CAPÍTULO VIII – ARMADILHAS PARA UM DUQUE
Sakura Haruno sorriu, orgulhosa consigo mesma. Todos os olhares naquela tarde estavam focados em Hinata Hyuga, e não era para menos. O vestido azul de seda ressaltava cada uma de suas curvas, de um modo suave e delicado. Não tinha muitos detalhes, apenas alguns leves babados de renda branca e umas pregas na parte da cintura. O cabelo estava impecável, preso em um coque firme, com apenas alguns fios escapando. Sakura havia tentado – sem sucesso -, enrolar cada um deles, porém logo desistiu.
O cabelo era liso demais para isso.
De qualquer modo, ela estava perfeita. Até mesmo lady Hyuga não parecia reconhecer sua filha. O que o vestido certo não fazia?
De longe, a Haruno se manteve observando. Já havia socializado com o pequeno grupo presente, grupo que mais de uma vez perguntou onde estava o duque Uchiha. Ora, como se ela fosse saber!
O duque a estava evitando deliberadamente, isso havia ficado perfeitamente claro quando observou a antiga duquesa de Logton sozinha no último baile. E se não estivesse, Sakura havia decidido que ela iria lhe evitar.
Sasuke Uchiha provavelmente pensava que ela estava apaixonada, até mesmo criando uma armadilha para um casamento forçado, quem sabe até que havia planejado ser comprometida daquela forma para lhe arrancar um anel de noivado. Nada podia estar mais longe da verdade.
Ela não desejava nem de longe ficar sozinha com o duque, e mesmo que se por um milagre se encontrasse com ele, Sakura manteria distância. O episódio do teatro não poderia voltar a acontecer.
- Uma moeda pelos seus pensamentos – uma voz rouca sussurrou perto de seu ouvido.
Sakura sorriu, se virando para Neji Hyuga. Deu dois passos para trás, com o objetivo de se manter a uma distância respeitável do futuro duque.
- Uma moeda não é o bastante.
Ele sorriu, lhe oferecendo uma taça de vinho, qual ele havia ido buscar a pouco tempo. Assim que aceitou, ele voltou a falar.
- Agora estou curioso. O que se passava em sua mente?
- Segredo – respondeu antes de beber.
Gostava de vinho, mas achava que era uma bebida muito doce. Com certeza preferia uísque. Talvez conseguissem um copo mais tarde, quando todos se distraíssem após os jogos.
- Gosto dos seus mistérios.
- Uma mulher precisa ser interessante, não concorda?
- De fato. Se tem uma coisa que milady sem dúvidas é, essa coisa seria interessante.
Sakura riu. Não tinha certeza se isso era um flerte ou não, porém, não se importava. Hinata havia lhe tranquilizado quando falou sobre seu primo e suas perspetivaras distantes do casamento. Neji gostava de flertar, porém, só planejava se casar na próxima temporada, talvez na outra. Então, qual seria o problema de um pouco de flerte sem compromisso? Hoje, em especial, se sentia feliz, quase que aliviada. Faltava apenas treze dias para o fim da temporada, e como muitas debutantes já estavam noivas, os eventos estavam cada vez menores e escassos, provavelmente só teria que comparecer à uns dois bailes – um em cada sábado -, alguns piqueniques e provavelmente mais uma ou duas apresentações.
E enfim, estaria livre.
Ao observar o grupo no jardim, ela notou que os cavalheiros já estavam se colocando em posição para praticar tiro ao alvo. Essa era uma das atividades que ela sem dúvidas era boa, porém, sua mãe nunca lhe deixava praticar em público. Aparentemente, não era digno de uma dama segurar uma arma. Quando o fez no início da temporada, na casa do Visconde de Figuil, sua mãe reclamou durante dias e demorou para esquecer o episódio. Sakura havia decidido nunca mais praticar tendo uma plateia.
- Não vai participar? – perguntou.
Com o canto dos olhos, observou Neji dar os ombros, despreocupado.
- Duvido que algum deles tenha uma mira melhor que a minha.
Sakura sorriu.
- Eu certamente tenho.
Por um segundo viu surpresa nos olhos dele, e depois animação.
- Gostaria de testar sua teoria?
Sakura adoraria, mas sabia que não podia, não com sua mãe presente, sentada em uma cadeira torcendo para seu pai, que se preparava com uma pistola.
- Minha mãe me mataria. Sou proibida de participar destas atividades fora da nossa casa de campo.
O futuro duque se inclinou para perto dela. Perto demais.
- Acredito que algumas regras foram feitas para serem quebradas.
Nisso ambos concordavam.
Sakura terminou seu vinho e pensou um pouco no assunto. Podia passar o resto do evento observando os outros e ouvindo perguntas desnecessárias, ou poderia se divertir um pouco.
- O que tem em mente?
Satisfeito, Neji indicou uma trilha perto de onde se encontravam.
- Seguindo esse caminho há um lago. Um pouco depois alguns alvos para arco e flecha. Acredito que suas habilidades não se limitam a uma pistola, correto?
Ela concordou.
- Como conhece tão bem a propriedade?
- O visconde é um amigo próximo da família. Basicamente crescemos aqui.
