๐—˜๐— ๐—ฃ๐—ง๐—ฌ ๐—ฆ๐—ข๐—จ๐—Ÿ๐—ฆ, acotar...

By dayligzt

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โ€งโ‚Šหš๐—”๐—Ÿ๐— ๐—”๐—ฆ ๐—ฉ๐—”๐—ญ๐—œ๐—”๐—ฆ โ€งโ‚Šหš Sue passou anos procurando por um artefato mรกgico que ajudaria a salvar centen... More

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By dayligzt

— Sue, garanto que não fazíamos ideia de que isso estava acontecendo — Rhysand garantiu, parecendo horrorizado por tudo o que a humana contou.

Estavam no escritório do Grão-Senhor e Senhora da Corte Noturna. O casal estava reunido junto com Nestha, Cassian, Azriel e Sue.

— Por isso todo aquele medo da vila... — Feyre lamuriou, relembrando suas conversas com Lucien.

— Podemos montar uma estratégia para atacar — Azriel disse, decidido. Estava de pé, como sempre, perto da porta.

— Sue — Cassian chamou a mulher sentada ao seu lado —, do que se lembra da Toca dos Lobos? Isso pode nos ajudar a...

— Lembro de tudo — ela respondeu, antes de mirar Feyre —, preciso de um mapa das Terras Mortais. Também preciso de um papel em branco para desenhar a planta da Toca.

Feyre buscou papel e caneta na mesa, enquanto Rhysand se levantava para pegar o mapa pedido, que estava na estante atrás dele.

Sue ajudou Cassian, Azriel e Rhysand a criarem uma estratégia precisa, indicando onde os escravos ficavam, onde os Feéricos dormiam e onde haviam mais sentinelas. Como ela fazia com a Causa.

Mas, dessa vez, ela tinha Grão-Feéricos ao seu lado, muito mais poderosos do que os que aterrorizavam seus pesadelos.

Dessa vez daria certo.

Algum tempo depois, Sue estava mostrando a Nestha e Feyre onde ficava o dormitório dos humanos, a ala da curandeira e da reprodução.

— Acredito que eles sejam melhores em combate apenas quando estão contra humanos — Sue disse, mirando Rhysand —, nunca os vi treinando.

— Então, amanhã a noite, nós vamos até lá. — o Grão-Senhor garantiu. — Nuala pode cuidar de Nyx e você pode ficar aqui para ter companhia enquanto...

— Eu vou com vocês — Sue disse, como se fosse óbvio.

— Sue... — Feyre balançou a cabeça, suspirando.

— Ainda não está pronta, Sue. Nosso treinamento não chegou ao nível em que você... — Cassian tentou dizer, mas foi cortado por Azriel.

— Ela salvou a minha vida e a de Amren. Matou pelo menos uma centena de bestas no processo — o illyriano se aproximou da mesa onde o Círculo Íntimo estava reunido, permanecendo com os braços cruzados —, acho que ela está pronta para qualquer coisa.

— Também te salvei na Floresta da Condenação — Sue resmungou antes de dar de ombros —, não que eu esteja contando todos os meus atos heróicos.

— Precisamos descansar — Rhysand diz, coçando os olhos com as costas das mãos. O céu já estava ganhando cor. Tinham passado a noite toda discutindo o plano —, vamos dormir e amanhã, antes de partirmos, repassamos nossas táticas.

Todos começaram a se levantar e deixar o cômodo, e antes que Sue alcançasse o corredor, Feyre tocou em seu ombro.

— Sue — a Grã-Senhora chamou, segurando o braço da mulher com cuidado —, sinto muito por... tudo o que você passou.

Sue não respondeu, apenas desviou os olhos para o chão. Ela sentiu a Grã-Feérica afagar seu braço levemente, e então voltou a olhar em seus olhos, pareciam empáticos e... irritados. Vingativos.

— Faremos com que eles pagem. Todos eles.

A fêmea se afastou, seguindo o corredor para pegar seu filho com Cerridwen, deixando Sue sozinha. Sim, eles pagariam. Todos eles.

Incluindo Santiago.

Pensar em rever o macho após tantos anos encheu o corpo da mulher de calafrios. As lembranças se assomavam em sua mente, a sensação dele tocando em seu corpo, atirando-a da escada, prendendo-a ao mastro...

