Martín acordou com uma ressacada daquelas no dia seguinte, o corpo totalmente dolorido e o estômago rejeitando qualquer coisa que não fosse água, ele praticamente se arrastou da casa da amiga até a própria casa, mas fez questão de passar rápido e sem olhar para trás quando estava passando pelo apartamento de Luciano, chegando em casa enfiou qualquer comida pronta que achou na geladeira para dentro e despencou na cama, acordando somente as 18:00 com o despertador avisando que o novo episódio iria começar.
Já estava menos atropelado quando acordou, conseguiu preparar um lanche e pegar um senhor copo de água, e foi assim ele assistiu aquele episódio, em silêncio e sozinho, mesmo com os acontecimentos interessantes, que obviamente prendiam sua atenção, não pareciam tão incríveis como da última vez, ele pegou o celular e enviou uma mensagem para Luciano.
"Ta assistindo?"
"To sim"
"Mas já deve estar acabando"
"Sim"
"Você passou bem o dia?"
"Bem morto neh"
"Não sei o que a Lina coloca na bebida"
"Mas aquilo mata"
"Aqui foi bem foda também"
"Precisa de alguém pra cuidar de você?"
"Você não acabou de falar que estava bem morto?"
"Eu faço um esforço"
"Ai acabou"
"☹"
"Pelo menos semana que vem vai ser intenso"
"A gente podia assistir juntos neh"
"É bem mais legal com você aqui"
"Eu sei"
"É fácil acostumar com coisa boa"
"Ele também ta com saudades de você"
Quando a foto chegou Martín esperava receber uma imagem do coelho, mas deu um pulo no sofá quando viu o pênis ereto que apareceu na tela rachada do celular.
"LUCIANO!"
"Vingança (:<"
"Essa foto é de agora???"
"Sim?"
"Você ficou assim assistindo TV?"
"Claro que não neh porra"
"É que tem uma foto muito boa na minha galeria"
E foi só nesse momento que ocorreu a ele que o moreno sempre poderia ver aquela foto, quantas vezes quisesse, era uma coisa que iria ficar fixa na galeria dele e "MEU DEUS UM VÍDEO", assim que abriu o vídeo ele conseguiu ver enquanto Luciano se masturbava, a mão subia e descia e o pré gozo começava a aparecer, ele quase ficou hipnotizado vendo o vídeo em looping, depois do que deveria ser a quinta fez assistindo Martín notou que dava para ouvir a respiração ofegante do outro de fundo, uma hora dessas ele também já estava excitado.
"Vai me deixar fazendo isso sozinho?"
"Calma aí corazón"'
Ele decidiu que não importava se ele teria as imagens, iria fazer aquele moreno ter vontade de atravessar a tela do celular, Martín foi correndo para o quarto e tirou uma caixa de dentro do armário, abriu encontrando todos os seus, brinquedinhos por assim dizer, ele escolheu um plug anal que passou um pouco de lubrificante antes de tirar a roupa e se sentar na cama, primeiro filmou enquanto ligava e coloca o plug dentro de si, e enviou, depois se sentou enquanto o objeto vibrava prazerosamente dentro de si, antes que conseguisse iniciar o próximo vídeo recebeu um áudio.
- Você não sabe brincar Martín.
A voz de Luciano estava totalmente ritmada e ofegante, ele provavelmente não conseguia mais digitar. O loiro começou a se masturbar e enviou um áudio.
- Não era isso que você queria? – Ouviu a própria voz começando a ficar carregada.
Ele alternava entre abrir o vídeo que o outro tinha enviado, responder as mensagens enquanto se masturbava, parecia muita informação e as coisas foram ficando cada vez mais confusas, ele recebeu mais um áudio.
- Próxima vez que você vier aqui vai trazer esse negócio e eu mesmo vou colocar dentro de você.
Ele reconheceu o tom de voz que o moreno tinha quando estava prestes a perder o juízo, mas recebeu um vídeo e assim que deu play quase gozou, Luciano tinha filmado com o braço levantado e dava para ver toda a extensão de peito e abdômen enquanto ele estimulava o membro já totalmente melado, ele procurou no vídeo o que saberia que ia estar lá, os piercings que deixavam o loiro louco, ele enviou um áudio.
- Eu ainda vou chupar esses mamilos até você gozar Luciano.
