Fire, Blood And Death

By Ofmelques

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E se o segundo filho da Princesa Rhaenyra Targaryen e de Laenor Velaryon, fosse na verdade seu único filho le... More

O Eclipse
O Cavalo Marinho que não gostava do mar
O Oceano no Fim do Caminho
Courage
Os Ventos da Mudança
A viagem sem volta
A SACERDOTISA
O Dragão do Rei
A Garganta do Diabo
O Priorado de Sião
Lucerys Velaryon
Compromissos da Coroa
O Dia do Nome
A Tempestade no Fim do Caminho
A Fúria das Marés
O olho do Furacão
Verus Princeps
Family Affair
O Casamento
O Inverno Está Chegando
A Muralha
O Príncipe Rebelde
O Fim De seu Destino
O Senhor das Marés
Passado sem Honra
Fogo & Sangue
O Alimento do Tolo é a Esperança
Blood And Death
O Fim? - Parte I
O Fim? Parte II - Final
REIVINDICADO
THE LAST DRAGONS
O Príncipe Exilado

A Fortaleza Vermelha

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By Ofmelques


Anos se passaram desde sua chegada a Derivamarca com Rhaena. Os dois conquistaram respeito e admiração dos residentes locais principalmente Lucerys por possuir dois dragões. Ele não havia montado Arrax ainda, seu dragão do mar agora vivia em um rio construído para ele viver, e as vezes ele ficava no mar, mas sempre que Lucerys o chamava ele aparecia.

A maioria das pessoas tinha medo de Arrax, os pescadores principalmente. Mas ele pedia para que Arrax se alimentasse o mais longe possível e ele sempre o acompanhava em suas viagens pelo oceano aberto voando em Vermithor. Arrax sempre foi dócil com ele, mas não gostava da presença de outras pessoas, exceto Rhaena.

Arrax e Moondancer pareciam bem próximos por sinal. Arrax já tinha o tamanho de uma casa bem grande, ele realmente cresceu bastante ao longo dos anos. Moondancer também estava enorme, era um lindo dragão roseado. Lucerys achava que ela era um dragão fêmea, não sabia bem o motivo, mas tinha um pressentimento.

Ele sentia saudades de sua família, pensou enquanto voava com Moondancer e Vermithor observando Arrax nadar por entre as ondas. Sua mãe e seus pais vinham com muita frequência visita-los. Ao longo dos anos essa frequência diminuiu. Não estava chateado por isso, sua mãe havia engravidado mais duas vezes, mais um Aegon e um Viserys na família. Ele pensou sorrindo.

Seu irmão cumpriu sua promessa, assim que ele montou Vermax ele veio visita-lo e o fez por muitas vezes durante os anos, sua presença era constante junto com Baela em Derivamarca. Ele amava quando seu irmão vinha os visitar. Joffrey ainda não montava seu dragão Tyraxes, mas ele prometeu que iria visita-lo assim que pudesse começar a montar e os três apostariam uma corrida em seus dragões.

Maegor nunca o visitou, tão pouco Aemond. Seu tio ao menos o respondia em suas cartas, mas Maegor parecia sempre distante desde que ele foi embora com Rhaena. Rhaena sentia falta de seu irmão, Lucerys sabia disso. Até Lucerys parecia se incomodar com a atitude de Maegor.

Seus pais estavam constantemente viajando entre Porto Real e pedra do dragão, ele sabia que seus pais estavam muito ocupados com todos os problemas do reino. Os degraus voltaram a ser um problema novamente, seu vô Corlys constantemente era requisitado para que pudesse combater os piratas que estavam atacando e saqueando todos os navios de Westeros.

Isso tomava bastante de seu tempo, sua vó governava Derivamarca a maior parte do tempo, Rhaena e ele ficavam ao seu lado sempre. Impedindo que um certo Vaemond Velaryon se aproveitasse dessa oportunidade para tomar qualquer tipo de atitude ou levantar qualquer tipo de motim contra sua vó. Sua vó por sua vez não dava motivos para que ninguém ousasse questionar suas decisões, governava Derivamarca com excelência.

Lucerys e Rhaena conheceram diversos lordes ao longo desses anos enquanto aprendiam com seus avós a governar, velejar e a praticar seu alto valiriano. Além de treinar com espadar, é claro. Lucerys e Rhaena tornaram-se excelentes guerreiros, Rhaena não se deixava abalar por comentários a respeito de seu gênero. Lucerys a admirava por isso e sempre a tratava com respeito para que nenhum homem ousasse desrespeita-la. E ele nem precisava protege-la pois sua prima não tinha medo de ninguém.

As sacerdotisas vermelhas se estabeleceram em pedra do dragão e Derivamarca e constantemente era vistas pela região. Karah e Catharina eram presença constante no castelo, junto aos príncipes Lucerys e Rhaena. As sacerdotisas se mostravam bastante úteis com seus conhecimentos, principalmente medicinais, o que fez com que diversas pessoas de outras partes de Westeros viessem a visita-las para procurar ajuda.

"Meu príncipe, você teria algum tempo?" – Perguntou Karah.

Lucerys olhou para a mulher que agora possuía apenas cicatrizes das queimaduras que sofreu quando ela o salvou.

"Claro. O que você deseja conversar?" – Falou Lucerys.

"Você deve visitar seu avô." – Disse Karah.

"Viserys? Ele está doente?" – Respondeu

"A sua saúde já está se deteriorando a cada mês. Você falou que precisava de nossa ajuda, vá para seu avô. Está na hora de começar a atuar como príncipe do reino." – Disse Karah falando num tom sério.

"Certo... Eu... Vou falar com minha vó e Rhaena, vou de Dragão mesmo." – Disse Lucerys soando nervoso e ansioso. Ele precisava ser forte, ele estava aqui para isso, ele precisava ajudar o reinado de sua mãe, por mais que quisesse que seu avô vivesse para sempre não teria muito tempo conosco.

Lucerys então foi até sua vó que estava conversando com alguns mercadores sobre a situação da comida ao longo da parte sul de Westeros. Rhaena estava ao seu lado, ouvindo tudo atentamente. A guerra nos degraus estava impedindo a chegada de mantimentos para aquela região. Eles estavam decidindo junto com o reino como deslocar os mantimentos para a população.

Rhaenys notou que Lucerys estava querendo falar com ela e então pediu licença aos senhores. Deixando Rhaena lidar com a situação.

