You Have My Soul - Aemond Tar...

By lysaenys

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Onde um ramo da Casa Targaryen vive em Lys e o Rei Viserys I quer conhecer seus parentes distantes. Quando a... More

Cast.
Prólogo - Act 1
1. Driftmark
2. De volta para Driftmark
3. Casamento e família
4. A Lady
5. O príncipe
7. O dragão que devorava dragões
8. Sobre controle
9. Escondendo sobre o luar
10. Sentimentos incompreendidos
11. Um filho ainda é um filho
12. Uma questão de sucessão
13. Lar
14. Dragões no céu
15. Lyseni
16. Aquilo que não tem saída
17. Uma ajuda necessária
18. Planejamentos e ações
19. Não há lugar para pena em uma guerra
20. Flanco esquerdo
21. Toda ação tem sua reação
22. Motivações são a base da sociedade
23. Promessas que serão cumpridas
24. Corpos que propagam calor

6. Um dia de treinamento

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By lysaenys

— Então, foi isso o que aconteceu. — Daenna ficou me encarando em choque, com a boca aberta. Dei uma risadinha nervosa. — Daenna?

— VOCÊ BEIJOU O PRÍNCIPE AEMOND? — Empurrei a mão contra sua boca, para que ele pudesse ficar calada. Perguntei se ela queria que todo mundo ficasse sabendo disso. — Desculpa. Mas como assim você beijou ele?!

— Você beijou o príncipe Aemond, Aenys?!! — Escuto uma voz e viro meu rosto rapidamente em direção à porta, vejo Rhaena caminhando em nossa direção. Pego uma almofada e dou um grito abafado. — Me conte isso direito.

— Certo, certo. Venha, sente aqui. — Dou espaço para que ela se sente ao meu lado, na cama. Explico tudo novamente e ela me olha com a mesma expressão da irmã. Deve ser algo de família. — Por favor, parem de me olhar assim.

— Aenys. Você beijou o príncipe Aemond. — Daenna repete e eu a olho com uma cara de "ah, jura?". Tudo bem, eu entendi que beijei Aemond, mas realmente precisava desta reação?

— Ah, beije né. Mas foi no impulso, sabe? — Gesticulo com as mãos enquanto falo. Daenna ajeita a almofada no colo e assente. — Ele estava muito perto, e eu estava curiosa para saber se a sensação ainda era a mesma. 

— Isso é perigoso, Aenys. — Rhaena fala e eu abaixo a cabeça, concordando. Porém toda vez que eu lembro da sensação dos lábios dele, eu sinto um frio no pé da barriga. — Vocês não são mais crianças.

— Eu sei! Mas, como eu disse, foi sem querer. — Dou um suspiro cansada e me encosto na cabeceira. Dou um sorriso de canto. — Mas foi muito bom.

— Aenys! — Daenna fala e me dá um empurrão, rindo junto com Rhaena.

Conversamos por mais alguns minutos, até Daenna falar que já estava tarde e que elas precisavam dormir. As duas irmãs se retiraram do quarto e me desejaram boa noite. Fechei a porta e caminhei preguiçosamente até a cama, onde deitei e caí no sono logo em seguida.

Pela manhã, fui acordada por Maya me chamando.

— Entre. — Falei abafado, com a cabeça enfiada no travesseiro de seda. Escutei os passos da mais velha chegando cada vez mais perto.

— O príncipe Daemon exige sua presença no pátio externo. O príncipe disse para a senhorita usar seu traje de couro para treinamento. — Levantei a cabeça lentamente, pensando um pouco antes de pedir para que a mulher preparasse um banho rápido.

...

— Príncipe Daemon. — Cheguei no pátio externo e vi o Targaryen mais velho ajeitando algumas coisas para o nosso treino. Ao lado do príncipe Daemon, estava o príncipe Aemond, em seu traje preto de couro. Senti meu rosto corar de vergonha e de raiva pela noite passada, mas ainda sim o cumprimentei. — Meu príncipe.

Aemond apenas me olhou e não falou nada. Ignorei e caminhei até o príncipe Daemon, que deu dois tapinhas no meu ombro, e pegou uma espada na mesa, me entregando a mesma. O príncipe rebelde pediu para Aemond esperar um pouco de lado, enquanto ele aquecia comigo.

