Uma chance

By NessaCoimbra

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đŸ”„ Uma chance UMA CEO PODEROSA, MULHER FATAL MUITOS A QUEREM, MAS SÓ UM PODERÁ TÊ-LA More

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Degustação

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By NessaCoimbra

Oie meus maravilhosos! Enfim Eduardo falou sobre seu pai. 🙌🏽

As coisas estão tensas e Pilar da uma surtada básica 🫢 Será o que esperar de tudo isso, em?!

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Capítulo dezesseis

Pilar

Meu Deus! Foi como uma seção de tortura para Eduardo reviver aquelas cenas. Dei graças a Deus quando seu Max propôs uma pausa.

— Eduardo, preciso do processo, vou lê-lo. Heitor me falou que ele fora acusado de participar de um assalto violento à uma joalheria.

— Isso, se você conhecesse meu pai, saberia que ele jamais seria capaz de tamanha brutalidade.

— Mas não conheço, tampouco o promotor e o juiz. Vou conversar com seu pai assim que...

— Eu posso estar presente, por favor, nunca mais o vi, ele não nos permite ir visitá-lo.

— Depois que ele foi preso você não o viu mais?

— Não, nos falamos por carta, apenas meu tio vai vê-lo.

— Sua mãe?

— Ele a proibiu expressamente de chegar perto da  penitenciária, nem ela e  nenhum dos seus filhos.

Seu Max ergueu a cabeça mirando o teto e suspirou alto. Levantou passando as mãos nos cabelos exasperado.

— Por hoje é só.

— Tudo bem pra mim, eu posso dizer mais... — Eduardo se apressou em dizer.

— Mas para mim não, rapaz. Não se preocupa, isso não  atrasará a defesa, preciso do número do processo; vou preparar as documentações para seu pai assinar. Preciso também do seu número de telefone  para conversar com sua família. Ele tinha um trabalho?

— Sim, ele é Mestre de Obras. Trabalhava CLT há doze anos na mesma empresa. É uma empresa de serviços.

— Começo a defesa do seu pai "hoje".

Meu pai saiu acompanhado de seu Max, Eduardo e eu fomos para o quarto que ocupava arrumar suas coisas para que ele pudesse ir embora. Meu coração já se apertava, mesmo sabendo que na segunda-feira  estaria de volta.

Conversamos um pouco, ele estava muito empolgado e feliz,  ansioso para dar a notícia  à sua família. Mas isso não nos impediu de darmos uma rapinha.

Com o cair da noite, lembrei que Eduardo não voltaria para casa, como vinha fazendo, percebi o quanto ficava ansiosa esperando por ele durante a semana e como era bom vê-lo chegar cansado depois de um dia de trabalho. Fiquei tão angustiada, que minha vontade era de ir atrás dele imediatamente. Mas ao invés disso,  saí com amigos para beber e encher a cara.

— Olha só quem chegou! — Milena exclamou animada. Paula e eu olhamos juntas para onde ela olhava e vimos uma Suellen chegar rindo e dançando.

— Sem aplausos minas, sem aplausos! Apenas  reverências. — Alcançou um dos copos na mesa e virou sem nem saber o que era. Aí pronto, a algazarra estava completa. — Agora só falta a Lyara. Vamos perturbar a vida dela.

— Não. — Segurei sua mão com o celular. — A Ly tem bebê e está grávida.

— E um marido gostoso para um caralho na cama. O que vai querer aqui?

— Isso tenho que concordar com você, Milena. Aquele homem é... sei lá, nem gosto de ficar perto dele, me  sinto traindo a Lyara só de cumprimentá-lo. Ele fala oi, e minha calcinha fica encharcada.

— Pelo amor de Deus, suas depravadas. Ele é marido da nossa amiga. E eles estão em Nova Iorque.

— Paula, nós te invejamos — Milena falou.

— Já falei e repito quantas vezes quiserem ouvir: O homem é intenso demais, meu Deus, eu não dei conta, e nunca daria, ele é grande demais, forte demais, insaciável demais.

— Você não gosta de ninguém, Paula. Tenho dó dos seus namorados, só reclama — falei  à Paula, que  só sabia reclamar de todos os namorados.

