Forever Yours

By ThaisCristina466

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Valentina é uma garota que possui um dom especial. Marcada por uma tragédia na família e sendo a única sobrev... More

capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 19
Capítulo 20
Epílogo
Bônus
"O casamento "
Curiosidade

Capítulo 18

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By ThaisCristina466

Valentina manteve-se estática, mas saiu do transe assim que viu a arma prateada na mão de Marina . Seu corpo todo gelou. Luiza estava ali. Juliana e Camila estavam ali. Tudo desandou e ela faria de tudo para proteger as três.
Deu um passo na direção de Marina , mas parou quando sentiu uma mão da morena segurar seu braço.
— Val ...— A garota virou-se para olhar nas orbes chocolate, que ao contrário do que pensava, não demonstravam pânico, e sim confusão.

— Fiquem quietas e caladas. — Valentina sussurrou para as três garotas atrás de si, enquanto se desvencilhava da mão da morena .
Tomou uma respiração profunda e contou os cinco passos até estar diante de Marina .
— Marina...— A voz de Valentina saiu como uma súplica, e a mão alva tocou a mão da maior.
Valentina observou o rosto sem expressão de Marina transformar-se em uma expressão triste direcionado à ela.
— Por que não me chama de mãe, Val? — A mão de livre Marina tocou o rosto de Valentina levemente.
— MÃE? — A voz de Juliana ecoou por todo o porão, alta demais.
A latina contorceu-se e uma careta se formou em seu rosto ao receber um beliscão de Camila , e um ''fique quieta!'' baixinho da namorada.
Valentina virou-se lentamente em direção à elas.
— Marina é minha mãe. Marcos e Catarina esconderam porque tinham vergonha de uma adolescente grávida e me registraram como filha deles. — Valentina tentou soar firme, e agradeceu aos deuses quando conseguiu. Virou novamente para encarar o verde intenso dos olhos de Marina. — Eu te chamo de mãe, mas não as machuque. Por mim. — Agarrou a mão da mais velha.
O fato é: Valentina não era ingênua. Nunca foi. Sabia bem o poder que exercia sobre Marina. Sabia também que o carinho e as expressões da mais velha direcionados à Valentina eram sinceros. Mas doía saber também que era uma assassina e que nunca poderia sentir-se bem com ela como se sentia há anos.
Marina espirou fundo e deu um passo a frente.
— Dêem-me os celulares. Agora! — Ordenou com a voz fria.
Luiza foi a primeira a entregar o aparelho, seguida de Camila, e Juliana muito a contragosto entregou civilizadamente, querendo internamente jogar aquele celular na face de Marina.
— Pra lá! — Apontou para onde Anny estava sentada.
As três caminharam lentamente, e assim que chegaram no lugar apontado, Marina pegou de um armário algumas correntes, jogando no pé das garotas.
— Coloquem! — Ordenou mais uma vez, e foi acatada por elas.
Assim que certificou que todas estavam presas e as correntes fixas no suporte da parede, caminhou novamente em direção a Valentina, que tinha o rosto agoniado.
— Vamos Val. — Marina estendeu a mão, parada no primeiro degrau da escada.
A mais baixa olhou na direção das meninas e moveu os lábios sinalizando com eles um ''tudo vai ficar bem'' e encarou os olhos castanhos de Luiza com amor e proteção. Agarrou a mão de Marina, subindo com ela até sair do porão.
— OH MEU DEUS! — Luiza caiu sentada e pôs as mãos na cabeça. — Vamos morrer, vamos morrer, vamos morrer... — A morena repetia incessantemente.
— Campos. Não surte. Não agora. Não vamos morrer. Só precisamos manter a calma. — Juliana falou lentamente, sentando ao lado de Camila .
— NÓS VAMOS MORRER! — Camila gritou enquanto lágrimas começaram a rolar no rosto alvo.
— CALEM A BOCA! — Anny gritou e as três olharam em sua direção. — Já perceberam que essa maluca faz tudo o que a Valentina pede? Ela não vai deixar que vocês morram. — Anny suspirou esfregando as têmporas. — Tenho todas as provas no meu e-mail. — Completou murmurando.
— O que você descobriu? — Juliana perguntou curiosa.
Anny contou tudo o que viu. As fotos no apartamento de Verônica . As conversas por e-mail. Tudo planejado para os assassinatos. O planejamento da própria morte. Camila apenas fungava. Juliana e Luiza permaneciam estáticas ouvindo tudo.

