Invisible String

By StereoFire

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Clarissa Mary Walsh sempre acreditou nos sinais do Universo. A vida toda, sua avó lhe dizia que ela iria enco... More

Dedicatória
PARTE 1.
1- Life Of The Party.
3- Never Be Alone.

2- Stitches.

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By StereoFire

MARY

Ela acorda com Cory ao seu lado, resmungando. Mary desliga o despertador e coloca as roupas. Cory continua na cama, enrolado nos lençóis.

Segurando os saltos nas mãos, ela sai para a rua. Usando vestido de festa às seis da manhã, Mary caminha para o apartamento.

Ela usa a chave para abrir a porta, tentando fazer o mínimo de barulho possível. A casa está banhada em escuridão, a porta do quarto de Lana está entreaberta e ela vê a amiga dormindo, abraçada a Keery. Mary sorri, sentindo que metade da sua missão aqui está concluída.

O banho quente a ajuda a relaxar, ela não lava os cabelos, para não precisar usar o secador e acabar acordando a amiga. O objetivo de Mary é entrar e sair da casa, sem ser vista ou ouvida. Ela precisa se arrumar para a reunião, mas não quer constranger Lana. E ela sabe que a amiga vai ficar envergonhada se souber que Mary viu Joe no apartamento.

Ela sai do chuveiro, troca de roupa, colocando jeans e uma blusa de mangas. Salto alto nos pés, um cardigan por cima. Mary usa o mínimo de maquiagem, não são nem sete ainda, ela não tem paciência para se pintar inteira.

Pisando com cuidado, para os saltos não fazerem barulho, ela sai do apartamento. Lana estava certa, Mary odeia dirigir, então resta a ela pegar um táxi.

Ela tem a sensação de que algo grande está prestes a acontecer.

🌧

Mary toma o café da manhã com Saul.

A reunião deles começa em meia hora, mas ainda falta algumas pessoas. Geralmente, nessas reuniões de elenco sempre tem muitas pessoas, inclusive, advogados das empresas que vão bancar o filme.

Mas até agora, só tem ela e o Saul.

-Tio, sobre o que é esse filme, afinal? -Ela pergunta, enfiando um pedaço de croissant na boca.

-Você já vai descobrir. -Saul sorri, estendendo o bulê para ela. -Chá?

-Eca, não. -Ela faz uma careta. -Odeio chá.

Mary se serve de suco de laranja, comendo um pedaço de pão doce.

-Eu sempre esqueço como você gosta de comer. -Ele ri, entregando a ela um pãozinho de canela.

-Não gosto de canela. -Mary recusa. -E não existe nada melhor nesse mundo do que comer.

-Vou ter que concordar.

A porta da sala se abre, Joe Quinn entra sorrindo, usando um sobretudo cinza e calça preta.

Ele é mesmo lindo, ela precisa admitir. Lana estava certa.

-Bom dia. -Joe sorri. -Desculpa o atraso.

-Você não está atrasado. -Saul responde. -Acabamos de começar a comer.

Quinn se senta de frente para ela, estendendo a mão para cumprimentar Saul e depois, Mary.

A mente dela não funciona muito bem, mas ela parece ter uma noção do que está acontecendo. Ela vai interpretar algo com Joe Quinn ou vai interpretar algo para ele. Mary pensa em filmes de romance, óbvio, mas depois... ela já sabe o motivo pelo qual está aqui.

-Eu aceito. -Ela diz, tomando um pouco do suco.

Os dois olham para ela, sorrindo abertamente.

-Nós nem dissemos nada. -Saul dá de ombros.

-E não precisa. Eu aceito.

-Fácil assim? -Quinn ri, cruzando os braços.

-Fácil assim. -Mary confirma. -Vai ser um desafio interessante.

-Você sabe que tem muita cena de sexo, não sabe? -Saul pergunta a ela.

-Sei. -Ela ri. -Por isso, minha única exigência é um ator bem bonito. -Mary também cruza os braços. -A menos que o Quinn vá fazer ele mesmo.

-Você está dizendo que eu sou feio? -Joe gargalha.

-Não! Não foi isso...

-Pareceu isso. -Saul ri. -Mas, não. O Joseph não vai fazer ele mesmo.

