Hwang Hyunjin
Jisung pulou no pai assim que este saiu do carro. O ômega antes arisco pareceu relaxar ao ver o outro.
— Senhor Han, eu não disse para esperar dentro do carro? É muito perigoso ficar do lado de fora do colégio do seu filho, muitas pessoas querem chegar até vocês. — Bufei audível e fiz sinal para Lee Minho e Sophia ficarem em alerta. — Qualquer passo em falso e o nosso plano de proteção cai por terra.
— Hwang, você passou a viagem toda me dizendo isso, eu já sei. — Felix resmungou e voltou a acariciar os cabelos do filho. — Meu amor, eu sinto muito.
— Está tudo bem, papai, não tinha como você saber sobre o que Adam fazia. — Jisung tentou tranquilizar o pai e eu não pude reprimir uma risada sarcástica. — Perdão? — Jisung cruzou os braços e me olhou furtivamente.
— Ele acha que não tem como eu não estar metido nisso. Todos eles acham. — Felix supirou parecendo cansado.
— Eles são os piores agentes que eu já conheci. — Jisung resmungou e eu sorri debochado.
— Não sabia que já tinha tido contato com agentes, senhor Han Evans. — Fiz sinal para que eles entrassem no carro.
— Não me chame assim, eu não tenho o sobrenome de Adam. — Jisung disse de forma amarga e entrou no carro com Felix.
Dei a volta e entrei no banco do motorista. — Minho, você vai atrás. — Ordenei e o alfa grunhiu.
— Por que a Sophia vai na frente? — Revirei os olhos já esperando pelo drama infantil.
— Minho, pelo amor de tudo que é mais sagrado, só faz o que eu mandei. Não temos tempo para a briguinha irritante de irmãos. — Sophia riu e empurrou Minho da frente da porta do passageiro.
— Papai não quer que você fique do lado dele porque você fede. — Provocou.
— Eu não me lembro de ter dois filhos de cinco anos. Entrem agora! — Rosnei. Minho bufou e entrou no carro, batendo a porta com força em seguida. — Oh, alfa adolescente! — Chamei e virei para trás, a tempo de ver ele puxando o cinto de segurança. — Quebra a porta do carro que eu quebro você. — Sorri falso. — Entra também! — Murmurei para Sophia.
— Vocês são agentes também? — Jisung perguntou assim que eu dei partida no carro.
— Sim. — Sophia sorriu grande e exibiu a pulseira de acesso. — Não temos identificação porque não somos policiais, mas essa pulseira é perto disso. É uma pulseira muito maneira, não é? Ela é muito tecnológica apesar de parecer normal. Ela dá o acesso a sede da C.P.A. — Comecei a tossir forçado para impedir a ômega de dizer mais alguma coisa.
— Acho que você está falando demais e seu pai não quer que você faça isso. — Felix sorriu forçado para mim e eu desviei o olhar do espelho.
— Temos que ser cuidadosos. Vocês foram inseridos no programa de proteção mas isso não quer dizer que vocês não fizeram parte da ascenção dos negócios de Adam. — Expliquei enquanto virava a última rua e conferia se algum carro estava nos seguindo.
— Eles realmente acham que você fazia parte? — Ouvi Jisung murmurar para o pai.
— Mais do que isso, eles acham que eu era usado como isca. — Consegui sentir a amargura de Felix ao dizer. — Eles acham que Adam me usava como um presentinho para os sócios.
— Espere um pouco, eu não disse isso, a polícia que suspeita. Você disse que Adam só tentou te usar como presente na última reunião, e nisso eu posso acreditar. — Esclareci.
— Mas...?
— Mas eu não posso acreditar que você não sabia de pelo menos metade das coisas que ele fazia. Mas não se preocupe e não se ofenda, eu apenas acredito em fatos provados. A justiça ainda está investigando. — Suspirei e estacionei em frente a casa que estávamos hospedados. — Eu expliquei para seu pai, mas não tive tempo de conversar com você sobre os nossos próximos passos. — Me virei para olhar para Jisung.
— Vamos ficar aqui? — Jisung olhou pela janela e fez uma careta ao ver a casa simples e velha.
— Não, essa é só uma das casas que usamos para esconder as vítimas por uma noite ou duas, até ser decidido o local final. — Expliquei e Jisung assentiu devagar. — Eu apenas expliquei para seu pai que vamos ter que viajar. Não contamos para onde estamos indo para que as vítimas não se sintam tentadas a se comunicarem com amigos e parentes, mas preciso que vocês decorem todo o roteiro, então vou apenas recolher os celulares antes de partirmos. — Estendi a mão na direção dos dois que nem ao menos se mexeram. Minho soltou uma risada e Sophia virou para a janela para esconder que também estava rindo.
