Beomgyu acordou com uma mensagem de texto de Yeonjun falando que se atrasaria para a aula hoje.
E isso significava que o garoto iria ficar mandando memes super sem graça ou vídeos nada a ver para Beomgyu toda hora.
Beomgyu estava na sala com Taehyun enquanto a aula não começava e ouvia as histórias de Taehyun.
– Ontem meu tio tava tentando me ensinar a dirigir e eu quase atropelei um maninho e uma menina. – Taehyun disse rindo e Beomgyu começou a rir também. – Juro, aquele louco não saia da faixa parecia um louco rindo sozinho!
De repente a porta foi aberta e revelou a figura de Kai entrando na sala.
– Gente, vocês não vão acreditar! Ontem eu tava comprando roupa com a Bahi e aí a gente tava atravessando a faixa e um descontrolado quase me atropelou! – Kai falou e Taehyun abriu a boca surpreso e começou a rir alto.
– Era você então?! – Taehyun disse alto e Beomgyu começou a rir.
– Como assim "era eu"?! – Kai pareceu indignado e começou a balançar Taehyun.
– Não, nada! Vamo pra sala! – Taehyun se levantou da cadeira e riu.
– Me explica, seu merda! – Kai disse de novo e recebeu um soco de Taehyun.
– Nada, porra. – Taehyun puxou Kai e saiu da sala deixando Beomgyu sozinho.
Quando a porta se fechou depois de alguns minutos se abriu de novo, mas dessa vez Beomgyu não levantou a cabeça para ver quem era.
– O namoradinho não veio hoje? – Beomgyu ouviu a voz mais irritante e suspirou pesado.
– Bom dia pra você também, Seungmin. – Beomgyu falou e levantou a cabeça. – E que namorado?
– Você sabe muito bem de quem eu tô falando. – Seungmin respondeu o menino e tocou no seu ombro.
– Você não cansa de perturbar os outros? Que saco. – Beomgyu bufou e observou o resto dos alunos entrarem na sala junto com o professor.
– Vamos, sentem que a semana de provas tá chegando e quem vier mendigar nota pra mim eu vou humilhar, não quero saber se você precisa de dez ou um, não vou dar ponto. – O professor se sentou na mesa e abriu o caderno.
Beomgyu foi cutucado e quando virou para trás viu sua colega Ning Yizhuo sorrir para si.
– Você vai passar? – Ela perguntou e viu Beomgyu entortar o rosto.
– Daquele jeitão. – Ela riu baixo e Beomgyu se virou de novo para frente para prestar atenção na aula.
De repente, Beomgyu sentiu seu celular vibrar no bolso.
Quando olhou a mensagem viu que era de Yeonjun:
meu jogador de basquete:
vampirinho, eu vo só chegar depois do almoço, tô precisando fazer uns exames.
eu:
oi, tudo bem, eu trouxe um doce que eu acho que você vai gostar.
meu jogador de basquete:
valeu vampirinho <33
eu:
vampirinho mlk que porra é essa?
meu jogador de basquete:
você é meu vampirinho poxa :(
eu:
ta bom mas não tinha um apelido melhor não? pra que vampirinho
meu jogador de basquete:
pq você não sai de casa e é palido que nem um vampiroKKKKKKKKKKKK
eu:
é, eu sou um vampiro e vou sugar seu sangue seu filho da puta
meu jogador de basquete:
credo
ta tendo aula do que?
eu:
daquela insuportavel da Taeyeon
meu jogador de basquete:
ela não é tão ruim, espera voce chegar no meu ano que tem a Irene
eu:
que horror
meu jogador de basquete:
eu to indo, tchau amor
eu:
tchau amor
Depois de duas aulas seguidas da Taeyeon Beomgyu já não estava mais aguentando deixar os seus olhos abertos.
Quando abaixou a cabeça e sentiu o sono vindo ouviram vozes mais altas se aproximando e uma mais fina.