-Tudo bem. -Mary sorri. -Então, é só isso que eu peço.

-Você deduziu muito rápido que você seria a June. -Saul a provoca. -E se a gente quisesse te colocar como a Fanti?

-Eu aceitaria, de qualquer forma. -Ela dá de ombros. -Mas a June aceitou tudo isso? 

-Ainda não falei com ela. -Quinn responde. -Mas vamos resolver isso. 

-Você acha que ela vai aceitar que o filme seja feito? -Saul pergunta. Mary percebe que ele não parece confiante. 

-Acho que sim. -Joe toma um pouco de chá. -Ela não tem como fingir que nada aconteceu, a estratégia mais óbvia é lucrar com isso. 

-Você tem razão. -Mary faz um brinde com ele, batendo o copo de suco na xícara de chá dele. -É o que dizem, em meio ao caos sempre nasce uma flor. 

🌧

Ela volta para casa, animada demais com o papel novo. A parte mais importante do seu trabalho agora, é conhecer June. Mary quer a interpretar com precisão, ela quer parecer tão apaixonada quanto June, quer ficar obcecada por olhos brilhantes, igual a ela. 

Mary se senta no sofá, está com o iPad em mãos, relendo o diário. A primeira vez que ela leu, se sentiu invadindo algo que deveria ser privado. Dessa vez, ela sente inveja. Ela quer viver isso, e vai, mas não do jeito que imaginou. Mary quer se apaixonar nesse nível, ela quer amar alguém tanto quanto June ama Joe. Ela quer alguém que manipule situações só para a ter por perto. Ela quer beijos roubados em salas vazias e amassos secretos em banheiros. Ela quer usar a inicial de alguém no pescoço, quer beijar sob as estrelas e sussurrar "eu te amo" no escuro. Ela só tiraria a parte da pessoa ter um relacionamento, mas fora isso... essa coisa de ninguém saber o que está rolando entre duas pessoas que estão em lados opostos da sala, fingindo não saber o gosto um do outro... Ela quer muito isso. E se a pessoa fizer chover, melhor ainda. 

Seus pensamentos são interrompidos quando o telefone toca. Cory está dizendo a ela para os encontrar no Galleno's. Ela mentiu e disse que ainda estava na reunião, mas já ia para lá. Isso deu tempo para ela terminar de ler o capitulo do avião. 

Quem será que vai ser o Jamie? Uau!

Mary pega a bolsa e desce para esperar o táxi. Cory está ligando, de novo, mas ela recusa a chamada. A coisa com Cory é que ele é legal, é divertido e é bonitinho. Ele a faz rir e sempre a elogia da maneira certa, ela adora isso e o adora, claro. Mas ele não é o que ela quer. 

Ela achava que nada ia doer tanto quanto deixar Lana, mas dói. Ver a amiga seguindo em frente e provando que elas não eram almas gêmeas, foi o pior. Ainda bem que ela é uma boa atriz. Ela guarda a dor no bolso, esconde os cortes profundos no coração, que precisam ser suturados. 

Linha e agulha para suas dores mais intensas, enquanto isso ela colhe o que plantou, completamente sozinha, revirando os próprios problemas. 

Enquanto isso, ela tem Cory, que é completamente obcecado pela ideia de namorar uma estrela. Essas foram as palavras dele antes de a beijar, antes de tirar a blusa de Mary. Para ele, ela sempre vai ser Mary Walsh. Nunca a Clarissa. É por isso que ele só vê a superfície. 

O táxi finalmente chega, ela coloca o melhor sorriso no rosto e fica surpresa ao perceber que ele não é totalmente falso. Mary finalmente está animada com algo, ela precisa agradecer a Quinn por isso. 

Mary passa o endereço do Galleno's para o taxista e olha para o céu durante o caminho todo. 

Sem sinal de chuva hoje. 

🌧

Um pouco mais de duas semanas desde a reunião dela com Saul e Joseph Quinn, desde que Mary foi escolhida para ser a June.

Nesse meio tempo, Lana tem sofrido com o fim de seja lá o que ela tinha com Keery, apesar dela não admitir que existiu algo. Elas foram para a Itália, buscaram June e agora, Mary está prestes a fazer os testes com alguns atores que June selecionou.

