Another World

By williardcsm

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Styles sempre foi falante e festeiro. Isso até o acidente que o tornou paraplégico junto a isso um silêncio a... More

PRÓLOGO
I - Anti-Hero
II - Brooklyn Baby
III - Family line
IV - You Rock my World
V - Brutal
VI - Runaway
VII - Labyrinth
VIII - Ocean Eyes
IX - My tears ricochet
X - I wanna be yours
XI - Falling in Love
XII - When the party's over
XIII - Turning page
XIV - The cut that always bleeds
XV - This is what falling in love feels like
XVI - Until I found him
XVII - Home
XVIII - All of the stars
XIX - You're on Your Own, Kid
XX - You & Me
XXII - Lights are on
XXIII - Look What You Make Me Do
XXIV - Where'd All the Time Go?
XXV - For the first time
XXVI - Lover
XXVII - Memories
XXVIII - Best Friend
XXIX - Happier Than Ever
XXX - Daylight
Agradecimentos
Heaven Can Wait
Extra - Birds of a Feather
Aviso!!

XXI - 1 step forward, 3 steps back

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By williardcsm

HARRY POV

Olhei ao redor e a luz do dia que invadia a janela já clareava boa parte do meu quarto, senti o peso na minha cintura, olhei por trás dos meus ombros vendo o rosto de Louis deitado nas minhas costas com os olhinhos fechados e a boca entreaberta deixando burburinhos escaparem.

Deixei minha mão por cima do cobertor e segurei sua mão também, eu não era de acordar cedo, não sei o motivo de hoje ter feito isso.

Ouvi a porta do meu quarto ser aberta e eu não queria parecer acordado agora, fechei meus olhos novamente usando minha pouca habilidade de atuação para enganar quem é que fosse fingindo dormir.

Senti a pessoa tirando meu cabelo agora bagunçado da testa e deixou um beijo nela, não era minha irmã, ela geralmente deixava beijos na minha bochecha.

Por alguma razão meu cérebro não me deixa acreditar que possa ter sido minha mãe, ela não faria isso, Anne não faria isso comigo.

Continuei com meus olhos fechados e a situação conseguiu me deixar mais confuso assim que a ouvi dizer:

- Eu te amo tanto, filho. Desculpa por nunca ter sido a mãe que você mereceu. Espero te recompensar um dia. É tão difícil te ver assim e, eu não sou madura o suficiente para lidar com isso, não queria que tivesse sido assim conosco.

Senti um carinho na minha bochecha e outro beijo antes dela se levantar e sair do quarto.

Abri meus olhos não sabendo expressar qualquer reação naquele momento, Anne nunca foi dessas de demonstrar carinho principalmente para mim.

Essa é a primeira vez que isso aconteceu em dezeseis anos.

Não sabia direito como reagir.

Quantas vezes ela já não deve ter feito isso outras vezes?

Ela gostava de mim no fim das contas e acho que eu queria chorar com essa notícia que me invadiu sem aviso prévio.

Fechei os olhos na esperança de dormir e poder tirar isso da minha cabeça e acabei conseguindo.

Quando acordei de novo não senti mais o braço de Louis no meu corpo mas ouvi a risada dele lá fora, deve estar tomando café com Gemma.

Como todos os dias de manhã, prefiro me livrar do banho primeiro.

Me transferi para a cadeira destravando as rodas, peguei meu celular e fui até o banheiro.

Na tela de notificações havia mensagens de um número desconhecido.

Era melhor não ter aberto o aplicativo de mensagens hoje.

LOUIS POV

Estava terminando de fazer torradas com Doce de leite e banana para o Harry, Gemma disse que era um dos favoritos dele.

Gemma era maravilhosa.

Ela veio me chamar para tomar café da manhã com ela já que Harry seguia dormindo igual uma pedra, nós fizemos companhia um ao outro.

Nunca vou entender quem diz não se dar bem com a irmã do seu parceiro, Gemma foi um anjo na minha vida desde a primeira vez que trocamos algumas palavras.