— Sue.

A voz de Azriel livrou-a de seus pensamentos, trazendo-a de volta ao presente. Ela olhou para o macho parado a alguns passos dela, parecendo preocupado.

— Quer subir para a Casa do Vento? Cassian e Nestha já foram.

Ela assentiu com a cabeça, sem conseguir dar uma resposta verbal. Passou por ele e seguiu para fora da casa, esperando-o no jardim.

O Encantador se Sombras se aproximou, indicando que fossem até a calçada para que pudessem atravessar. Sue o seguiu, ficando a sua frente.

A mulher não sabia descrever o semblante do illyriano. Timidez, medo, tristeza, compreensão, decepção. Tudo parecia se mesclar na face de Azriel e tudo o que ela mais queria era saber o que estava passando dentro de sua cabeça.

Ele passou o braço em torno da cintura da mulher, segurando-a firmemente contra si e atravessou. Quando estavam no céu, acima da Casa do Vento, ele pousou cuidadosamente na varanda.

— Sua asa está melhor? — Perguntou ela, preocupada com Azriel fazendo esforço para aterrissarem.

— Está doendo menos. Seu braço?

— Também está doendo menos.

Azriel concordou com a cabeça antes de seguir para dentro da casa e para o próprio quarto, deixando Sue para trás.

Ela também foi para o quarto tentar dormir. Vestiu uma camisola verde, fez uma trança em seu cabelo e ficou se revirando na cama por longos minutos.

Quando se virou pela quarta vez, viu sombras espiando-a pela fresta da porta. Só não sabia se tinham fugido dos ombros de seu Encantador ou ele quem as mandara.

Ela decidiu levantar, colocou seu robe e saiu do cômodo, seguindo direto pelo corredor pela trilha de sombras até chegar ao quarto do mestre-espião.

Sue bateu na porta encostada antes de entrar e a fechar por trás de seu corpo, chamando a atenção do illyriano parado de pé ao lado da janela.

— Parece que mais alguém não consegue dormir — ela deu um pequeno sorriso, observando-o se virar para olhá-la.

— Mas devíamos tentar — respondeu o Encantador de Sombras —, teremos um longo dia daqui a algumas horas.

A mulher assentiu, desviando os olhos para o lado, para o chão e a parede, onde ela estava sentada algumas horas antes, confessando a verdade sobre si mesma a Azriel.

Foi onde ele a beijou, também.

Nenhum dos dois parecia disposto a conversar sobre aquilo. Sue não podia dizer a ele o quanto o beijo tinha bagunçado sua mente, o quanto tinha achado romântico e intenso e gentil e quente e inebriante...

— Não quero ficar sozinha — disse ela, brincando timidamente com os laços do robe, como uma criancinha. A cena quase fez Azriel rir.

— Então fique.

Sue abriu um pequeno sorriso, caminhando até a cama e deitando. Ela se aconchegou por baixo do cobertor, apoiando a cabeça contra um dos travesseiros.

— Sua cama é muito mais fofinha que a minha.

A imagem de Sue deitada em sua cama com aquela camisola curta e fina estava sendo uma tortura para Azriel. Pensamentos intrusivos se instalaram nele, imaginando-a cochilando ali, tão folgada e preguiçosa, depois de terem passado a noite toda acordados, enfurnados naquele quarto.

— Isso é seu pijama? — Quis saber a mulher, olhando com as sobrancelhas arqueadas para as calças escuras de tecido macio e sua camisa fina de mangas compridas da mesma cor.

— É mais confortável do que parece.

— Parece que está indo á um funeral, ao invés de estar se preparando para uma soneca.

Os lábios do Encantador de Sombras repuxaram para cima, e ele percebeu o erro que cometeu ao olhar para o colo de Sue, com sua camisola fina e solta. Teve que se virar para a janela novamente.

— Não vai tentar dormir? — Ela quis saber, completamente alheia á imaginação indecente do illyriano.

— Acho que não consigo — respondeu com sinceridade, tentando evitar que seus olhos se demorassem por tempo demais nos lábios cheios da mulher que tinha beijado há poucas horas.

— Posso te contar uma história — ela abriu um sorriso travesso, batendo no colchão.

