Nos Enlaces da Vida

By alguemab

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Aos doze anos um doce e inocente romance se desenrola entre a pequena Amber e Nathaniel, seu vizinho, e junto... More

Prólogo: A promessa dos 12
Capítulo 01: O Vizinho
Capítulo 02: Volta às aulas
Capítulo 03: O Reencontro
Capítulo 04: Mais um novo aluno
Capítulo 05: Um jantar de boas-vindas
Capítulo 06: Grande Observador
Capítulo 07: Dia de chuva
Capítulo 08: Ah, as quintas-feiras...
Capítulo 09: Robin Hood's
Capítulo 10: Campainhas e Amassos
Capítulo 11: Um jovem homem: etéreo e material
Capítulo 12: Doença maldita
Capítulo 13: Uma Exposição Nublada
Capítulo 14: Uma linda amizade, apenas
Capítulo 15: Natal: finalmente, a promessa
Capítulo 16: Um consolador inesperado
Capítulo 17: Um encontro difícil
Capítulo 18: Meu novo amigo G. O.
Capítulo 19: Adeus, Nathan. Com amor, Am.
Capítulo 20: Último ano
Capítulo 21: A primeira festa do ano
Capítulo 22: Preciso de você...
Capítulo 23: O despertar de uma abelha
Capítulo 24: Uma amizade que se importa
Capítulo 25: A morte de uma abelha
Capítulo 26: Corrida do amor
Capítulo 27: Sob nova direção
Capítulo 28: Uma madrugada tempestuosa
Capítulo 29: Um contrato por uma raiva
Capítulo 30: Finalmente 17
Capítulo 31: Mágoas no gramado
Capítulo 32: Competente e dedicada
Capítulo 33: Um baile de máscaras
Capítulo 34: O noivo
Capítulo 35: Meu salvador
Capítulo 36: Imprevistos que atrasam
Capítulo 37: Me mande uma carta ou sinal de fumaça
Capítulo 38: O final de uma grande observação
Capítulo 39: Amizades e amores
Capítulo 40: Eu sei de tudo
Capítulo 41: Uma solução
Capítulo 42: Convite de casamento
Capítulo 43: Uma procura na grande festa e o adeus fajuto
Capítulo 44: Eu e você, Amber
Capítulo 45: Um encontro sanitário
Capítulo 46: No ninho da cobra
Capítulo 47: O baile de formatura
Capítulo 48: Na estrada
Capítulo 50: Nada melhor que a nossa cama
Capítulo 51: Um colchão
Capítulo 52: Mais um Natal, mais um adeus
Capítulo 53: Ano novo, vida nova
Capítulo 54: Um mês de nós e laços
Capítulo 55: Um homem enfim
Capítulo 56: Te esperando...
Capítulo 57: De volta ao lar
Capítulo 58: Completamente de volta
Capítulo 59: Uma tarde no lago
Capítulo 60: Memórias numa confissão chuvosa
Capítulo 61: Armadilha de amor
Capítulo 62: Eu voltarei
Capítulo 63: Um noivado casto e uma visita
Capítulo 64: Mamãe querida, Amália Rosàlez
Capítulo 65: Preparações para o grande dia
Capítulo 66: Um dia para o dia
Capítulo 67: "Eu prometo..."
Capítulo 68: Tarde, noite, dia, semana de núpcias
Capítulo 69: Rotina familiar
Capítulo 70: De volta ao mundo real
Capítulo 71: Um novo integrante
Capítulo 72: Alícia, então
Capítulo 73: Um convite inocente
Capítulo 74: Não tão bruxa assim
Capítulo 75: Um menino nasceu
Capítulo 76: Fruto do amor
Capítulo 77: Avô materno
Epílogo: A extraordinária vida comum
Capítulo Bônus: O Enlaçado

Capítulo 49: Lar novo lar

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By alguemab

- Amber! - ouvi Nathaniel me chamar do carro.


Voltei para o carro.


- Olá, boa tarde! - o colega de Nathaniel me cumprimentou estendendo a mão.


Ele era mais alto do que Nathan, tinha cabelos cacheados e loiros que estavam levemente bagunçados e para o alto formando quase uma juba engraçada em sua cabeça, era magro e alto.


- Boa tarde! - respondi apertando sua mão.


Ele e Nathaniel desceram as malas do carro e eu fui andando atrás deles com minha bolsinha por uma das vielas, até chegarmos em uma casa de cor cinza claro e branco.