Já estava chegando no seu limite, o pau completamente sensível e o plug parecendo que já estava vibrando o corpo inteiro, ele estava sozinho preenchendo o quarto de gemidos e ofegos, mas então recebeu mais um vídeo, tudo bem que a gravação tinha tremido muito, mas era compreensível e ainda dava para ver claramente o que estava acontecendo, o moreno enviou um vídeo do momento exato em que ele gozava e em um ato de pura maldade ainda chamava o nome de Martín, aquela visão percorreu o corpo do loiro como um choque e ele sentiu que iria gozar, mas acabou se atrapalhando quando tentou filmar e derrubou o celular, ele não conseguiu pegar a tempo, fechou os olhos e gozou, no momento exato que estava de olhos fechados a imagem do moreno apareceu clara em sua mente, caralho como ele achava aquele homem gostoso.
Martín respirou e se acalmou por alguns segundos, aproveitando para tirar e desligar o plug.
"Eu não consegui filmar"
"Não tem problema"
"É só fazer de novo 😊"
"Pervertido"
Dessa vez ele posicionou celular na cabeceira da cama de modo que gravasse o corpo inteiro, ele tinha imagens o suficiente na própria mente para não precisar do aparelho, colocou o plug novamente e pegou o pau que estava extremamente sensível, chegava a ter aquela sensação de dor leve, ele até que gostava, logo começou a subir e descer, fechou os olhos e buscou na mente as imagens que tinha de quando o moreno estava por cima dele, o rosto vermelho e suado, a sensação do pau dentro dele, a força do quadril se chocando contra o corpo dele, todas a vezes que Luciano mordia e ele sentia os dentes contra a própria pele, a sensação maravilhosa de quando o outro já estava tão excitado que parecia querer fundir os corpos deles de tanta força e tão perto que chegava, então ele lembrou do som enlouquecedor que era a voz de Luciano enquanto gozava, e sentiu que ele mesmo estava gozando.
Pegou o celular cortando o começo e o final do vídeo e enviou, a resposta demorou alguns minutos para chegar.
- Quando eu te pegar eu vou rachar você em dois.
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Na sexta quando terminou a última aula Martín não esperou nem sair da sala para responder as mensagens de Luciano.
"Você acha que já morre alguém amanhã?"
"Não tenho ideia, mas a chance é grande"
"Quem você acha que morre?"
"Mesmo sendo meu personagem favorito"
"Acho que a parede morre certeza ☹"
"Acho que ele não vai morrer não ein"
"Certeza que vai"
"Só vai sobrar o skatista"
"Ta confiante demais"
"Eu aposto meu cu que ele morre"
"Aposta perigosa"
"Se você perder eu vou cobrar"
"Eu não vou perder"
Mas Martín sentiu um arrepio percorrer o corpo e quando tirou o rosto da tela do celular viu que Luciano também estava no corredor, o moreno guardou o celular e foi na direção dele.
- Que milagre, parece que aqui na escola você se esconde.
- Faz parte de ser discreto – Mas ele guardou o próprio celular e seguiu ao lado do outro.
- Ainda somos colegas de trabalho.
- Claro, muito colegas Luciano.
- Só não precisa ficar tão esquivo.
- Não to esquivo, eu só...
- Você só se enfia em algum buraco dessa escola que eu nunca te acho.
Mas então eles dobraram o corredor e avistaram a porta da sala dos professores, onde Francis estava parado, por sorte, de costas para eles, Martín acelerou o passo e deixou o moreno falando sozinho.
- Sai do meio poste – Ele passou empurrando o francês.
- Boa tarde pra você também gracinha~
- ¡Cariño! – Catalina estava muito animada dentro da sala enquanto Maria parecia um tomate de tão vermelha – Chegou bem na hora, a Mari tava me chamando para ir em uma balada que abriu hoje, vamos?
A outra olhou para Martín com um olhar que dizia algo entre "socorro" e "eu tentei".
- Não tenho certeza amig...
- O convite vale para mim também?
Com o francês se aproximando Martín notou que era uma situação incomum, a sala estava bem ocupada, e acabava de ficar mais, pois, Luciano finalmente entrou.
- Claro Fran, pra todo mundo na verdade – A colombiana disse gesticulando para Luciano e Drazen – Quanto mais melhor.
- Opa convite de que? – Luciano sentou na própria mesa.
- De uma balada que abriu hoje, é isso Mari?
- Sim... – A voz saiu totalmente desanimada.
- Eu vou sim – Luciano disse olhando direto para Martín que parecia querer passar alguma mensagem psíquica que ele não entendeu.
- Ah mas se o Lu vai eu também vou ~
- Eu vou também – Martín respondeu sem pensar direito e depois olhou para a venezuelana, "desculpa".
"Agora já foi" era o que o olhar triste e conformado parecia dizer.
- Você também vai?
- Todo mundo vai, eu não vou ficar de fora.
Meu Deus até aquele armário iria sair com eles, Martín tinha se sentido realmente triste pela amiga.
