Sina Deinert
"Ou você combate fogo contra fogo,ou arrisca sua vida."
"Acha mesmo que um bastão pode salvar minha vida se um cara estiver armado?. — questiono e minha mãe me olha."
"Vence quem for o mais rápido.—Piscou. "
Olhei aquele pedaço de madeira na minha mão e me agachei correndo para o próximo corredor.
De costas e andando lentamente, ali estava meu primeiro alvo.
— Ei você. — chamo sua atenção e quando me olha acerto a ponta bem na sua testa. Sua pistola cai no chão e eu chuto para baixo da prateleira.
— Ela está… — não o deixei terminar, acertei sua barriga e assim que ele se contorceu acertei o cotovelo em sua cabeça fazendo ele desmaiar.
— Caraca. — digo rodando o projeto de bastão na minha mão. — Isso até que foi fácil. — sorri animada.
Passei por cima do seu corpo e lá estava mais um… seja o que Deus quiser.
Caminhei lentamente e aproveitei sua distração para pegar uma garrafa de óleo. Abri com a boca e espalhei pelo chão.
— Ei. — assim que ele olha corro para o outro lado. Foi o tempo de eu dar dois passos que escutei o barulho de sua queda. — Ih menino, acho que esqueceram de colocar a placa avisando do piso molhado. — coloco minha cara e ele dispara na minha direção.
Corri para o outro lado e conseguia ver a porta de saída, porém tinha duas muralhas correndo à minha procura.
As pessoas deitadas no chão pareciam apavoradas, mas eu não posso deixar que eles metam uma bala na minha cabeça.
Meu olhar desviou para a porta no momento que escutei mais carros. Me agachei ali e assim que vi Josh entrando por aquela porta meu coração disparou.
— Noah, abaixa! — grito e os disparos começam.
Corri para o outro lado ouvindo os disparos me seguirem. Mas que bosta!
O local havia virado uma zona de guerra, eu só escutava os tiros e tentava me enfiar em qualquer canto para não ser atingida.
Ao virar um corredor, dei de frente com alguém e meu corpo foi de encontro ao chão.
Levantei meu olhar e comecei a rezar dez Ave Maria para me livrar dessa.
— Vejam só quem eu achei. — tentou me pegar mas chutei ele.
— Socorro! — gritei e atingi o bastão em sua cabeça.
— Sua desgraçada. — me pegou de uma vez e me prensou em uma prateleira.
O bastão parou em meu pescoço e ele começou a pressionar.
— Eu faço questão de finalizar esse trabalho. — comecei a me debater tentando empurrar ele para longe, mas sua força era vinte vezes maior..
Senti minha vista começar a ficar turva até ver ele me soltar de uma vez. Meu corpo foi de encontro ao chão e eu recuperei meu ar tossindo com dificuldade.
Ao olhar para o lado vi sua cabeça com um furo de bala e engoli seco.
— Vamos. — sinto alguém pegar no meu braço e reconheço apenas o cabelo de Noah.
Passando pelo corredor de Chips, peguei dois e segui correndo para fora com ele.
Noah me jogou dentro do carro e se sentou ao meu lado.
— Alex vamos! — ordenou ele no banco de trás e o cara saiu no mesmo instante.
Levei minha mão até o meu pescoço e alisei a região sentindo dor ao engolir minha saliva.
— Irresponsável, isso que você é! — olhei Noah que começou com seu sermão. — Qual o seu problema? Sabe que estão atrás de você e mesmo assim inventa.
— A culpa é sua. — resmungo olhando ele. — Me disse que se eu conseguisse passar pelo portão sem levar um tiro me dava os parabéns. — o loiro me olhou. Seus rosto estava vermelho de raiva e seus olhos que deveriam ser verdes, já nem existiam mais.
— Da próxima vez que inventar fazer algo do tipo, eu te deixo morrer, está me ouvindo? — gritou e eu revirei os olhos.
— Não sou surda. — encarei a estrada.
Alex corria em disparada e tudo o que eu via era os carros nos seguindo, Noah não estava preocupado então deduzi que estavam com ele.
— E não pense que vai comer isso. — com rapidez o moreno tirou os dois sacos da minha mão e atirou pela janela.
— Seu filho da puta desgraçado! — bati nele irritada. — Pau no cu, eu passei por essa merda e você joga fora? — soquei seu peito e ele segurou minhas mãos.
— Isso é pouco visto o estrago que fez, meu carro ficou lá. — me soltei.
— Enfia o carro no seu cu. — escutei o riso de Alex.
Olhei para sua cintura e com rapidez peguei sua pistola atirando ela pela janela também.
— Sua. — sorri. — Para o carro Alex! — mandou e assim ele parou.
Noah desceu do carro e eu puta da vida fiz o mesmo.
— Sina? — Alex me gritou mas ignorei e segui meu caminho, seja lá qual for ele.
Idiota, isso que ele é, não é ninguém para me dar ordens, foda-se se aceitei me juntar, prefiro morrer do que ficar sendo tratada assim.
Não demorou muito até o carro andar lentamente ao meu lado e eu ouvir a voz do escroto me mandando entrar.