- É essa, nessa época nosso condomínio lota por ser cidade turística. Você teve sorte de cancelarem o aluguel dessa. - o colega de Nathaniel disse. - Teve sorte de ser meu amigo também, sorte grande, mexi uns palitos com meu pai pra te ajudar.


Nathaniel riu.


- Valeu, Marcelo.


A casa tinha um portão baixinho da cor branca e subíamos uma pequena escada para chegar até a porta, tinha uma área coberta com uma mesa grande para churrasco, e uns vasos de plantas espalhados pela área. E como casas de viela todas eram grudadas umas nas outras.


- Amber, não é? - Marcelo perguntou e eu assenti. - Pode abrir a casa pra gente? - ele perguntou tirando a chave do bolso e me entregando.


- Ok.


Eu sabia usar uma maçaneta comum por causa da casa de Bibe, sabia fazer qualquer coisa em uma casa comum. Assim que entrávamos na casa já dávamos de cara com uma cozinha e uma sala juntas, era tudo simples, as cores eram modernas e caíam bem com o ambiente, os móveis eram antigos, mas bem cuidados.


A cozinha era do lado esquerdo, tinha uma mesa de jantar de quatro lugares no centro, uma pia com vista para a parede, uma geladeira e um fogão pequenos, e uns armários embaixo e ao lado desses móveis. A janela da cozinha dava para a área da frente. Do lado direito tinha uma janela que também dava para a área da frente, um sofá pequeno de dois lugares que eu duvidei que coubesse eu e Nathaniel ao mesmo tempo e um pequeno rack com uma pequena TV, um pequeno monstro com corcunda, nem mesmo na casa de Bibe eu havia visto uma daquelas antiguidades.


- Certo, aqui é a cozinha e sala como vocês podem ver. - Marcelo disse ao entrar na sala e por as malas encostadas no sofá. - E aqui temos um pequeno lavabo.


Ele disse andando mais a frente onde tinham duas portas uma do lado esquerdo que dividia a parede com a cozinha e uma do lado direito que dividia a parede com a sala, a que dividia a parede com a sala era a do lavabo, um vaso e uma pia apenas.


- E essa porta... - Marcelo disse abrindo a outra porta e entrando em um quarto com uma cama de casal, eu e Nathaniel ficamos na porta e ele parecia tão surpreso quanto eu. - É o quarto de vocês, aqui tem um banheiro de verdade onde vocês podem tomar banho.


Olhei para Nathaniel em pânico e ele retribuiu o olhar com o mesmo pânico.


- Marcelo... E as duas camas de solteiro que você tinha mencionado? - Nathaniel perguntou sem graça.


-Ah! Aquela casa... Bem, eu fiz um esforcinho e consegui trocar por essa aqui, ninguém merece ter que dormir em cama de solteiro quando se está com a namorada, se é que me entendem. - ele disse piscando um olho.


Eu corei no mesmo instante, e Nathaniel estava boquiaberto como se tivesse lhe roubado as palavras.


- Marcelo... Não somos namorados! Somos amigos! Eu cheguei a mencionar isso!


Marcelo arregalou os olhos.


- Vocês são amigos!? Amigos mesmo!? - ele colocou as mãos na cabeça. - Puta merda... Achei que vocês eram "amigos" - ele fez aspas com os dedos. - Cacete, Nathan, mil desculpas, mas essa é a única casa disponível nessa temporada!


- Filho da égua... - Nathaniel praguejou baixo de modo que apenas eu ouvi enquanto ia até a sala outra vez e com a mão na testa ficou encarando o sofá minúsculo.


Então eu ri.


- Fica tranquilo, Nathan, desde que sua bunda fique pra cá e a minha pra cá, acho que conseguimos dividir essa cama... - eu disse o puxando de volta para olhar o quarto e apontando nossas posições na cama.


Era uma cama minúscula em vista da que eu sempre havia dormido, era do mesmo tamanho da cama de Gian e se nós conseguimos dormir em uma cama sem nos tocar direito namorando, eu conseguia dormir na mesma cama que Nathaniel sem relar nele.


- Bem, vocês podem se resolver, não é!? - Marcelo perguntou com um sorriso amarelo indo em direção a porta de saída.


- Marcelo eu te.... - Nathaniel disse entre os dentes.


- AAI! - Marcelo gritou gargalhando enquanto abriu a porta da casa e correu das mãos de Nathaniel. - ATÉ AMANHÃ! BOA NOITE! - ele gritou antes de correr viela a fora.


Eu e Nathaniel nos entreolhamos constrangidos. Tentei quebrar o climão.


