duplicity.

By ifcevns

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Essa é a história de uma aluna de Psicologia que se apaixona por dois professores. O lado mais escuro de seus... More

༺☆༻
01 | novos professores
03 | formamos um belo trio
04 | é uma ameaça?

02 | a vida é injusta

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By ifcevns

- Acho que entrei para algum tipo de caderno da morte dele - digo fechando os olhos e esfregando a lateral da cabeça - Estou no último período da faculdade e levei bronca de professor.

- Acontece com todo mundo - Tom diz rindo - Mas vamos falar de algo mais importante, a beleza dele.

- É literalmente um Deus - Maia diz se abanando - Aqueles olhos, o cabelo, hm... e aquele cheiro.

Balanço a cabeça negativamente e sorrio com os comentários dos meus amigos. Mas tinha que admitir, ele era muito bonito.

- Eu só queria enfiar a cabeça em um buraco bem fundo, ele chamou a minha atenção na frente da turma inteira - digo relembrando - Um cara tão bonito e gostoso, chamando a minha atenção como se eu fosse uma criança do jardim de infância.

- Não é ético você falar assim de seus professores senhorita Melissa - uma voz atrás de mim diz em tom firme.

Arregalo os olhos para meus amigos e prendo a respiração. Rebecca tentava segurar o riso, enquanto Maia e Tom encaravam o homem atrás de mim.

Eu não sabia o que fazer, os segundos passavam como se fossem horas, eu engolia a saliva e pareciam pedras descendo pela minha garganta.

- Senhorita?

Viro e encaro seu rosto, era possível notar um sorriso retraído, ele segurava livros embaixo do braço e um casaco de lã preto em seu ombro.

- Me desculpe, senhor.

- Deveria tomar cuidado com as coisas que diz.

- Eu não sabia que o senhor estava ouvindo, era para ser uma conversa entre amigos - digo encarando seus olhos.

Sebastian me observava como se tentasse desvendar todos os meus segredos, aquilo me intimida um pouco e tento de todas as formas manter uma postura firme. Falho quando ele passa a língua pelos lábios.

- Vocês não estão atrasados para outra aula?

Maia balança a cabeça negativamente e Sebastian arqueia uma de suas sobrancelhas.

- Ouvi dizer que o outro professor é mais rígido que eu - ele sorri - Portanto acho melhor não se atrasarem - agora ele me encara.

Ninguém disse nada, apenas afirmamos com a cabeça, vejo ele sumir em meio aos outros alunos e finalmente consigo respirar.

- Agora sim - Tomas diz me encarando - Depois disso, você com toda certeza está no death note dele.


Para evitar outro constrangimento, sou uma das primeiras a entrar em sala, fico olhando qualquer besteira em meu celular enquanto espero o restante da turma. Olho no relógio e faltavam dez minutos para a próxima aula começar, eu tentava me distrair com um joguinho bobo, mas tudo o que eu conseguia pensar era na vergonha que passei mais cedo.

Deixei de tomar um café para evitar outro constrangimento.

"Ouvi dizer que o outro professor é mais rígido que eu" e isso era possível? De qualquer forma não queria colecionar mais uma bronca.

Aos poucos alguns alunos vão entrando em sala, é possível sentir o cheiro de um perfume amadeirado de longe, penso que poderia ser Sebastian, mas para minha surpresa um homem alto e loiro entra na sala. Observo seus movimentos e umedeço os lábios em um ato espontâneo. Tinha a sensação que havia ganhado na loteria.

Cacete. Que homem bonito.

Ele vestia uma gola alta preta, uma calça jeans também escura e sapatos sociais. Havia uma similaridade entre ele e Sebastian, não só a beleza imensurável, era algo a mais.

A cada aluno que entrava em sala ele sorria, arrumou alguns papéis em cima de sua mesa e percorreu o olhar pelo ambiente parecendo contar o número de carteiras.

Eu deveria parar de encarar, mas não conseguia, era viciante olhar para ele. Tipo uma droga.

Na verdade era igual a uma droga. Daquelas que você não consegue suportar segundos sem.

Ele para seu olhar em mim e sorri, mas o sorriso foi tão minimalista e escondido que se eu não estivesse tão vidrada em seu rosto não teria percebido.

- Bom dia turma - ele diz.

A sala responde em uníssono.

- Me chamo Christopher, mas não exijo tanta formalidade, então podem me chamar apenas de Chris. Vou ser o professor de psicologia do desenvolvimento humano de vocês e espero que possamos ter um bom relacionamento - ele sorri e escreve o nome de sua matéria na lousa - Eu tenho algumas regras, regras essas que serão essenciais para o nosso convívio.

