mulher mais linda que já vi em toda minha vida.
- Abra a boca. - ela não exita, empurro dois dedos entre seus lábios e me vejo sendo sugada. A língua quente trabalha rodeado meus dedos enquanto empurro e retiro de leve.
Estico a mão e aciono a função vibratória do plug. Lauren recua e libera um gemido delicioso. Reúno seus cabelos numa das mãos e puxo firme.
- Quieta. - ordeno. Ela direciona a face vendada em minha direção e sei que está me xingando em pensamentos. Sorrio em sua direção e massageio seu couro cabeludo. Seus lábios carnudos estão avermelhados e mais convidativos que nunca. Noto a mudança do som da vibração e sei que ficou mais forte. Ela geme de forma sedutora. - Está gostoso assim?
- Hmm... - geme. - Está... Muito.
- Quero te ouvir gemendo meu nome. - digo. Puxo seus cabelos e dou-lhe duas tapas na bunda.
- Ah! - ela grita. Retiro o plug de seu interior. - Não! - Lauren reclama. Saio da cama com certa irritação e pego o chicote. Ela vira o rosto e tenta inutilmente me encontrar. Ergo o chicote e deslizo as tiras grandes por suas costas, as quais se contorcem no primeiro contato. Deslizo devagar até a bunda, local em que não tenho a menor pressa. Encosto a ponta em sua intimidade e subo com as tiras pelas dobras até alcançar suas costas. Ouço seu gemido e me derreto toda. - Meu nome, diga meu nome igual uma puta que quer ser fodida.
- Camila... - mordo meu próprio lábio ao ouvir num tom de gemido e até ignoro o fato de não usar o Karla.
- Vou te foder inteira. - digo, antes de chicotear sua coxa.
- Camila... Por-
Acerto-lhe outra vez.
- Aaaah... Por favor... - choraminga.
- Forte e rápido?
- Sim. Porra.
Pego o dildo duplo e o lubrifico.
- Está encharcada. - fico de queixo caído ao encostar os dedos na boceta quente.
- Então fode. - ouço e nem penso, penetro de uma vez nos dois buracos fazendo com que grite alto.
- Repete.
- Fode de uma vez.
Reviro os olhos, a mulher está ousadia pura. Com agilidade, dou início a um vai e vem cada vez mais forte enquanto encaro, hipnotizada, a todo instante o dildo saindo e entrando nas duas entradas. Os gemidos altos me seduzem por completo, num dado momento, Lauren esconde a face no travesseiro e suas pernas trêmulas parecem que vão vacilar. O som das estocadas molhadas quase me fazem perder juízo, estou completamente seduzida. Quando seu corpo dá sinal do orgasmo, diminuo os movimentos e acaricio a coxa esquerda.
- Respira fundo. Não goze ainda, concentre-se apenas no que digo. - ela assente. - Está tão molhada que poderia enfiar qualquer coisa em você.
- Hmm... - geme baixo.
- Gosta?
- Nossa... Muito. - responde, voltando a torturar o lábio com os dentes. Devagar, retiro o dildo e ela reclama. Bato na bunda avermelhada e encosto o objeto nas entradas.
- Implore por isso.
- Por favor... - num tom arrastado, ela diz. Pressiono as entradas, mas não penetro.
- Vai ter que se esforçar mais para merecer.
- Está me enlouquecendo, me faça gozar logo, Camila. - foi notável sua frustração, o que me divertiu e mais ainda por ter uma expressão irritada e triste ao mesmo tempo.
- Desse jeito? - forço o dildo até metade e volto a ouvir seus gemidos deliciosos.
- Sim. Fode. Agora.
Não precisei ouvir mais, comecei a penetrar com vontade me deliciando com a facilidade proporcionada pela lubrificação excessiva. Seus gemidos altos carregados de palavras de sujas foram se tornando uma espécie de droga para mim.
- Goza. - digo e em cinco segundos seu corpo inteiro está convulsionando. Seguro firme em seus pulsos unidos pela corda para mantê-la fixa na mesma posição e mantenho o dildo parado em seu interior enquanto o orgasmo delicioso é liberado. Com cuidado, retiro o objeto e desfaço o nó em seus pulsos para libertá-la. Feito isso, jogo a corda para o chão e a ajudo a deitar.
Sua pele tão branca e delicada está marcada pelo castigo. Coxas, nádegas, braços, costas, barriga e pulsos pelo aperto da corda. Observo o subir e descer de seu peito pela respiração acelerada, o suor pelo pescoço e lábios convidativos. Saio da cama.
- Não! - ela se apressa.
- Vou buscar água, fique aí. - digo e paro. Se fosse outra pessoa no lugar dela, facilmente lhe colocaria uma mordaça para que parasse de falar sem permissão de uma vez por todas e a deixaria assim até o alarme tocar. Mas não o fiz. Noto que em algum momento comecei a gostar de ouvir sua voz e ainda mais de analisar como demonstra seus desejos no tom baixo ou exaltado. Na verdade, Lauren demonstrava o tempo inteiro.
