Eu tive que mudar 'cobra' por QUALQUER coisa pq eu simplismente começava a rir igual um idiota quando escrevia
Tipo
'Tomioka nada respondia, estendia sua mão e mostrava A COBRA."
Dai mudei pro nome do bichano pq não dava não.
Sim tenho humor de 6a série.
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Tomioka encontrava-se no lado de fora de seu estado, observando uma tempestade.
Ele gostava de tempestades, o vento frio, o cheiro de terra molhada, sentir aquelas gotas tocar seu corpo.
Era um momento em que ele podia parar e pensar sobre si mesmo.
Deixava um suspiro, apagava o cigarro, que estava no final, em seu próprio pescoço.
Quando estava prestes a acender o próximo cigarro em sua boca, o décimo primeiro só naquele dia, percebeu um movimento ao seu lado.
Olhando, percebeu que se tratava da cobra de estimação de Iguro. Kaburamaru?
O animal olhava pra ele, estava se defendendo da chuva Giyuu presumia, entao, levava seu dedo para próximo da cobra com cuidado.
Sabia que cobras em um geral não são agressivas, só irão atacar quando ameaçadas, e como o dono de Kaburamaru já o odiava, presumia que o animal sentia o mesmo por ele.
Mas que outra opção aquele réptil tinha?
Quando o bichano "cheirou" - deu uma leve lambida - em seu dedo, o bicho se separou levemente e olhou novamente para frente - direção para onde o estado do pilar da serpente ficava - e baixava a cabeça.
Retirava seu haori, colocando no bicinho, deixando a cabeça dele pra fora.
Jogava a cabeça para trás, deveria levar Kaburamaru para Iguro, não?
- Você não se Importa caso eu te segure, né? Assim você não irá se molhar - dava a ideia. Olhando pro animal.
Talvez ele possa parecer estranho por falar com uma cobra - ou com qualquer animal.
Mas ainda mais estranho era como parecia que Kaburamaru entendeu, e rastejou até o homem.
Pegava ele, colocando ele como se fosse um bebê em seu haori, então se levantava e começava a ir em direção que ele presumia ser o estado do hashira.
O frio e a chuva faziam ele querer dar meia volta e voltar para seu estado, mas se lembrava de que Iguro tratava aquela cobra com tanto carinho que ele deveria estar preocupado. Muito preocupado.
O ar gelado, junto com o frio e água em seu corpo, acabavam por piorar a situação.
Era como se tivesse um cinto em seu peito, toda vez que exalava o ar esse cinto apertava ainda mais, e mesmo quando ele sequer conseguia respirar apertava mais.
Sentia suas pernas tremerem.
Não podia cair.
Se caísse iria se machucar, iria permanecer deitado em dor.
Não conseguiria se levantar.
Mesmo no frio da tempestade era como se seus pulmões queimassem.
Essa era a vida dele.
Todo segundo.
Todo minuto.
Toda hora.
Todo dia.
Ele lembrava de quando Iguro e Shinazugawa falavam de como Giyuu se sentia superior aos demais hashiras.
Superior?
Em oque?
Ser um idiota viciado?
Em quem está mais próximo da morte?
Tudo que ele faz é pra agradar os outros, e ainda assim acaba os decepcionando.
Abominava o pensamento de se colocar em cima dos outros -merecia ficar em baixo, de preferência 7 palmos debaixo dos pés deles.
Claro, Shinazugawa por algum motivo parou de tratar Tomioka deste modo pelos últimos meses - talvez ele saiba que eu estou morrendo?
Costumava pensar nisso, mas logo se opunha á isto.
Se Shinazugawa tivesse visto a verdade ele iria rir, não sentir pena.
Quem sentiria pena de um homem que se deixou ser consumido pelo vício?
Ninguém deveria sentir pena.
Deveriam sentir mais ódio ainda pelo pilar da água.
Mas, sinceramente?
Giyuu precisava daquilo.
Precisava viver naquele sofrimento diário.
No limite da vergonha, tomado pelo odio e nojo por si mesmo - que em alguns momentos não passavam de uma apatia á si próprio.
Perdido em seus pensamentos sequer percebia que havia chego no estado do homem que ele procurava.
Ali, ele cogita entre fazer um barulho - que provavelmente seria abafado pelos trovões e a chuva pesada - ou esperar.
Puxava a cobra pra ainda mais próximo de seu corpo, esquentando-o.
- MAS AÍ TU É BURRO, PORRA! - escutava Shinazugawa berrar, provavelmente para Iguro - COMO TU NÃO TA ACHANDO ELE?