Ela estava me contando sobre a faculdade que estava fazendo e eu ouvia atentamente, poderia ser uma opção para mim já que não conseguia pensar em nada depois de terminar o ensino médio.

Estava tudo indo bem até ouvirmos um barulho alto vindo do quarto de Harry, nos olhamos na hora.

- O que é isso? - Perguntou e eu não respondi.

Deixei tudo no balcão, corri e a puxei pelo braço indo para o quarto do meu namorado.

Poderia ser nada mas minha preocupação era maior pela altura do barulho.

Mas não era nada.

Meu coração se apertou com o que encontrei.

Harry estava jogado no chão do banheiro com sua cadeira de rodas caída por cima dele e fazia esforço para alcançar o vaso.

Puxei a cadeira para cima e Gemma foi a primeira a alcançar o irmão, ela o ajudou e na mesma hora Harry colocou tudo para fora, vomitando tudo da noite anterior.

Eu não sabia o que dizer nem fazer naquela situação, eu estava apavorado, nunca tinha visto ele assim.

Gemma ergueu Harry no colo o colocando de volta na cadeira, a camiseta havia se sujado com vômito recente.

Harry estava com uma expressão completamente vazia no rosto, pálido e suado por baixo da franjinha cacheada bagunçada, suas bochechas que eram tão vermelhinhas e coradas estavam sem cor alguma, ele tremia sem parar segurando as lágrimas que ficavam presas nos seus olhos.

Gemma parecia saber o que fazer, ao contrário de mim, ela o ajudou a tirar a camiseta suja com cuidado, o corpo dele estava fraco e não conseguia ter força nem para se trocar sozinho naquela altura do campeonato.

- Busca outra camiseta pra ele, por favor. - Pediu aproximando ele da pia lavando seu rosto.

De relance pude ver uma das várias cicatrizes que ele havia dito nas suas costas desnudas, pareciam ser fundas e doloridas de sentir, só me fez lembrar do que fez ele ganhar elas e comecei a sentir uma agonia sem fim.

Fui até o armário e peguei a primeira que vi, voltei entregando para Gemma que o vestiu de novo e levou Harry de volta para seu quarto.

- O que aconteceu, Harry? - Ela perguntou se abaixando na altura dele que nem mesmo olhou pra ela, Harry deixou seu olhar vazio mirando o nada, literalmente, ele não olhava pra nada. - Ei.

Gemma tentou tocar seu rosto mas mesmo assim não teve resultados. Ela olhou para mim e fez um sinal me chamando para tentar falar com ele.

Me abaixei na sua frente tocando sua mão cruzando nossos dedos, fiz um carinho igual sempre faço quando seguro sua mão e encostei na nossa aliança, talvez funcionasse?

- Paixão? Sou eu, seu peixinho, o que aconteceu? - Perguntei esperançoso mas mesmo assim sem respostas, ele sequer olhou para mim.

As mãos dele suavam frias e não saber o que causou esse estado nele estava me matando.

- E-eu fiz seu café da manhã. - Tentei dizer com um sorriso fraco no rosto com a esperança de atrair a atenção dele. - Quer experimentar? Vamos!

Olhei para Gemma que estava aparentava estar preocupada, eu não sabia o que fazer também. Me levantei e levei Harry até a sala de jantar colocando o prato com as torradas na sua frente e finalmente ele olhou fixamente para algo.

Devagar ele alcançou os talheres cortando em pedaços pequenos uma das torradas e comendo devagar, era um avanço.

Gemma assistia tudo de longe, apoiada no arco do corredor, com os olhos cheios de lágrimas, esses mesmos olhos guardavam um desespero enorme.

Me aproximei e abri meus braços deixando ela me abraçar e logo ouvi os soluços baixos em meio ao choro fraco que ela finalmente deixou sair.

Acariciei suas costas tentando acalma-la, mas ela estava triste demais com tudo isso.

- Gem?