- Bem, é só por um mês, né? - disse sorrindo amarelo.


Ele coçou a cabeça.


- É, mas não se preocupe vou dar um jeito nisso amanhã, agora eu realmente preciso de uma boa noite de sono.


Já eram quatro da tarde e em nossa área e janela batia um sol cansado.


- Claro, você vai tomar um banho antes? - perguntei.


- Vou sim.


- Tudo bem, eu espero aqui. - disse andando até o sofá da sala e me sentando.


- Quer que eu leve suas malas para o quarto?


- Por favor.


Nathaniel levou as três malas para o quarto enquanto eu peguei meu celular, notei que havia acabado a bateria, ele trancou a porta do quarto e eu podia ouvir o barulho do chuveiro de onde estava, eu não me lembrava o quanto aquelas paredes eram finas e dava para se ouvir quase tudo o que era feito no outro cômodo.


Saí de fininho da casa e fui dar uma volta procurando algum local com comida, eu estava faminta. Saí da viela apertada pelo lado contrário de onde entramos e dei de cara com uma rua mais larga e bem em frente uma pracinha com árvores de tantas espécies que não consegui me conter e passar por lá, vi bem-te-vis, araras canindés azuis, pardais e até patos! Eu com certeza amaria o tempo que passaríamos ali.

Eu me sentia estranhamente livre e com medo, eu sabia, como Bibe havia me ensinado, que a liberdade consistia justamente em se ter disciplina e limites, não podia perder isso de vista. As casas dali eram em maioria bem arrumadinhas, eu podia ver as pessoas sentadas em suas áreas, andando pelas vielas e pracinha, a vida ali parecia ser uma delícia...

Eu só sabia sorrir, sorria para o que via, sorria para dar boa tarde a todos, havia até me esquecido de onde vinha, e o que tinha acontecido entre eu e minha família.


Foi quando minha barriga roncou e me lembrei o que viera fazer ali, voltei até uma casinha onde eu sabia que o amigo de Nathaniel ficava e o chamei, ele logo apareceu.


- Você sabe me dizer se tem algum mercado aqui por perto!?


- Ah claro, a gente tem a vendinha do Daniel, eu te levo lá, espera aí! - ele disse saindo da janela e vindo ao meu encontro.


- É longe? - perguntei.


- Que nada. Aqui é tudo colado um no outro, logo logo você já vai estar sabendo tudo.


Sorri.


- Mal posso esperar.


A vendinha ficava a menos de um minuto, na esquina de uma das vielas.


- Danieeeel! Você tem cliente! - ele disse alto no balcão.


De repente um jovem negro com os cabelos crespos bem aparados apareceu no balcão.


- Olá, pessoal!


- Essa é a nova moradora, namorada do meu amigo lá que te falei, bem, na verdade eles são amigos mesmo, provavelmente vocês vão se ver muito ainda! - ele disse nos apresentado.


Nos cumprimentamos e enquanto Daniel e Marcelo ficaram conversando eu peguei uma cestinha e fui andar pelos pequenos corredores da vendinha, mas eu podia ouvir tudo o que eles conversavam e ouvi principalmente porque o assunto era do meu interesse.


- Mano, tem uma semana que descobri um site muito bom que conta fofoca sobre a vida dos ricos. - Daniel disse.


- Ah, era só o que faltava... - Marcelo respondeu.


- Mano, é sério! Você precisa acompanhar isso comigo! Se seu pai comprar mais algumas casas logo logo suas merdas estarão bem aqui!


- Você só pode estar louco, meu pai é rico, mas sites assim são de famílias milionárias, bilionárias, quem sabe até mais, ô cabeção.


Eu havia pego pão, ovos, temperos, laranjas, requeijão e salame e me dirigi ao caixa nessa parte da conversa.


- De qualquer modo não tenho tempo pra ver fofoca de gente tão rica assim. - Marcelo disse.


- Blá, blá, blá. E você... - Daniel começou parando de forma a perguntar meu nome.


- Amber... - Marcelo respondeu por mim.


- ...E você, Amber, aposto que curte, não é!? - Daniel continuou.


Eu ri.


- Não posso dizer que nunca acompanhei...


Ele só não podia saber que era porque eu fazia parte de muitas dessas notícias.


- Viu só!?


- Ela é garota, Daniel.


- Tá bom, tá bom. Ficou quarenta.


Entreguei uma nota de cinquenta e enquanto ele me entregava o troco continuou.


- Amber é um nome diferente pra uma brasileira.