-Nenhum deles tem os olhos. -June reclama, olhando para os três garotos que estão espalhados ao redor da sala. -Aqueles malditos olhos.

-Eu sei. -Mary concorda, dando um sorrisinho para ela.

As coisas não parecem estar bem entre June e Joe. Ela saiu para almoçar com Lana e Fanti mais cedo e acabou desabafando sobre o relacionamento. Mary foi fazer as unhas e acabou não indo almoçar, mas Lana contou a ela, brevemente e por mensagem de texto, dizendo a para ter cuidado ao conversar com June.

Como se June fosse de porcelana...

Mary começa a odiar a forma como a tratam como se ela fosse quebrar, isso ajuda na construção da personagem, na verdade.

-Que tal se a gente fizer o convite para o Tom Ellis? -Mary propõe, rindo.

-Acha que ele aceitaria? -June olha para ela, mordiscando o canto da unha do dedão.

-Jun, eu estava brincando.

-Eu não estou. -Ela ri. -Isso me parece impossível, Mary. Acho que eu nunca vou achar alguém que chegue aos pés daquele idiota.

-Calma. -Ela segura June pelos ombros. -Vamos testar a minha química com eles, talvez dê certo, afinal.

June suspira.

-É, talvez dê.

Os testes são um fracasso.

🌧

Mary vai direto para casa, só quer deitar no sofá e assistir Brooklyn 99. Talvez pedir bolo da confeitaria que ela adora.

Quando ela abre a porta, vê Lana sentada no sofá, lendo um livro. Elas conversam brevemente, Mary se sente cansada e triste. Ela precisa dizer a Lana que a ama. É o que ela faz, apesar de não esperar ouvir de volta.

-Que carência. -A loira a provoca.

Mary respira fundo.

-Acho que estou com saudades do Cory. -Ela diz, para disfarçar o real motivo.

Mary troca mensagens com Cory todos os dias. Os dois estão em um relacionamento que não é bem um relacionamento. Ela não sabe como vai reagir quando ele voltar para a acompanhar a turnê do Keery.

-Falando nisso... -Lana começa a dizer.

-O quê?

-Podemos falar sobre isso? Finalmente?

-Sobre o quê? -Mary finge não estar entendendo.

Ela sai do abraço de Lana.

-Sobre você e o Cory! -A amiga grita.

-Ah, isso? -Ela dá de ombros. -O que você quer saber?

-Como começou?

-Começou com nós dois tentando juntar você e o Keery. -Mary explica. -Nós fazíamos de tudo para vocês passarem um tempo juntos. Precisamos mexer muitas peças para jogar vocês um para os braços do outro.

-E ainda assim, não deu certo. -Lana debocha.

-Deu sim. -Mary retruca. -Mas vocês dois são teimosos pra cacete. Enfim, tentando fazer vocês dois ficarem juntos, nós meio que acabamos ficando.

-Eu achei que ele era gay.

-E ele é. -Ela ri. -Quer dizer, ele é pansexual, sente mais atração por homens, mas ainda assim... -Mary aponta para o próprio corpo. -Ele gosta disso.

Lana a olha por longos minutos, a cabeça inclinada levemente para o lado. O olhar de psicóloga a estudando.

-Você está feliz, Mary? -A voz dela é uma caricia suave. Ela quer chorar nos braços de Lana.

-É legal. -Mary dá de ombros, fingindo indiferença. -Ele me venera.

-Isso não é suficiente para um relacionamento.

É a vez de Mary olhar para ela, em completo silêncio.

-Você está, Lana? -Ela rebate. -Eu sei que você fica se recusando a ser feliz.

-Não quero falar sobre isso.

-Tudo bem, eu também não. -Mary se levanta.

-Aonde você vai?

-Vou para o meu quarto. -Ela resmunga, batendo a porta em seguida.

As telas a olham, como se estivessem chamando por ela.

Mary pega um pincel.

🌧

Alguns dias depois, ela está dentro de um táxi, indo para o estúdio. June diz que arranjou a pessoa perfeita e precisa testar a química com Mary.