"Você deseja falar comigo? Estou te notando inquieto." – Falou Rhaenys.

"Sim, vovó. Eu desejo ir para a fortaleza vermelha. Quero passar algum tempo com meu avô, se não tiver problema. Eu pretendo retornar assim que possível" – Respondeu Lucerys.

"Claro que não tem problema algum. Viserys sempre manda cartas para você, ele certamente dessa vê-lo." – Falou Rhaenys.

Com isso Lucerys foi fazer suas malas para que pudesse fazer sua viagem para Porto Real. Ele sabia exatamente o que deveria fazer. Ele iria para Porto Real, ficaria um tempo com sua família e então começaria a sua excussão para os 7 reinos. Estava na hora de mostrar os serviços da coroa e angariar aliados.

Vermithor já o esperava na praia, assim com Arrax. Lucerys foi primeiro até Arrax para se despedir. Rhaena também estava lá, os dois dera um abraço e Lucerys pediu para que ela tomasse cuidado, que tomasse conta da vovó. E então Lucerys partiu em seu dragão para Porto Real.

Lucerys já sobrevoava Porto Real, se aproximando da fortaleza vermelha. Ele estava ali sem ter feito nenhum tipo de aviso, espera que seus pais gostassem da surpresa. As pessoas já o avistavam e apontavam nas ruas, ele deu um aceno para elas e elas pareceram gostar disso.

Já aterrissando nos fundos da Fortaleza de Maegor, Lucerys foi recebido por alguns guardas surpresos pela sua presença. Fazia bastante tempo que ele não pisava ali, Vermithor parecia saber bem onde escolhia pisar ou aterrissar. Lucerys agora estava com quatorzes anos, isso não era nem metade do tempo que seu dragão já viveu ali. Não era um terreno desconhecido para ele.

"Príncipe, Lucerys Velaryon! Sua chegada já foi anunciada, seus pais estão terminando a reunião do conselho para recebe-lo." – Falou Sor Harrold Westerling.

"Obrigado, Sor Harrold. Poderia providenciar que minhas coisas fossem levadas para um quarto, por gentileza?" – Perguntou Lucerys para o guarda que assentiu positivamente e pediu para que um empregado da fortaleza fizesse o que foi solicitado.

Com isso, Lucerys foi caminhar pela fortaleza, reconhecendo os lugares. Parecia tão maior antes, pensou ele. Mas nada havia mudado, estava tudo como deveria ser. Ao se aproximar do pátio de treinamento, ouviu o som de espadas se chocando e foi se aproximar para verificar quem estava treinando. E viu o cabelo longo e o tapa olho de seu tio em meio ao círculo de algumas pessoas que assistiam o treinamento do filho do Rei.

Ao notarem Lucerys no pátio de treinamento, foi a vez dele mesmo chamar a atenção das pessoas que estavam ali. Lucerys estava trajado com as cores da casa Velaryon, ele não usava o cabelo grande como a maioria dos Targaryens ou Velaryons. Ele prefere mais curto, e o deixou assim com uma tranca traseira em um dos lados.

Aemond Targaryen parecia bem mais velho agora, ele não tinha mais nenhuma característica que o lembrassem de sua juventude. Seus cabelos longos amarrados para trás e o tapa olho o davam um visual intimidador, não era simpático, mas era atraente para a maioria das damas do reino. Aemond trocou olhares com seu sobrinho, quase como se o predador tivesse visto a sua presa, fez Lucerys engolir seco com a visão.

De repente ouviu as palmas da pequena multidão que assistia seu tio e Sor Arrick lutarem. Aemond nem chegou a agradecer, ele foi diretamente para Lucerys que o deu um pequeno sorriso ao vê-lo se aproximar. Aemond parecia um pouco receoso em se aproximar, mas eles estavam próximos o suficiente.

"Você cresceu, Taoba." – Acusou Aemond com a voz mais grossa do que ele se lembrava.

"Estou quase um homem feito, Qybor." – Respondeu Lucerys arrancando o que parecia ser um meio sorriso de seu tio.

"Nós vamos ver sobre isso... Você ainda usa meu presente, eu vejo." – Observou Aemond mais uma vez, encostando a mão sobre o pescoço de Lucerys enquanto segurava o colar e com a outra, segurava o braço de Lucerys.

"Eu o uso com carinho. Eu realmente o aprecio." – Respondeu Lucerys deixando seu tio ainda vidrado na visão a sua frente.

"Agora esse anel, eu não me recordo de ter te presenteado." – Disse Aemond para Lucerys, se referindo ao anel que foi presente Maegor.

"Oh...Foi um presente...de Maegor, antes de eu partir para Derivamarca." – Respondeu Lucerys com sinceridade e então estava lá. A visão que ele já uma vez tinha esquecido de seu tio o observando com um rosto cheio de ódio apenas por mencionar o presente de Maegor.

"LUKE!" – Ouviu a voz de sua mãe ao fundo se aproximando e indo até ele e depois o envolvendo em um abraço, notou então quando Aemond se afastou e os deixou ter o momento de mãe e filho.

"Eu não sabia que você viria!" - Disse Rhaenyra muito feliz por vê-lo.

"Eu quis fazer uma surpresa, além disso, gostaria de ver o vovô. Já faz muito tempo que não nos vemos, não quero que ele se esqueça de mim." – Falou Lucerys com sinceridade.

"Seu avô nunca esqueceria de você, meu doce menino. Vamos entrar." – Falou Rhaenyra o puxando em direção a fortaleza.

Os dois caminharam em direção aos aposentos de Viserys, conversando sobre o tempo de ambos longe um do outro.

"Você pretende ficar?" – Perguntou sua mãe.

"Um pouco, mas desejo retornar a meus deveres depois." – Disse Lucerys e ela assentiu positivamente.

"Você está tão lindo meu filho. Está do meu tamanho agora, seu irmão já é até mais alto do que eu e seu pai. Quase na mesma altura de Daemon, eu gostaria de ver vocês dois juntos mais uma vez." – Disse Rhaenyra.

"Podemos chamar todos para um jantar de família. Eu realmente aprecio essa ideia." – Exclamou Lucerys sorrindo para sua mãe.

"Eu acho uma ótima ideia, vou providenciar para que todos venha para a fortaleza." – Disse sua mãe. Como ele sentia saudades dela.