Isso explicava o fato de a Hinata ter lhe recebido quando chegou. Havia ficado curiosa e levemente confusa quando encontrou a amiga na porta, porém, não havia chegado a questionar o motivo da Hyuga ser a anfitriã.
- Te encontro lá.
Com um sorriso, Sakura se afastou. Todos pareciam estar rindo e se divertindo, alheios a sua presença. Ela deixou o copo vazio em uma mesa e enfiou um doce de chocolate na boca antes de se aproximar da Hinata. A jovem sorria, alegre como ela nunca havia visto. Infelizmente Naruto não estava à vista, e Sakura notou que já havia alguns dias que não via este nobre em questão.
Decidia a pensar nisso mais tarde, ela se aproximou da jovem Hyuga, que conversava com a irmã.
- Ela está vindo, pede para ela – Hanabi sussurrou, ou quase isso.
- Me pedir o que? – perguntou quando se aproximou delas.
Hinata lhe olhou como se implorasse ajuda, e por fim indicou a irmã com a cabeça, que sorria abertamente.
- Ela quer saber se pode ir na próxima vez que fizermos compras.
O olhar da Hinata dizia que definitivamente não, porém, Sakura não tinha coragem de negar. Sem falar que seria falta de educação. Dividida entre apoiar sua amiga e ser educada, Sakura optou por retirar esse peso das suas costas.
- Por que não conversa com a minha mãe? Acredito que ela está marcando uma visita a modista para essa semana. Certamente precisará de companhia.
A Hyuga mais jovem sorriu abertamente, concordando com a cabeça. Logo em seguida saiu em busca da condessa. Sorrindo para si mesma, Sakura voltou sua atenção para Hinata, que parecia satisfeita com a decisão.
- Ótima escolha – comentou.
- Estava precisando me livrar de minha mãe. Não me leve a mal, mas passar o dia na costureira com ela é uma tortura. Uma vez ela me fez provar mais de cinquenta tecidos, todos em tons de azul. Quase a espetei com um dos alfinetes.
Hinata riu, segurando o braço da Sakura e a guiando para longe dos outros. Enquanto caminhavam, ela a apertou um pouco.
- Acho que não a agradeci apropriadamente.
- Pelo que?
- Pelas compras, óbvio. É a primeira vez em muito tempo que não me sinto desconfortável com minha aparência.
Sakura ficou em silencio, sem saber o que dizer. Nunca se sentiu desconfortável com sua aparência, porém, se sentia desconfortável frequentemente. Nunca podia ser ela mesma. Tudo bem, isso não era exatamente verdade. Esse ano em especial falou sobre tudo o que desejava, pela primeira vez abordou os assuntos que queria, porém, recebeu olhares diferentes, como se fosse alguma atração exótica que as pessoas não entendiam. Com frequência se sentia sozinha, recebia broncas de sua mãe e observava os cavalheiros se afastarem. Damas raramente falavam consigo, e ela não sabia se era por ciúmes ou desprezo, e nunca se importou.
Até mesmo o filho do marques, que parecia não se assustar com suas falas, nunca a olhou com respeito, nunca discutiu qualquer um dos assuntos com ela, quase como se não acreditasse que ela era capaz de entender sobre o que falavam.
As pessoas a viviam lhe subestimando e criando expectativas irrealistas sobre si. A única pessoa que nunca havia feito isso era seu pai, e curiosamente parecia se sentir confortável na presença da Hinata Hyuga. Pela primeira vez apreciou fazer compras e realmente se divertiu escolhendo vestidos. Esperava que essa amizade não acabasse ao fim da temporada.
- Espero que venha me visitar no campo.
Hinata lhe olhou com o canto dos olhos.
- Claro que sim. Irei te escrever toda semana, e na próxima temporada poderemos sair novamente.
Sakura sorriu e não sentiu vontade de lhe corrigir. Não achava que viria para a próxima temporada, até mesmo porque seria oficialmente uma solteirona, e a última coisa que precisava era das pessoas lhe perguntando por que não quis se casar. Logo começariam os boatos – isso se já não estivessem começados -, e as suposições sobre porque a filha do conde preferiu permanecer sozinha. Ninguém lhe entenderia, e ela não sentia vontade de explicar. De fato, o melhor seria passar uns anos no campo, e assim que ela não fosse o assunto poderia retornar, pelo menos para alguns bailes, quais não seria obrigada a ir ou até mesmo permanecer. Seria bom poder escolher.
- Vim lhe convidar para praticar tiro ao alvo – falou, decidida a mudar de assunto.
Hinata lhe olhou com os olhos arregalados, como se não acreditasse no que ouvia.
- Na frente de todos? – perguntou baixinho.
- Claro que não. Seu primo me falou de um local perto do lago.
A morena pareceu pensar um pouco sobre o assunto, mas por fim Sakura viu empolgação em seus olhos.
- Nunca atirei...
- Eu lhe ensino. Vamos! Vai ser divertido!
A Hyuga concordou, sorrindo. Quebrar as regras era empolgante, mais empolgante do que era capaz de admitir. Deram a volta para poder seguir a trilha, porém, antes que pudessem ir adiante o mordomo da casa lhes parou, fazendo uma reverencia.