- Não é? Obrigada pela venda, salvou minha janta! - respondi.


Quando voltei para casa Nathaniel já tinha terminado o banho e estava fuçando os armários da cozinha vestido de camisa e bermuda e com a toalha molhada nos ombros.


- Olá, colega de quarto, voltei com um lanche da tarde barra janta. - disse ao vê-lo agachado em um dos armários procurando algo.


- Ah, oi! - ele disse se assustando e tentando sair do armário, mas bateu a cabeça antes de conseguir. - Ai!


Eu ri.


- Meu Deus... Quer comer? - perguntei colocando as sacolas na pequena mesa e me sentando.


Ele sentou na cadeira a minha frente.


- Aceito. Quanto você gastou nisso?


- Não importa, somos amigos, e o valor que gastei nisso com certeza é, mais de cem vezes menor, que o valor que você gastou no aluguel disso aqui.


- Mas foi minha promessa, Am. Me deixe cumpri-la direito.


- Vamos comer! - disse o ignorando.


Me levantei e peguei uma faca e dois pratos e coloquei na mesa.


- Já conheceu o condomínio?


- Bem pouco, mas tem uma pracinha maravilhosa logo na rua a frente, e uma vendinha, e você não sabe, o dono da vendinha acabou de descobrir os jornais que publicam sobre nós...


Nathaniel me olhou curioso.


- Acha que isso é bom ou ruim? - ele perguntou e logo mordeu seu lanche.


- Vamos ver...


Após comermos eu avisei que ia me arrumar para dormir, já eram cinco e meia da tarde, Nathaniel estava quase dormindo no sofá ele estava há um dia sem dormir.


Tranquei a porta do quarto e rapidamente tirei da minha mala um lençol com o qual forrei a cama, os dois travesseiros que eu havia levado para mim, porém precisei dividir um com Nathaniel que não havia levado nada daquilo como eu havia percebido por causa sua mala aberta no chão. E uma colcha, a minha preferida para dias de calor.


Eu não usaria nenhuma das camisolas que havia levado já que eu e Nathaniel dormiríamos no mesmo quarto, eu tinha alguns baby dolls comportados, mas ainda assim fiquei constrangida de vestir qualquer um, peguei um short de tecido e uma blusa de alcinha, a noite estava fresca e eu com certeza não passaria calor. Só odiaria ter que dormir com aquele sutiã me apertando, em todos os anos que eu usava aquilo seria a primeira vez que eu dormiria com um.


Tomei um banho rápido, me troquei e após escovar os dentes e fechar minhas malas abri a porta do quarto. Nathaniel estava desmaiado no sofá ainda com a toalha nos ombros.


Sorri ao vê-lo todo torto naquele pequeno sofá, fui até ele e observei sua face cansada e serena, seus cabelos loiros ainda molhados e espetados, os olhos fechados davam um quê de angelical naquele rosto que eu considerava perfeito, seus lábios como os meus mais carnudos os de baixo que os de cima que com ele adormecido pareciam tão atraentes, eu realmente queria senti-los outra vez, em minha pele e em meus lábios, mas eu não faria isso, não tomaria atitudes precipitadas ele estava sendo meu amigo ali. Prestando atenção tão de perto, observando-o com os braços cruzados eu podia perceber melhor o quanto ele havia ganhado músculos no último ano em que esteve de volta, ele com certeza não havia chegado com aquelas definições da cidade para onde foi embora. Ele parecia se tornar um jovem cada vez mais bonito e isso só me deixava mais enciumada e frustrada por ainda ser apaixonada.


- Nathan... - finalmente o cutuquei.


- Hm?


- Nathan, vem pra cama! - o cutuquei mais forte.


Ele abriu um olho e em seguida o outro. Se sentou no sofá com a mão no rosto.


- Desculpa eu dormi...


- Eu sei, está muito cansado, vem... - disse o puxando pela mão para que ficasse de pé.


Quando ele levantou peguei a toalha de seus ombros e o empurrei para a cama.


- Deita do lado da janela, eu fico do lado de cá, vou estender sua toalha e já volto.


Não tinha certeza se ele havia ouvido ao menos uma palavra, mas estendi sua toalha no varal da área da frente e trancando a porta e apagando as luzes fui para o quarto, e sim ele havia entendido. Apaguei a luz do quarto também e liguei o ventilador de teto, me enfiei debaixo da coberta e virei as costas para Nathaniel como ele estava de costas para mim.


Aquela foi nossa primeira noite.

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