Ao chegarem nas portas do aposento de seu avô, era Sor Harwin quem estava o protegendo. Lucerys sorriu com a visão do homem a sua frente, Sor Harwin por um tempo foi seu verdadeiro pai. Ele gostava do homem, sempre foi protetor com ele e seus irmãos. Harwin pareceu encantado com a visão de Lucerys e Rhaenyra a sua frente.

"Minha princesa e ... Príncipe Lucerys?" – Falou Harwin soando chocado com a visão do garoto a sua frente. Lucerys era praticamente a cópia do deleite do reino. Alguns dizem que ele era ainda mais bonito. Lucerys esqueceu os modos e foi até o guarda para um abraço, Harwin por sua vez pareceu chocado com a ação do jovem príncipe, mas o abraçou de volta com ternura de um pai.

"Não esperava que eu ficasse criança para sempre, não é mesmo, Sor Harwin." – Falou Lucerys em tom de brincadeira e dando uma piscadela para o guarda.

"Claro que não, meu príncipe. É só que faz muito tempo que não o vejo." – Disse Harwin que parecia que iria chorar e Lucerys achou isso fofo e engraçado.

"Eu entendo, não é a primeiro que tem essa reação, acredite. Eu estou precisando sair mais de Derivamarca." – Disse Lucerys tentando alegra-lo.

"Isso seria muito bom, meu príncipe, mas já usei muito o seu tempo. Você deseja ver seu avô. Podem entrar." – Falou Sor Harwin se recompondo e deixando-os passar.

A visão a sua frente pareceu deixa-lo um pouco triste, seu vô não era o mesmo homem que havia deixado da última vez que estivera aqui. Ele parecia mais pálido agora e usava uma máscara que cobria parte de seu rosto. Aquilo o deixou com lágrimas nos olhos, sua mãe percebeu e apertou sua mãe para que ele não se sinta desamparado.

Lucerys se aproximou de seu vô, que parecia estar dormindo.

"Vovô? Você está acordado?" – Disse Lucerys com a voz um pouco grogue.

Aquilo pareceu chamar a atenção do rei, que acordou imediatamente e pareceu procurar a voz de quem o estava chamando.

"Estou aqui vovô, seu neto Lucerys." - Disse Lucerys segurando a mãe de seu avô.

"Meu neto...Meu doce neto... É você mesmo? Não estou sonhando?" – Disse o rei Viserys e aquilo pareceu atingir Lucerys que não conseguiu mais segurar, ele abraçou o seu avô e chorou em seu colo. Sua mãe o acariciava em suas costas.

"Sou eu sim vovô...Me perdoe por não ter vindo antes, eu deveria estar com você." – Disse Lucerys para seu vô.

Nesse momento a porta do quarto se abriu e entraram a Rainha Alicent e seus filhos Aemond e Haelena.

"Não tenho que te perdoar por nada, me jovem. Você tem seus deveres, não é sua obrigação cuidar de um velho moribundo." – Disse o rei para Lucerys.

"Não diga isso vovô. Eu desejo que você viva muito ainda, eu vou cuidar de você, eu te prometo." – Disse Lucerys chorando para seu avô.

"Não chore meu doce menino, não o quero ver triste. Estou feliz por ter você aqui." – Disse o rei com sua voz cansada.

"Eu também estou feliz em estar aqui, vovô. Mas, agora descanse não quero que se esforce por mim." – Disse Lucerys.

"Você não é nenhum esforço para esse velho. Jante comigo hoje, quero saber tudo sobre o seu tempo em Derivamarca." – Respondeu o rei.

"Marido, você tem certeza que deseja se esforçar mais?" – Falou Alicent preocupada.

"Não vou sair de meus aposentos. Eu vou jantar com meu neto hoje. "– Falou o rei se estressando com Alicent por querer impedir de ficar com seu neto.

"Está tudo bem, vovô. Não precisa se exaltar, eu venho jantar com você e a qualquer hora que me chamar." – Disse Lucerys sorrindo para seu avô.

Aemond observava toda aquela cena com uma mistura de sentimentos. Seu pai nunca havia pedido para que nenhum de seus filhos viesse jantar com ele, nem mesmo Rhaenyra. Sua mãe e sua meia irmã eram as únicas pessoas da família que o visitavam. Ele sabia que seu pai, assim como ele, trocava correspondências com Lucerys, mas seu pai havia parado de escrever desde que a doença o havia pegado forte.

Aemond observou enquanto Lucerys se levantava da cama e se retirava do quarto de seu pai, ele o seguiu. O menino parecia estar indo para lugar nenhum, até que ele entrou em uma sala da fortaleza onde havia uma grande varanda com a visão do jardim do castelo. Lucerys parou e baixou a cabeça e parecia estar chorando em silencio. O garoto realmente era apegado a seu pai.

"Ele tentava escrever para você, mas a dor era insuportável para ele." – Disse Aemond.

"Eu gostaria que houvesse alguma coisa que eu pudesse fazer para ajudá-lo. Para que ele pudesse se recuperar." – Falou Lucerys surpreendendo Aemond.

A maioria das pessoas queriam ver seu pai morto. Honestamente ele não tinha muitos sentimentos por seu pai, ele nunca foi uma excelência em paternidade. Sempre escolhendo sua meia irmã e seus filhos bastardos ao invés dos seus. Lucerys pode não ser bastardo, mas ainda assim ele chamou a atenção do rei desde antes de ele se revelar não bastardo.

Lucerys. Esse garoto estava no seu pensamento a muitos anos, desde quando o viu pela última vez, parecia que sua mente era obcecada em pensar no menino. Ele estava maior agora, não tão grande quanto ele ou seus irmãos, mas grande o suficiente. Quase um homem feito, ele disse. Para Westeros, ele de fato já estava quase um homem feito, sua irmã casou com seu irmão aos 13. Em breve, Lucerys seria forçado a se casar com alguém. Algo nessa ideia o incomodava, ele não o queria ver com outra pessoa.

"O que os meistres dizem sobre a saúde dele?" – Perguntou Lucerys.

"Está estável, mas não tem nenhuma resposta aos remédios. Ele não parece melhorar." – Respondeu Aemond com honestidade.

"Ele já foi visto por outros meistres?" – Perguntou Lucerys.

Aemond honestamente não sabia ao certo, mas acreditava que sim, afinal ele era o rei, então ele apenas assentiu positivamente.

"Certo." – Disse Lucerys.

"Eu vou para os meus aposentos, preciso tirar o cheiro de dragão de mim." – Disse Lucerys se afastando até ser parado com o toque de Aemond em sua mão.

