Como Seduzir o Seu Marido

By SofiaCastella2

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Desde os 17 anos, Charlie Foster é apaixonada por Morgan Sullivan, o gentil sócio de seu pai que rapidamente... More

Prólogo - Morgan
Capítulo 1 - Charlie
Capítulo 2 - Morgan
Capítulo 3 - Charlie
Capítulo 4 - Morgan
Capítulo 5 - Charlie
Capítulo 6 - Morgan
Capítulo 7 - Charlie
Capítulo 8 - Morgan
Capítulo 9 - Charlie
Capítulo 10 - Morgan
Capítulo 11 - Charlie
Capítulo 12 - Charlie
Capítulo 13 - Morgan
Capítulo 14 - Charlie
Capítulo 15 - Morgan
Capítulo 16 - Charlie
Capítulo 17 - Morgan
Capítulo 18 - Charlie
Capítulo 19 - Morgan
Capítulo 20 - Charlie
Capítulo 21 - Morgan
Capítulo 22 - Charlie
Capítulo 23 - Morgan
Capítulo 24 - Charlie
Capítulo 25 - Charlie
Capítulo 26 - Morgan
Capítulo 27 - Charlie
Capítulo 28 - Morgan
Capítulo 29 - Charlie
Capítulo 30 - Morgan
Capítulo 31 - Morgan
Capítulo 32 - Charlie
Capítulo 33 - Charlie
Capítulo 34 - Charlie
Capítulo 35 - Morgan
Capítulo 36 - Charlie
Capítulo 37 - Charlie
Capítulo 38 - Charlie
Capítulo 39 - Charlie
Capítulo 40 - Morgan
Capítulo 41 - Charlie
Capítulo 42 - Charlie
Capítulo 43 - Morgan
Capítulo 44- Charlie
Capítulo 45 - Charlie
Capítulo 46 - Morgan
Capítulo 47 - Charlie
Capítulo 48 - Charlie
Capítulo 50 - Morgan
Extra 01 - Morgan
Extra 02 - Morgan
Epílogo - Charlie
Agradecimentos e um Aviso

Capítulo 49 - Morgan

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By SofiaCastella2

— Isso é ótimo, Vivian... — Morgan ouviu sua esposa dizer ao telefone, enquanto terminava de decorar a torta que havia acabado de tirar da geladeira — Não seja boba, é claro que eu confio em você para cuidar disso sozinha. Eu preciso descansar depois dessa reunião com a empresa de brinquedos para cachorros que quer fazer uma parceria conosco... — ela suspirou pesadamente e ele se preocupou com o quanto ela soava exausta — Não, eu estou bem... É só que... Hã, esquece, deve ser uma gripe ou coisa assim. Falo com você amanhã, está bem? Eu sei, eu sei... Nós vamos comemorar meu aniversário no abrigo também, eu não esqueci... — Charlie riu, embora ainda parecesse estranhamente tensa — Até mais, Vivian...

— Então... — ele falou, sorrindo quando ela apareceu na cozinha, vinda da sala de estar — Correu tudo bem na reunião?

— Hã... Sim... — ela assentiu, com os olhos focados no chão — Tudo conforme o esperado...

Colocando o saco de confeiteiro de lado, Morgan parou um momento para analisar a esposa, tentando entender o que havia de errado. Tudo estava absolutamente normal e maravilhoso até que, na noite anterior, ela tinha voltado do trabalho com o rosto pálido e uma expressão quase de pânico. Porém, por mais que ele tivesse tentado insistir para que ela lhe contasse o que tinha acontecido para perturbá-la tanto, Charlie seguiu insistido que não havia nada errado, embora estivesse agindo da maneira mais estranha que ele já vira: evitando seu olhar, recusando-se a manter uma conversa de verdade e sempre com aquela mesma expressão desesperada, como se estivesse esperando que o mundo desabasse a qualquer momento, ou coisa assim. Porém, o que mais o confundia é que ela parecia mais carente do que o normal, sempre procurando por seu abraço e seus beijos, e Morgan tinha a impressão de que isso, de alguma maneira, estava relacionado com sua tensão.

