(Alguns meses depois)
Se passaram alguns meses desde que comecei a namorar Ken, nossa relação era boa, nem muito melosa, mas nem muito apagada. Como agora ele estava estudando fora, era difícil eu ver ele, mas quando nos víamos todos os finais de semana, era como se tivéssemos nos vendo pela primeira vez.
Ken queria abrir uma loja de motos assim como Shin havia acabado de inaugurar a dele e também alugou uma casa para ele com sua nova namorada. Sim, ele finalmente não está mais encalhado.
Hoje era a formatura do terceiro ano no colégio, e o Ken me convidou já que ele estava saindo do ensino médio esse ano.
Ele estava sobre o palco recebendo seu certificado de ensino médio completo, eu aplaudia as palavras que dizia lá de cima, nem parece que ele ficou semanas tentando decorar isso e mesmo assim ainda gagueijou em algumas partes.
Ele me olhava parecendo desesperado enquanto eu me segurava para não rir da sua cara e piorar a situação.
Assim que ele terminou seu discurso e pegou o certificado, ele desceu do palco e veio até mim, me puxando pela cintura e me dando um selinho demorado.
- Você tá maravilhosa nesse vestido - Minhas bochechas coraram e eu escondi meu rosto em seu peito. Eu usava um vestido de alças finas, ele era comprido e preto, marcava bem as curvas do meu corpo.
- E você nem se fala, nessa roupa formal - Arrumei sua gravata azul e percebi seu olhar me secando de cima a baixo. - Podemos ir pra casa? - Sussurrei em seu ouvido com facilidade já que eu usava um salto alto.
- Quer comemorar minha formatura? - Ele apertou minha cintura e foi subindo as mãos cada vez mais, mas eu o parei antes que ele pudesse colocar sua mão e um lugar inapropriado.
- Comemorar de que jeito? - Puxei seu blazer pra perto e intercalei o olhar entre sua boca e seu rosto, ele sorria de canto olhando apenas para a minha boca.
- Do jeito que você bem entender - Ele foi selar meus lábios, mas eu desviei de seu beijo.
- Vão se comer aqui mesmo? - Ouvi alguns cochichos e uma risadinha.
- A gente tava indo embora - Ken se virou falando para Mikey que também usava uma roupa formal.
- Vocês não podem ir agora, a gente tem que ir pra festa que vão fazer pra quem se formou primeiro, temos que beber pra depois ir embora - Manjiro nos puxou para fora dali, parando com a gente em frente à um carro branco. Era uma BMW.
- Manjirou! A gente ta cansando, precisamos ir pra casa - Puxei a manga da blusa e ele me olhou com desinteresse, abrindo a porta de trás e esperando a gente entrar.
Bufei, mas logo após Ken entrar todo sorridente, segurei uma risada e me sentei logo ao lado dele.
- Baji! Você se formou? Não te vi lá...
- Ah, não... Eu reprovei, só tô indo pra festa - O moreno sorriu fechando os olhos. Por um momento fiquei com dó, mas lembrei que é o Keisuke, logo ele supera.
A motorista do carro era uma garota de cabelos castanhos e ondulados, vi pelo espelho do carro que ela tinha pele parda, olhos castanhos escuros e os traços eram um pouco exóticos. Era muito bonita. Agora, quem é ela? Não faço ideia.
- Eles que se formaram, Manji? - A voz da garota soou no carro quando ela deu partida e ela tinha um pouco de sotaque.
- Na verdade só o Ken se formou, ele é o loiro, a menina é minha irmã [Nome], o reprovado é o Keisuke - Ele respondeu calmamente olhando para ela.
Eu ainda estava de cara com o fato dela ter chamado ele de Manji e ele não ter feito nada... Aí tem coisa.
- Prazer, Isabela - Ela olhou para trás brevemente, mas logo voltou a prestar atenção na estrada.
- O prazer é nosso - Sorri respondendo, parecia ser boa pessoa, e com certeza tava rolando algo entre ela e o Manjiro.
Depois de um tempinho chegamos em uma enorme casa branca, luzes coloridas eram apontadas para o céu e a música alta tocava fazendo o chão tremer.
Quando sai do carro, Ken segurou minha mão e entramos juntos. Tinha muito mais gente do que eu imaginava, e a maioria era da escola, ou seja, a maioria ali me odiava.