"Você está bem?" – Perguntou Aemond.

"Eu vou ficar..." – Respondeu Lucerys dando um meio sorriso para ele e depois dando um pequeno beijo na sua bochecha, o que o deixou um pouco chocado pela atitude ousada.

Lucerys estava se trocando depois de seu banho. Pretendia ir à cidade, mas antes escreveu uma carta para Karah, para que ela fosse a fortaleza vermelha. Talvez o mau que aflige seu avô seja demais para os conhecimentos dos meistres da cidadela.

Ainda não havia visto nenhum de seus pais presentes, provavelmente o assunto da guerra ainda tomava boa parte do tempo deles. Estava indo em direção aos soldados quando esbarrou em alguém. Era Aegon, que pareceu surpreso ao vê-lo, mas apareceu um pequeno sorriso em seu rosto logo depois.

"Pequeno Luke, ao que devemos a honra de sua visita? E ainda mais andando sozinho pelos corredores da fortaleza de Maegor. Dizem que tem muitos fantasmas por aqui, é sempre bom andar acompanhado." – Disse Aegon em tom divertido.

"É bom vê-lo sóbrio, querido tio. Minha família reside aqui, não vejo motivo maior para vim." – Respondeu em tom igualmente divertido. "Além disso, não temo os mortos, os vivos, porém são capazes de atrocidades."

"Vejo que você cresceu bem em Derivamarca. Aposto que sua vó fez um bom trabalho o tornando um verdadeiro príncipe. Pretende ficar preso na fortaleza como meu irmão ou deseja explorar a cidade?" – Perguntou Aegon.

"Ainda não sei qual será minha agenda, mas certamente não pretendo ficar na fortaleza 24h do meu dia." – Respondeu Lucerys.

"Oh... Isso é ótimo! Se você quiser aproveitar o dia ou a noite, venha me procurar. Vou te levar para conhecer os melhores lugares aqui de Porto Real. Apenas diversão da melhor qualidade para o herdeiro de Derivamarca." – Falou Aegon em tom insinuante e intimidador, se aproximando de Lucerys e arrumando a mecha dos cabelos de Lucerys.

"Querido sobrinho, espero que você não esteja tentando levar meu filho para a perversidade? Na nossa família, os tios costumam ter uma certa atenção por sobrinhos." – Lucerys ouviu Daemon dizer atrás dele e então foi em direção a ele o abraçando por salvar de Aegon. Não que ele fosse uma donzela indefesa, mas ele certamente não confiaria a sua vida em seu tio.

Aegon imediatamente enrijeceu os músculos e endireitou sua postura diante do Príncipe Daemon com sua armadura e a irmã sombria em seu coldre.

"Eu...Nunca faria tal coisa para meu sobrinho. Tenho apenas boas intenções para ele. Agora se me dão licença, preciso estar em outro lugar." – Disse Aegon se afastando.

"É claro que precisa... os bordeis da cidade o esperam, tenho certeza." – Murmurou Daemon baixo o suficiente apenas para Lucerys ouvir, arrancando boas risadas dele.

"Agora deixe-me vê-lo. Mais bonito a cada dia." – Disse seu pai, arrancando um grande sorriso de Lucerys.

Não foi difícil chamar Daemon de pai, não era difícil gostar do homem.

"É bom te ver pai. Mamãe falou que você tem estado muito ocupado desde os ataques nos degraus." – Disse Lucerys.

"De fato, seu pai Laenor se juntou a Corlys a pouco tempo. Se você tivesse chegado algumas horas antes poderia ter se despedido dele. Tem sido bastante irritante essa guerra, em particular. Confesso, que por um descuido meu." – Disse Daemon.

"Eu gostaria de ser mais útil para vocês e acabar logo com essa guerra. A população tem sofrido bastante com a fome." – Disse Lucerys para o homem a sua frente.

Daemon o deu um meio sorriso acariciou seu cabelo. "Sua mãe me esfolaria vivo antes mesmo de cogitar deixa-lo participar dessa guerra." – Disse Daemon

"Além disso, você tem sido bastante útil em Derivamarca ao lado de sua vó. Ouvi muitos elogios a você e sua irmã." – Disse Daemon para Lucerys o deixando ruborizado.

"Tenho feito o suficiente pela minha casa e pelo reino, mas sinto que posso ser mais eficiente." - Respondeu Lucerys para Daemon.

"Tenha paciência meu filho, não se cobre tanto. Você acabou de chegar, aproveite os seus dias conosco primeiro. A propósito, para onde você estava indo?" – Perguntou seu pai.

"Eu estava indo para a cidade, queria solicitar que alguns guardas me acompanhassem." – Disse Lucerys.

"Isso pode ser providenciado, vou pedir que alguns guardas da patrulha da cidade, homens de minha confiança te acompanhem. Mas se houver qualquer sinal de perigo, você deve retornar imediatamente. Entendido?" – Seu pai havia dado uma ordem, ele sabia.

"Sim, senhor." – Respondeu Lucerys.

Lucerys então foi a cidade acompanhando dos guardar, as pessoas o olhavam receosas, ele comprou muitos alimentos, brinquedos, itens de higiene e foi em direção aos orfanatos da cidade.

Aquela atitude foi vista com extrema alegria pela parte pobre da cidade, ele distribuiu alimentos e brinquedos para as crianças e prometeu que em nome do Rei Viserys e de Sua mãe, em sua próxima visita traria mais alimentos para matar a fome das pessoas que estavam sofrendo pela guerra.

A multidão tentou toca-lo, mas os guardas não deixaram, então Lucerys desceu de seu cavalo e foi até as pessoas que o abraçavam e o agradeciam pelo alimento e pelos brinquedos para as crianças. Lucerys ainda chegou a visitar algumas casas, dividiu o pão e falou com os moradores para saber de suas queixas e prometeu que seria feito algo a respeito. Em nome deu avô o rei e de sua mãe, a futura rainha, ele iria tratar pessoalmente sobre esses assuntos com a realeza.

A multidão parecia feliz pela visita inesperada do Príncipe e mais uma vez o agradeciam pela sua visita, pediam que ele voltasse logo trazendo mais alimentos e ele disse que voltaria trazendo mais alimentos e roupas para eles.

Ao chegar na fortaleza foi recebido por olhares desconfiados da Rainha Alicent e da Mão do rei, Otto Hightower. Sua mãe estava presente também junto com seu irmão mais novo, Jofrey que foi correndo até ele o abraçar.