Yuna.
– Menino, – Beomgyu foi cutucado mas fingiu que não ouviu para não ter que levantar a cabeça. – levanta.
– Porra, não pode nem mais dormir. – Beomgyu levantou a cabeça e viu a menina revirar os olhos. – Que foi?
– Por que o Junnie não veio hoje? – A garota perguntou.
– Oxi, e quem que é Junnie, tá louca? Me perguntando de gente que eu nem conheço, tá me estranhando? – Beomgyu riu e a garota bufou mais alto.
– O Yeonjun, deixa de ser ridículo que eu sei que você sabe quem é. – Yuna falou. – Achei que vocês eram namorados.
– Como assim, namorados? Ele não me suporta. – Beomgyu falou e fingiu uma reação.
– Não se finge de burro, eu sei muito bem. – Yuna falou e Beomgyu suspirou.
– Tanto faz, eu não sei o motivo dele ter faltado, liga pra ele e pergunta, só não sei se ele vai atender. – Beomgyu levantou da cadeira e encarou a garota. – Não foi você que drogou ele na festa?
Todos fizeram rostos de surpresa e começaram a cochichar sobre isso, e Yuna parecia mais irritada do que tudo.
– Do que você tá falando? – Yuna riu sarcástica. – Você parece um louco.
– Eu? O Yeonjun tava largado na rua sozinho depois da festa, não tinha sido você que colocou alguma coisa na bebida só pra fazer ele te pegar? – Beomgyu se aproximou da garota. – Se eu não tivesse chegado a tempo sabe lá o que teria acontecido com ele.
– Eu não coloquei porra nenhuma na bebida dele! Para de inventar história só porque você gosta dele e ele te despreza. – Yuna gritou e empurrou Beomgyu.
– Eu posso ligar pra ele agora e ver quem ele despreza mais, quer? – Beomgyu pegou o celular e mostrou para a menina.
Yuna já se sentia sem paciência nem uma e quando se deu por si já estava em cima do garoto dando socos em seu rosto.
Suas amigas a tiraram de cima do garoto que se sentou e cuspiu sangue no chão.
– Eu não fiz nada disso, para de ser idiota. – Yuna apontou para o rosto de garoto e riu. – Agora vai cuidar disso antes que o professor entre.
Yuna saiu da sala e Beomgyu se levantou.
– Você tá bem? – Um garoto perguntou vendo Beomgyu pegar sua mochila.
– Tô, não deixa o professor saber disso. – O garoto saiu da sala e começou a caminhar até a enfermaria.
Quando bateu na porta da enfermaria e entrou observou a enfermeira colocar um remédio na pequena caixa que tinha no armário.
– Oh, Beomgyu! – Ela sorriu para o garoto. – Faz um tempo que eu não te via aqui.
– Oi, eu quero algo pra dor. – Beomgyu se sentou no banco que havia lá.
– O que? Mas querido, você está todo machucado, sua boca tá sangrando! – A enfermeira pegou no rosto do garoto. – Eu te falei pra parar de brigar!
– Eu não briguei, ela que veio pra cima de mim. – Beomgyu se explicou. – Meu corpo inteiro tá doendo, não tem como só me dar o remédio?
– Não! – A enfermeira disse. – Tenho que cuidar disso.
– Não, eu já tenho alguém que vai cuidar deles, eu me viro sozinho. Só preciso do remédio. – Beomgyu disse.
– Beomgyu, tira o moletom. – A enfermeira disse.
– Como assim? Tá louca? – Beomgyu riu nervoso.
– Não, você não disse que seu corpo inteiro tá doendo? – A enfermeira ordenou. – Então pronto, tira.
Beomgyu suspirou e levantou um pouco a blusa, vendo a enfermeira examinar seu rosto.
Depois que ela saiu de perto e foi pegar uma gaze para colocar em seu rosto.
Quando Beomgyu ouviu algo cair e a enfermeira gritar.