Ele não devia. Precisava ficar longe dela e daquela boca viciante e olhos que o enfeitiçavam toda vez que olhava para eles.

No entanto, Azriel se deitou ao lado dela. Mantendo as asas fechadas no colchão.

Sue parecia surpresa por ele realmente ter deitado ao seu lado. Ela observou-o por um momento, concentrando-se naquela mandíbula definida, do macho virado para o teto e de olhos fechados.

— E minha história? — O Encantador de Sombras perguntou, virando o rosto para olhá-la.

— Está bem — ela soltou um risinho, apoiando a cabeça na mão e firmando seu cotovelo no colchão —, era uma vez, em um reino só de animais, um potrozinho preto que vivia com sua família de cavalos marrons.

Azriel arqueou uma das sobrancelhas, vendo a mulher desviando o olhar para o teto, deixando sua mente criar uma história cômica.

— Ele se sentia muito diferente de sua família, o pobre potro. Até um dia que ele se perdeu! Ele ficou muito, muito tempo vagando pelos campos sozinho, comendo torrões de açúcar sem mais ninguém...

— Torrões de açúcar? Em um campo?

— Na minha história crescem torrões de açúcar nas árvores.

— Não existe tal coisa.

— Cuide das suas histórias que eu cuido das minhas — ela franziu o cenho, relaxando o semblante ao ver um sorriso ser formado nos lábios do Encantador de Sombras.

— Continue. O cavalo comia torrões de açúcar sozinho...

— Até o dia em que ele encontrou um... unicórnio! Um filhote-unicórnio, branco, com uma crina rosa e um chifre dourado e brilhante...

— Unicórnios não existem.

— Óbvio que existem! Estão escondidos por aí.

— Não, eles não existem.

— Como não existiriam unicórnios em um mundo que existem homens-morcego? — Sue retrucou, arqueando as sobrancelhas.

— Está bem — Azriel cedeu —, o que aconteceu com esse unicórnio?

— Ele conheceu o potro e os dois viraram grandes amigos.

— Que final chato.

— Não é chato! O potro finalmente encontrou um amigo para correr pelas campinas e comer torrões de açúcar! É adorável!

Sue tinha razão, tinha sido adorável, e Azriel poderia passar a noite toda ouvindo os devaneios dela. Ouviria qualquer historinha boba que fosse contada pelo Jeitinho Sue.

— Eu sou o potro preto e você o unicórnio? — Ele quis saber.

— Acho que Cassian se parece mais com um unicórnio do que eu... — A humana disse, rindo ao vê-lo se virar para ficar de frente para ela.

Azriel observou aquela expressão tranquila, muito rara no rosto de Sue. Seus olhos brilhavam para ele com aquele brilho secreto que só era percebido pelo Encantador de Sombras.

Admira-lá doía demais.

Saber a verdade sobre os dois e não poder contar doía demais.

Ele analisou aquela expressão relaxada no rosto da mulher antes de voltar a ficar virado para cima, olhando para o teto por alguns segundos antes de fechar os olhos.

Tudo ficou silencioso por alguns minutos. A respiração de Sue estava estável e provavelmente ela estava dormindo.

Comprovando que sua teoria estava errada, ele sente o peso da humana por cima de sua asa, por cima do colchão. Ela se aproxima do peitoral de Azriel, e ele teve que se esforçar para na abrir os olhos e observá-la.

Azriel sente Sue se encolher ao seu lado, como se receosa de tocar nele demais e fazê-lo se afastar, como sempre acontecia. Ela deitou a cabeça na ponta do peito dele, cuidadosamente.

Sua asa saudável, a que Sue estava por cima, se abriu um pouco mais, arqueando-se no colchão pelo contato quente e sensível da humana. Ela parece ter notado, porque ergueu um pouco a cabeça para olhá-la.

— São bonitas — Sue sussurrou, sentindo o cansaço embalar seu corpo, junto com o aconchego das sombras de Azriel.

Ele ficou em silêncio, sentindo a respiração leve da mulher em seu peito, seu calor contra seu corpo, e manteve as sombras perto dela, deixando-as acariciarem os cabelos de Sue, seus ombros e suas maçãs do rosto.

— O potro e o unicórnio continuaram correndo juntos por quanto tempo? — Ele perguntou baixinho, finalmente abrindo os olhos e descendo-os á mulher quase adormecida em seu peito.