- E-ele ficou assim da última vez. - Se separou do abraço limpando o rosto. - Não falava com ninguém, não olhava pra nada. Foi assim por meses até ele te conhecer. - Isso me deu um choque enorme, meu corpo teve uma onda de energia enorme.

- Eu? - Perguntei confuso apontando para mim mesmo engolindo em seco, como assim eu? Eu não posso ser tão importante assim, nunca fui para ninguém.

- É, você foi o único que tirou ele desse transe de silêncio e fez ele voltar a ficar bem. E-ele saía de casa, conversava, sorria. Realmente parecia estar vivendo e conhecendo outro mundo. Mas agora parece que eu voltei no tempo e ele voltou a se fechar e ficar preso na cabeça dele.

Sua voz saia falhada e afobada, foi difícil de entender o que ela quis dizer pela velocidade que ela falava tudo.

Harry não podia voltar a ficar mal desse jeito, ele não podia ficar preso nos pensamentos assim, eu precisava saber o que aconteceu.

Meu coração se despedaçava ao ver tanto ele quanto a irmã desse jeito.

- Fica calma, Gemma. Por ele. - Segurei seus braços fazendo ela olhar para mim.

- Por ele. - Repetiu e limpou seu rosto.

Gemma foi até a cozinha beber um copo com água que eu pedi para ela fazer para se acalmar.

Peguei meu telefone e mandei mensagem para Zayn e Niall, talvez eles consigam tirar uma palavrinha dele também.

O melhor amigo de Harry!

Liam, talvez ele pudesse ajudar.

Perguntei para Gemma qual o número dele, mandei mensagem explicando a situação e graças a Deus, Liam disse que tentaria falar com Harry, ele pode ser nossa última esperança.

Meu coração se aliviou um pouco.

Talvez ele conseguisse tirar uma palavrinha do meu namorado tristonho.

Não sei o que me preocupava mais, se era o motivo dele voltar para o mundinho silencioso dele ou ele estar nesse transe.

Tinha que ter alguma forma para meu Harry voltar a falar conosco, acho que estou começando a entender o motivo do desespero de Gemma.

Harry foi até seu quarto passando por mim ainda com seu olhar vazio, ele entrou e fechou a porta, me aproximei na esperança de ouvir alguma coisa mesmo de longe.

Consegui escutar o celular dele tocando, deveria ser Liam, ele é nossa maior esperança.

Foi nesse momento que eu comecei a rezar e orar para todos os seres sagrados que existem.

E eu acho que deu meio certo.

Ouvi Harry dizendo "Sim" e "Não" algumas vezes, era pouco mas era melhor do que a situação de antes de não falar nada.

Voltei para a cozinha vendo a irmã de Harry com os olhos escorrendo lágrimas enquanto ela terminava de lavar a louça.

- Ele está falando com o Liam. - Atraí a atenção dela que olhou para mim com um olhar de esperança no rosto. - Pouco, mas está falando.

- I-isso é bom, não é?

- É sim.

Gemma sempre foi forte, mas acho que quando o assunto era esse silêncio em relação ao Harry abalava muito ela.

Percebi isso quando ela me disse sobre pela primeira vez que eu perguntei e agora estou presenciando e entendo o motivo dela estar tão abatida.

Harry é falante. Não tem como negar, quando ele gosta de algo e quer falar sobre ele fica horas e horas conversando, ele só precisa que abram esse espaço seguro para ele poder falar.

Para ele chegar nesse ponto de ficar tão quieto e inexpressivo aconteceu algo muito, muito ruim que eu ainda não tinha a mínima noção do que pode ter sido.

A festa foi tranquila ontem, nós ficamos juntos a todo tempo e nossa pequena DR foi resolvida lá mesmo em questão de minutos, acho que um cumprimento não seria o suficiente pra abater tanto ele.

Gemma me disse por cima que não foi só o acidente que fez ele se fechar, eu precisava entender o que realmente causou isso.

- Gem, o que, além do acidente, causou esse silêncio nele? - Perguntei tentando ser delicado quanto esse assunto.