— Olha, mas tenho que agradecer Hec, que abriu novos horizontes. Me fez ver do que eu gosto.

— Não sei como a Lyara não tem ciúme de você. — Suellen falou pensativa.

— Ela não tem ciúme de ninguém. Ela é muito evoluída. — Milena debochou. Sempre disse que Lyara não amava Hec. Não pelas costas, dizia isso na cara dela. Milena era sincera ao extremo.

— E você, Su, ganhou um vale-night?

— Eu não preciso disso — falava, dançava e chamava um garçom.

— Dani sabe que você está aqui?

— Nem vai saber. Quem garante que o meliante foi para a casinha dormir depois que saiu na minha casa? Vocês me conhecem, sabem como sou, não deveriam ficar surpresas.

— Então vamos beber! Chega de conversa fiada, eu vim aqui para beber e dançar. — E para esquecer o meu garotão! Meu deus do ébano. O pior era que a cada copo, a cada brincadeira, ao invés de esquecer, mais saudade eu tinha.

— Estou falando com você, ruiva!

— Oie! — gritei também, depois do susto que levei com o grito da Suellen.

— Quem é o boy da vez?

— Pilar não é econômica, nunca é um só.

— Quando estou comprometida sou monogâmica... — Tão firme quanto uma bêbada consegue ser. — E para informação de vocês, estou com um único, e nem é compromisso. — Fui bombardeada de perguntas, fizemos uma roda para eu falar e mostrar fotos dele.

— Pilar, está apaixonada! — Milena falava olhando para uma foto onde ele estava sem camiseta, em um campo e com a língua para fora. — Vou ir te fazer uma visita.

— Vai se foder Milena, não chega nem perto, não quero graça, nem brincadeira, não sou a Lyara. — Elas me olharam aturdidas, nunca tive ciúme de nenhum namorado, e até me surpreendi com a minha possessividade.

— Uauuu, acho que alguém está apaixonada. — Fiquei olhando com desdém para Suellen e pensando.

. — Suspirei. —  muito.

— Você é louca, o menino é seu funcionário. Mora sei lá onde. Jesus. Acorda Pi, isso não funciona na vida real. E nem vou comentar nada sobre a idade, ou diferença dela. — Olhei para a senhorita sincera e lhe mostrei o dedo do meio.

— Cadê ele agora?

— Era tudo que eu queria saber neste momento, Paula. 

— Liga!

— Não, Mi.

— Liga, as três disseram juntas e rindo.

— Ligo — respondi rindo, peguei o celular. A tequila que pedimos chegou. — Caralho, preciso de mais uma dose disso. Vai dar duas horas da madrugada. — Abri o aplicativo e mostrava que ele tinha ficado on-line há quinze minutos.

— Liga logo. — Nem sei quem falou. Só liguei. Chamou até cair.

— De novo. — Tentei mais duas vezes e nada. Joguei o celular em cima da mesa com raiva.

— Todos os fins de semana é isso, ele some, não me atende.

— Acho que um moleque desses não tem ninguém. O cara é um tesão, lindo e além de tudo estuda e trabalha. Você acha que tem muitos assim pelas bandas onde ele se esconde.

— Milena! Pelo amor de Deus... para com esse preconceito, isso está fora da moda. Larga mão de ser louca e inconveniente — falei puta de raiva.

Okay, agora eu me tornei preconceituosa, fora de moda, inconveniente?

— Você pode incluir sem noção e burguesinha privilegiada! — Suellen completou.

Vai se foder, Su! Quem aqui não é privilegiada?  Para de hipocrisia.

— Verdade, você só é sem noção. E outra coisa: se fosse um homem com sua assistente  seria lindo, um amor... Qual é o problema da Pilar namorar ou casar com um cara mais novo e de classe social inferior? — Paula saiu em minha defesa, enquanto eu continuava a beber pensando que mais uma vez  Eduardo deixou de me atender; foi quando meu celular começou a tocar em cima da mesa. Olhei no visor, era ele. As meninas começaram a dar gritinhos.

— Quietas.... xiuuuu... Oi, Eduardo...