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Martín combinou de encontrar os amigos na entrada, mas como o uber cancelou umas quinhentas vezes, o que teria feito ele desistir se não fosse aquele francês, ele decidiu falar para os amigos entrarem. Quando chegou já era próximo da 00:00 e a fila estava grande, teve que esperar bons minutos do lado de fora, ele vestia uma camisa azul de botão bem decotada e uma calça clara. Logo que entrou respirou fundo e começou a procurar, tinha um aglomerado grande de pessoas, as luzes piscando e o som alto não ajudavam em nada na busca, ele chegou perto do bar na esperança de encontrar alguém que estivesse pegando uma bebida, ele sentiu um corpo se chocando contra o dele.
- Chegou corazón.
Assim que o loiro se virou deu de cara com Luciano que, por um milagre, não estava vestindo nenhuma camiseta estampada habitual, e sim uma bermuda preta e uma camisa verde de botão que estava TOTALMENTE aberta.
- Você ta maluco de ficar assim? - Eles estavam berrando para conseguir conversar.
- Ta muito quente – Ele se aproximou do ouvido do loiro – Mas pode ficar mais.
- Não começa com graça, cadê os outros?
- Eles tão do outro lado, não da pra ver aqui, dança um pouco comigo.
Ele observou o moreno de cima a baixo, poderia dançar um pouquinho com ele, afinal, no meio daquele amontoado de pessoas seria quase impossível que alguém visse os dois.
Quando eles começaram a dançar o mundo pareceu ficar em câmera lenta, apesar do local explodindo de pessoas, parecia que só os dois estavam ali, mesmo no escuro e na loucura completa que eram as luzes piscando era possível ver que eles não desviavam o olhar, os dois pareciam ter entrado em transe pela presença do outro, e nenhum deles teve a mínima vontade de sair desse estado, foi quando Luciano tocou de leve o rosto do loiro que Martín teve certeza que estava sob o efeito de algum feitiço, o mundo parecia que começava e acabava naquele homem, aquela coisa entre eles era tão gostosa, era mais que só tesão e sexo, era algo ainda mais essencial. Martín sentiu que iria morrer se não tocasse no outro exatamente naquele momento, então ele inclinou o corpo para frente agarrando o rosto de Luciano com as duas mãos e beijou o moreno com intensidade, na mesma hora o brasileiro passou os braços ao redor do corpo do loiro e sentiu que a temperatura devia ter subido uns 5 graus pelo menos, mas isso não importava, ele beijou com toda a vontade que tinha, e mesmo que aquelas pessoas fossem desconhecidos Luciano sentiu uma pontada de felicidade muito grande de estar beijando o outro em um local público. Martín afastou o rosto, ele estava totalmente vermelho e o cabelo já desarrumado, Luciano não tinha certeza se ele já tinha bebido ou fumado alguma coisa antes de ir, mas os olhos pareciam totalmente entorpecidos com as pupilas tão dilatadas que mal dava para ver o castanho, o loiro ainda estava com os braços ao redor do pescoço do outro quando disse.
- Acho que eu te amo...
- O que?! – Luciano tinha ouvido perfeitamente, mas a resposta veio pelo fato de absolutamente não estar esperando ouvir aquilo.
- Ai meu Deus!
A ficha caiu e Martín não acreditou no que tinha dito, os braços do moreno estavam frouxos ao redor dele, então ele conseguiu se soltar sem esforço e começou a empurrar para ir o mais longe que conseguia e o mais rápido possível.
- ESPERA!
Ele conseguiu ouvir e viu que o moreno tentava vir atrás dele, mas como Martín era menor e mais magro ele conseguia se espremer e passar mais rápido pela multidão, até que chegou em uma área que estava quase vazia e dava para a ala de fumante.
Ele saiu e encontrou o restante dos amigos que estavam fumando, bom, algo que não era cigarro.
- Cariño você chegou.
- Oi Lina...
- Você veio pra balada ou saiu de uma briga? – Francis apontava de cima a baixo o argentino.
- Tinha muita gente, tava apertado... – Ele estava ofegante.
- Claro que é isso amigo, você não deve ter esbarrado com um certo Luciano do meio do caminho.
"O que?!" a amiga já devia estar muito bêbada e chapada para falar isso em alto e bom som. Martín olhou ao redor e viu que todos estavam olhando para ele, era justamente essa comoção e atenção que ele não queria.
- Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa – Francis não parecia nada surpreso e muito menos afetado.
- Não... Do que você ta falando amiga...
- Lina relaxa, me da isso aqui – Maria tirou a bebida da mão da outra – Você já bebeu demais...