- Lady Hinata, dois convidados acabaram de chegar.
Sem se abalar, a morena se virou para ela.
- Vá na frente, lhe encontro em alguns minutos.
Sakura concordou. Enquanto ia em direção a trilha, conferiu mais uma vez que sua mãe estava ocupada. Pegou mais um doce da mesa e apressou o passo. O lago ficava um pouco mais longe do que havia previsto, porém, a paisagem era maravilhosa, o que fez a caminhada ser revigorante. Os alvos ficavam logo após, exatamente como Neji havia dito.
De longe não conseguia ouvir ninguém, exceto o barulho de tiro. Sakura sentiu uma pequena pitada de inveja, porém ignorou. Atirar com um arco e flecha era melhor do que nada.
Neji Hyuga estava encostado em uma árvore, já segurando seu arco. Sakura sorriu e se aproximou.
- Milorde.
Ele olhou para ela e depois para o alvo.
- Milady – fez uma pequena reverencia. Quando se levantou, sorriu – Achei que não viria mais.
Sakura contornou ele e olhou para os alvos.
Eles estavam distantes e com marcas de flechas, provavelmente marcas antigas. Não estavam difíceis de acertar, ainda mais considerando que ela gostava de praticar em movimento.
- O senhor vai perder – informou, satisfeita consigo mesma.
- Acha mesmo?
- Tenho certeza.
Neji pareceu pensar sobre o assunto, e então se aproximou um pouco.
- Já que está tão confiante, o que acha de uma aposta? – perguntou em um tom baixo, quase como se estivesse sussurrando.
Sakura sorriu, se inclinando para perto.
- Como sou uma boa pessoa, meu prêmio será algo acessível ao senhor.
- E o que seria?
- Um copo de uísque.
Ele concordou com a cabeça, mas não se afastou.
- Então se eu ganhar, desejo um beijo.
Por um segundo, ela não soube o que responder. Gostava de flertar, pelo menos havia gostado com o duque. Flertar com o Neji, entretanto, não era tão emocionante, era apenas... divertido. Algo para se passar o tempo quando estivesse entediada. Sakura não sabia dizer se queria beijá-lo. Certo, ela sabia que não sentia vontade de tal, não como sentiu naquela noite no teatro, porém, estava levemente curiosa para saber se iria sentir aquelas mesmas sensações que o Uchiha lhe proporcionou.
Por outro lado, não tinha certeza que se sentia-se confortável em sair beijando um desconhecido. Ela mordeu os lábios, pensando no assunto. Não iria perder, mas, se por um acaso isso acontecesse, beijar o homem à sua frente não seria o fim do mundo. Na melhor das hipóteses iria apreciar, e na pior teria certeza de nunca mais repetir.
- Isso é um grande "se", milorde.
Ele sorriu, malicioso, e ela se pegou o comparando com o Duque Uchiha. O sorriso não era tão misterioso, ou tão charmoso, ou tão encantador, ou tão provocativo. Era só um sorriso, sem nada de muito especial, diferente do Uchiha, que quando sorria de lado parecia saber um segredo que ninguém mais sabia. Decidida a afastar esse pensamento, Sakura se afastou de Neji, focando sua atenção no alvo.
Não sabia exatamente quando começou a achar aquele homem charmoso ou encantador, mas estava decidida a nunca mais colocar essas palavras juntas com o nome Sasuke Uchiha.
- Irei primeiro, então – o homem ao seu lado falou, ela apenas acenou com a cabeça.
Alguns segundos depois uma flecha foi disparada e acerto o alvo, bem perto do centro. Seria difícil ganhar disso...
Contragosto e ignorando o sorriso presunçoso do homem ao seu lado, Sakura tomou o arco da sua mão e pegou uma flecha que se encontrava encostada na árvore atrás de si. O arco era velho e um pouco surrado, fazendo um barulho quando manuseado. Ela testou a corda algumas vezes, em dúvida se a mesma iria arrebentar. Quando confirmou que não, se preparou.
Fazia alguns anos desde que atirara com um arco, e considerando que esse nem mesmo era o seu arco, Sakura estava apreensiva. No geral, não gostava de perder, e gostava muito menos de perder para um homem quase desconhecido, que desejava um beijo seu. Ora, se queria tanto, por que não flertava e seduzia, exatamente como o duque havia feito?
Engolindo sua raiva e com sorte esses pensamentos, Sakura mirou. O vestido que usava essa tarde não era muito justo, mas o espartilho estava incomodando. Se estivesse sozinha, teria se livrado dele com facilidade, porém, estava acompanhada, e tinha quase certeza que não conseguiria soltá-lo de forma discreta.
Passando a língua pelos lábios, soltou a flecha, quase não acreditando quando a mesma chegou ao alvo, ficando poucos centímetros mais ao centro do que a Neji.
Aliviada e com um sorriso no rosto, se livrou para ele.
- Acho que me deve um copo de uísque.
Ele sorriu, levando os braços.
- Certamente. Mas não pense que acabamos. Na próxima rodada irei ganhar, e irei exigir meu prêmio.