Fiz alguns alongamentos e dei uns pulinhos em seguida, para aquecer. Daemon pediu para começarmos e eu assenti, separei um pouco as pernas e dobrei os joelhos para me dar uma base firme e segura. Segurando o cabo da espada com as duas mãos, esperei o mais velho atacar primeiro, prestando atenção em cada movimento seu. Logo, Daemon balançou sua espada em minha direção, ouvi o tinindo do aço se chocando quando cruzei a espada para me defender de seu ataque. Ele aplicou um pouco de força e eu tentei segurar, mas não consegui aguentar; passei meu pé esquerdo por trás do direito, saindo para o lado e forçando minha lâmina na sua, para desviar o ataque do príncipe. Girei em meu próprio eixo, assim que a espada deslizou pela minha e vi o príncipe cambalear um pouco para frente; ataquei de lado, mas o Targaryen defendeu. Com dificuldade, ataquei mais algumas vezes, mas Daemon defendeu todas.

Respirei com dificuldade quando comecei a sentir o cansaço invadir meu corpo, mas não desisti. Balancei minha lâmina em sua direção novamente e consegui acertá-lo quando ele fez um ataque e eu desviei; me abaixei e joguei a espada na direção do príncipe, batendo a mesma em seu lado.

— Parabéns, Aenys. — Falou ofegante. Daemon saiu da posição de ataque e bagunçou meu cabelo, que já estava todo despenteado com alguns fios saindo da trança. — Você me acertou. Se tivesse em uma guerra, você teria cortada o tronco do inimigo ao meio.

— Muito obrigada, príncipe. Tudo isto, graças ao treinamento que você me deu ao longo destes anos. — Agradeci com um pouco de dificuldade, cortando as palavras para puxar os ar para meus pulmões. Daemon me disse para descansar por alguns minutos, que já voltaríamos para o treinamento. Caminhei até a mesa de espadas e joguei a lâmina nas outras, me encostando na madeira em seguida.

Aemond estava a uns 5 passos de distância de mim, observando meus movimentos em silêncio. — Até que você não luta tão mal, lady Aenys.

— Resolveu treinar comigo, meu príncipe? — Dei uma risada em escárnio, enquanto respirava fundo para tentar normalizar minha respiração e meus batimentos, os quais estavam acelerados.

— Resolvi te dar uma chance, mas não se alegre muito. — Príncipe Aemond zombou e eu senti uma pontada de raiva no peito. Tentei não deixar transparecer a minha irritação e dei um sorriso.

— Me sinto muito lisonjeada em ter uma chance de mostrar o quanto eu sou melhor que você, meu príncipe. — Falei com uma falsa doçura na voz. O príncipe levantou a sobrancelha e perguntou se eu estava chateada. — Pelo o quê?

— Por causa do acontecimento de ontem. — Fiquei um pouco chocada por ele ter tocado no assunto, mas rapidamente me recuperei. Olhei para frente e respirei fundo.

— Eu não-.. — Não tive a chance de falar, pois o príncipe Daemon nos chamou. O mais velho caminhou até nós dois e parou em nossa frente, cruzando os braços.

— Aenys, quero ver o seu desempenho lutando contra Aemond. — Arqueei a sobrancelha e olhei para o príncipe mais novo, sorrindo para ele.

Aemond se aproximou e pegou uma espada na mesa, caminhando até o centro. Repetindo a ação do mais velho, peguei a espada e caminhei até ele; sorri quando passei pelo príncipe Daemon e ele sussurrou um incentivo.

Aemond se colocou na base e eu fiz o mesmo que o príncipe, segurando na base da espada. O olhei por alguns segundos, analisando seu jeito de segurar a lâmina e a base. Eu tenho que ter cuidado redobrado com o mais velho, pois não estou familiarizada com a maneira que o príncipe luta; mesmo tendo assistido seus treinos algumas vezes, eu nunca tive a chance de lutar com o Targaryen. 

Desta vez eu não esperei o ataque primeiro. Dando alguns passos, cruzei a espada por cima e Aemond defendeu, recuando um passo para ter uma base melhor. Puxei a espada para mim e ataquei novamente, jogando a espada pelo lado, escutando o som agudo das lâminas se chocando. O príncipe forçou a minha espada para o lado com força e me atacou com rapidez, defendi com dificuldade. Aemond tem um jeito rápido de ataque e isto dificultou bastante a minha defesa, ele balançou a espada pelo outro lado e avançou, me fazendo recuar e tremer com a força do choque da lâmina. Suor escorreu pela minha têmpora, e eu me vi respirando fundo para tentar controlar a entrada de ar. Tentei não me desesperar e girei para o lado, desviando de sua espada; o príncipe virou em minha direção e fez um ataque, mas eu abaixei e passei por baixo da lâmina. Aproveitando os milésimos que o príncipe estava de costas, com dificuldade, bati a espada em suas costas e relaxei, sabendo que o treino acabava no momento que a lâmina atingia o oponente. Porém, Aemond girou rapidamente e me atacou, levantei a espada no susto para defender, mas a força não foi o suficiente para impedir que o aço da espada afiada fizesse um corte no meu braço direito, perto do ombro.