— Para sempre — Sue se aconchegou mais a ele, subindo uma de suas mãos pela barriga coberta de Azriel e descansando-a ali —, ficaram juntos para sempre.

[...]

Estava anoitecendo, e Sue já estava usando seu traje de combate quando voltou á Casa do Rio e foi ao quarto de Elain, junto com Nestha, para contar a fêmea sobre tudo o que tinha acontecido e o que eles estavam prestes a fazer.

— Eu quero ir com vocês — Elain disse, sentindo seus olhos queimarem e se esforçando para não chorar na frente da amiga, depois de descobrir a verdade sobre seu passado.

— Não estavam nem mesmo me deixando ir — Sue respondeu, suspirando —, Cassian disse que eu não treinei o bastante.

— É melhor você ficar, Elain — Nestha disse, tocando o ombro de uma de suas irmãs mais novas —, você não tem treinamento.

— Então, vou começar a ter — a fêmea retrucou, decidida —, vou começar a treinar com vocês na Casa do Vento.

Nestha abriu um pequeno sorriso, mas Sue se retesou. Ela não treinaria mais na Casa do Vento, treinaria?

Depois que destruíssem a Toca dos Lobos, Sue não teria mais motivos para permanecer em Velaris. Deveria voltar ás Terras Mortais, onde era seu lugar.

Pensar em deixar Velaris, por algum motivo, a fez sentir-se desalentada.

— Temos que ir — Nestha se levantou, indicando a porta —, vamos repassar o plano e partir.

— Sue — Feyre chamou, chegando ao quarto —, tem alguém querendo falar com você.

A humana franziu o cenho, trocando um olhar com Ness e Elain antes de ficar de pé e seguir para o corredor junto com a Grã-Senhora.

Chegaram ao quarto de Feyre e Rhysand, onde Amren estava se recuperando. O casal dormiria no quarto de hóspedes até que ela acordasse. O que tinha acontecido há alguns minutos.

— Vou deixar vocês a sós — a fêmea disse, sorrindo para as duas antes de sair e fechar a porta.

Sue manteve uma distância segura da cama da imediata, certificando-se de que ela não podia atacá-la de onde estava deitada.

— Você está péssima — Sue disse, olhando para todas as ataduras de Amren, suas olheiras escuras e fundas e seu cabelo escuro despenteado.

— Essas são algumas das primeiras palavras que eu escuto ao acordar de uma quase morte — Amren resmungou, esforçando para conseguir sentar na cama.

Sue se aproximou, erguendo as mãos para ajudar a Feérica, mas ela negou, querendo se ajeitar sozinha. A humana assentiu, dando um passo para trás.

— Feyre disse que pediu que me chamasse.

— Sim — ela concordou quando conseguiu se sentar.

Sue ficou em silêncio, cruzando os braços e esperando por mais alguma informação. Mas Amren não disse nada por um longo tempo, fazendo a mulher franzir o cenho com impaciência.

— Pediu que eu viesse aqui para ficar me encarando?

— Pedi que viesse para te agradecer.

— Me agradecer?

— Você salvou minha vida — Amren finalmente disse, e pareceu mais leve assim que as palavras saíram de sua boca. Parecia estar guardando isso dentro de si desde que tinha deixado as Ruínas de Scar.

— Você faria o mesmo — Sue repensou, arqueando as sobrancelhas —, não faria?

— Faria — a imediata soltou um riso dolorido e exausto. Ela indicou o copo d'água ao lado da cama, por cima da mesinha, e Sue o pegou, estendendo-o a ela —, eu faria o mesmo.

— Certo — Sue concordou, se balançando muito lentamente para frente e para trás —, era... só isso?

— Não vou me desculpar por ser dura com você. É inconveniente e impulsiva.

— Ótima maneira de me agradecer por ter salvo a sua vida — Sue franziu o cenho, inconformada.

— É inconveniente e impulsiva, e no entanto, não tinha obrigação de me resgatar. Azriel estava delirando e você podia tê-lo convencido a me deixar para trás.

— Jamais faria isso.

— E é por isso que eu te agradeço. Estou em dívida com você.