Não deu certo com os últimos que elas tentaram, mas Mary está disposta a continuar procurando com June.

Ela está presa no trânsito, o táxi se move tão devagar quanto se o Teddy estivesse dirigindo, o que é um saco. Ela está atrasada, apesar de ter demorado para sair de casa de propósito. Quanto menos tempo com June, é menos provável que ela conte a amiga sobre o casamento.

Todos concordaram com a ideia de Joseph. Ele decidiu organizar o casamento do nada, em poucos dias e fazer uma surpresa para June. Mary já pensou em todas as formas que isso pode dar errado, mas ela está se mantendo otimista. Ele conhece a noiva o suficiente, não? Quais as probabilidades de June dizer não?

O relacionamento deles não está em uma boa fase, ela sabe que os dois tem brigado horrores por essa questão de Joe continuar no anonimato, mas talvez os problemas sejam resolvidos com um casamento, não?

Ok, Mary está sendo maldosa, ela sabe disso. Precisa focar em ficar feliz pela amiga e deixar Joe resolver os problemas deles. Existem outras coisas para se preocupar. A despedida de solteira de June, por exemplo.

O celular dela vibra, como se a amiga estivesse sentindo o pensamento dela. June quer saber aonde ela está, o que Mary prontamente responde.

Ela não se sente ansiosa assim faz muito tempo. Não sabe exatamente o porquê, mas tem algo nesse teste que está a deixando com o estômago embrulhado. A mãe dela sempre foi muito boa com pressentimentos e sempre encorajou Mary a seguir os próprios, mas ela nunca foi muito boa nisso.

Porém, ela está o seguindo hoje. E sabe que algo está prestes a acontecer. O táxi lento é um sinal, com toda certeza.

Ela se distrai por um momento, respondendo uma mensagem de Lana sobre os drinks da festa de June e quando percebe, está em frente ao prédio.

Enfiando algumas notas amassadas na mão do taxista, ela desce apressada. O salto fino da bota enrosca nos paralelepípedos da calçada e ela quase cai. Mary se recompõe, correndo em direção a sala nos fundos do escritório. Ela está terrivelmente atrasada, June vai a matar.

-Cheguei! -Ela diz, abrindo a porta.

Mary vê June e Saul, além do ator novo. Ele está lendo um papel, provavelmente o roteiro da primeira cena, o que a deixa mais atrasada ainda. Ela tropeça no pé de Saul no meio do caminho, derrubando uma cadeira em seguida. Tem certeza que dessa vez ela vai cair, vai direto para o chão, seu pressentimento se provando verdadeiro, mas não. O que ela sente são as mãos ao seu redor, a segurando. Mary se arrepia, a luz acima dela pisca duas vezes antes de apagar, deixando o estúdio no escuro.

-Puta que pariu. -June sussurra.

-É isso, não é? -Saul pergunta a ela, com um sorrisinho.

Mary se afasta do homem, se recompondo.

-Obrigada. -Ela agradece, estendendo a mão. -Eu sou a Mary.

-Dacre. -Ele diz, aceitando o cumprimento.

A luz começa a piscar, até voltar a funcionar por completo.

-Acho que o mundo invertido me persegue. -Ele ri.

June dá uma gargalhada, se levantando para entregar uma folha de papel para Mary.

-Você ainda quer fazer isso? -Saul pergunta a ela.

-Quero. -June sorri. -Vai ser interessante.

Mary pega a folha, passando os olhos pela cena. A primeira vez que June e Joe se encontram.

-Mary, você precisa de alguns minutos, querida?

-Não, tudo bem. -Ela responde a Saul. -Conheço a cena.

Ela devolve o papel para June, se concentrando no homem a sua frente.

Dacre sorri. E ela esquece todas as falas.

🌧

DACRE

A primeira coisa que ele pensa quando a vê é: ela parece uma versão menos melancólica da Lana Del Rey.

Alta, talvez com 1,75 ou até mais. As curvas nos lugares certos, um par de peitos que poderia fazer um homem implorar por atenção.

E linda. De uma forma absurda.