Então, a porta era aberta, e o rosto com cicatrizes logo na sua frente.
Os dois homens se encaram.
Em silêncio.
Mas então, a porta era fechada com toda força em seu rosto.
Porra.
Podiam atender ele logo, pois se continuasse naquela chuva logo não consegueria mais respirar.
Depois de alguns segundos, Iguro abria, olhava para Tomioka e levantava a sombrancelha
- Oque faz aqui? - perguntava de modo agressivo.
Tomioka nada respondia, estendia sua mão e mostrava Kaburamaru.
Os olhos do outro pilar brilhavam, pegava o animal com cuidado - junto do haori de Tomioka.
- Onde ele estava?
- Ele surgiu em meu estado enquanto eu estava no lado de fora.
Respondia, levantando a mão pedindo pela vestimenta, e então Iguro, estranhamente, olhava para trás é então dava o haori, abrindo espaço e dizendo.
- Entra, você vai acabar doente..
- Já estou voltando.
- Não foi um convite.
Com isso, Giyuu o encarava, levantando uma sombrancelha, e Kaburamaru ia para o chão, mordendo seu kyahan, e puxando o homem para dentro - claro, antes de entrar Tomioka retirou seu zori, não seria mal-educado a este nível.
Era puxado para o lado de Shinazugawa, que tava deitado, parecendo um gatinho dormindo, o rosto contra o chão.
- Irei preparar algo para vocês dois - Iguro dizia, virando-se de costas para os dois homens - Dois idiotas por andarem por aí nesta chuva.
- Filho da puta - murmurava Sanemi.
- Cuidado que eu sei do teu segredo, ô cachorro raivoso - respondia o homem, que olhava para os olhos de Shinazugawa e então para Tomioka, o qual estava confuso.
Com isso, ele se retirou e foi à cozinha, deixando Shinazugawa e Tomioka em um silêncio surpreendentemente confortável.
Kaburamaru também estava ali, mordendo de leve a mão, bochecha e dedos de Shinazugawa, tentando fazer ele virar para o hashira ao seu lado.
Logo, ele o fazia.
O cabelo de Tomioka molhado, sua respiração completamente cortada e dificultada.
- Que merda, tu veio correndo, por acaso? - perguntava o homem cheio de cicatrizes.
- Uh, não?
- Então porque não consegue respirar?
Não conseguia responder.
Deveria contar a verdade?
Deveria mentir?
Deveria se virar e sair correndo?
A última opção parecia a melhor.
Mas, antes que pudesse sequer pensar em se levantar sentia a mão dele ir perto de sua bochecha, a mão do pilar do vento fria em comparação ao seu rosto.
- Porra, tu ta doente seu imbecil.
- Não, não é isso.
- Então 'cê sabe oque é.
- Sei. Mas não vejo porque você gostaria de saber.
Shinazugawa se segurava para não deitar o outro homem na porrada.
Em situações normais faria, mas esta não era uma situação normal.
Ele estava na porra da TPM, tendo que lidar com um arrombado que não cuida de si mesmo.
Sinceramente?
- Mas vai ti' toma' no cu - disse, de modo mal-educado - Vo' pega' uma coberta pro'cê.
- N-
- Não perguntei.
Olhava pro homem, e quando ele se retirava Tomioka encontrava-se sozinho com Kaburamaru, deixava um leve sorriso surgir em seu rosto.
Aquela conversa que ele teve com Shinazugawa já havia acontecido, com Sabito.
E no mesmo contexto.
Olhava para seu haori.
O de Sabito sempre o trouxe conforto.
Já o outro?
Angústia.
Não pela pessoa que anteriormente perteceu, mas pela cor.
Odiava a cor vermelho.
Aquela cor nunca trouxe nada de bom além de sofrimento, dor.
Sofrimento e dor que vieram do amor que uma vez ele sentiu por outros.
Em poucos segundos Shinazugawa chegava com uma coberta, colocava ao redor de Giyuu e secava os cabelos negros do homem, com cuidado.
Giyuu fechava os olhos, o calor de uma coberta e o relaxante sentimento de alguém cuidando do cabelo dele - com tanto cuidado - acalmava o homem.
O homem de cabelos negros fazia um pequeno movimento contra as mãos do de cabelos brancos, como pedindo por mais "carinho".
De canto de olho, percebia Kaburamaru indo para a direção em que Iguro se encontrava e logo se podia ver a cabeça dos dois pela porta, mas Giyuu não se importava.
Sentia falta de alguém tocando nele de um modo que não fosse para o machucar.
Faltava ronronar de tão bom que aquele sentimento era.