Com uma piscadela, Neji se afastou. Sorrindo, Sakura deixou o arco no chão e olhou para o lago azul. O dia não estava muito quente, mas também não era como se estivesse frio. Se arrependeu de não estar com seu xale, pois sentiu seu corpo se arrepiar.
Ainda estava sorrindo quando ouviu passos se aproximando.
- Que rápido! Claramente está ansioso para perder novamente.
Quando, olhou, porém, não era Neji quem se aproximava, muito menos Hinata Hyuga, a quem esperava. Claro que não. Quem estava ali era o duque Uchiha, com um olhar severo e com a boca formando uma linha reta.
Sakura sentiu seu sorriso desaparecer. Odiava ser pega de surpresa, e no momento estava tão espantada que não conseguia pronunciar uma única palavra. Não achava que iria vê-lo, e com sorte não se encontrariam nunca mais. Porém, lá estava ele, lhe observando de um modo desconfortável. Diante daquele olhar avaliador, Sakura se sentiu exposta, como se seu vestido fosse indecente. Olhou de relance para o decote. O espartilho fazia seus seios parecerem maiores, porém, não era como se estivesse vulgar, mas mesmo assim se sentiu incomodada.
Tentando não demonstrar sua surpresa ou como seu corpo estava reagindo a sua presença, Sakura limpou a garganta, decidida a se recompor. Haviam se visto pela última vez no teatro, uma semana atrás. Não era como se houvesse ocorrido muitos eventos, porém houve um baile, dois se contar o da Lady Hyuga, e após isso a semana havia sido calma. Sempre era calma ao fim da temporada. Sakura conseguia contar nos dedos quantos eventos ainda teria, e mesmo assim sobraria uma mão inteira.
De qualquer modo, ele poderia lhe enviar um bilhete, no mínimo informando que o suposto cortejo havia se encerrado, por qualquer motivo que fosse. Mas não. Sasuke Uchiha preferiu o mais absoluto silêncio, e se ele a ignorou por uma semana, certamente merecia um tratamento frio e distante, por mais que sua mente insistisse em reviver a experiência do teatro.
- Senhor Uchiha, boa tarde – falou, tentando ser cordial. Quando ele não respondeu, se sentiu ainda mais incomodada – Não achei que o veria aqui.
- Obviamente que não.
Seu tom era irritado, mas Sakura não conseguia entender o motivo. Olhando para atrás dele, rezou para que Hinata estivesse chegando ou que Neji já houvesse conseguido a bebida. Infelizmente ninguém estava vindo.
Voltou sua atenção ao duque.
Seus olhos negros não percorriam mais seu corpo, agora estavam inteiramente focados no rosto dela. Aquela intensidade no olhar estava lhe incomodando.
No geral, não era de fugir, porém, nada além disso fazia algum sentido em sua mente. Não queria ficar perto dele, ou pelo menos uma parte sua não queria. A outra parecia apreciar a ideia de se jogar em seus braços e provar seus lábios novamente. Essa última definitivamente não iria acontecer.
Sakura limpou a garganta novamente.
- Bom, acho melhor voltar.
Assim que deu o primeiro passo, Sasuke se pronunciou.
- Irei acompanhá-la até seus pais.
Ela parou onde estava e franziu as sobrancelhas.
- E quem disse que estou indo até eles?
- Agora está.
Sem reação, Sakura ficou parada por alguns segundos, processando. Quando seu deu conta do que ele estava insinuando, sentiu uma fúria lhe dominar. Quem ele pensava que era?
- Não sou uma donzela que precisa ser resgatada – falou, totalmente ultrajada.
Sasuke de um pequeno sorriso, mas pelo seu olhar sabia que ainda estava irritado. Irritado com o que exatamente, ela não fazia a mínima ideia.
- Estou resgatando ele, não você.
Sakura abriu a boca e então fechou, sem saber o que dizer.
- O que exatamente está sugerindo?
Como resposta ele deu os ombros, como se estivessem falando sobre o tempo. Irritante...
- Que se ele não tomar cuidado, vai acabar caindo em uma de suas armadilhas.
Agora ela definitivamente não estava entendendo. Gostava de pensar que seria uma boa estrategista, porém, não conseguia manipular as pessoas. Exceto talvez para que abandonassem a ideia de realizar um matrimonio com ela. Retirando isso, nunca manipulava ninguém.
O que diabos ele queria dizer?
Respirando fundo, ela começou a pensar. Que tipo de armadilhas poderia estar criando para Neji? Com um estalo, uma possibilidade surgiu em sua mente, e Sakura tinha certeza que seria capaz de matar o duque Uchiha com as próprias mãos.
- Acha que estou criando armadilhas para capturar um duque? – seu objetivo era fazer uma pergunta, porém, sabia a resposta.
Sim, ele a achava superficial e frívola a ponto de bolar um plano para agarrar um nobre. Como podia pensar uma coisa assim dela? Ainda mais depois da convivência que tiveram? Ele era um cretino.
- Tentou comigo, não foi? – falou com naturalidade.
- O senhor realmente acha que eu estou tentando orquestrar um casamento? Se quisesse me casar, já estaria casada. E acredite se desejar, se fosse me casar com alguém, definitivamente não seria o senhor.
Ele soltou uma risada sarcástica.