A cada palavra que aquele homem dizia meu corpo tinha reações diferentes.

- Não tolero de forma alguma atrasos - ele diz sério - Se vocês chegarem aqui e a porta já estiver fechada, nem percam tempo batendo. Não tolero esquecimento de material, vocês já estão no último período da faculdade, se esquecerem material não fazem a minha aula. E por último, não menos importante, eu sou um excelente observador, se eu ver alguém usando celular mesmo que seja para ver as horas, perde cinco pontos e não assiste a minha aula.

Universidade ou ditadura?

- Perguntas?

Ninguém se atreve a responder, apenas negam com a cabeça. Inclusive eu.

- Perfeito - ele sorri novamente - Vamos dar início ao nosso semestre.


- Me senti em uma prisão - Becca diz assim que saímos da última aula - Fiquei com medo dele ler meus pensamentos.

- Se ele pudesse fazer isso eu estava ferrada - digo.

Meus amigos se entreolham e sorriem.

- No que você estava pensando hein? - Maia sorri maliciosa.

- Nada demais - tento desconversar - Só sei que esse semestre vai ser puxado.

- Você sabe que pode falar que sentiu vontade de dar para ele, não sabe? Ninguém aqui é puritano - Tom diz rindo.

Reviro os olhos e dou um tapinha em seu braço.

- Deu a minha cota de dizer coisas em voz alta hoje - respondo.

Guardamos os materiais em nossos armários e partimos para os restaurantes que tinham na faculdade. O italiano era o nosso favorito, era uma orgia gastronômica o tanto de opções que tinha.

Faço um prato generoso de macarrão à bolonhesa e me sento na mesma mesa de sempre. Escuto vozes conhecidas, olho algumas mesas à frente e vejo os dois sentados almoçando. Sinto um estranho frio na barriga e uma sensação de ansiedade, me acho uma boba por isso, mas não pude controlar.

- É difícil parar de olhar, né? - Becca diz se sentando ao meu lado.

- Ele são surreais - digo - Como é possível alguém ser tão bonito?

- Também não sei - ela sorri enquanto os observava - Chega a ser injusto.

- Como assim?

- Duas pessoas tão bonitas e inacessíveis - ela come um pouco de sua comida - Deveria ser proibido as faculdades contratarem professores tão gostosos.

Dou risada do que Bex fala e sinto um desânimo, era injusto mesmo.

- Do que estão falando? -Tom e Maia se sentam nos lugares restantes e aproveitam seus pratos.


Só eu e Rebecca tínhamos ficado para estudar, a biblioteca era enorme, várias fileiras com prateleiras gigantes de livros, diversas mesas espalhadas por todo lugar, alguns pufs no chão e computadores em outra ala.

Deixo minha mochila em cima de uma mesa e vou até a sessão de Psicologia pegar os livros que usaríamos. Todos os nomes estavam anotados em meu celular, abro o bloco de notas e começo a procurar entre as prateleiras.

- Você não consegue largar o celular, não é?

Olho para a voz grave que disse aquilo e sorrio internamente.

- Como é?

- Até mesmo em uma biblioteca você fica com a cara enfiada no celular - Sebastian diz.

Sorrio fraco e lhe encaro.

- Só estou lendo os nomes dos livros que anotei.

Ele não responde nada, apenas me observa. Fico com vergonha e desvio o olhar para as prateleiras em minha frente.

Pelo seu riso anasalado, presumo que ele tenha notado minha timidez.

- Aqui está o livro.

Outro homem diz vindo em nossa direção. Era Chris.

- Algum inconsequente riscou a capa com caneta marca texto - ele diz inconformado - Ultraje.

Sebastian pega o livro da mão do outro e olha para mim mais uma vez.

- Ah, então essa é a aluna que gosta de mexer no celular em lugares inoportunos - Christopher também me observa.

Então eu virei assunto entre eles?

- Sim, é ela.

Tento responder alguma coisa, até mesmo me defender, mas minha boca parecia ter sido colada com cimento.

- Se me dão licença - pego três livros quaisquer na prateleira e saio daquele corredor.

Não tinha acontecido nada demais, mas aquilo foi o suficiente para minha respiração falhar e meu estômago gritar em ansiedade e nervosismo.

Seus olhares em cima de mim, os sorrisos, os perfumes inebriantes, era demais para meu cérebro.

- A vida é muito injusta - digo para Rebecca assim que retorno a mesa.

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