- Ele foi pra escola com a cadeira em Holmes, era uma escola grande e ele não sabia muito bem como usar a cadeira ainda. Levaram ele ora área da piscina e jogaram ele na água, ele se afogou, óbvio e pra mim isso foi o limite e nos mudamos. Não dava mais pra ficar lá.

Senti mais uma vez aquele frio na espinha de quando ele me contou o que aconteceu com ele pela primeira vez.

- Por isso ele tem medo de piscina. - Falei pra mim mesmo mas ela acabou ouvindo.

- Exatamente. - Ela se virou e passou a secar as louças do meu lado. - O que mais me deixou frustrada foi que só deram uma advertência para quem fez isso, não expulsaram nem nada. Se algumas meninas não tivessem chegado ele poderia ter morrido afogado, Louis.

- Ele entrou na água comigo. - Falei ainda arrepiado e sem acreditar que existiam pessoas tão ruins assim.

- Ele me contou. Viu, você é uma peça principal para ajudar ele.

O choque ainda me batia muito, eu não conseguia acreditar direito em todas essas coisas, as pessoas eram tão más quando queriam.

Isso explica tanta coisa agora.

O motivo dele não entrar na piscina, o por que ele perguntou "E se alguém me empurrase", tudo fazia mais sentido.

Não foi pela festa, ele dormiu bem, algo aconteceu depois da festa e aqui na casa dele.

Eu só não sei o que, não consigo nem imaginar o motivo disso.

Zayn e Niall chegaram juntos a tarde mas também não conseguem fazer Harry dizer uma palavra sequer, Zayn tentou pedid opinião de desenhos, ele pediu pra Harry escolher um mas ele só apontou pra um dos papéis, Niall tentou chamar ele pra uma partida de videogame, nem mesmo resposta ele teve. O único que conseguiu foi Liam e ainda foram poucas coisas.

Já estava ficando torturante essa situação.

- O que aconteceu para ele ficar assim? - Niall perguntou sentado no sofá.

- Não sabemos, eu e Gemma estávamos tomando café, ouvimos um barulho e ele estava caído no chão do banheiro e não falou mais nada. - Expliquei sentindo minha garganta travar e arder.

Eu não protegi ele disso, ele voltou a ficar mal, não pensei que veria ele assim, estava me sentindo o pior namorado do mundo, não consegui proteger ele.

- Como assim caído no chão? - Zayn questionou assustado.

- A cadeira estava caída por cima das pernas dele no chão, ele caiu de alguma forma. - Respondi olhando preocupado para Gemma que andava de um lado para o outro sem parar atrás da mesa. - Espera um pouco.

Fui até Gemma e encontrei em seu ombro.

- Gemma, se acalma. Ficar assim não vai ajudar nem ele nem você, senta um pouco. - Falei e ela concordou com o rosto indo para o próprio quarto, não era isso que eu queria dizer. Eu só espero que ela descanse.

- Ela também não está nada legal, né? - Zayn se referiu a Gemma, concordei me sentando do lado deles de novo.

- Nem um pouco.

- E se tentarmos, sei lá, levar ele para tomar um sorvete, talvez ele se anime. - Niall sugeriu e isso me fez ter um pingo de esperança.

Fui até o quarto dele acompanhado dos meninos, batemos na porta algumas vezes antes de abrirmos e o encontramos deitado em sua cama olhando para a parede.

Ele nem encostou no papel e lápis hoje.

Era um deja vu enorme de algumas semanas atrás.

Me sentei ao seu lado fazendo um carinho em seu rosto, segurei sua mão e levei até meu rosto deixando um beijo na mesma.

Zayn e Niall assistiam tudo da porta, meu coração disparou por alguns segundos quando senti Harry segurar minha mão mais forte, eu quis chorar na mesma hora, ele me queria por perto, ele me queria ali com ele.

