Antônio.
Não sei muito o que dizer nesse momento.
Amanda me beijou!
Ela me beijou!
AMANDA ME BEIJOU!
E foi como se eu tivesse sonhando acordado.
Quando o resto dela foi chegado próximo ao meu, tive a sensação que todo o ar do meu pulmão havia sumido e tudo em volta ficou no mais puro silêncio, eu só conseguia ouvir o meu coração batendo cada vez mais acelerado.
Quando os lábios dela tocaram os meus foi como uma dança, uma dança lenta e muito envolvente.
Foi como se os nossos lábios tivessem sido feitos para se encaixarem.
Foi como se nossas línguas já se conhecessem de outras vidas.
Foi como se os nossos caminhos estivessem sido cruzados por alguém muito generoso comigo, alguém que devia ter algum poder divino.
Puxei ainda mais o corpo dela contra o meu e levei minha mão até a sua nuca, aprofundando ainda mais o nosso beijo.
Já ela. — com toda a sua delicadeza — foi deslizando os dedos no meu cabelo de forma tão suave que mais parecia um cafuné dos deuses.
Abaixei as minhas mãos até a sua cintura e a trouxe ainda mais pra perto, a intensão era que nossos corpos fundissem em um só.
Assim que sentimos o ar ir acabando, fomos cortando o beijo aos poucos, até ela dar uma leve puxada no meu lábio inferior com a sua boca, me causando um leve arrepio, o que me causou um sorriso de canto de boca quase que involuntário e uma chuva de selinhos depois...
- Eu tô sonhando? — perguntei provavelmente com o sorriso mais largo que já dei na vida.
- Quer que eu te belisque pra você ter certeza que está acordado? — ela perguntou com um sorriso tão largo quanto o meu.
- Não, na verdade eu quero outro beijo, aliás, vários beijos...
Ela me beijou mas algumas vezes, mas logo cortou mais uma vez.
- A gente ter todo o tempo do mundo pra isso Sapatinho, mas eu já deveria estar dormindo agora, tenho plantão amanhã. Você me leva embora? Prometo que será recompensado direitinho pelo serviço prestado — perguntou fazendo beicinho.
- Claro minha Cinderella, vou te levar até a minha aeronave Top Gun e te deixo em segurança em casa.
- Que breguice! — ela respondeu em meio a gargalhadas — mas eu gostei, vamos comandante.
Entramos no carro e então resolvi colocar a mão em sua perna, ela por sua vez colocou a mão em cima da minha, atrelando-as e fomos durante todo o percurso com as mãos dadas.
- Boa noite Comandante! Durma bem.
- Boa noite Cinderella. Não sei se conseguirei dormir, mas se conseguir com certeza sonharei contigo, já que agora eu sou o seu "Sapatinho de Cristal" — falei segurando o riso.
- Nossa Antônio, como você é brega — ela falou gargalhando alto.
- Eu adoro sua gargalhada, sabia? — dei um selinho nela.
- E eu adoro você — ela disse fazendo meus olhos certamente brilharem — mas agora eu preciso realmente ir, bons sonhos! Amanhã a gente se fala. — me deu mais alguns beijinhos — e saiu do carro, rumo ao hall de seu condomínio.
E eu fiquei ali, parado... Pensando... Refletindo... E era real!
Amanda me beijou!
E eu não poderia estar mais feliz.
Talvez fosse o meu dia mais feliz desde que fui curado.