Por sorte eu fazia parte do grupinho de delinquentes e não teria que me preocupar em brigar no meio da festa, então só me preocupei em me divertir.
...
Eram quase 4 da manhã, eu estava vomitando no banheiro da casa enquanto a música ainda alta fazia minha cabeça arder e rodar. Ken estava segurando meu cabelo enquanto eu também chorava.
- Desculpa, amor - Eu chorava feito criança, soluçava e fungava com o rosto vermelho e molhado. - Eu não... queria te dar trabalho.. Me desculpa!
- Tudo bem, acontece, o que importa é que você se divertiu - Ele acariciou minhas costas e deu um beijo na minha nuca.
- Você é tão bom pra mim, o que eu fiz pra te merecer? - Olhei pra ele ainda chorando e ele riu da minha cara.
- Você é uma peça quando tá bêbada, [Nome]...
- Mas é sério... eu...
- Shh, levanta, lava essa boca e vamos pra casa pra você poder descansar e tomar um remédio.
- Tá - fiquei calada, me levantando com dificuldade, ele me ajudou a lavar o rosto e a andar até a parte de fora da casa.
Agora estavamos esperando o uber, eu quase dormia com a cabeça deitada em seu peito enquanto ele me abraçava e tapava meus ouvidos, pois a música, por mais que estivesse mais baixa naquela parte, ainda estava fazendo minha cabeça doer.
Sua camisa branca já estava suja com maquiagem e choro enquanto seu blazer preto se encontrava sobre os meus ombros pois ele deduziu que eu estava com frio.
Assim que o carro chegou, entramos e ele teve que se explicar para o motorista, dizendo que não estava me sequestrado porque eu estava bêbada e quase dormindo. No final o motorista nos levou até minha casa.
Quando chegamos ele me ajudou no banho, colocou apenas uma camisa em mim, me deitou, eu até tentei fazer algo a mais se é que me entendem, mas eu estava bêbada, então é óbvio que ele negou até o último segundo.
Agora estavamos deitados e abraçados, eu estava com a cabeça de baixo da coberta pra ficar na escuridão completa, minha cabeça estava sobre o peito nu de Draken e eu podia ouvir seu coração batendo calmamente. Eu já não estava tão bêbada quanto antes, voltei a recobrar os sentidos depois do banho de água quente.
- Ken... - Chamei pensando que ele já havia dormido.
- Oi?
- Eu te amo, desculpa.
- Eu também te amo, princesa, e desculpa pelo que? - Ele beijou o topo da minha cabeça começando a fazer um cafuné gostoso.
- Por ter te dado tanto trabalho - Tirei a coberta da cara para poder respirar e comecei a rodear os gominhos de seu abdômen com o dedo indicador.
- Esquece isso, amanhã você me faz uma massagem e tá pago - levantei a cabeça para olhar para ele, e o desgraçado estava rindo, sabia bem a massagem que ele queria.
- Então tá - Voltei a encarar o nada. - Eu não as coisas que eu estaria passando hoje se eu não tivesse entrado na toman e não tivesse te conhecido, na verdade não consigo me imaginar sem você.
- Não quero mais você falando isso, [Nome], isso tem nome e talvez seja início de uma dependência emocional. Você tem que seguir em frente com a sua vida sem depender de mim, entendeu? - não queria concordar com aquilo, pra mim, eu não teria que seguir sem ele.
Me recuso a acreditar que não estamos destinados a ficar juntos até o fim de nossas vidas.
Sem respondeu eu apenas assenti, apenas para o confortar de alguma maneira.
- Mas é sério, eu te amo pra caralho.
- Eu também te amo pra porra! - Ele segurou meu maxilar, puxando para cima e selando nossos lábios em um beijo lento e carinhoso.
Senti que meu coração iria explodir de tão rápido que estava batendo, eu não conseguia encontrar uma reação para a forma que ele havia acabado de me beijar. Foi sem dúvidas um sentimento novo que eu nunca havia sentido antes, e aquilo me fez perceber que era ele, era ele que eu amava e me amava também. Consegui compreender que desde o início eu não só gostava dele como também era apaixonada por esse loiro marrento.
E era com ele que eu queria passar o resto da minha vida.
Fim...