- Achei que seu único critério fosse um título.
Sakura deu um passo para frente. Nunca foi boa controlando a língua, e no momento nem se preocupou em tentar. Ninguém nunca havia lhe acusado de algo tão baixo e desesperador. Exceto talvez sua mãe, que ficou convicta um certo dia que Sakura havia colocado seu vestido novo na lareira apenas para não ter que comparecer ao baile daquela noite.
De fato ela havia feito isso, porém, não vinha ao caso no momento.
- Escute aqui, seu ser arrogante desprovido de inteligência. NUNCA me casaria com o senhor, prefiro acabar na sarjeta do que em sua cama.
Um sorriso malicioso surgiu no rosto do duque, e mesmo transbordando de raiva, Sakura sentiu um frio no estômago.
- Não foi o que pareceu no camarim. Ou suas memorias já foram substituídas pelos seus flertes inapropriados com ele?
Seu rosto corou, tanto de raiva quanto de vergonha. Sasuke Uchiha merecia o título de canalha que carregava.
- Com quem flerto ou deixo de flertar não chega nem mesmo perto de ser da sua conta.
- Talvez não. Mas certamente seria da conta do seu pai.
Iria matá-lo. Era isso. Iria assassinar um duque, simplesmente por ser incrivelmente irritante, arrogante e... e... Ela não conseguia pensar em mais ofensas, porém, sabia que existiam muitas para descrever esse homem.
Ele era insuportável. Como não havia percebido antes? Irritada e decidida a não ficar nem mesmo mais um minuto em sua companhia, Sakura voltou a andar, contornando aquele homem, fechando suas mãos em punhos para não recorrer a violência. Havia acabado de passar pelo duque quando sentiu que ele a seguia.
Inferno.
- Fique longe de mim – rosnou irritada, sem olhar para trás.
- Disse que iria lhe acompanhar até seus pais, e é isso o que farei.
Talvez devesse recorrer a violência. A ideia parecia cada vez mais tentadora. Sakura se virou para ele, decidida a mandá-lo diretamente ao inferno, quando percebeu que ele se encontrava bem mais perto do que ela havia previsto.
Atordoada com a proximidade repentina, tentou se afastar o mais rápido possível. Infelizmente o modo mais rápido não foi o mais seguro.
Tropeçou em uma pedra atrás de si e caiu no lago. A água estava gelada, porém, estava raso o bastante para que em questão de segundos ela estivesse sentada, totalmente encharcada.
De frente para ela, com uma mão estendida e um olhar que parecia assustado, se encontrava o duque, com uma falha tentativa de ajudá-la. Isso devia melhorar seu humor, ou no mínimo diminuir sua raiva. Porém assim que ele se deu conta de que fora a roupa ensopada ela parecia bem, deu um sorriso irónico, recolhendo a mão, e sua raiva aumentou.
- Olha o que o senhor fez! – quase gritou, frustrada.
Sasuke pareceu segurar uma gargalhada, o que a deixou ainda mais irritada.
- Eu? Agora tenho culpa se você é desastrada?
Sakura bufou e saiu da água, sentindo seu corpo pesado graças ao vestido encharcado. Seu cabelo parecia estar se desprendendo dos grampos perfeitamente arrumados, e um dos seus pulsos latejava levemente, tanto que não havia conseguido se apoiar nele ao se levantar.
Parada na beira do lago, bufou.
O duque deu um passo para trás, como se estivesse tentando evitar se molhar, e então tirou um lenço do bolso, lhe oferecendo. Sakura o olhou de forma fulminante, pensando em arrancar o bendito lenço branco de suas mãos e jogá-lo no lago. Vamos ver como ele reagiria. Talvez devesse jogá-lo junto na água, isso com certeza melhoraria seu humor.
Porém, antes que pudesse fazer um único movimento, ouviu a voz da Hinata.
- O que aconteceu aqui? – perguntou, visivelmente aterrorizada.
Explicar que acabara de cair no lago era desnecessário, e Sakura se sentiu um pouco estúpida por isso. A trilha não era tão próxima da água, não fazia ideia de como havia se aproximado tanto a ponto de cair dentro dele.
- Estou bem – respondeu – Só um pouco...
Não precisou completar: estava pingando.
O olhar da Hyuga voltou para o duque, e depois para a Sakura, parecendo tentar entender o que estava presenciando.
- Quando o senhor me perguntou onde ela estava, não achei que pretendia lhe jogar no lago.
Ele franziu as sobrancelhas.
- Não a joguei, ela caiu sozinha.
Sakura bufou. Ele havia tido uma participação importante no acontecimento, mesmo que se recusasse a admitir.
- Bem, eu não teria caído se o senhor não estivesse me seguindo com tanta determinação.
- Eu não estaria te seguindo se a senhorita houvesse permitido que eu lhe acompanhasse até seus pais, em vez de fazer birra como uma criança mimada.
Ela deu um passo em sua direção.
- Escute aqui, seu patife desprezível, eu não...
Hinata limpou a garganta, e Sakura se controlou, respirando fundo. Sua mãe lhe mataria se a visse falando assim, principalmente com um duque, mesmo que esse duque em questão não merecesse uma migalha de seu respeito.