Droga. Droga. Droga. Era tudo que Beomgyu podia pensar, ela viu as costas dele?
– Beomgyu! – A enfermeira chegou perto do garoto. – Quem fez isso em você?
– Do que você tá falando? – Beomgyu riu nervoso e deixou o moletom cair de novo para cobrir as costas.
– Suas costas, Beomgyu. – A enfermeira tentou levantar o moletom novamente, mas sendo impedida pelas mãos do garoto. – Quem fez isso? Já estão até cicatrizadas! Quem fez isso, Beomgyu?!
– Ninguém. – Beomgyu pegou sua mochila e se afastou da enfermeira.
Beomgyu saiu correndo de lá, apenas deixando uma enfermeira desesperada sozinha.
Beomgyu entrou em uma sala que já não era mais usada e se sentou no chão frio.
Pensou em ligar para Yeonjun, mas não, ele não atenderia, ele estava fazendo exames, isso era mais importante.
Tirou sua mochila do chão e abriu, tirando a tira de fotos que tirou com Yeonjun no parque.
Beomgyu amava Yeonjun, e ele só queria que Yeonjun ficasse bem logo, que ele comesse direito, que não pensasse coisas que não são verdade.
Beomgyu odiava ver que Yeonjun não comia, mas não podia fazer nada sobre isso, já que ele sempre arrumava um jeito de escapar do assunto quando Beomgyu perguntava.
Era sempre: "Eu tô comendo em casa, Beom" Ou "Não se preocupa, eu já comi de manhã." E Beomgyu sabia que era mentira, mas não sabia o que fazer.
O garoto começou a chorar, chorar pois não aguentava mais, não aguentava mais seu pai, não aguentava mais o Seungmin, a escola, não aguentava mais nada.
Ele era fraco, ele não pode e nem consegue mudar isso, ele era alguém fraco, o mais fraco de todos, por isso que Seungmin era superior. Ele sempre vai ser.
Quando Yeonjun chegou na escola depois do almoço Beomgyu não atendia as chamadas, quando tentou mandar mensagem ele não respondia.
Quando perguntou para os garotos onde ele estava os meninos não sabiam responder.
Soobin disse que tinha visto o garoto última vez no banheiro quando Beomgyu desistiu de prestar atenção em química, Hyuka tinha o visto quando parou para comprar uma bala e passou pela sala dele, Taehyun só falou que bateu um papo com ele antes da aula começar e só.
– Yeonjun. – Alguém chamou o garoto que colocava os livros no armário.
– Que? – Quando Yeonjun se virou viu Seungmin que tinha um rosto preocupado.
– Você sabe por que o Gyuzinho tá assim? – Ele perguntou com olhos de cachorrinho.
– Assim como? – Yeonjun perguntou.
– Triste, eu ouvi ele chorando hoje no banheiro, eu fiquei tão preocupado. – Yeonjun engoliu seco.
– Onde ele tava? – Yeonjun perguntou e o garoto sussurrou no seu ouvido.
Quando Yeonjun o achou em uma sala abandonada ouvindo seus pequenos sniff sniff e quando entrou na sala viu o garoto de cabeça baixa.
– Beom? – Yeonjun viu Beomgyu levantar a cabeça levemente.
– Sai daqui! – Yeonjun se aproximou do garoto e o abraçou de lado, beijando o topo de sua cabeça.
– Beomgyu.. Eu só quero te ajudar. – Yeonjun sentou do lado do menino que estava sentado de cabeça baixa, com as lágrimas caindo no chão.
De repente, o garoto se assustou quando Beomgyu tirou o moletom e se virou de costas para ele, mostrando aquelas cicatrizes, tão grandes.. Tão profundas..
– Meu pai, foi ele quem fez, ele era doido, fazia tratamento psicológico, usava droga, devia tanta gente, e com isso ele ficou com raiva, e ele descontava em mim, mas agora ele diz que ele mudou, mas eu não confio nele, de jeito nenhum. – Beomgyu começou a chorar mais. – Eu não aguento mais, juro por tudo, eu tô tentando.