A última vez em que Morgan a tinha visto naquele estado foi nos dois dias que tinham precedido o casamento dos dois, há um mês atrás. Mas, naquela ocasião, ele tinha entendido perfeitamente que sua reação era fruto do nervosismo que inevitavelmente vinha com o ato de planejar um casamento, por mais que o deles tivesse sido pequeno e intimista. Não que isso tivesse impedido Vivian e as outras amigas que Charlie tinha feito na faculdade de ficarem eufóricas em poder participar do planejamento e acabar por deixar sua esposa um pouco mais nervosa do que era normal da personalidade dela. Morgan nunca nem sequer sabia que existia algo chamado Boho Chic antes de se casar pela segunda vez, mas ele tinha ouvido Charlie desabafar tantas vezes sobre como era difícil escolher decorações daquele gênero, que agora se considerava quase um especialista. Felizmente, no instante em eles tinham dito sim novamente no meio do pequeno campo coberto de flores em que o casamento tinha acontecido, ela tinha voltado a ser a mulher animada e determinada que ele tanto amava.

Porém, até onde ele sabia, nada que tinha acontecido com eles nos últimos tempos poderia se comparar à magnitude do casamento. Sendo assim, então, por que ela estava agindo daquele jeito?

Como se tivesse lido sua mente, ela de repente correu da entrada da cozinha em direção a ele e o surpreendeu com um beijo quase desesperado, que só terminou quando ele a afastou gentilmente, decidido a tentar descobrir o que estava errado. Ele havia dado a noite inteira para que ela se sentisse confortável para falar por si mesma, mas Morgan já não podia mais suportar aquele silêncio, especialmente quando era aniversário dela.

— Será que alguém disse ou fez algo nas reuniões que você teve ontem que aborreceram você...? — ele iniciou a conversa com aquela pergunta temerosa, mas ela o interrompeu rapidamente.

— Não, tudo normal. — Charlie assentiu, sem olhá-lo, focando sua atenção na torta em cima da bancada — E essa torta?

— É seu bolo de aniversário, tecnicamente. — ele explicou, sorrindo ao ver os olhos dela brilharem — Torta de caramelo com cobertura de chocolate: sua favorita.

— Oh! — Charlie exclamou, mais eufórica do que ele esperava — Eu posso comer um pedaço agora, por favor?

— Qualquer coisa para a aniversariante. — Morgan concordou, pensando silenciosamente que faria qualquer coisa para vê-la voltar a agir novamente naquele dia, enquanto cortava um pedaço da torta e o empratava, antes de servi-lo para ela.

— Oh, que maravilha... — ela suspirou de puro deleite, colocando uma grande garfada na boca — Parece que você adivinhou que eu estava louca para comer...

Mas ela não teve tempo de terminar a frase, antes de disparar para fora da cozinha na velocidade de um raio, deixando Morgan com a mandíbula escancarada. Mais preocupado do que nunca, ele correu atrás dela, seguindo os sons crescentes de vômito até encontra-la ajoelhada em frente ao vaso sanitário, segurando-se a ele como se sua vida dependesse disso, enquanto parecia regurgitar tudo o que já tinha comido em sua vida.

Gentilmente, ele se aproximou dela e organizou seu cabelo em um rabo de cavalo, esperando pacientemente enquanto ela terminava de vomitar e, logo depois, de escovar os dentes, com o rosto pálido parecendo levemente esverdeado.

— Você está se sentindo doente? — ele colocou a mão na testa dela, quando Charlie finalmente pareceu um pouco recuperada — É por isso que tem estado estranha o dia inteiro? Devíamos ir ao médico...

— Não! — ela exclamou imediatamente, porém, ao perceber que sua reação havia um pouco exagerada demais, pareceu tentar se recompor, abrindo um sorriso nervoso — Quer dizer, não precisa. Foi apenas um mal-estar, nada mais. Além disso, não quero perder meu aniversário de 21 anos sendo examinada. — Charlie deu de ombros, embora ele pudesse ver claramente que havia algo mais do que isso — Já perdi a manhã inteira no banco cercada de advogados, assinando os papéis para receber a herança do meu avô. — ela comentou, com uma expressão que fazia parecer que ainda não acreditava que aquilo finalmente tinha acontecido.