- Não senhora! Por que você não me conta ¿cariño? Você acha que eu não to sabendo de todas as vezes que você foi lá no prédio...
- Credo Catalina! Eu não sei de onde você tirou isso, mas nunca na minha vida eu ia ficar com um cara daqueles! É um milagre que ele tenha vestido uma roupa descente hoje, por que parece um adolescente se vestindo!
Mas os olhos arregalados dos colegas de trabalho entregaram tudo que estava por acontecer, até Drazen que era sempre tão serio e tranquilo parecia assustado.
- Me ama neh Martín? – Foi tudo que o moreno disse, a voz tão seca que parecia que tinha passado raspando pelos ouvidos do outro.
Só que o loiro não conseguiu dizer mais nada, ele já tinha falado até demais na verdade, e só ficou travando olhando para cara de Luciano.
- Quer saber?! Que se foda. – Luciano praticamente marchou passando por eles e agarrou o braço de Francis que milagrosamente não tinha aberto a boca. – Vem pra casa comigo.
O francês nem hesitou e se pôs de pé já seguindo o moreno enquanto passavam pela porta sem olhar para trás.
Foi tudo muito rápido e o cérebro dele ainda estava processando a informação, ele sentiu a mão tremendo antes das lagrimas começarem a escorrer, a amiga, que agora parecia totalmente sóbria, tentou conduzir Martín até uma cadeira, mas ele estava travado no chão.
- O que foi que eu fiz? – Ele já estava com o rosto totalmente encharcado.
- Foi culpa minha cariño.
- Lina... Me leva pra casa...
A colombiana se virou e deu um olhar preocupado para os dois que ficaram para trás, Maria só conseguiu abrir um sorriso triste e gesticulou para eles saírem, Drazen apenas concordou com a cabeça e se sentou tirando o celular do bolso.
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"Caralho Luciano você podia simplesmente ter virado as costas e ido embora, que ideia de gênio... Mas eu tava muito puto, eu ainda to muito puto", mas ele provavelmente estava mais em pânico do que irritado, sentado no banco do passageiro do carro de Francis que mantinha o rosto totalmente sereno enquanto ele mesmo estava uma pilha de nervos.
- Deixa... – Ele precisava soar mais firme – Deixa que eu mostro o caminho.
- Não precisa Lu, eu sei onde você mora.
"Puta que pariu!"
- Não precisa fazer essa cara querido, eu já precisei dar carona para a Lina algumas vezes.
- Ah sim – "Ufa" – Não to fazendo cara nenhuma não Fran, ta tudo certo.
Eles chegaram relativamente rápido, Francis checou o celular mas não emitiu nenhuma palavra no caminho até a porta do apartamento de Luciano, esse por sua vez parecia prestes a ter um ataque cardíaco enquanto abria a porta e entrava, mas então o francês não entrou atrás dele.
- Você... não vai entrar.
- Olha só mon chéri – Ele se aproximou e segurou o queixo do moreno com o polegar – Por mais que eu adore a ideia de ter esse seu corpinho eu não vou ser o "erro" que você cometeu por que estava putinho com seu macho – Ele virou e deu um beijo na bochecha de Luciano – Eu só entro aqui se for para ser a noite mais inesquecível da sua vida.
O francês deu as costas e saiu sem olhar para trás.
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Quando Francis voltou para boate ele foi direto na ala dos fumantes, mas chegando lá encontrou apenas Maria chorando enquanto Drazen segurava uma garrafa de água e apoiava a mão nas costas da outra.
- O que aconteceu? Cadê eles?
- Você exagerou dessa vez Francis! – A voz do croata saiu totalmente ríspida.
- Você sabia que eu não ia fazer nada demais – Ele levantou os ombros tentando alegar inocência – E eu ainda paguei outra entrada pra voltar aqui e falar com o Martín...
- EU sabia, mas ele não! O menino saiu daqui chorando.
- E ele ainda levou embora o único motivo de eu estar nessa festa – A venezuelana devia estar meio bêbada também – Eu só queria conseguir falar pra ela!
- Calma Mari, foi só um...
- Não! – Ela cortou a fala do moreno quase gritando – Você não tem noção como é difícil pra mim...
Os dois homens presentes apenas trocaram um olhar.
- Quer que eu te leve para casa? – Apesar de toda a cara e pose de mal o croata se comportava como uma pessoa maravilhosa.
- Quero...
Drazen e Maria saíram na frente de Francis, mas ele também acompanhou os dois até o carro do croata, foi só quando a amiga entrou no carro e fechou a porta que o francês falou.
- Te encontro em casa mais tarde?
- Você não merecia neh, mas sim, te vejo mais tarde.
- Até breve querido~