Voltei para a cama com copo de água e o levei até sua boca quando se sentou. Ela tentou segurar o copo e fez menção a afastar a mão quando tocou na minha, mas acabou segurando. Ainda estava trêmula, era evidente.
- Obrigada. - ela diz. Deposito o copo na mesinha de canto. Está com os joelhos flexionados, deixando as pernas juntas e as mãos próximas do corpo.
- Já está arrependida? - foi inevitável não perguntar, pois toda aquela expressão de prazer deu lugar a incerteza, a qual, apesar da venda, podia ser vista pela tensão do maxilar e até pelas sobrancelhas que certas vezes se uniam.
- Não. - Lauren não hesita. Não pude deixar de me sentir aliviada. Estranhamente aliviada. De repente, a opinião dela se torna importante pra mim. Vejo-a separando os lábios algumas vezes como se fosse falar, mas acabando por desistir.
- Pode falar.
- Eu posso te ver?
Devia dizer não. Adoro a forma como meus submissos se sentem desesperados por não saberem o que estou fazendo, mas nesse momento meu desejo grita para ter seus verdes em mim, para ser admirada por eles.
- Pode. - digo e ela retira a venda. Seus olhos pousam sobre mim e me penetram como se pudessem ler minha alma. Não sei quanto tempo ficamos desse jeito. Ela finalmente nota o restante dos objetos no final da cama. Restante, pois já higienizei e guardei os já usados. Uma mix de surpresa e curiosidade toma conta de sua face. - Acredito que já esteja pronta.
- Sim.
Sem pressa, pego os prendedores de mamilo e me aproximo a tempo de ver o movimentar de sua garganta. Aproximo o primeiro do seio esquerdo e paro, olhando para sua expressão ansiosa. Prendo o mamilo que rapidamente fica eriçado e regulo para que fique mais apertado e não caia. Geme baixo enquanto agarra o lençol da cama com ambas as mãos. Repito o ato no outro mamilo e novamente a ouço novamente gemer manhosa.
Uso o dorso dos dedos para acariciar o seio e ganho seu olhar. A maciez da pele me faz ter vontade de ir além, de apertar ele todo e massagear, mas retraio o desejo. Deslizo os dedos pelo vão entre os seios e acaricio a barriga, subo lentamente pelas costelas, percorro o tórax atraente e subo pelo pescoço até segurar no queixo delicado.
- Deita. - falo e ela prontamente obedece. Saio da cama e começo a vestir o strap-on. Faço tudo devagar e sem retirá-la da minha vista. Lauren olha fixamente para o objeto sexual, posso vê-la umedecendo os lábios e mordendo o inferior logo em seguida. - Abra as pernas. - ela faz, me proporcionando a visão mais sexy do mundo. De joelhos sobre a cama, me aproximei e fiquei entre suas pernas torneadas com o pequeno tubo de lubrificante na mão. - Já fez isso antes?
- Não. - responde de imediato.
- Está com medo?
- Um pouco. - responde-me com sua sinceridade explícita.
- Tudo bem sentir medo, o dildo que usei em você primeiro não era grande e nem grosso como este. Você está bem molhada e vou usar este gel, mas não posso dizer que talvez não vá doer. Estaria mentindo.
- Ok... - ela não parece muito segura, mas mesmo assim diz.
- Pode me tocar para se segurar. Te permito. - Lauren assente. Encosto num dos prendedores e ela geme de imediato, demonstrando o quão sensível está. Remexo mais um pouco e me delicio com suas expressões de prazer. Seus lábios carnudos parecem me chamar, parecem gritar para serem beijados. Começo a imaginar a maciez e o sabor que têm. E a língua? Seria tão macia em minha boca também?
Destampei o tubo e adicionei certa quantidade por cima de seu clitóris inchado. Segurei na base do pênis e esfreguei a ponta no clitóris. De olhos fechados, respirou fundo e levou as mãos aos próprios cabelos entranhando os dedos e os fechando. A masturbei sem pressa e adorei suas reações. Seus leves rebolados eram atraentes além da minha imaginação. Desci a cabeça até a entrada e esfreguei devagar.
- Toda molhada. - falei, vendo sua excitação.
- Pra você. - Lauren falou. Sua ousadia me fez sorrir com o canto dos lábios. Segurei firme em suas coxas e comecei a forçar a entrada, concentrando-me em suas expressões sensuais. Fui penetrando pouco a pouco e parei ao chegar na metade dos 18 centímetros.
- Dói?
- Sim.
Inerte em seu interior, acariciei suas coxas e subi as mãos por sua barriga até os seios, onde passei a massagear sem pressa. Vendo a expressão de prazer voltar ao seu rosto por estar estimulando os mamilos, volto a ouvir seus gemidos baixos.
Devagar, começo a me movimentar, fazendo um vai e vem com o pênis dentro da boceta. Uso os dedos para estimular seu clitóris e penetro cada vez mais. Cesso os movimentos quando estou completamente dentro.