— Precisamos mesmo sair daqui. — Foi a única coisa que Juliana disse.
...
Valentina não dormiu. Depois que Marina a fez tomar banho e deu-lhe sanduíche e um copo de leite e saiu de seu quarto, Valentina passou a caminhar freneticamente pelo cômodo, e quando ouviu passos se aproximando, jogou-se na cama e fingiu dormir.
Seu coração acelerou quando ouviu a porta do quarto abrir-se e a cama afundar ao seu lado. Mas seu corpo gelou por inteiro e um arrepio passou desde os dedos de seu pé até seus cabelos quando Marina afagou seu rosto e sussurrou um 'elas precisam morrer, Val, sinto muito.'' E saiu, trancando a porta.

Não...Não dessa vez! Valentina conseguiu evitar que a família Campos morresse nas mãos de Marina . Iria conseguir evitar outra tragédia novamente.
Tirou a regata e o short que Marina lhe deu para dormir e pôs a calça jeans e a blusa gola V branca. Calçou o único par de tênis e amarrou o cabelo como conseguiu.
Ouviu o motor do carro ligar e deduziu que Marina havia saído não sabia o porque,mas sabia que quando voltasse, provavelmente mataria aquelas pessoas.
A porta encontrava-se trancada, mas ela não recuaria. Eram suas melhores amigas e a garota pela qual ela estava apaixonada que precisavam dela, além de uma inocente que não merecia estar ali.
Arrastou a escrivaninha com toda sua força até pegar uma distância considerável e correu arrastando-a em frente a si, até que ela se chocasse contra a porta e a mesma se partisse devido a madeira desgastada.
Logo de primeira a velha porta partiu-se facilmente e Valentina sentia a adrenalina percorrer seu corpo gradativamente.
A porta do porão continuava com a maçaneta quebrada, e ela logo correu escada abaixo, vendo Anny e as três garotas com os olhos arregalados, consequência do estrondo da porta do quarto quebrando-se.
— O que porra foi aquilo? — Juliana se manifestou recuperando-se do susto.
— Aquilo foi a porta sendo partida em duas. — Valentina deu de ombros e foi em direção a Luiza .
Mal teve tempo de chegar perto da morena , e a mesma pulou em seus braços do jeito que pôde devido a corrente.
— Eu senti tanto a sua falta. — A voz da morena saiu abafada, enquanto mantinha o rosto na curva do pescoço de Valentina .
— Eu também senti a sua. Mas não deveriam ter vindo pra cá. — Respondeu enquanto tinha os braços na cintura da morena.
— Não precisa agradecer por nos arriscarmos por você, Albuquerque . — A irônia saltava da boca da latina.
— Não é isso. É só...— Valentina afastou-se de Luiza para olhar as garotas. — Marina é louca. Ela me ama, mas depois de tantos abusos sofridos, ela tornou-se uma esfera de ódio e sofrimento. Ela não irá deixar que vocês saiam pela porta da frente como visitas casuais. — Completou suspirando. — Deus! Augusto e Sônia devem estar loucos agora. Sem falar na tia Maria e tia Cassy . — Pôs as mãos nos cabelos.
— Pare de pensar em detalhes e dê um jeito de quebrar essas correntes. — Juliana falou impaciente.
— Certo. — Valentina murmurou pensativa.
A garota caminhou até onde o machado havia sido jogado e o pegou. Andou até onde todas estavam e o segurou no alto da cabeça.

— Primeiro continue onde você bateu antes dessas garotas chegarem. Será mais fácil se eu sair daqui. Correrei para a delegacia. — Valentina apenas assentiu e chocou o machado contra a corrente grossa, porém não surtiu efeito.
— Continue tentando, Val . — Camila se manifestou, fazendo Valentina assentir novamente.
...
Dez, quinze, vinte minutos e a corrente continuava intacta.
— Essa droga não vai quebrar! — Valentina esbravejou sentindo seus braços doerem, jogando o machado no chão.
— Procure outra coisa. — Juliana aconselhou suspirando.
Valentina foi em direção aos armários e prateleiras, buscando algo que pudesse quebrar aquelas malditas correntes.
— Olhem isso! — Valentina fisgou um celular antigo coberto por poeira de uma das caixas. Provavalmente não eram fabricados desde os anos dois mil. Procurou mais um pouco e tinha o carregador . A garota correu para o andar de cima para ver se conseguia carregá-lo. Por sorte ou força divina ele ligou, ela pôs o aparelho na orelha e sorriu.
— E funciona! — Exclamou aumentando o sorriso.
Dois minutos depois ela desceu com o celular com um pouco de carga,e mostrou para as quatros mulheres presas pelas correntes.
— Traga-o aqui.
Valentina entregou-o a Anny e a mesma discou alguns números, enquanto aguardava que atendessem.
— Becky! Não...Não estou bem...Mande todas as viaturas para o endereço dos Albuquerque... Achamos a assassina...Estive presa aqui...Certo. — Desligou em seguida. — Eles estão vindo. — Comunicou e como se fosse combinado, todas suspiraram ao mesmo tempo.
Valentina iria sorrir, mas o sorriso ficou preso em sua garganta quando ouviu o motor de um carro. Seu coração errou uma batida.
— Não, não, não. — Murmurou sem parar e subiu correndo, ignorando os chamados de Luiza e das amigas. Sabia o que aconteceria se Marina chegasse ao porão.
Correu para a cozinha e olhou tudo naquele lugar. Seus olhos caíram sobre o fogão. Sua mente deu um estalo. A adrenalina voltando ao seu corpo. Correu para o botijão e desacoplou a mangueira que ligava o mesmo ao fogão.
O cheiro de gás fez-se presente no ambiente. Valentina pegou os fósforo sobre a bancada.