- Amor, vamos tomar um sorvete, sim? Com nossos amigos, você quer ir? - Depois de alguns segundos, ele acenou com seu rosto, primeira resposta direta para mim pela primeira vez. Sorri e olhei para os meninos que sorriram também e saíram do quarto nos deixando a sós. - Ei, você está em um lugar seguro, sabe disso, certo? Eu estou aqui com você meu amor. - Ele acenou mais uma vez com seu rosto, fiz um carinho em sua mão mais uma vez. - Vou deixar você se trocar.

Antes que eu pudesse me levantar ele segurou minha mão de novo, o olhei e ele já estava me encarando com os olhos acinzentados e vazios.

- Ajuda.

Ele falou.

Ele falou pela primeira vez hoje comigo, sua voz estava rouca por não ter sido usada por muito tempo, seu rosto estava pálido e fraco, meu coração doía por o ver nesse estado.

Fraco, machucado, indefeso.

Tirei a coberta do seu corpo, ajudei ele a se sentar na cama, seus olhos estavam cheios de lágrimas não derrubadas que guardavam alguma dor imensa por lá.

Harry se transferiu para a cadeira indo até seu armário escolhendo suas roupas, ele não conseguiu tirar a camiseta que estava usando e me olhou como se pedisse ajuda.

Me aproximei e o ajudei a tirar a camiseta antiga que ele usava, sem querer esbarrei nas suas costas e senti uma das cicatrizes dele. Coloquei a outra camiseta junto com uma jaqueta pelo clima frio lá fora.

- Consegue colocar a calça? - Perguntei e ele concordou com o rosto.

Saí do quarto o deixando terminar de se trocar, bati na porta do quarto de Gemma para avisar e a vi concentrada estudando alguma coisa.

- Você precisa relaxar. - Atraí a atenção dela que se virou até mim. - Vamos ir tomar sorvete, quer vir?

- Harry concordou? - Perguntou com seus olhos brilhantes em esperança.

- Sim! - Disse feliz e ela sorriu, um sorriso tão grande e esperançoso. - Quer ir com a gente?

- Não, acho melhor ele ficar com amigos agora, eu não vou conseguir relaxar. - Ela falou se levantando da cadeira ainda com um sorriso de felicidade. - Cuide do meu bebezinho.

- Pode deixar.

A abracei mais uma vez saindo do quarto, os meninos estavam na sala discutindo alguma coisa deles.

Alguns segundos depois Harry apareceu trocado mas com o cabelo inteiro bagunçado, ele veio do meu lado e então arrumei seus cachinhos para saírem da frente do seu rosto.

Ele estava branco, parecia um papel, ele deve ter vomitado de novo, comeu tão pouco no café da manhã.

Zayn veio de carro, o moreno nos levou até a sorveteria onde entramos juntos e ficamos na mesma mesa de sempre.

Na hora de se transferir para o banco do meu lado ele quase escorregou e caiu, só não se machucou pois eu o segurei na hora e ajudei ele a se sentar do meu lado.

Consegui escolher junto com ele um petit gateau com sorvete de menta com chocolate, o favorito dele desde que nos conhecemos.

Os meninos dividiram uma taça de chocolate, eles sempre faziam isso, e sempre brigavam pela cereja, era divertido acompanhar a briga dos dois.

Quando foram buscar os sorvetes senti o celular de Harry vibrar e ele logo olhou e na mesma hora pareceu se engasgar com algo.

Harry se transferiu para a cadeira sem dizer nada indo para o banheiro em disparada, nem Niall ou Zayn entenderam, me levantei indo atrás dele e percebi que ele trancou a porta, merda!

- Harry? - Ouvi tosses vindo de dentro do banheiro o que só me preocupou mais. - H-Hazz? - Perguntei já sentindo meus olhos lacrimejando.

Esperei por uns cinco minutos até ele sair ainda mais pálido do que antes, sua boca estava seca, sem cor alguma, os olhos fundos e cheios de lágrimas.

- Pelo amor de Deus, me fala o que está acontecendo com você. - Pedi e levantei seu rosto para mim.

Eu não conseguia ver meu Harry ali.