Mary usa uma blusa que mais parece uma lingerie. Ele sabe que tem um nome para isso, corcel? Corset? Ele nunca viu um com mangas compridas, mas é sexy, os peitos dela parecem prestes a escapar do decote. A saia preta é couro e a bota até o joelho tem um salto fino e pequeno, quer dizer que a altura pertence a ela mesmo.

Ele adora mulheres altas.

Mas não gostou da forma como reparou tanto nela. Ele tem uma namorada em casa, está aqui para trabalhar, não para... seja lá o que isso for.

Bom, ele acha que está aqui para trabalhar. Ficou honrado por June oferecer o papel para ele, mas não sente que tem muito em comum com o personagem. Se Dacre estivesse na mesma situação, ele terminaria com a namorada de uma vez, ao invés de ficar correndo atrás de duas garotas diferentes.

-Acho que preciso reler a cena. -Mary ri. -Prometo que vai ser rápido.

-Não, tudo bem. -June tira o papel do alcance dela, sorrindo. -Improvise com o que você lembra.

Ele dá alguns passos para trás. Mary levanta a cadeira que derrubou quando entrou e senta nela, fingindo escrever em um caderno. Dacre finge abrir uma porta.

-Desculpa. -Ele sorri para ela. -Eu não sabia que tinha alguém aqui, eu só precisava fumar.

Ele levanta uma caneta, fingindo ser um cigarro.

-Espera aí. -June pede, pegando a bolsa e mexendo dentro dela. -Aqui, um cigarro.

-Desde quando você fuma? -Saul faz uma careta para ela.

-Eu não fumo, mas o meu noivo...

Dacre não estava no set na época das gravações, as partes dele foram gravadas em um estúdio em outro lugar, mas ele sabe que foi fumando que Joseph e Jamie acabaram se aproximando.

June mexe de novo na bolsa, pegando um caderninho e entregando para Mary. Dacre entrega a caneta que ele estava usando para ela.

-Enfim, ação. -June diz, gesticulando para os dois.

Dacre começa a cena de novo.

-Tudo bem. -Mary fecha o caderno. -Pode ficar à vontade.

-Você estava escrevendo poesia ou algo assim? -Ele pergunta.

-Poesia? -Ela arqueia a sobrancelha.

-Você parece ser uma poeta. -Ele dá de ombros. -Posso sair se eu estiver atrapalhando.

-Era só uma lista boba.

Dacre finge acender o cigarro.

-Aceita um? -Ele o estende na direção de Mary.

-Eu não fumo. Quer dizer, eu nunca fumei, então... -Ela franze o cenho, parece estar em dúvida. -Não sei se eu aceito.

-Você não sabe se aceita?

-Existe uma primeira vez para tudo.

Mary dá um sorrisinho.

-Tudo bem, eu aceito.

Ele finge tragar o cigarro antes de o estender para ela. Mary se inclina, tragando direto da mão dele, assim como June fez com Joe aquela noite.

Agora ele entende o que aconteceu com Joe. A intenção por trás desse pequeno gesto, apesar de que June não parecia ter intenção nenhuma.

-Nada mau para uma primeira vez. -Ele diz, olhando a mancha de batom vermelho que Mary deixou ao redor do filtro.

Ela sorri, June começa a bater palmas, em fervor.

-Isso! Sim! Sim, sim e sim! -Ela grita. -É isso!

-Você gostou? -Mary sorri para ela.

-Se eu gostei? -Ela seca uma lágrima. -Foi como viver tudo isso de novo! -June praticamente se joga no colo dele. -Bem vindo a família, Dacre!

Ele a aperta em um abraço, rindo.

Mary dá de ombros, sorrindo e olhando para os dois.

-Quem quer sair para comer? -June pergunta.

-Eu! Estou faminta! -Ela sorri.

-Eu também!

As duas entrelaçam os braços e vão em direção a porta. Mary para no meio do caminho, se virando para o olhar por cima do ombro.

-Você não vem, Dacre?

Ele aperta o cigarro entre os dedos com mais força, o enfiando no bolso em seguida.

Talvez ele tenha mais em comum com Joe do que imagina.

🌧🌧🌧

**sem revisão.

Me diga o que vocês estão achando e se acham que vai ficar muito repetitivo essas partes com as cenas de Slow Down.

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