— Tem certeza? — ele a questionou, observando amarrar o cabelo em coque, como se estivesse com medo do enjoo voltar — Com sorte não vai ser nada além de um resfriado e vamos estar de volta rápido...

— Nada disso! — ela negou novamente, dessa vez mais normalmente, mas ainda com aquela pitada de pânico que o estava deixando aflito — Além do mais, você passou o mês inteiro atiçando a minha curiosidade sobre o meu presente de aniversário... — ela cutucou o peito dele, mandona — Não vai me fazer perder isso só porque está preocupado com um pequeno enjoo irrelevante, não é?

— Bem... — ele parou por um momento, sabendo, pela expressão determinada dela, que a não conseguiria convencer a esposa a nada, enquanto ela estivesse com aquele humor — Então acho que vou jogar aquela torta fora. Algum ingrediente deve ter estragado na geladeira e eu não me dei conta...

— Não! Não jogue fora! — ela amuou, repentinamente magoada — É minha torta favorita! Eu quero comer, quando estiver melhor! Além disso, tenho certeza de que foi por causa dela que eu vomitei...

— Mas, se não foi a torta, que outra explicação pode haver, então? — ele questionou, fazendo a expressão dela se tornar alarmada no mesmo momento.

— V-você mesmo disse... — ela gaguejou, encarando chão enquanto caminhava para fora do banheiro, afastando-se dele rapidamente — Deve ser um resfriado comum ou coisa assim. Tenho certeza de que amanhã vou estar muito melhor...

— Quer tomar algum remédio, então? — ele ofereceu, gentilmente.

— Hã... Não, melhor não... — as sobrancelhas de Charlie se franziram, como a possibilidade de se medicar a assustasse, por alguma razão inexplicável — Estou bem, de verdade. Que horas são, afinal? — ela perguntou, embora fosse muito claro que estava apenas tentando mudar de assunto — Se você já terminou a torta, por que não me mostra a minha surpresa? — ela estendeu as mãos na direção dele, claramente fingindo estar mais animada do que realmente se sentia.

— Bem, a sua surpresa, ao menos teoricamente, não é algo que eu posso te dar. Pelo menos não no sentido de colocar nas suas mãos. — ele comentou, enigmático, esperando que aquele presente de aniversário realmente pudesse animá-la um pouco e, quem sabe, até mesmo fazer com que revelasse o que havia de errado — Vamos ter que fazer uma pequena viagem de carro para eu poder mostra-lo a você...

— Nossa, quanto mistério... — ela riu, interessada — Bem, então vamos lá agora mesmo! Quero descobrir o que esse presente é, afinal.

Obedecendo-a, Morgan pegou sua mão e a guiou até o carro, começando a leva-la até o lugar da surpresa em um silêncio amigável, esperando que aquilo ajudasse a fazê-la se sentir mais confortável. Porém, pareceu ter o efeito oposto, já que, sempre que a observava pelo canto do olho, ele a via cruzando e descruzando os polegares nervosamente, aparentemente perdida em pensamentos o suficiente para nem sequer perceber que eles estavam entrando em um grande condomínio de casas.

Finalmente, ele estacionou em frente a uma das casas, uma construção espaçosa e de arquitetura moderna, cercada por uma grande piscina e um jardim bem cuidado. Feliz, ele assistiu os olhos de Charlie se arregalarem com puro encantamento, quando ela finalmente percebeu onde eles estavam. Ele sabia que ambientes extremamente luxuosos e com toques antiquados a incomodavam, por lembra-la da mansão decadente de Anthony, cheia de uma opulência desnecessária. Aquele lugar, porém, apesar de estar longe de ser simples ou humilde, tinha uma atmosfera muito aconchegante e um espaço amplo que, com sorte, seria bem utilizado.

— Que lugar lindo! — Charlie exclamou, impressionada, enquanto saía do carro — É um restaurante ou coisa assim?

— Não. — Morgan riu, pegando a mão dela novamente e começando a leva-la para dentro — Você vai entender em breve...