Não conseguia ver nada além de um vazio inimensurável, não era o Harry, era alguém machucado, alguém que estava passando por algo horrível ali dentro mas não conseguia por pra fora da maneira certa.

Era algo no telefone dele, foi só ele ver isso que acabou passando mal, tinha algo lá, eu precisava descobrir, precisava que ele me falasse.

Voltamos para a mesa e Harry comeu um pouco, ele devorou o bolinho todo praticamente, era o favorito dele, eu deixei, claro, ele precisava comer qualquer coisa pra compensar a quantidade de vezes que ele acabou vomitando hoje.

Os meninos tentaram puxar assunto com Harry mas não conseguiram arrancar uma outra palavra sequer ou movimentação.

Eu já estava ficando sufocado.

Voltamos pra casa dele a tarde, os meninos foram para a casa deles e assim que entramos a mãe de Harry estava na sala.

Ela atraiu a atenção de Harry que foi até o mais próximo possível olhando para ela, ele parecia ter um brilho no olhar pela primeira vez de novo.

- Mãe? - Ele chamou Anne, mas não foi o resultado que eu esperava, ela mal olhou para ele.

- Estou ocupada. - Cuspiu as palavras de forma seca e os olhos de Harry perderam o brilho na mesma hora.

Ele foi rápido até seu quarto e eu o segui, mas a porta estava trancada de novo.

Fui até o quarto de Gemma de novo que me deixou entrar, ela ainda estava concentrada demais desde o momento em que eu saí.

- É algo no celular dele, Gemma! - Falei e ela girou a cadeira em que estava apoiada em minha direção.

- O que?

- Na sorveteria, estava tudo bem até alguma mensagem chegar no celular dele. - Me joguei na cama deitando de barriga pra cima.

- Como assim? - Gemma se levantou e se sentou do meu lado.

- Alguém mandou algo para Harry e afetou ele pra caralho. - Disse de uma vez, era isso, eu não tinha dúvidas.

Harry estava péssimo, tinha algo no celular dele e ele não iria me falar eu teria que dar um jeito de descobrir.

- Acha que seria muito babaca eu ver o celular dele? - Ela perguntou e na mesma hora me levantei.

- Sim. embora eu também queria fazer o jeito fácil.

Isso iria ser nosso maior desafio.

- Mas é por uma boa causa. - Ela tentou se explicar. - Mas acho que eu não conseguiria me perdoar.

- Exatamente, Harry vai ter que falar isso quando se sentir pronto.

Era difícil, mas era o que podíamos fazer, invadir a privacidade dele seria muito babaca da minha parte como namorado mesmo com a melhor intenção possível.

Não quero ser esse namorado para ele, quero estar com ele nos momentos difíceis mas não quero deixar ele sentindo tudo isso sozinho, vai saber o que deve estar se passando na cabeça dele agora.

Tinha medo dele fazer alguma besteira com esses monstros presos na cabeça, eu precisava dar um jeito dele falar comigo.

Não vou aguentar tanto tempo assim, esse não é o meu Harry e tenho medo do que isso pode acabar criando.

Esses monstros na cabeça dele não vai fazer bem, não quero ele passando por isso, não quero ele sofrendo em silêncio e sozinho.

Vou acabar enlouquecendo se continuar me metralhando com isso, Harry não está bem e eu preciso estar firme igual ele fica por mim nos meus momentos de fraqueza.

Eu sou o porto seguro dele e ele é o meu, precisamos funcionar juntos, nós vamos conseguir.

×××

oioii

capítulo difícil hoje.

Não pago terapias.

o que vocês acham que aconteceu com o nosso querido Harry?

Como vocês estão pós capítulo?

Acho difícil terem alguma parte favorita nesse capítulo mas me digam o que acharam!

Ansiosos para o documentário do Louis? Alguém aqui vai em Ribeirão Preto? Preciso de companhia 😭

Lembrando aqui do nosso grupo de att no twitter e as vezes temos spoilers por lá também! Deixem o @ para entrar!

até o próximo capítulo (triste talvez?)

Love, J.

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