Curvo meu corpo para apoiar os antebraços na cama, ficando a poucos centímetros da mulher. Seus verdes intensos me capturam, bem como suas mãos que se fixam em minha cintura.
Sem desviar de sua face perfeita, volto a me movimentar. Seus lábios entreabertos liberam gemidos sedutores e seu aperto aumenta em minha carne. Me controlo o máximo possível para não começar fodendo tão duro e acabar deixando ela desconfortável. Vou acelerando o movimento de entra e sai, fecho os olhos sem perceber quando suas unhas sobem e descem forte pelas minhas costas.
Estoco forte e paro dentro ao som do gemido alto. Ergo o quadril, retirando o pênis quase por completo e volto a penetrar tudo de uma vez, chocando nossos corpos. Repito o ato mais algumas vezes e começo a penetrar rápido.
Os gemidos da mulher ecoam pelo quarto enquanto suas mãos me agarram firme pelas costas. Acato meu desejo e entranho a face em seu pescoço, respirando seu perfume adorável e viciante. Esfrego o nariz na pele macia e fico com o rosto ao lado do dela enquanto meto forte e rápido.
- Acho que vou gozar. - avisa-me num tom de gemido.
- Então goza. - digo, fodendo ainda mais rápido e no mesmo instante seu corpo libera um dos orgasmos mais fortes que já presenciei. Me agarrando com braços e pernas, Lauren liberou seus tremores deliciosos e gemeu alto. Fui parando de me movimentar na medida em que sua intensidade diminuía.
Esperei que liberasse meu corpo e me afastei devagar, retirando-me de dentro dela. Não deixei que descansasse, levei os dedos ao seu clitóris e comecei a masturbar com agilidade.
- Cam... - mal falou a primeira sílaba em tom de alerta e começou a esguichar.
Continuei masturbando rápido enquanto o líquido era expelido, encarando sua face submersa em prazer intenso. Deixei que se acalmasse, o que levou uns bons três minutos.
- Wow... - falei, olhando para sua bela face.
- Nossa... Isso foi tão-
O som do alarme a interrompe.
Olho para o objeto acima da mesa distante e para seu rosto que agora demonstra certa frustração, talvez até tristeza. Confesso que não estou muito atrás.
Sem dizer nada, começo a retirar os itens sexuais de seus mamilos com o máximo de cuidado para não machucá-la. Faço menção a sair da cama, mas ela me segura pelo braço. Encaro seus olhos que dizem tudo que sua fala não pronuncia.
- Eu sei. - digo. Seguro delicadamente em seu queixo e o acaricio com o polegar. - Eu sei. - repito. Lauren assente. Junto nossas testas e fecho os olhos, permito-me inalar seu cheiro maravilhoso pela última vez e me afasto. Retiro rapidamente o strap-on e reúno tudo que usei.
- Pode usar o banheiro, sabe onde fica. Não precisa ter pressa. - falo, olhando em sua direção e me afasto na direção do armário. Visto o roupão de seda e ouço a porta do banheiro sendo trancada. Fecho o armário e apoio a testa. De olhos e punhos fechados, respiro fundo toda a frustração que existe ao redor. Uso a última gota de autocontrole que existe em mim e me retiro do cômodo.
Ando rapidamente pelo corredor e entro no escritório, vendo Ally numa das poltronas mexendo nuns papéis. Ouço sua voz dizer algo, mas não sou capaz de entender, me tranco no banheiro e retiro as peças que uso. Entro no box e aciono o chuveiro gelado.
- Lauren... Você não tem ideia. Você nem sequer imagina o quanto quero. - digo sozinha, pedindo aos céus para que de alguma forma ela possa sentir minhas palavras.
Me seco e visto minhas roupas casuais rapidamente. Penteio os cabelos e saio do banheiro, vendo minha amiga agora de pé e com os braços cruzados.
- O que aconteceu? - pergunta-me.
- Nada, Ally. Não aconteceu nada. - respondo, sentindo uma irritação dentro de mim. Jogo meu celular dentro da bolsa e pego a chave do carro.
- Não aconteceu nada? E por que está com essa cara? Você não me engana, não mente pra mim.
Paro o que estou fazendo, fecho os olhos e respiro fundo.
- Nada, Ally. Não aconteceu nada. Quer que eu desenhe? - digo, provavelmente mais rude que o planejado. Ela se aproxima. Seus olhos bondosos quebram minha barreira.
- Pode perder sua licença e ser expulsa se...
- Eu sei. Não se preocupe. Não aconteceu.
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Fiquei com gostinho de quero mais... Parte 3 com tudo que temos direito????
Vou começar a escrever o one ABO, não sei quando volto, espero que logo. Maaaassss enquanto não volto, poderiam dar uma passadinha na minha fic "concentrate" um romance semi bem boiolinha e gostoso de ler, está quase concluída.
Se cuidem, tá? Eu volto.
Com amor, Débora 🌹