Subindo a longa rampa no meio do jardim que levava até a entrada principal, eles dois entraram pela longa da frente, que estava destrancada, como o corretor de imóveis havia prometido a Morgan. Lá dentro, a casa estava com pouca mobília, mas os detalhes em madeira e porcelanato tornavam muito bonito e bem iluminado. Olhando tudo ao redor com olhos impressionados, Charlie girou ao redor dos cômodos imensos, como se estivesse ansiosa para ver tudo ao mesmo tempo.

— Olhe só para isso! — ela apontou, assim que eles chegaram na parte de trás da casa, onde havia um gramado ainda mais espaçoso, com árvores e arbustos cheios de flores distribuídos ao redor — Nossa, daria para criar cinquenta animais aqui. Eles teriam muito espaço para brincar e crescer em segurança...! — Charlie parou, no momento em que pareceu se dar conta de algo — Mas por que não tem ninguém aqui? Esse lugar está a venda? — ela olhou novamente ao redor, distraída — Será que já foi comprado?

— Bem... Isso depende... — ele comentou, dando de ombros.

— Como assim? — ela ergueu uma sobrancelha, confusa.

— Depende se você gostou ou não. — Morgan sorriu, acariciando sua bochecha.

— O quê? — Charlie engasgou, chocada — Você quer dizer que...?

— Durante os últimos meses, eu pensei muito sobre o que você tinha me dito em relação ao seu sonho de criar seus próprios bichinhos de estimação, mas além dos animais do abrigo. Mas seria um pouco difícil fazer isso em um apartamento. — ele contou, fazendo-a arregalar ainda mais os olhos — Por isso, eu decidi que seria uma boa ideia procurar um novo lar para nós: uma casa espaçosa onde você pode acolher quantos animais quiser e tornar nossa família ainda maior. — Morgan se aproximou dela, mordendo a bochecha para se impedir de gargalhar diante da expressão pasma dela — E essa foi a casa que eu achei que mais se encaixava no que você tinha descrito para mim. Então, o que acha? Será deveríamos procurar mais um pouco ou esse lugar pode se tornar nosso novo lar? Eu particularmente acho que Matilda iria adorar poder correr por aí sem ter tantas coisas para tropeçar, ao redor...

— Você... Você quer me dar uma casa de aniversário? — ela arfou, como se ainda não pudesse acreditar no que ele tinha dito.

— Na verdade, eu diria que eu estou dando uma casa para nós. — ele se defendeu, já preparado para o fato de que ela ficaria brava se achasse que ele estava gastando muito dinheiro apenas para deixa-la feliz — A cozinha daqui é muito grande e bem equipada, então eu também me beneficiaria bastante, não se preocupe.

— Você... Realmente quer aumentar nossa família? — Charlie mastigou o lábio inferior, nervosa — Quer dizer, vamos ter que mudar bastante nossas vidas se... Adotarmos mais animais... — ela adicionou, reticente — Isso não preocupa você? Saber que vamos ter que abrir mão de algumas coisas por um bom tempo?

— Por que eu me preocuparia? Sempre teremos um ao outro. E é claro que Matilda e Sawyer dão bastante trabalho, mas isso não significa que eu não saiba o quão sortudos nós somos por termos eles. — Morgan a acalmou, cada vez mais confuso com o porque ela parecia tão aflita e hesitante com adotar mais animais, já que isso era algo que sempre fizera parte de suas aspirações — Melhor do que ninguém, eu entendo que mudanças podem ser um pouco assustadoras, mas, se houve algo que eu aprendi nesse ano em que estamos casados... — ele envolveu os braços ao redor da cintura dela e beijou sua têmpora, amoroso — É que o medo de se arriscar não é nada quando comparado com a felicidade que podemos encontrar quando apenas permitimos que as mudanças aconteçam.

— Oh, Morgan... — surpreso, ele viu a esposa começar a chorar e se atirar nos braços dele, soluçando — Isso era tudo o que eu precisava ouvir...

— Você finalmente vai me contar o que está incomodando você? — ele questionou gentilmente, correndo os polegares por suas bochechas para secar suas lágrimas.

