Deitados ainda no chão ele tira a joia da caixinha e põe em meu dedo. É um solitário de ouro maciço com um diamante ENORME! É lindo, estico o meu braço para que nós dois possamos vê-lo em minha mão. Sorrimos e nos beijamos mais. Ele se levanta e me pega no colo me leva até meu quarto, lá namoramos bastante, suas mãos passearam em meu corpo lentamente e com carinho. Fui beijada da cabeça aos pés, ele era incansável em me dar carinho.
Em resposta meu corpo se arrepiou, meu ventre se contraiu, e minha respiração ofegante. Como eu amo esse homem, ele é perfeito, amoroso, gostoso e doce. O pacote completo. Será que poderemos ser felizes, mesmo eu não lhe dando filhos? Pergunto-me, mas isso ainda me assusta e entristece.
-Ben... você disse que casou com ela porque ela estava grávida e... você sabe que talvez nunca poderei ser mãe!- Digo a segunda frase enfiando meu rosto em seu peito, sinto vergonha. Vergonha de não ser uma mulher completa e suficiente para ele. Maldita sombra!
-Princess. Seremos felizes! Podemos adotar e... hoje em dias se tem vários meios de ter um filho. Mas não quero que pense sobre isso agora.- Sussurra beijando minha testa.
Ficamos em silêncio por um momento até que resolvo falar de novo.
-Eu te amo Ben!
-Eu também te amo Princess!
Fico aninhada em seu colo durante toda a noite até que dormimos juntos. Seus braços fortes e com pelos castanhos envolviam meu corpo, seu rosto apoiado em minha cabeça, estávamos vestidos do jeito que deitamos apenas os sapatos foram retirados. Olho para as flores que com a luz da manhã parecem ainda mais belas, meu quarto está repleto delas perfumando o ambiente.
-Bom dia!- Ele diz ao perceber que acordei.
-Bom dia Prince!- Ele gargalha com a cabeça para trás.
-Para de rir do meu inglês!- Digo divertida, dando um empurrãozinho.
-É que não resisto. Seu sotaque nessa língua é hilário.
-Ben... o que acontece agora? Recebi propostas de emprego e...
-Princess, uma coisa de cada vez! Vá se trocar, iremos a um lugar. Volto aqui em quarenta minutos. Me dá um beijo e sai.
Suspiro sorridente e me jogo de novo na cama. Care entra em meu quarto após o Benjamin ter saído. Ela está feliz por mim e a.do.rou o anel de noivado que Ben me deu. Disse que ele tem ligado para ela todos esses dias fazendo arranjos e conversando sobre o que aconteceu. Conto para ela como foi a noite. Ela me dá pressa para me arrumar, irá me ajudar. Eu pulo da cama e vou para o chuveiro, faço meus asseios, escovo os dentes e Care me ajuda a fazer o cabelo, maquiagem e a me vestir.
Estou de vestido solto florido na barra com um cintinho marrom, um blazer amarelo, meus cabelos estão soltos e cacheados com difusor. Ponho um sapatinho azul e passo perfume. Nossa! Que reviravolta! Estou muito agradecida por Benjamin não ter desistido de mim. Respiro fundo e olho para o anel de novo e de novo, simplesmente não me canso.
Ouvimos o interfone, o Ben já está lá fora me esperando. Meu coração palpita como se fosse um milhão de estrelas explodindo no ar. Care me abraça forte, depois pega em minha mão me rodando sobre meus pés elogiando sua produção. Ela me dá a bolsa carteira bege e diz:
-Estou feliz por você amiga! Vá ser feliz, e agarre seu homem- Praticamente grita de tão eufórica.Saio pela porta soltando beijinhos para ela. Quando chego na portaria do prédio ele está lá de pé com uma rosa amarela na mão, eu sou só sorrisos.
-"Porque em cada pedaço de mim, sempre haverá um pedaço de você."- Ao me entregar a flor ele repete essa frase do cartão que deixei na mesa do quarto que fiquei hospedada em sua casa. Sinal de que ele encontrou meu presente.