— Você está bêbada, Pilar — esbravejou.

— Estou, e você não me atendeu de novo.

— Onde você está? Com quem você está?

— Com algumas amigas. E você, por que não me atendeu?

— Estou em um pagode, está muito barulho aqui. Pilar, vai para casa. Du? Eduardo? Você não...

A voz feminina parou abruptamente. Segundos de silêncio para só então Eduardo voltar a falar.

— Você não tem mais condições de beber, precisa...

— O  quê? Ir pra casa sozinha enquanto você fode com uma puta qualquer? — falei alto suficiente para calar minhas amigas e o pessoal que estava em pé  em volta da mesa ao lado.  Eduardo bufou, falou alguma coisa fora do telefone, ouvi muitas vozes ao fundo, passos e em seguida,  falou sério:

— Você não sabe o que está dizendo, Pilar. Mas não vou discutir isso com você agora, porque está bêbada.

— Tá bom, Eduardo. Volta para onde estava. Não vou mais te incomodar. — Não esperei que respondesse, desliguei.

— O que foi issoooo?!

— Uma crise de ciúme, Paula, não viu?! — Milena respondeu por mim.

— Ah! Que raiva, com certeza ele estava com alguma biscatinha, o pior que sempre nega, ele jura que não tem namorada.

— Ele não deve ter. É alguém que ele come. Pode até ser a sua funcionária, a que o traçou primeiro que você.

Fiquei olhando incrédula para Milena.

— Não pode ser, eu mato os dois.

— Mata por quê? Vocês  não têm compromisso e nem deveriam ter. E além do mais, ela ficou com ele primeiro.

— Milena, vai pra puta que pariu. — Estava com muita raiva. Mas nem um pouco afim de ir para casa ficar remoendo. Tentei esquecer e  caí na pista de dança com as minhas amigas do colégio. Bebi tanto que no dia seguinte passava  de meio-dia e não conseguia levantar da cama. Levantei para almoçar com meu pai e voltei para debaixo das cobertas, coloquei um filme e passei o restante do domingo cochilando.

Descansei tanto que antes  das 5h despertei totalmente descansada.Segui para a empresa e cheguei no escritório ainda não eram 8h. Quando Eduardo apareceu, perto das 9h da manhã, com duas xícaras de café,  sentou-se na minha frente e empurrou cuidadosamente uma das xícaras para mim. Bebia o  líquido fumegante em total silêncio.

— Me fala qual foi a reação da sua mãe quando contou sobre a reabertura do caso. — Ele me olhou com tanta intensidade, por tanto tempo ainda sem dizer nenhuma palavra. Como eu queria saber o que ele sente por mim. Se algo além de tesão, se já nos imaginou em um relacionamento...

— Achei que teria que chamar o SAMU. Ela passou mal.

— O  quê?! — Perguntei espantada.

— Foi um susto, acho que sua pressão baixou. Não sei dizer. Mas graças a Deus,  ficou bem rápido. A esperança da minha família renasceu, desde que meu pai foi preso não nos reuníamos por um bom motivo, na verdade nem nos reuníamos mais.

— Eduardo, nunca imaginei que tivesse passado por tanta dor. Não consigo imaginar  tudo que vocês  viveram.

— Você saiu com alguém? — ele falou na lata.

— Quê?

— Você transou com alguém? — Levantei irritada e fui para a janela com a minha xícara de café nas mãos.

— Você acha que sou uma vadia no cio, que trepo com você a semana toda e quando vira as costas vou procurar desesperadamente outro pau? — falei pausadamente, como se tivesse extremamente calma, mas meu corpo tremia de raiva. — Como você?

— Não falei isso, Pilar, não coloca palavras na minha boca.

— Precisa? — Me virei irada. —  Preciso dizer com todas as  letras? E você acha que não sei que estava com alguém? Você saiu com alguém? — Ele me olhava espantado com meu rompante, mas até eu estava espantada comigo. Mas foda-se. — Responde! Você transou com alguém?! — gritei. Seu silêncio me descontrolou.  Taquei a xícara que estava na minha  mão longe. Eduardo levantou, no mesmo instante que Sandro e Catarine entraram na sala.

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