— Não exatamente incomodando. É só que... Bem, ontem eu recebi uma notícia que me deixou um pouco sem chão... — ela fungou, inquieta — Droga, eu tinha planejado começar essa conversa perguntando se você se lembrava de quando eu te disse que queria dar alguns irmãozinhos para Sawyer e Matilda em breve, mas você se lembra disso tão bem que até está pensando em comprar uma casa...

— Charlie... — ele tentou acalmá-la — Apenas fale o que aconteceu. Prometo que, seja lá o que for, vamos resolver juntos.

— É que... Não é algo que precisa ver resolvido... — Charlie cruzou e descruzou os dedos rapidamente, assim como tinha feito no carro — Na verdade, eu... Eu fiquei com medo de atrapalhar demais os planos que tínhamos feito para os próximos anos... Por que... Matilda e Sawyer vão ganhar um novo irmãozinho em breve... — ela contou, olhando-o por sobre os cílios.

— Você encontrou algum animal no abrigo que quer adotar? — ele tentou adivinhar, ainda sem entender porque ela parecia tão nervosa.

— Não... — ela balançou a cabeça, pegando temerosamente a mão dele e guiando-a até sua barriga — Na verdade... Eles vão ganhar um irmãozinho humano... — foi a vez dele de ficar em choque, com a mandíbula escancarada, então Charlie seguiu contando, como se já não conseguisse mais parar, agora que tinha finalmente admitido — Eu estava me sentindo um pouco estranha nas últimas semanas, mas achei que devia ser apenas uma gripe ou algum problema intestinal... Mas, então, eu me dei conta de que o meu período está atrasada há algum tempo. O que não era realmente uma surpresa, porque eu não sou exatamente regulada, mas... Droga, seria difícil não pensar em gravidez quando se está vomitando o tempo todo, hipersensível e sem menstruar. Por isso, depois que acabei o trabalho ontem, fui escondida até o banheiro do abrigo e fiz alguns testes que tinha comprado na farmácia na hora do almoço. Pensei que provavelmente eles iriam dar negativo e teria sido só um susto, mas... Eu fiz três e todos deram positivos. — ela mordeu o lábio, tensa.

— Então nós... — ele engoliu em seco, ainda incrédulo, desviando os olhos na direção da barriga dela — Nós vamos ter um bebê?

— Sim... — ela admitiu, tímida — Eu sei que isso estava muito fora dos nossos planos e vai ser um grande desafio conciliar nossas faculdades com criar um filho. Mas, eu prometo que vai ser diferente do que na época em que levei um tiro! — Charlie exclamou, determinada — Eu não vou deixar que você atrase o seu curso de novo! Vou dar um jeito de conciliar tudo e nós vamos...

Mas ele a interrompeu ao pegá-la no colo e começar a girá-la ao redor do gramado, sentindo que poderia explodir de felicidade ali mesmo. Quando ambos estavam quase ficando zonzos e Charlie havia finalmente começado a rir de sua reação, ele a colocou no chão novamente, ajoelhando-se diante dela para beijar sua barriga por sobre a camisa, emocionado.

— Você está grávida! — ele exclamou, sentindo que precisava que o mundo inteiro soubesse — Eu vou ser pai!

— Você não está apavorado? — Charlie perguntou, surpresa — Quer dizer, eu sabia que você ficaria feliz eventualmente, mas... Droga, eu mesma não soube como reagir quando vi todos aqueles testes com duas faixas vermelhas aparecendo... — ela contou, correndo as mãos nervosamente pelo cabelo — Não era o que nós tínhamos combinado e eu não quero atrapalhar o seu sonho de se tornar gastrônomo de novo...

— E você acha que eu me importo com isso? — ele riu, sentindo as lágrimas de alegria se acumularem em seus olhos — Oh, querida. O que eu mais tenho na minha vida é tempo, inclusive para concluir a minha faculdade e descobrir o que quero fazer da vida, agora que estou livre. Mas, se tem algo que eu tenho a mais absoluta certeza, é que quero ser um pai melhor para esse bebê do que meu pai foi para mim. — Morgan acariciou a barriga dela com reverência — Quero dedicar cada segundo do meu tempo a fazê-lo feliz, protege-lo e deixa-lo saber que eu sempre vou amá-lo, não importa se ele tomar um caminho muito diferente do que eu escolheria. Deus, sem dúvida é assustador saber que tem uma vidinha crescendo aqui dentro e que vai depender dos nossos cuidados por um bom tempo... Mas, ao mesmo tempo... — ele fungou, maravilhado — É tão incrível.