— Não quero que esteja em dívida comigo, Amren — Sue deu um passo para a frente, observando os olhos da imediata brilharem com algo que ela podia identificar como respeito.

— Mas estou. Quando precisar de algo, pode me cobrar essa dívida.

Sue ouviu Rhysand falando no corredor, dizendo que precisavam se reunir no escritório. Ela olhou para a Grã-Feérica mais uma vez, e abriu um sorriso travesso.

— Se eu precisar de alguém para limpar a minha bunda, vou te chamar.

A humana deixou o quarto ouvindo xingamentos e resmungos da pequena fêmea, e desceu as escadas para se reunir com o Círculo Íntimo de Rhysand no escritório.

— Muito bem — Feyre começou, esperando que todos estivessem sentados. Ela apontou para a planta da Toca dos Lobos em cima da mesa, indicando as posições de cada um —, eu e Nestha vamos entrar pelos fundos, perto do dormitório dos escravos, e vamos liberta-los.

— Cassian e eu vamos á mansão dos Feéricos, atacar os que estão despreparados, enquanto Azriel e Sue livram-se dos sentinelas, a partir das plantações e seguindo em direção á praça dos escravos.

— Quando invadirmos a mansão, eles começarão a atacar, e será um caos. Fiquem prontos para tudo — Cassian avisou, aproveitando também para dar outras dicas estratégicas muito usadas nas batalhas que já travou.

— Vamos levar os escravos para um lugar seguro e depois voltamos para ajudar vocês — Nestha garantiu.

— Brinquem com quantos quiserem — Sue começou, a voz ácida e frígida —, mas Santiago é meu.

Depois que seguiram para a frente da casa, Rhysand usou suas habilidades Daemati para absorver as lembranças de Sue da Toca dos Lobos e repassa-las ao demais, mostrando para onde deviam atravessar.

— Vamos manter contato — Rhys diz a sua parceira, deixando um beijo em seus lábios antes de ficar ao lado de seu comandante.

Enquanto Nestha e Cassian trocavam olhares de aviso um para o outro, Azriel viu Sue se aproximando, parando ao seu lado.

— Está pronta? — Ele perguntou, estendendo a mão para ela.

Não, não estava.

Mas Sue, ignorando o bolo de medo e nervosismo que formava no estômago, pegou na mão áspera do mestre-espião.

Sue sentiu as sombras envolverem-a, e quando se deu conta, estava parada dentro do milharal da Toca dos Lobos.

Ela caminhou, sem soltar a mão de Azriel, pela plantação. Os dois estavam silenciosos conforme seguiam em frente, começando a avistar as áreas de produção, coladas aos campos de colheita.

Sue arfou, agachando-se quando reconheceu um dos guardas. Ele estava assistindo sua punição ao mastro.

A mulher levou as mãos as costas, cobertas pelo tecido grosso do traje, desesperada. Sentia que as feridas estavam se abrindo. Sentia o sangue escorrer por sua pele de novo.

Sentiu alguém se prostrar por trás de seu corpo, transmitindo calor para ela e embalando-a. Os braços fortes envolveram os dela, e o queixo retangular muito conhecido apoiou-se em seu ombro.

— Não tenha medo deles — Azriel sussurrou contra o ouvido de Sue, com o corpo colado ao dela —, até o sol nascer, já estarão todos mortos.

Sue virou o rosto para o mestre-espião, com os lábios agora a centímetros dos dela, sentindo suas sombras acariciarem sua face.

— Quer vê-los pagar, não quer?

Sim, ela queria.

Azriel parecia estar travando uma batalha interna entre agir e não agir. Entre se aproximar e se afastar. Mas pareceu que as primeiras opções venceram, porque ele deixou um beijo casto nos lábios de Sue.

Ela respirava contra a boca do illyriano, sentindo que ele tinha passado para ela mais valentia só com o contato breve entre seus lábios.

Sue mirou o macho que estava caminhando próximo demais de onde os dois estavam escondidos entre os milheiros, e desviou o olhar para Azriel, abrindo um sorriso perverso.

Talvez o beijo de Azriel não tenha passado coragem, e sim, mais brutalidade para a mulher.

— Vamos fazê-los pagar.

☾☀︎︎☽

Esse é o capítulo de hoje!
Acham que a Sue vai cobrar a dívida da Amren? Se sim, como?👀

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