Bia despertou satisfeita, por ter o pai e Dulce ali. Sua satisfação foi embora assim que ela viu o frasquinho. O sumo cheirava a planta, e era branco opaco, quase cinza.
Bia: Não vou beber isso. – Disse, vendo Dulce apanhando uma colher.
Dulce: Sim, a senhorita vai. – Bia fez bico – Tu serás rainha, seja corajosa. - Incentivou.
Bia: Eu nem estou doente. Para que é isto? – Christopher permanecia calado, nos pés da cama.
Dulce: Quando for o momento, tu saberás. – Dulce não queria criar falsas expectativas, caso não desse certo.
BIa: Papai. – Apelou, desgostosa, vendo Dulce depositando o "xarope" na colher.
Christopher: Ouça ela, meu anjo. – Pediu, em voz baixa. Christopher estava branco feito cal.
Dulce: No três. – Disse, e Bia olhou o remédio com uma careta – Um, dois, três!
Christopher abaixou os olhos ao ver Bia abrir a boca e engolir o remédio. Dulce ainda lhe deu mais duas colheres , três no total.
Bia: Minha boca está ardendo! – Exclamou, com uma careta. Christopher olhou para Dulce, preocupado.
Dulce: Está tudo bem, já acabou. – Ela tampou o frasco, deixando-o na cabeceira de Bia. Ela apanhou um copo de água da cabeceira e deu a menina, que bebeu.
Bia: Dulce, minha garganta está queimando. – Se queixou, atordoada. Sentia os lábios ardendo, dormente, assim como toda a boca e a garganta. Ela tomou mais da água, mas não ajudava.
Dulce: É pro seu bem, acredite. Se deite mais um pouco, logo tudo vai passar. – Prometeu, ajeitando a menina na cama. Bia tinha uma caretinha desgostosa no rosto – Vai passar. – Sussurrou, beijando a testa dela em seguida, e a menina sorriu de canto, fechando os olhos.
Christopher: E agora? – Perguntou, angustiado, em um sussurro.
Dulce: Agora nós esperamos. – Respondeu, e ele suspirou. Ela o abraçou e ele a apertou forte contra o peito, aspirando seu perfume, enquanto observava a filha.
Só restava esperar.
Christopher: Ela está dormindo há tempo demais. – Disse, angustiado.
Era noite. Bia adormecera pela manhã, logo após tomar o remédio, e não acordara. Estava pálida, quieta, mal parecia respirar.
Dulce: Tenha calma. – Pediu, observando a menina.
Christopher: Ela tem a aparência de Rubi. – Ele estava entrando em pânico. – Eu vou chamar um médico. – Disse, se levantando em um rompante.
Dulce: Ei. – Ela o segurou pelo colete. Christopher a olhou, atordoado – O medico resolveu da ultima vez? – Christopher não respondeu – Confie em mim.
Robert: Com licença. – Disse, batendo na porta. Dulce e Christopher olharam. – Christopher, o jantar foi servido. Tu vens?
Christopher: Não. – Respondeu, de imediato.
Dulce: Vai. – Rebateu, ao mesmo tempo. Robert ergueu a sobrancelha, esperando. Christopher a olhou, indignado – Sim, tu vais. Tua preocupação a deixará ainda mais tensa, vá e só volte quando eu chamar. – Disse, empurrando-o.
Christopher: Não vou sair daqui, você enlouqueceu? – Perguntou, exasperado.
Robert: Precisa de ajuda? – Perguntou, sorrindo, debochado.
Dulce: Por favor. – Pediu, cansada.
Houve uma luta corporal rápida dentro do quarto. Robert era rápido, mas Christopher se esquivava. Até que Dulce se lançou, abraçando Christopher com força, o que deu tempo de Robert agarrá-lo pelo fundo da camisa.
Christopher:Dulce. – Contestou.
Dulce: Confie em mim. – Disse, acariciando o rosto dele – Vá.
E Robert rebocou Christopher. Dulce olhou Bia, após fechar a porta. A menina estava quase cinza. Apenas horas depois, já noite aberta, que houve resposta. Bia gemeu, franzindo o cenho, e Dulce se adiantou.