— Você está brincando? — Jisung perguntou devagar e eu o encarei com tédio.
— Eu não pareço um cara muito divertido, pareço? — Os dois negaram com a cabeça e Minho fez questão de gritar um estridente "Parece sim!"
— Bem... — Minho respirou fundo e virou para eles. — Papai não está brincando com vocês, temos apenas vinte e quatro horas para tirar vocês do país. Não podemos correr o risco de vocês entregarem nossa nova localização. — Explicou e eu assenti.
— Eu vou ficar sem celular? Vou ficar isolado do mundo? — Jisung arregalou os olhos.
— Podemos resolver isso depois, talvez quando chegarmos lá, mas por agora preciso dos celulares. — Suspirei já cansado. — Não posso correr o risco de você contar aos seus amigos. — Jisung se encolheu um pouco e estendeu o celular.
— Meus colegas estão ocupados demais para isso. — Sorriu debochado mas eu pude ver um brilho de tristeza em seus olhos.
— Han Lee Felix... — Estendi minha mão para Felix. — O celular.
— Tudo bem, não é como se eu já não tivesse tido a vontade de jogar ele pela janela. — Peguei o celular e franzi o cenho ao ver ele tocar e o nome "Adam" brilhar na tela.
— Adam está preso, pode me explicar como ele está te ligando? — Suspendi uma sobrancelha para ele.
— Eu não sei, eu não atendi. — Olhei nos olhos dele e ele bufou. — O celular não parou de tocar desde que eu saí da delegacia com você.
— Por que não deixou lá? Se não tem ligação com a máfia, não deve ter medo que os investigadores olhem.
— Não fiz isso porque não tem nada aí, ele é novo. E fiquei com medo de ficar sem nenhum ao ter minha conta bloqueada. Eu não tinha um celular, se você quer saber. Jisung conseguiu um para mim três dias antes do jantar. — Explicou e eu franzi o cenho quando Jisung se remexeu desconfortável. Olhei para Sophia e ela deu de ombros.
— Eu vou garantir que vocês tenham novos aparelhos, não se preocupem. — Guardei os dois aparelhos na mochila de Minho. — Vou tentar rastrear de onde está vindo as ligações e se é realmente Adam tentando falar com você. — Os dois assentiram. — Pedi para um dos agentes da equipe da minha filha entrar na casa de vocês e pegarem alguns pertences.
— Vão saber que estamos indo para outro lugar. — Jisung franziu o cenho.
— Não vão, pedimos para eles serem discretos e tirarem poucas coisas. Alguns agentes híbridos estaram lá para simular que vocês ainda estão em casa. Vamos pegar quem pensar em invadir. — Exliquei e saí do carro. — Isso nos dará mais tempo para sumir.
— Disseram para pegar as malas e pegar o outro carro, partimos daqui quinze minutos. — Minho saiu do carro e virou o celular para mim.
— Droga! Não saiam do carro ainda! — Pedi antes que eles se movessem. — Minho, Sophia, peguem as malas e coloquem no outro carro. Minho vai dirigir até o jatinho com elas. — Sophia começou a rir da careta de Minho e eu tratei de completar. — Minho, Jisung e as malas vão em um carro. Eu, Felix e Sophia vamos no outro. Querem pegar o Felix, tenho medo de conseguirem nos interceptar no meio do caminho. Se perdermos, perderemos apenas um.
— Ei! — Felix gritou raivoso e saiu do carro. — Quer dizer que não importa se um de nós for sequestrado desde que tenha o outro?
— Se só um for sequestrado, será cinquenta por cento de sucesso. — Sorri debochado. — É o suficiente para não perdermos nossos cargos.
— Nos leve logo para a sede dessa C.P.A, eu não quero mais ficar um minuto na presença de vocês. — Felix grunhiu e entrou no carro.
— Vamos tirar no palitinho para ver quem vai contar pra ele. — Ouvi Sophia murmurar para Minho e os dois caírem na risada.
— Eles precisam entrar no jatinho, então calem a boca! — Disse entredentes e joguei a chave do outro carro para Minho. — Não parem, não discutam e não morram. — Minho assentiu mas Jisung congelou assim que saiu do carro. — Não temos o dia todo, garoto.
— Não morrer? E quem é que vai me proteger?
— Eu! — Minho sorriu grande e ajeitou a postura. — Não se preocupe, bochechas fofinhas.
— Papai... — Jisung suplicou para o outro ômega, que apenas deu de ombros. — Se tocar em mim, eu vou cortar o seu bem mais precioso! — Gritou e caminhou até o outro carro estacionado na garagem.
— Quanta auto-estima! — Minho zombou.
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