- Bem, agora não pode voltar para o jardim. Seria um escândalo que provavelmente acabaria em matrimonio.
- Matrimonio? – perguntou confusa.
Hnata apontou para ela.
Olhando para baixo, Sakura percebeu que seu vestido havia descido, mostrando mais dos seios do que seria respeitável. Seu cabelo estava caindo, sua roupa arruinada, e para completar se encontrava acompanhada do duque mais libertino de Londres.
Aparecer assim certamente faria um casamento acontecer.
Preferia morrer afogada a se manter presa com ele pelo resto da vida.
- Reconfortante – resmungou com sarcasmo, tentando subir inutilmente o vestido – Bem, só me restar voltar para casa escondida. Existe algum outro caminho para fora da propriedade?
Hinata concordou.
- É só seguir essa trilha – indicou – Pedirei para alguém de confiança lhe esperar com uma carruagem.
- Eu mesmo irei acompanhá-la. Peça ao meu cocheiro nos encontrar – Sakura estava prestes a protestar quando ele lhe olhou irritado – É isso ou chamaremos seus pais.
Com um bico que certamente seria infantil, concordou. Odiava receber ordens, e odiava ainda mais o fato dele ter razão. Os criados do duque eram conhecidos por sua lealdade e discrição. Apesar de saber das amantes e até mesmo ter visto uma, nunca houve uma única palavra de fofoca sobre o assunto. A família Uchiha era reservada, e isso se dava graças aos empregados do duque.
- E meus pais? – perguntou.
- Eu darei um jeito. Só se apressem, Neji já deve estar para voltar.
Antes mesmo de terminar de falar, Sasuke a segurou pela mão e começou a puxá-la. Sakura olhou para trás para agradecer, mas Hinata já estava voltando para o evento. Iria lhe mandar um bilhete assim que chegasse em casa, e com certeza teria que conseguir um presente de agradecimento adequado. Nunca havia tido uma amiga tão leal, e agradeceu mentalmente por ter encontrado a jovem Hyuga.
Voltando sua atenção para trilha, percebeu que estavam andando muito rápido e ela estava tropeçando em seus próprios pés. O vestido estava arrastando no chão e com a mão livre tentou levantá-lo. Infelizmente essa era a mão com um pulso machucado. Com um gemido de dor desistiu e largou o pano pesado, que continuava a atrasar seus passos.
- Está tudo bem? – Sasuke perguntou, olhando para ela com o canto dos olhos.
Certamente não estava nada bem. Quase foi arruinada, e o pior era que nem havia feito nada para isso. O vestido estava pesado, o pulso doendo, pingava água e sentia frio. Não estava nada bem.
- Consigo andar sozinha – resmungou, se livrando de sua mão.
Era difícil acompanhar o ritmo do Uchiha, porém, ela fez um esforço considerável, ainda mais em suas condições. Quando chegaram a rua felizmente deserta, Sakura se encontrava com a respiração acelerada e visivelmente cansada, porém, já não estava com tanto frio. Ainda assim se sentia exposta e um pouco vulgar, dessa vez com motivos. Odiava a ideia dele pensar que ela havia feito isso de propósito, apenas para conseguir um casamento forçado.
Segurando o pulso machucado, observou a carruagem negra se aproximando. Quando parou a sua frente, o duque abriu a porta e lhe ofereceu uma mão para entrar.
Sakura ignorou.
Sem a pequena escada para facilitar o acesso, foi difícil subir, ainda mais com o vestido estúpido. Porém, se recusou a voltar atrás. Quando finalmente se sentou no estofado macio, suspirou. Em questão de segundos Sasuke estava sentado na sua frente, com o joelho encostando no seu.
Ela se encolheu um pouco, ainda irritada. Gostava de pensar que era uma mulher sensata e madura, e sabia que cair na água havia sido mais sua culpa do que dele, porém, não conseguia deixar de culpá-lo um pouco. Havia considerado a possibilidade dele achar que ela estava tentando arrumar um marido através do escândalo, mas havia descartado esse pensamento. Não achou que ele realmente pensasse isso dela, muito menos que fosse lhe falar tais palavras.
Como ele ousava insinuar que estava flertando com Neji? Pois bem, estava flertando, mas não por causa de um titulo idiota que ele nem sequer tinha. E mesmo que fosse, isso não era da conta do duque. Quem ele achava que era para retornar depois de uma semana e acusá-la de ser fútil, superficial e desesperada?
Era um cretino, isso sim.
Não tinha moral alguma para isso, considerando que tinha no mínimo uma amante. Homens, no geral, se achavam superiores e com o direito a mandar nas mulheres. Exatamente por isso iria ficar sozinha. Passar a vida com um homem assim era definitivamente uma forma de tortura. Uma tortura stressaste.
Sasuke Uchiha a stressava.
- Continua irritada? - questionou, com um pequeno sorriso nos lábios.
Como ele ousava sorrir daquele modo? Ainda mais depois de tudo?
Sakura desviou o olhar, se recusando a responder. Era capaz de estrangula-lo ali mesmo se aquele sorriso idiota continuasse.