Senti o líquido quente começar a fluir apressadamente. Olhei para o meu braço apenas para ver o rasgo no couro da minha roupa e o corte profundo sangrando livremente. Joguei a espada no chão e levei a mão esquerda até o ferimento, esperando que diminuísse o sangramento.

— É o suficiente! — Ouvi Daemon falar e caminhar apressadamente até onde estávamos. Ele parou na frente de Aemond e empurrou o dedo em seu ombro. — Eu falei para você que a luta acabava no momento em que a espada atingisse o oponente! E VOCÊ DESOBEDECEU!

O príncipe Daemon se virou para mim e amarrou meu corte com um pano, que eu não faço a mínima ideia de onde ele tirou. Senti uma pitada de dor quando o príncipe apertou o tecido ao redor do meu braço, olhando em descrença para Aemond, que me encarava com o olho um pouco arregalado. Senti a raiva subindo pelo meu corpo novamente, pensando no que ele fez e no jeito que ele me tratava durante todos esses anos, enquanto a única coisa que eu fiz foi tentar me aproximar e me tornar uma amiga para ele. Todos estes momentos que tivemos, em que eu o admirei e fiz questão dele saber o quanto eu me importava com ele; mas ele me odiou, me empurrou para longe e me tratou com desprezo.

— Qual é a porra do seu problema?! — O encarei com ódio e senti lágrimas se formando no canto de meus olhos. Passei por ele rapidamente, escutando o príncipe Daemon me chamando, mas ignorei e comecei a correr em direção ao portão.

Estava correndo por um tempo e só parei quando senti meus pulmões queimarem, o cansaço fazendo meu corpo pesar e doer como se eu tivesse me jogado no chão com força, comecei a sentir a dor latejante do corte do meu braço se fazer presente. Finalmente ganhei consciência dos meus atos e percebi que estava parada em frente à uma caverna. Minha mente tinha estado tão nublada a ponto de não ter lembrado o caminho que tracei até chegar aqui, nesta caverna.

Olhei ao redor e não consegui me localizar, não estava conseguindo ver o castelo. Tentei caminhar, mas senti todo o meu corpo doer e desisti da ideia. Resolvi descansar em uma pedra que estava dentro da caverna, perto da entrada. Não sou burra o suficiente para adentrar a caverna até o fundo, mas fui burra o suficiente para correr pela ilha até me perder. Relaxei meu corpo, sentando na pedra e encostando na parede; sentindo dor por todos os músculos do meu corpo, fechei os olhos com a dor.

Abri os olhos rapidamente com o vento congelante passando pelo corpo, me fazendo arrepiar. Assustada, não percebi que havia caído no sono. Olhei para fora da caverna, mas a única coisa que vi, foi o céu escuro estrelado e a lua brilhando. Tremi quando outra brisa passou por mim. Estava escuro e frio, a brisa que vinha do mar contribuía para a baixa temperatura da Ilha. Tentei me aquecer, não querendo entrar mais na caverna, porém não adiantou; meu queixo começou a tremer e o frio estava se tornando insuportável, até mesmo a roupa de couro não estava auxiliando para manter meu corpo aquecido.

Preferindo não morrer congelada, levantei e caminhei em direção ao núcleo da caverna, tentando não tropeçar pela falta de iluminação. Quanto mais a fundo eu entrava, mais suportável a temperatura se tornava. A única coisa que não estava suportável era a dor que eu estava sentindo em meu braço; toquei levemente no local e percebi que o pano estava totalmente encharcado com meu sangue, e ele estava quente, o que significa que eu continuava sangrando. Talvez por causa do esforço que fiz.

Caminhei mais um pouco com dificuldade, me sentindo cansada. Mas parei quando escutei uma movimentação estranha. De repente, o ar se tornou bastante quente; quente demais para o meu gosto. Senti a tensão se fazer presente em corpo e todos os meus músculos se tornaram rígidos, engoli em seco e parei de me mexer, tentando prestar atenção em qualquer ruído que ouvisse. A caverna começou a tremer e eu me desesperei quando escutei pegadas pesadas e um som. Um som que somente uma criatura fazia: um dragão.

Olhos verdes brilharam na escuridão e eu temi pela minha vida, sabendo que apenas um dragão era negro como carvão e possuía aquela tonalidade de olhos.

______________________________________________________________________________________

Canibal? hehehe mais um capítulo, gente. Mas esse não está tão grande como os outros... me perdoem.

Obrigada por ler e pelo apoio! Não esqueçam de favoritar♡

Nota: MINHA INTERNET CAIU e só voltou agora 23:30😭😭 Eu estou com esse capítulo pronto desde 20h e só consegui postar agora :( desculpe

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