— Sim, é... — Charlie enxugou uma nova onda de lágrimas de emoção — Eu não sei se são os hormônios ou coisa assim, mas... Ao mesmo tempo em que nunca me senti tão apavorada em toda a minha vida... Nunca me senti tão encantada também... — ela correu as mãos pelo próprio ventre, sorrindo para ele — Dá para acreditar que realmente isso? Que estamos prestes a trazer uma pessoa nova para esse mundo? Ainda parece tão difícil de acreditar... Quer dizer... — ela engoliu em seco, com aquela mesma expressão de pânico que ele tinha visto mais cedo, mas que agora fazia todo o sentido — Você acha que estamos prontos para isso? Que vamos conseguir nos tornar bons pais para esse bebê?

— Eu não sei se um dia alguém realmente se sente pronto para encarar uma responsabilidade tão grande quanto ser pai, para falar a verdade. — ele sorriu, entendendo perfeitamente os medos dela — Mas isso não significa que não podemos dar o nosso melhor e amar essa criança como se ela fosse a coisa mais importante das nossas vidas. Até porque, ela já é. E isso não significa que vamos ter que pausar nossas vidas inteiras por causa disso. É claro, eu quero dar a ela o máximo de atenção que eu conseguir, mas nossos sonhos ainda são importantes, e, por isso, eu tenho certeza que vamos encontrar uma maneira de equilibrar as duas coisas, mesmo que seja difícil no início. — ele a consolou, fazendo-a sorrir entre as lágrimas.

— Como você sempre sabe o que falar para me fazer sentir melhor? E, principalmente, como conseguiu adivinhar que iríamos precisar de uma casa maior para criar o bebê? — Charlie correu os olhos ao redor novamente, com um sorriso radiante — Olhe só para esse lugar... Consegue imaginar uma criancinha, parecida com nós dois, correndo por aqui, com vários animais a seguindo por todos os lugares?

— Sim, eu consigo... — ele suspirou, emocionado, abraçando-a por trás — Para falar a verdade, eu cheguei a fantasiar um pouco sobre isso, quando vi essa casa pela primeira vez. Mesmo sabendo que, teoricamente, ainda demoraria algum tempo para isso acontecer, não consegui deixar de pensar que esse lugar era excelente não apenas para criar nossos animais, mas também nossos filhos.

— Bem, as coisas sempre são imprevisíveis quando se trata de nós dois, não é? — ela riu, parecendo um pouco mais tranquila — Não sei porque fiquei surpresa com mais essa nova aventura que arranjamos. — com a semblante preocupado, mas também igualmente encantado, ela voltou a tocar a própria barriga — Nós vamos conseguir fazer isso... Não é? — Charlie perguntou, hesitante, mas seu olhar dizia que ela apenas queria que ele concordasse, para que ela se sentisse um pouco consolada.

— É claro que vamos. — ele lhe garantiu, beijando sua têmpora — E, se por acaso são os exemplos que nossos pais nos deram que preocupa você, então saiba que eu tenho certeza de que vamos nos esforçar ao máximo para ser como a minha mãe e o seu avô, nunca como Robert ou Anthony. Por isso, nosso bebê nunca vai ter dúvidas sobre o quanto é importante e o quanto nós o amamos incondicionalmente.

— Sem dizendo a coisa certa... — ela resmungou para si mesma, parecendo um pouco mais relaxada — Então, acho que tudo o que me resta dizer para você agora é... Parabéns, papai. — Charlie sorriu, emocionada.

— E parabéns para você também, mamãe. Obrigado por ter feito de mim o homem mais feliz do mundo. — ele lhe deu um beijo suave, mas repleto do amor que sentia por ela — Agora, o que você acha de conhecer melhor sua nova casa?

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