Eu o beijo com carinho e cheiro a rosa. Estou com cara de boba, tenho certeza. Ele está lindo nesta manhã, de terno cinza claro sob medida revelando o quanto usa cintura é perfeita, sua calça combina com o terno e por dentro uma camisa de linho branca e uma gravata listrada. Nossa! Ele está de óculos escuro estilo aviador e é meu! Sorrio mentalmente.
-Vamos! Vou te levar num lugar especial. –Diz.
-Eu vou com você para onde você for!
Ele me ajuda a entrar no carro como um perfeito cavalheiro. Noto algumas vizinhas atrevidas que o devoram com o olhar, mas nem ligo, pelo menos por enquanto! Ainda não quero sair da nossa bolha de amor estragando tudo por ciúmes. Se toca!
Estamos num Bentley preto bastante luxuoso. Só reconheci o modelo porque li um livro onde o personagem mais intenso que já li tinha um e então pesquisei no santo google. É um carro lindo e imponente como o Ben, sei também que é caríssimo, provavelmente ele alugou porque ele nem mora aqui no brasil.
-No que está pensando?- Ele diz já saindo para a estrada.
-Nesse carro... é muito bonito e luxuoso- Digo sorrindo. Ele liga o som com nossa canção, a do primeiro beijo na Times Square em NY, "In A Little While" da banda U2.
Trecho:
In a little while
Daqui a pouco
Surely you'll be mine
Certamente você será minha
In a little while I'll be there
Em pouco tempo eu vou estar lá
In a little while
Em pouco tempo
This hurt will hurt no more
Essa dor não vai doer mais
I'll be home, love
Eu estarei em casa, amor
Deleito-me ao ouvir a canção apoio o braço no recosto do banco dele e acaricio seus cabelos sempre bagunçados. Como alguém pode ser tão bonito assim? Lembro-me de quando ele me ajudou a descer do táxi e segurou a minha mão em sua casa, foi amor à primeira vista. Desde então estamos ligados de alguma forma.
Paramos num restaurante antes de pegarmos a estrada e tomamos o café da manhã. Conversamos e rimos do que aprontamos quando crianças. Seguimos viagem e percebo que estamos seguindo um caminho que leva a cidade que meus pais moram, pertinho daqui, fica a aproximadamente uma hora e meia.
-Ben... onde vamos?- Pergunto e ele hesita um pouco, depois responde.
-Na casa dos seus pais. Quero fazer tudo direito. Você merece Princess.- Olha para mim docemente, me derreto por dentro. Nossa! O amo ainda mais. Será que é possível?
O som baixinho toca as músicas e conversamos bastante sobre sua família e o quanto quero conhece-los. Ele falou que ficaríamos aqui apenas essa semana para resolvemos tudo e juntos voltarmos para NY e fico apreensiva nesse momento, é uma decisão muito difícil de tomar. Ele pega em minha mão ao perceber na tentativa de me tranquilizar, então mudo de assunto.
-Sobre a frase que recitou esta manhã... você encontrou meu presente não foi?
-Sim! Eu li seu cartão junto ao presente embalado na mesa do quarto, na noite anterior a sua volta para o Brasil! Pesquisei no google e vi que era uma citação do Livro o diário de uma paixão. Selecionei uma citação para revelar o que eu também sentia por você, e então foi o que escrevi em seu cartão junto às rosas...
Ele sorri e já estamos próximos da casa de minha mãe. Ele continua.
-Apesar de não gostar muito de ler romances, eu li esse livro com toda a vontade, meu irmão perguntou se eu estava ficando "maricas" quando me viu assistindo o filme...- Conta erguendo uma sobrancelha indignado.
Ele ri alto, e eu o acompanho.
-Lembra o que eu disse na praia quando almoçamos juntos à beira-mar, que te aceitaria como estivesse Emily? E se eu disse pode confiar, eu farei, nunca vou desistir de você. Entende?- Ele diz ao parar o carro.