Ignorei e segui meu caminho. Os carros apenas passaram em alta velocidade e sumiram da minha vista naquela vasta rua que já estava escura.
...
Cansada de andar me sentei na calçada e cobri meu rosto.
"Nunca vou levar jeito para isso mãe,não consigo.— Digo chorando na minha cama."
"Meu amor,eu sei que isso pode parecer assustador,mas acredite,o mundo já sabe de você,se algo vier a nos acontecer terá que lidar sozinha.— Neguei."
"Mas eu não consigo.— Olhei ela. —Minhas mãos tremem ao tocar uma arma,e só de pensar em matar alguém..."
"Olha para mim.—Segurou meu rosto.— Eu sei exatamente como se sente,mas acredite em mim,você vai se acostumar e entender que ou você mata ou você morre. —Limpou meu rosto.
Estou na mira de Henrique porque justamente sou tudo o que restou, porque o fato dele descobrir que estou viva o faz temer perder tudo…
Foi o tempo de ouvir o barulho de um trovão que a água da chuva forte começou a me molhar. Passei as mãos nos meus cabelos e levantei o rosto deixando a água cair sobre ele.
— Me desculpe mamãe e papai, mas nem que eu quisesse conseguiria tomar aquilo. Sozinha, largada em uma rua e sendo completamente lavada pela chuva forte, queria que um raio me atingisse de uma vez. — ri sozinha e logo vejo um clarão se aproximar.
Virei meu rosto e lentamente um carro parou na minha frente. O vidro desceu e ali eu encarei Any.
— Entra no carro, não vou falar de novo. — desviei o olhar. — Olha, você é a única que desafia aquele maluco do Noah sem medo de levar um tiro. — torci o lábio. — Então por favor, engole seu orgulho apenas uma vez e aceita ao menos a minha ajuda.
Suspirei passando a mão no rosto e me levantei dando a volta no carro para entrar nele.
Tirei meu celular do bolso e dei graças a Deus por ele ainda estar vivo.
— Espero que não fique resfriada. — disse ligando o aquecedor do carro e eu apenas escorei a cabeça no banco.
Fiquei um tempo daquela maneira e logo ela puxou assunto.
— Quer me dizer o que aconteceu?
— Aquele idiota não falou? — digo irritada e ela ri.
— Chegou puto da vida em casa, dizendo que se visse você novamente iria te matar. — revirei os olhos.
— Só mais um pau no cu que não aceita que perdeu. — Any foi parando o carro e vi que já chegamos em casa.
Tirei o cinto e segui ela até em casa. Assim que passamos pela porta dei de cara com pelo menos a maioria do povo.
— Achei que tinha morrido. — escuto a voz de Shiv e me viro para olhar ela.
— Por que não faz esse serviço? — digo entendida.
— Aliás, o que aconteceu? — vejo Josh se aproximando e suspirei cansada.
— Noah foi buscar ela, quando chegaram no mercado estava tendo troca de tiros. — disse Alex dando um gole em sua garrafinha de água.
— É impressão minha, ou ela realmente é um ímã de problemas? — disse Sabina me fazendo dar um riso fraco.
— Se me derem licença, vou tomar um banho quente. — digo passando por eles, mas antes de subir as escadas aquela voz maldita me faz parar.
— Olha só,o cão arrependido voltou.— Me virei para o lado vendo a figura de Noah.
— É chefe deles, então você não ia ficar muito tempo fora. — sorri e escutei algumas risadas.
— Eu estou a um passo de estourar seus miolos. — disse irritado.
— É mesmo? Entra na fila Noah. — retruco indo até às escadas.
— Irei te avisar uma última vez. — parei ficando de costas. — Se ousar sair sem me avi...
— Você por um acaso é tapado? — gritei me virando. — A culpa é sua, seu desgraçado! Você não quis comprar o que pedi, você me desafiou a passar por sua segurança, você que é tão escroto que não consegue aceitar que sou mais esperta que sua mente minúscula. — ele se aproximou.
— Escuta Sina, dois caras meus morreram nessa sua brincadeira estúpida.
— Azar o seu. — cruzei os braços. — É bom que aprende a não me desafiar. — Noah avançou para cima de mim e eu vi apenas sua mão levantar. — Bate! — o desafio olhando em seus olhos.
— Acha que não tenho coragem?
— Covarde do jeito que é? — neguei lentamente. — Me bate Noah, me bate e pode ter a certeza que eu passo por aquela porta de novo e deixo Henrique terminar o seu trabalho. — conseguia ouvir sua respiração pesada e visivelmente a raiva em seus olhos.
Ele pode querer o que for de mim, mas eu nunca vou aceitar levar um tapa de um homem. Nem meu pai me batia, não é agora que isso vai acontecer.
— Foi o que pensei. — digo me virando e finalmente subo para o quarto.
Bati aquela porta com força e soltei meu ar de uma vez.
— Bastardo! — resmungo indo pegar uma roupa para tomar um banho.
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Bastardo-Desgraçado
Nós vemos no próximo capítulo☆