As cortinas estavam fechadas, até mesmo porque ninguém poderia ver uma jovem solteira e desacompanhada na companhia de um homem, principalmente se o homem em questão fosse o Duque de Longton. Com isso, não tinha muito o que observar. Olhou para a cortina, tentou arrumar o vestido, sentiu os sapatos molhados nos pés e os retirou discretamente, acompanhou a poça de água feita por ela mesma aumentar aos poucos, e então voltou a sentir frio.
Ótimo.
Só o que faltava para completar seu dia era ficar doente.
Ela bufou e segurou o pulso que ainda latejava. Fez uma careta por conta da dor e fechou os olhos. Se soubesse que seu dia seria assim, não teria saído da cama.
Sakura quase pulou quando sentiu a mão do Uchiha em cima da sua. Ao abrir os olhos, notou que ele estava inclinado em sua direção e observava seu pulso o máximo possível, considerando que ela ainda o segurava.
- Deixe-me ver.
Sua vontade era retrucar algo bem inapropriado e sem educação, porém, algo no seu tom de voz a impediu. Era quase como se ele estivesse lhe pedindo, e não mandando. Contra gosto e se sentindo um pouco estúpida, Sakura retirou a mão.
- Acho que machucou quando caí... - falou baixo, apenas para responder alguma coisa.
Não gostava da ideia de ficarem em total silencio, principalmente com ele te tocando delicadamente.
Sasuke puxou sua luva devagar, revelando um pulso avermelhado e levemente inchado. Ela mordeu a boca e tentou não deixar escapar nenhum som enquanto ele examinava.
Sua mão era quente e grande, e por mais que não quisesse, não conseguia deixar de se lembrar como foi sentir ele tocando sua nuca enquanto se beijavam. Ainda estava irritada, mas aparentemente seu corpo não sabia disso, já que respondeu de um modo extremamente inapropriado ao seu toque.
Corpo traidor.
- Só torceu - informou enquanto pegava o seu lenço e amarrava com força no pulso. Sakura soltou um gemido de dor - Quando te imaginei gemendo, não era bem assim.
Novamente tentou pensar em alguma resposta inteligente e que demonstrasse sua raiva, mas não conseguiu. Uma parte de si ainda estava irritada com ele, porém, a maior parte queria se atirar em seus braços e beijá-lo até ficar sem fôlego.
Mas ela não ia fazer isso.
Em vez disso, apenas ignorou o último comentário, torcendo para que ele parasse com as provocações.
- Quando chegar em casa farei um curativo.
Ele concordou.
- Tome um banho quente primeiro.
Foi a vez dela de concordar.
Ambos fizeram silêncio, mas não desviaram o olhar.
Sakura gostaria de permanecer indiferente, porém, era difícil fazer isso estando sozinha com ele, ainda mais quando ele segurava sua mão daquele modo. Na verdade, quase não conseguia se lembrar do motivo pelo qual estava brava.
Maldito duque.
Sasuke lhe avaliou, descendo os olhos até seus seios, depois ao seu quadril, e por último até suas pernas. O jeito como ele lhe olhava, a fazia se sentir estranha, ainda mais estranha do que se sentiu naquela noite, uma semana atrás. Naquela noite houve flertes e uma expectativa de uma experiência nova, mas dessa vez só existia uma necessidade alarmante de tocá-lo, de fazer mais do que haviam feito.
Era incrivelmente estranho e ao mesmo tempo assustador.
Seu coração estava disparado.
- Acho melhor nos livrarmos de seu vestido. Não queremos que fique doente.
O duque sorria, e ela soube que ele só estava lhe provocando. Mas mesmo assim sentiu um frio no estômago e seu rosto corou. Não gostava do sorriso cínico dele, e muito menos do ar de superioridade que sempre exaltava. Na última vez, ele havia ditado as regras e tomado a iniciativa, dessa vez ela ficaria no controle.
Ela precisava de algum controle.
Sakura engoliu o seco e tomou coragem. Soltou a mão do duque e começou a deslizar a alça do vestido, sem tirar seu olhar dele. Sasuke ficou sem reação, apenas observando cada movimento seu. Obviamente não esperava que ela levasse a provocação a sério, e sendo bem sincera ela também não. Não sabia o que havia dado em si, mas amou a atenção do Uchiha, que parecia enfeitiçado.
As alças verdes deslizaram pelo seu braço e o vestido desceu, revelando a camisola fina que usava por baixo. Mas, graças ao pulso machucado, ela não conseguiria soltar os laços do vestido e muito menos o espartilho.
- Preciso de ajuda - falou, olhando diretamente nos olhos negros do duque.
Sasuke deslizou as mãos pela sua cintura até chegar na parte de trás do vestido, se aproximando ainda mais dela. Sakura já conseguia sentir seu cheiro e bastava se inclinar para provar seus lábios. Apesar da ideia ser tentadora, ela continuou imóvel até a peça se aglomerar em sua cintura e o espartilho cair aos seus pés.
Ninguém fora suas criadas haviam lhe visto com suas camisolas. Eram peças curtas e indecentes, mais relevadoras do que qualquer outra roupa que vestisse.