-Entendo! I love you Ben!- Rimos alto do meu inglês! Seguro seu rosto com minhas mãos e o beijo.
Descemos do carro. Na entrada da casa da minha mãe,que é bonita apesar de simples. Tem um jardim na frente que me remete a infância com a Care e vizinhos, como sou filha única e queria a casa cheia, sempre arrastava todas as crianças da rua para fazer piquenique e brincar debaixo dessa árvote. No canto do muro fica um parquinho com balanço que agora não está mais tão bonito, sua pintura está descascada, mas a grama está verdinha e aparada como sempre, meu pai faz questão.
Estou tão ansiosa que solto a mão de Ben e corro para abrir a porta de madeira branca, mas minha mãe é mais rápida, abre a porta e me abraça forte. Ela beija várias vezes meu rosto e eu a aperto contra mim, quanta saudade... fará um ano que não venho aqui por causa da loucura da universidade e estágios e emprego. Mas ela entende, é uma mãe doce.
-Entrem... venha Ben!- Quê? Como assim? Pisco os olhos rapidamente em surpresa. Como ela sabe o nome dele, ou melhor o apelido?!
-Ben?- Pergunto e ela ri.
-Sim minha filha, já nos conhecemos- Diz entrando e me levando junto.
-Papai!-
Corro para abraça-lo, mas antes eu tive que ajoelhar ele estava naquela poltrona e de lá só sai quando quer comer, dormir ou fazer as necessidades. Um sedentário. Já conversei várias vezes para tirá-lo dessa vida inerte, mas não consegui convencê-lo. Dali ele só sai com o mundo desabando. Ele me abraça forte. Passa a mão em meu rosto.
-Minha menina! Sinto tanto sua falta.- Me dá um beijo na testa.
-Oh papai... eu também.- Meus olhos ficaram marejados de lágrimas, mas as contenho.
Sentamos todos na sala e então descubro que Ben veio aqui antes de ir falar comigo, ele veio pedir minha mão em casamento para meus pais, já estava com o anel e tudo. Fiquei toda boba ao perceber o quanto ele é especial. Minha mãe pega álbuns com minhas fotos de infância fico corada com algumas delas onde estava sem dentes ou descabelada.
Almoçamos juntos, mamãe fez lasanha bolonhesa, um dos meus pratos preferidos. Sinto que ela estava contente por eu ter encontrado alguém que fosse tão gentil e agradável. Quando fomos arrumar a cozinha os homens foram para a sala conversar mais um pouco. Nessa hora minha mãe aproveitou para me dar conselhos.
-Filha, vejo que escolheu um ótimo rapaz!
-Realmente ele é. Acho que foi amor a primeira vista.
-Quero que seja feliz, então não deixe que o passado a impeça de ser feliz.
-Mãe... ele já sabe de tudo.
-Que bom minha filha! Você contou então?!- Diz vindo me abraçar com um pano de prato na mão.
-Sim. Foi difícil... mas mãe, eu o ouvi dizer que um filho é tudo que ele sempre sonhou, e...
-Princess, terminou? Precisamos ir, tenho outra surpresa!- Vem nos interrompe.
Minha mãe pisca para mim na hora, ela entende que este tipo de conversa não devemos ter agora.
-E pra quando será esse casamento Ben?- Minha ,mãe pergunta para ele toda animada.
-Mãe!?- Chamo sua atenção.
-Logo, logo! Só depende de sua filha, se dependesse de mim faríamos isso agora mesmo!
-Oh meus filhos! Estou tão feliz por vocês. Por favor, nos liguem e venham nos visitar mais vezes.- Ela diz já com lágrimas nos olhos nos abraçando. – Vão, vão... sou uma mãe tola. Tudo choro!
-Acho que sua filha teve a quem puxar!- Ele diz erguendo uma sobrancelha ao me olhar.
-Bobo!- Dou um tapinha em seu ombro revidando.