"Está tudo bem?" – Perguntou Lucerys já que ele estava recebendo olhares estranhos.

"As suas ações junto a população o colocam em perigo, meu Príncipe. Ladrões, estupradores e assassinos vivem na região que você visitou hoje. Isso não pode ocorrer novamente, como herdeiro devemos prezar pela sua segurança." – Disse Otto Hightower

"Eu não estou ferido. Você pode ver por você mesmos se quiser, não possuo uma única marca em meu corpo de ferimento. As únicas marcas que carrego comigo são as marcas da tristeza e de desesperança da população que tem fome." – Respondeu Lucerys para Otto.

"Eu compreendo meu filho, mas ainda sim, é perigoso. As pessoas estão nervosas por causa da guerra, não tem sido fácil para o reino." – Disse Rhaenyra.

"Eu concordo, mãe. Eu não fui sozinho, fui acompanhado pelos guardas da patrulha da cidade. Homens de confiança do Príncipe Daemon, meu pai. Eu fiquei seguro, do momento em que sair da fortaleza até hora em que cheguei." – Respondeu Lucerys.

"Seu pai estava ciente então, de que você estava indo e ele mesmo pediu para que os homens de sua confiança estivessem ao seu lado, certo?" – Disse sua mãe, soando compreensível.

"Sim, vossa graça." – Respondeu Lucerys.

"Como herdeiro de Derivamarca e Príncipe do Reino, você deve satisfação apenas a sua mãe e ao rei. Você deveria ter solicitado autorização para sair em sua excussão pela cidade, e apenas para o Rei em pessoa ou seu representante, a mão, Príncipe Lucerys." – Falou Otto.

"Meu pai tem razão, Lucerys. Apenas queremos seu bem. Seu avô ficará muito preocupado quando souber o que você fez hoje." – Disse a rainha Alicent falando pela primeira vez.

"Diga-me Sor Otto, eu sou um prisioneiro da fortaleza, ou neto do rei e filho da futura rainha?" – Falou Lucerys para a mão do rei, deixando as pessoas um pouco chocadas pela sua ousadia. Inclusive o próprio Otto, parecia não saber responder aquela pergunta.

"Não é sabido que o próprio Príncipe Aegon, filho do Rei, sai constantemente da Fortaleza vermelha? Inclusive desacompanhando, devo pontuar. No entanto, estão agindo como se eu fosse uma pessoa imprudente e irresponsável." – Vociferou Lucerys soando bem mais autoritário em sua voz.

"Eu fui dar as pessoas o que elas precisavam, o que estavam implorando. Comida e esperança. Assim que eu contar ao meu avô, o rei Viserys, a respeito dos meus feitos hoje, eu tenho plena convicção de que ele estará orgulhoso de seu neto. Agora se vocês me derem licença, eu preciso me arrumar. Tenho um compromisso mais tarde com o rei." – Disse Lucerys dando por encerrada aquela conversa toda. Ele sabia que aquilo era plano de Otto. Toda aquela intervenção, como se ele fosse um criminoso.

Lucerys suspirou pesadamente quando chegou em seu quarto, chegou a pensar que estava tudo bem agora. Se permitiu relaxar e pediu para que fosse preparado o seu banho para os empregados. Ele foi tirando a sua bota e começou a desabotoar as suas roupas. Retirou o seu colar e anel e o deixou sobre o cômodo. Assim que seu banho estava preparado, pediu para que se retirassem.

Lucerys se permitiu relaxar um pouco na banheira antes de ir encontrar seu avô. Foi um primeiro dia movimentado, mas necessário. Ele precisava promover o interesse e a assistência da corte nas pessoas, ainda mais vindo de sua mãe. Lucerys então fechou seus olhos por alguns instantes e quase dormiu se não fosse pelo pequeno barulho de algo em seus aposentos.

Quando abriu os olhos, seu tio Aemond estava sentado em uma das poltronas, segurando o seu roupão de banho e o fitando.

"Deuses... Aemond! O que você faz aqui?" – Perguntou Lucerys com o coração acelerado.

"Vim ver se não estava ferido. Eu soube da sua aventura essa tarde." – Disse Aemond.

"Você não veio me dar um outro sermão, veio?" – Perguntou Lucerys já sem paciência.

"Não." – Respondeu simplesmente.

"O que você deseja então? Eu estou no meio do banho, se não percebeu..." - Falou Lucerys.

"Desejo te dar um aviso." – Disse Aemond, fazendo Lucerys levantar uma sobrancelha.

"Que aviso?" - Lucerys perguntou em voz baixa.

"Eu devo acompanha-lo, na próxima vez que você for a cidade." – Disse Aemond.

"Os guardas da patrulha já estão me acompanhando, não precisa se incomodar com isso. Eu estarei seguro com eles." – Disse Lucerys, contrariando o aviso de seu tio.

"Isto não é negociável. Os guardas da patrulha não possuem tanto interesse em protege-lo quanto eu." – Falou Aemond o olhando nos olhos.

"Seu avô o mandou para isso? Você não precisa Aemond, se ele quer me vigiar ele pode arrumar os seus informantes, não precisa e não quero tomar o seu tempo com isso. Você pode me dar o meu roupão, por gentileza?" – Expressou Lucerys.

Aemond o olhou por um momento e então se moveu, ficando próximo da banheira, mas não o suficiente para que ele o entregasse. Ele teria que levantar? Pelo visto sim, já que Aemond não fazia o maior sinal de que iria se abaixar para entregar a toalha.

E então Lucerys se levantou, seu rosto ficando ruborizado pelo olho de Aemond o olhando de cima a baixo. Ele queria o repreender por isso, mas estava muito envergonhado para dizer qualquer coisa. Ele pegou o roupão e o passou por seu corpo. Quando Lucerys ia fazer o movimento de sair da banheira, notou a mão de seu tio estendida a ele para o ajudar a sair.

E então ele a segurou e saiu da banheira.

"Eu devo me trocar agora. Preciso me arrumar para jantar com o rei. Se você me der licença." – Disse Lucerys tentando soar autoritário sobre o olhar de Aemond.

Aemond então assentiu positivamente e saiu do quarto de Lucerys e foi como se todo o ar que ele estava segurando, agora saia por sua garganta. Deuses, o que está acontecendo aqui?