Sem querer demonstrar como estava nervosa, Sakura se levantou devagar, aproveitando que a carruagem era alta o bastante para que ela ficasse em pé dentro, e apoiou as mãos nos ombros do Uchiha, enquanto ele descia o pano pelas suas coxas, passando os dedos quentes na pele gelada.
Quando o vestido chegou ao chão, ela levantou um pé da cada vez para ele empurrar o pano para o lado.
As mão dele voltaram a subir pela lateral do seu corpo de uma forma lenta, quase como se a estivesse provocando. Conhecendo ele, provavelmente estava.
Ele parou em sua cintura e novamente a observou. Talvez fosse impressão sua, mas Sakura podia jurar que viu admiração em seus olhos. Apesar de estar totalmente exposta, ela se sentiu incrível.
Sasuke a puxou para perto.
- Sente-se em mim. Agora.
Ela sorriu, passando a língua pelos lábios. Ele quase parecia ansioso para que ela obedecesse.
- Ainda estou molhada, Uchiha.
Ele sorriu malicioso e a puxou para seu colo. Sakura se acomodou, passado uma perna em cada lado do seu corpo. Quando ele lhe puxou para mais perto, ela sentiu algo duro entre suas coxas, e isso despertou uma sensação estranha e incrivelmente gostosa.
- Não do jeito que eu gostaria - sussurrou aproximando a boca de seu ouvido.
Ela não sabia o que isso significava, mas parecia deliciosamente vulgar. Sasuke beijou seu pescoço e automaticamente ela suspirou, fechando os olhos.
A boca do duque percorreu toda a extensão do seu colo, subindo para o pescoço até chegar em sua boca.
Algo nesse beijo era diferente do último - e único - que havia provado. Em um segundo era calmo, e no seguinte desesperado. Suas mãos subiram ao cabelo do duque e ela puxou os fios negros, ignorando a pontada de dor que sentiu no pulso.
Sasuke deslizou as mãos para a suas nádegas, e as apertou de um jeito que fez um gemido escapar dos lábios rosados. Ele mordeu sua boca e voltou a descer seus beijos, usando uma mão para mover a camisola que estava em seu caminho.
Sakura observou enfeitiçada ele chegar aos seus seios, e quando passou o polegar pelo mamilo rosa, ela podia jurar que sentiu o toque entre as suas pernas. Quando a boca dele envolveu o seio direito, ela não conseguiu evitar o gemido e jogou a cabeça para trás.
Se existia um paraíso, aquilo certamente estava incluso.
Ele passou a boca para o outro seio e usou a mão para apertar o mamilo úmido. Mais uma vez ela puxou seu cabelo, mexendo os quadris.
- Oh, Sasuke... - sussurrou.
O duque passou os dentes naquele ponto sensível e ela arqueou as costas. Estava levemente ofegante quando ele voltou a beijar seu pescoço, e então seu queixo, e por fim seus lábios.
No momento em que olhou nos olhos do Uchiha, enxergou ali algum tipo de desejo primitivo, e ela suspeitava que esse mesmo desejo estava nos olhos dela.
- Eu quero possui-la aqui e agora - informou com a voz rouca.
Antes que ela pudesse responder, a carruagem parou. Sasuke bufou e resmungou um palavrão. Rapidamente ele arrumou a camisola e pegou sua capa negra - que aparentemente estava ao seu lado esse tempo todo - e a vestiu nos ombros da Sakura, amarrando bem no pescoço, como se quisesse garantir que a mesma não fosse abrir.
Enquanto fazia isso, ela se manteve parada, pensando em que resposta daria. Seria capaz de entrar a sua virgindade a ele? Ainda mais dentro de uma carruagem em movimento?
A resposta para essa pergunta a assustou. Não sabia o que tinha dado nela, mas esse não era um comportamento comum. Não podia ser. O duque Uchiha despertava algo nela que era impossível entender, e aparentemente controlar.
Assustada com o próprio comportamento, Sakura saiu rapidamente do colo do Uchiha, abriu a porta e saltou da carruagem, correndo para dentro de casa, segurando a capa negra em volta dos ombros. As sensações estranhas ainda dominavam seu corpo, e sua mente parecia determinada a relembrar os acontecimentos de poucos minutos atrás. Ele realmente havia lhe beijado? Havia tirado seu vestido? Colocado a boca em seus seios?
Com o rosto corado e totalmente confusa, entrou na casa sem esperar o mordomo abrir a porta e subiu as escadas para o seu quarto, solicitando um banho quente para uma das criadas que cruzou seu caminho. Sua roupa de baixo encharcada foi levado embora, mas por algum motivo Sakura escondeu a capa do duque em baixo da cama, com receio de que fosse levada para longe.
Quando pensou que ele era um homem perigoso, definitivamente não achou que seria desonrada dentro de uma carruagem! Uma carruagem em movimento!
Sakura se afundou na água quente, ainda sentindo que seu corpo ansiava por algo. Bem, se o duque não achava que ela buscava matrimonio, agora certamente acreditava que ela, Sakura Haruno estava mesmo montando uma armadilha para um duque.
Para esse duque, em especial.
Precisava urgentemente ficar longe dele, pois tinha quase certeza que se ficassem sozinhos novamente, ela diria sim para tudo o que ele desejasse.