– Beomie, tá tudo bem, nós vamos passar por isso juntos. – Yeonjun se aproximou mais do garoto e o abraçou, colocando as mãos nas pequenas costas do menino e passando o dedo pelas cicatrizes. – Eu vou te ajudar a passar por isso, eu vou passar tudo isso com você.
– Não me deixa, Yeonjun, por favor.. – O garoto sussurrou chorando e apertou as mãos na camisa – Já encharcada. – do menino.
– Eu não vou te deixar, Gyu. – Yeonjun beijou o pescoço nu do menino e sorriu.
Beomgyu disse que estava se sentindo mal e Yeonjun o levou para a secretária, falando que ele precisava ir para casa.
Deixaram Beomgyu ir, mas Yeonjun ainda tinha que frequentar as aulas, então prometeu que assim que chegasse em casa cuidaria do menino.
Agora Yeonjun estava na aula de física e recebeu uma mensagem de Beomgyu, afirmando que não precisava vir até sua casa e que já se sentia melhor.
– Yeonjun, – Soobin cutucou o garoto. – o Beom tá bem?
– Tá sim, ele tava meio mal mas eu consegui fazer ele ficar melhor. – Yeonjun sorriu para o garoto.
– Ah sim, depois me manda mensagem e fala se ele quer sair com a gente, tá bom? – Yeonjun assentiu e virou para frente de novo.
Yeonjun chegou em casa e foi direto para o seu quarto, sem falar com sua mãe ou o seu pai, tirou a camisa da escola e se deitou na cama.
"– Então é isso que aconteceu com o Gyu? – Seungmin fingiu preocupação.
– Sim, mas não conta pra ninguém. – Yeonjun fez Seungmin jurar que nunca contaria para ninguém.
– Eu não vou contar, fico feliz que temos um trato, Yeonjun. – Seungmin riu para o garoto e saiu do banheiro."
Beomgyu não ligou e nem mandou mensagem.
Yeonjun se sentia enjoado, com vontade de vomitar e principalmente, se sentia preocupado.
Yeonjun tinha medo do que o pai de Beomgyu poderia fazer, tinha medo de Beomgyu fazer algo que se arrependeria depois.
Tinha medo de nunca mais ver o garoto na escola nem nas ruas do condômino de novo.
Tinha medo de nunca mais ouvir falar de Beomgyu.
Quando percebeu Yeonjun estava sendo acordado pelo telefone tocando e o relógio marcando duas e meia da manhã.
Era Beomgyu.
Por um lado, Yeonjun se sentia aliviado, de ser Beomgyu, por outro lado, ele se sentia mais enjoado que nunca, Beomgyu nunca ficava acordado até essas horas.
– Gyu? – Yeonjun sussurrou, e ouviu a respiração pesada de Beomgyu do outro lado do telefone, e logo depois fungou, provavelmente estava chorando.
– Você pode vir aqui? – Beomgyu disse baixo, quase sem voz.
– Mas é de madrugada, e os seus pais? – Yeonjun perguntou e ouviu Beomgyu suspirar.
– Por favor, Jun, vem aqui me ver, por favor. – Yeonjun sentia seu coração desmoronando com a voz triste de Beomgyu.
– O que aconteceu? – Yeonjun perguntou desesperado, levantando da cama e esfregando o rosto.
– Ele fez de novo, por favor, vem aqui, rápido. – Beomgyu começou a chorar e respirar mais rápidoz
– Eu tô indo, Gyu, me espera. – Yeonjun desligou o telefone e pegou o moletom e sua mochila
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boa tarde gatoes vcs tão bem?
tava mendigando pra minha mãe um celular novo e talvez vem ai hein 🧌
espero que voces tenham gostado do cap de hoje e não se esqueçam de votar!!