A chegar nos aposentos de seu avô, notou que alguns empregados já estavam arrumando o jantar. Seu avô não iria comer o mesmo que ele, ele comeria algum tipo de sopa. Seu avô pareceu se iluminar ao vê-lo. O rei parecia bem mais sóbrio do que hoje pela manhã.

"Vovô, como você está se sentindo?" – Perguntou Lucerys.

"Melhor agora que você está aqui. Venha, vamos jantar." – Disse o rei com a voz fraca.

Lucerys e Viserys passaram então a comer e começaram a conversar sobre o tempo de Lucerys em Derivamarca, como tinha sido agradável e o quanto ele gostava do lugar. Luke falou sobre Arrax, como ele parecia cada vez maior, a cada mês que passa. E como Vermithor e ele tem se tornado cada vês mais próximos um do outro.

"Vermithor é muito amoroso, ele me lembra você, vovô." – Disse Lucerys para Viserys.

"Nós somos igualmente velhos, ele deve achar que você é seu neto." – Disse o rei soando divertido e fazendo Lucerys rir.

"Vovô, eu não sei se você soube, mas hoje eu fui na cidade." – Falou Lucerys mudando de assunto.

"Eu não soube. Tenho estado ausente dos assuntos do reino a muito tempo desde que essa doença me acometeu." – Disse Viserys.

"Entendo, vovô. Eu não quero te preocupar com nada, fui apenas visitar a população mais pobre da cidade. Eles estão sendo esquecidos, a guerra nos degraus tem tomado boa parte dos recursos e tempo do reino. Eu levei mantimentos e brinquedos para as crianças órfãs. Não fui sozinho, os guardas de confiança de meu pai me acompanharam." – Disse Lucerys.

O rei pareceu refletir pelo o que ouviu seu neto dizer e pareceu orgulhoso de sua atitude.

"Você teve a conduta de um verdadeiro Príncipe, meu neto. Estou orgulhoso de você." – Disse Viserys sorrindo e recebendo outro de Lucerys.

"Quero ser útil para o reino, principalmente para as pessoas." – Disse Lucerys.

"Vovô, eu também queria te pedir algo." – Disse Lucerys baixinho.

"O que você deseja?" – Perguntou o rei.

"Eu quero te ver bem. Quero que você volte a ocupar o seu lugar no trono, vovô." – Disse Lucerys segurando a mão de se avô.

"Eu já vi dias melhores, meu jovem. Alicent e Otto estão tomando conta do reino nesse momento, Rhaenyra também está ajudando. Eu gostaria de me sentir mais jovem, talvez eu pudesse ser mais útil também, mas a doença me domina." – Disse o rei soando derrotado.

"Não se dê por vencido, vovô. Nós sentimos sua falta. Eu quero ajudá-lo. Eu gostaria que você deixasse minha amiga Karah, examiná-lo. Ela é de Essos e possui outros conhecimentos que vão além das limitações da cidadela." – Disse Lucerys para seu avô.

"Meu doce neto... Não sei se irá adiantar, acho que não tenho muito mais tempo aqui. Estou feliz por vê-lo mais uma vez." – Disse Viserys já aceitando o seu destino.

"Vovô eu não vou desistir do senhor, eu só preciso que você confie em mim. Eu te peço uma chance para que possamos ver outras alternativas para você. Seu reino precisa de você, seus filhos precisam de você, minha mãe precisa de você e eu preciso de você vovô." Disse Lucerys se levantando de seu lugar e se ajoelhando diante de seu avô. Acabou chorando mais uma vez em seu colo.

Viserys não queria ver seu neto sofrer, se for para deixa-lo feliz ele o faria. Seu neto, que demonstrou tanto amor por ele. Um amor que ele já não via a muito tempo. Ele sabia que Rhaenyra o amava, mas ela estava dedicada a seus filhos também, não poderia estar presente 24h por dia com ele. Alicent estava ali por dever, ele sabia. Existia um sentimento, mas não era amor.

"Tudo bem, Luke. Não chore, não o quero triste. Vou deixar que sua amiga me examine. Está tudo bem para você?" - Perguntou Viserys para seu neto que assentiu positivamente.

"Obrigado por tentar mais uma vez, vovô." – Disse Lucerys abraçando seu avô.

Três dias depois, Karah havia chegado em Porto Real após a carta de Lucerys e já estava a caminho da fortaleza vermelha. Lucerys recebeu a carta de confirmação de sua vindo e sabia que ela já estaria chegando, ele teria que ser inteligente e agir com sensatez.

"Mamãe, você está ocupada?" – Perguntou Lucerys para sua mãe.

"Não, meu amor. O que você precisa?" – Falou Rhaenyra.

"Não irei fazer rodeios. Karah está vindo para Porto Real, desejo que ela examine o vovô. Preciso de sua ajuda para manter Alicent e Otto afastados enquanto ela o verifica." – Disse Lucerys.

"Luke...Eu... Como você conseguiu trazer Karah? Seu avô vai permitir que o vejam?" – Perguntou Rhaenyra o puxando para longe da porta.

"Vovô concordou, eu o convenci. Eu só preciso que ela o veja agora e o ajude. Me ajude mamãe, por favor?" – Pediu Lucerys.

"...Sim! Vamos fazer isso. Eu mesma deveria ter feito isso, mas haviam outras questões que eu precisava resolver. Venha aqui, vá no quarto de Daemon. Ele possui um mapa com algumas passagens secretas da fortaleza vermelha, peça a ele e diga que fui quem falou a você!" – Disse Rhaenyra baixinho.

"Obrigado mamãe, você é a melhor!" – Disse Lucerys abraçando e beijando a sua mãe.

"Agora vá, eu vou dar um jeito." – Disse Rhaenyra para seu filho.

E Lucerys foi a caminho do quarto de Daemon, convencer seu pai a o entregar o mapa não foi difícil. A parte difícil seria agora. Ele sairia escondido para encontrar Karah, próximo ao fosso dos dragões e então teria que retornar sorrateiramente e adentrar na fortaleza vermelha sem ser visto.

Lucerys então pediu a capa de Daemon emprestada, o Príncipe mais velho perguntou para que o jovem precisava e Lucerys disse que iria encontrar um namorado. Daemon riu fingiu acreditar em seu filho, permitindo que ele usasse a sua capa de crimes. Lucerys então conseguiu sair da fortaleza usando o mapa de Daemon.

Chegou até o estabulo e procurou um cavalo adequado, não precisava de um cavalo bonito que chamasse atenção, mas um que seja suficiente para duas pessoas. E então achou um velho cavalo que parecia ter vistos os seus melhores momentos, mas que parecia ser dócil o suficiente para permitir que um estranho o cavalgasse.

E assim ele foi em direção ao fosso dos dragões e como combinado, Karah já estava o aguardando para que pudesse ir a fortaleza.

"Meu Príncipe, é bom te ver!" – Disse Karah, sempre respeitosa.

"Também estou feliz em te ver, querida amiga. Espero que tenha tido uma viagem tranquila." – Disse Lucerys sinalizando para que ela subisse em seu cavalo.

"De fato, eu tive. Imagine minha surpresa em descobri o quão bem estão os comentários sobre o senhor. Você já está fazendo o seu nome na cidade." – Disse Karah.

"As pessoas estão comentando sobre mim?" – Perguntou Lucerys.

"Oh sim, meu Príncipe. As pessoas estão crescendo em carinho pelos seus feitos junto aos mais pobres. Estão te chamando de O Príncipe do Povo. Não é comum para a realeza ir até o povo e no entanto, você tem feito isso." – Disse A mulher de vermelho.

"Certo... Estamos chegando próximo da fortaleza. Iremos entrar escondido, se a rainha e Otto nos pegarem, não permitiram que você examine meu avô. Eles têm muita aversão a qualquer coisa que não tenha a ver com a fé dos sete. Eu honestamente só preciso que meu vô sofra menos e que ele tome seu lugar no trono mais uma vez." – Disse Lucerys

"Se você conseguir mais do que isso, Karah. Terá a minha eterna gratidão." – Finalizou Lucerys.

"Irei fazer o possível, meu Príncipe." – Respondeu Karah.

Lucerys então parou com o cavalo próximo a fortaleza e viu que haviam alguns guardas na entrada, ele então foi para o lado oposto por onde a passagem secreta no mapa dizia para ele ir. E acabaram entrando num pequeno túnel que deveria levar para a cozinha dos empregados.

"Vamos por aqui, venha." – Disse Lucerys puxando Karah para segui-lo.

Depois de andar alguns minutos, Lucerys já estava dentro da fortaleza e foi até outra passagem secreta que o levaria para seu quarto, e assim o fez. Esse mapa era muito bom mesmo. Ao chegarem em seu quarto através de um quadro que dava passagem pra dentro, Lucerys e Karah tiraram a poeira do corpo.

"Pronto, fique aqui por enquanto eu vou verificar os corredores até os aposentos de meu avô. Você precisa de algo? Quer que eu busque alguma coisa?" – Perguntou Lucerys.

"Tudo o que eu preciso eu já tenho comigo, fique tranquilo. Nós iremos ajudar o seu avô." – Respondeu Karah.

Lucerys então saiu de seu quarto e caminhou calmamente até a sala do concelho, ao chegar próximo, um guardar o parou.

"Sua mãe solicitou uma reunião para tratar dos assuntos da guerra nos degraus, meu Príncipe. Assim que terminarem, ela irá atende-lo." – Falou Sor Arrick.

"Não é necessário incomoda-la, Sor." – Disse Lucerys "Estão todos presentes na reunião, a rainha e a mão também?"

"Sim, meu Príncipe." – Respondeu o guarda.

Perfeito.

Lucerys então foi em direção ao quarto de seu avô e apenas Harwin estava na porta.

"Sor Harwin, meu avô está acompanhado agora?" – Perguntou Lucerys.

"Meu Príncipe, seu avô não recebeu visitas hoje além das suas e dos meistres. Ele está descansando agora." – Disse Harwin.

"Certo. Eu vou ficar um pouco com ele, não deixe que nos incomodem. Por favor, deixe-o descansar." – Disse Lucerys e então entrou no quarto de seu avô.

"Vovô! Acorde, por favor!" – Chamou Lucerys tentando acorda-lo.

"Lucerys? É você?" – Perguntou o rei com a voz mais embargada que antes.

"Sim, vovô. Você lembra de nosso jantar a três dias atrás? Quando combinamos de deixar uma amiga minha te examinar?" – Perguntou Lucerys.

"Meu neto... Meu doce neto... Vamos voar em Vermithor mais uma vez." – Disse o rei Viserys delirando. O cheiro de papoula dominava o lugar. Ver seu avô daquele jeito, o deixou querendo chorar novamente, mas ele tinha que ser rápido.

"Não durma vovô, eu volto logo!" – Disse Lucerys para o rei.

"Luke... Não deixe seu velho aqui...Luke... Meu querido neto..." – Seu avô continuava delirando.

"Calma vovô, estou aqui. Eu vou voltar, eu te prometo." – Disse Lucerys já não segurando mais as lagrimas e com isso ele se afastou da cama e foi em direção ao retrato que seria uma passagem secreta direta para o seu quarto.

Chegando lá, encontrou Karah onde a havia deixado, ela notou os olhos vermelhos de Lucerys.

"Está tudo bem, meu Príncipe?" – perguntou Karah, soando preocupada.

"Sim, Karah. Vamos logo, não ligue para mim. Vamos ajudar meu avô." – Respondeu Lucerys.

Chegando no quarto do rei, Karah não perdeu tempo e começou a examinar as feridas de Viserys. Karah olhava atenta em todos os lugares, ao retirar a mascará de Viserys, observou que as feridas seguem as mesmas características.

"É a doença do açúcar." – Declarou Karah.

"Você conseguiu identificar? Só no primeiro exame?" – Perguntou Lucerys.

"É uma doença que acomete principalmente a classe da nobreza. Seu vô gosta muito de açúcar, a cada ferida que era aberta nele, não é verdadeiramente cicatrizada. Ele tem fraqueza, vômitos, náuseas constantes. Certo?" – Perguntou Karah.

"Sim, as viagens de navio era um desafio para ele. Existe cura?" – Perguntou Lucerys.

"Não existe cura, mas eu posso fazer ficar bem mais suportável, e com uma boa dieta fará com que ele recupere as suas forças. Ele deve tomar esse chá com essas ervas apenas uma vez ao dia. Ele pode tomar agora se desejar. Não tem um gosto agradável, a flor que dá esse chá pode ser cultivada em solo fértil e é bastante bonita. Eu mesmo posso te ensinar, como fazê-lo." – Disse Karah.

"Sim, eu desejo aprender." – Respondeu Lucerys.

Karah então fez o chá para Viserys que aos poucos pareceu recordar sua consciência e parecia não sentir mais tantas dores.

"Você deve ser a mulher curandeira, que meu neto mencionou outro dia." – Falou Viserys.

"Ela é mais que isso, vovô. Foi ela quem salvou minha vida em Essos." – Disse Lucerys.

"Oh... Acho que nunca tive a oportunidade de agradecer pessoalmente os seus serviços. Você possui a eterna gratidão do reino. Pode pedir o que quiser, que darei a você. Ouro, terras, castelos... Você pode pedir." – Disse o rei.

"Não desejo nenhum bem material, meu rei. Minha missão nesse mundo é guiar o jovem Lucerys em seu destino." – Disse Karah

O rei pareceu ficar pensativo com a declaração da bruxa.

"Você deseja guiar meu neto no seu governo em Derivamarca?" - Perguntou o Rei.

"Desejo guia-lo na luta contra o inverno que vem do Norte, meu rei." – Declarou Karah.

"Minha filha mencionou que você viu no fogo algo sobre a canção de gelo e fogo..." – Falou o rei soando mais sério.

"O que é a canção de gelo e fogo?" – Perguntou Lucerys.

Antes que qualquer um pudesse responder o Príncipe, a porta dos aposentos se abriu e um estrondo alto foi ouvido com os passos pesados de Alicent e Otto Hightower se dirigindo até ele e o pegando pelo braço.

"Como você se atreve a invadir o quarto do rei e trazer uma estranha para dentro de seus aposentos?" – Vociferou Alicent.

"Ela não é uma estranha, é uma amiga!" – Vociferou Lucerys não se deixando abalar pela Rainha.

"O que ela faz em seus aposentos sem autorização?" – Perguntou Otto Hightower

"Ela está verificando a doença de meu avô. O ajudando, seus conhecimentos não tem as mesmas limitações que os meistres da cidadela e nem o mesmo interesse que eu tenho em ajudar meu vô." – Declarou Lucerys desafiando Otto e Alicent.

"Alicent, solte Lucerys!" – Declarou Viserys soando bem mais presente que em meses.

"Meu rei, seu neto está agindo de forma totalmente irresponsável em trazer uma completa estranha para seus aposentos com métodos de cura claramente questionáveis. Se essa mulher for quem eu estou pensando, ela deve ser a bruxa de Essos que agora reside em Derivamarca." - Declarou Otto Hightower

"Eu não agi de forma irresponsável coisa nenhuma, agi como um neto deve agir. Como neto do rei, como Príncipe do reino! Busquei todas as alternativas ao meu alcance para curar meu avô!" – Vociferou Lucerys para Otto.

"Meu neto está tentando me ajudar, apenas isso. Deixem-no em paz." – Disse o rei.

Nesse momento, Rhaenyra acompanhada de Daemon entrou nos aposentos de seu pai e logo atrás estavam Aemond e Haelena que ouviram a discussão e foram ver o que estava acontecendo.

"O que está acontecendo aqui?" – Perguntou Rhaenyra de forma séria.

"Meu rei, você deve estar delirando em não perceber o perigo que poderia ter acontecido dentro da fortaleza. Lucerys trouxe uma completa estranha, com costumes mundanos de outro continente, sabe-se lá quantas profanações ela não deve ter feito." – Disse Otto olhando com nojo para Karah que ficou em silencio e acuada o tempo todo.

"Nunca houve um questionamento sobre suas atitudes com Lucerys! A mudança de aparência, é claramente bruxaria! Ela deveria ser queimada!" – Disse Otto Hightower

"Já chega, Otto! Não perca o respeito diante de meu neto." – Disse o rei.

"Meu rei, no meu tempo os príncipes obedeciam aos mais velhos e cumpriam seus deveres com o reino! Lucerys se esquece de seu lugar, compartilhou refeição com pessoas de honra duvidosa, se pôs em perigo entrando nos becos e vielas de porto real e gasta o dinheiro do reino com a população em coisas supérfluas. Ele deve voltar para Derivamarca urgente. No reino os príncipes devem ser apenas príncipes!" Vociferou Otto.

"E as mãos do rei? O que devem ser? Agir de acordo com os interesses do reinou ou agir sorrateiramente em seus próprios interesses! É você quem não deve se esquecer de si mesmo, Hightower! Você não irá tocar um dedo em Karah. Eu não tenho segredos com meu avô, ao contrário de você! Tudo o que eu fiz desde que chegue aqui eu mesmo o falei." Disse Lucerys se exaltando mais "Se preocupa tanto comigo, mas esquece de seu próprio neto que se torna o próprio príncipe dos bordéis, como todos o tem chamado no reino!" – Disse Lucerys e a próxima coisa que acontece é o tapa que Lucerys recebe de Otto após ser insultado e por insultar seu neto.

"SE AFASTE AGORA DO MEU FILHO!" – Falou Daemon com autoridade jamais vista.

"Otto, você não é mais a minha mão." – Disse o rei.

"Meu rei..." – Alicent iria contestar, mas o rei se antecipou.

"Chega, Alicent! A minha cota de tolerância, de paciência e até cegueira com seu pai acabou! Isso foi a gota d'água, ele levantou a mão para meu neto e isso eu não irei admitir!" – Disse o Rei.

"Ele deve perder a mão por isso." Exigiu Daemon, recebendo os gritos de contestação de Alicent que foi segurada por Aemond e Haelena.

"Chega, por favor! Não quero isso, apenas o mande de volta a Vilavelha e já está mais que o suficiente. Não desejo que ninguém perca nenhum membro por minha causa." – Disse Lucerys se afastando e indo em direção a Viserys para ficar ao seu lado e verificar se ele estava bem.

Daemon parecia pronto para arrancar a cabeça de Otto Hightower ali mesmo, mas teve que reprimir a sua vontade. Lucerys deu uma última olhada para a porta e se deparou com Aemond o olhando com uma expressão inelegível.

"Meu amor, o seu rosto está vermelho." – Disse Rhaenyra.

"Não se preocupe mãe, quero paz e tranquilidade para que meu avô se recupere." – Disse Lucerys e seu avô o acariciou onde Otto o havia batido.

"Você foi muito corajoso, meu filho." – Disse sua mãe o abraçando.

Lucerys a olhou com os olhos marejados, tudo isso valeria a pena se sua vó melhorasse e era isso que importava para ele.

"Vai dar tudo certo, vovô." – Disse Lucerys para seu avô que estava sonolento. 





Nota do autor: Sextou!!

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