— Val? — Ouviu a voz rouca de Marina e saiu da cozinha, dando de cara com a mais velha. — Como saiu de seu quarto? — Perguntou firme.
— Eu precisava ver as meninas. — Respondeu com a expressão falsamente triste.
— Meu amor. Elas não podem continuar vivas. Por favor, entenda. — Afagou o rosto de Valentina levemente.
— Eu entendo. — Assentiu devagar. Ouviu uma movimentações vindo da sala, mas ignorou.
— Que cheiro é esse? — Marina franziu o cenho e caminhou até a cozinha, com Valentina atrás de si a garota sem pensar direito e sem Marina perceber, riscou o fósforo próximo a toalha que cobria a janela ao lado do fogão, que começou pegar fogo, e as chamas aproximavam-se cada vez mais do botijão. Valentina viu que no momento de distração e pânico Marina colocou o molho de chaves sobre a mesa da cozinha, a garota aproveitou e pegou as chaves .
— DEUS! — A mais velha gritou alarmada. — Vá para o carro! Agora! Preciso pegar algumas coisas. Isso vai explodir. — Marina correu para o quarto ao lado do de Valentina, e a mais baixa se direcionou ao porão, correndo escada abaixo.
— Que cheiro é esse? — Juliana perguntou assim que avistou Valentina .
A garota ignorou a pergunta e passou a testar todas as chaves nos cadeados grossos das correntes. Já estava desistindo e totalmente desesperada, quando a última encaixou-se e libertou o primeiro cadeado. Repetiu o mesmo processo com os outros três.
— Saiam daqui! — Valentina exclamou.
— Você vem conosco. — Luiza ordenou.
— Se Marina descer aqui, matará todas vocês. Agora vão, tem a saída secreta por onde vocês entraram, vão rápido! — Ordenou subindo as escadas.
— Você promete que vai sair daqui? — A morena perguntou agoniada, já ouvindo as sirenes da polícia ao longe.
Valentina virou-se e encarou os olhos castanhos da morena com todo o amor que sentia.
— Eu prometo. E amo você. — Valentina sorriu fraco e subiu até sair do porão, sem esperar uma resposta.
Luiza sentiu um incômodo no peito e tentou seguir Valentina, mas mãos fortes seguraram sua cintura.

— Ela vai sair. Ela prometeu. Agora vem! — Camila puxou a morena até a pequena saída superior.
...
Os pais das três garotas estavam parados ao lado de uma viatura da polícia.
Quando Luiza sumiu, o casal Campos se desesperaram, e quando receberam uma ligação de Maria Lopez comunicando que Juliana havia avisado que ia até a casa deles com Camila e estavam demorando muito, o desespero aumentou.
Passaram a noite toda procurando as meninas pela cidade. Ligaram para a polícia, mas nada poderia ser feito em menos de quarenta e oito horas de sumiço.
Quando estavam a beira da loucura, avistaram viaturas indo em direção à casa dos Albuquerque, e seguiram até o local alarmados e com sensações ruins no peito.
Avistaram Luiza , Juliana e Camila saírem pela lateral da casa, acompanhadas de Anny Jones , e quando as meninas os avistaram, saíram correndo em direção aos pais.
— Filha! Eu e seu pai quase enlouquecemos. Por que você fez isso? — Sônia perguntou ainda abraçando a filha fortemente.
— Eu tinha que procurar a Valentina, mamãe. Marina Albuquerque está viva. E ela matou os pais , e ...— A fala de Luiza foi cortada por uma explosão estrondosa.
A sirene do carro dos bombeiros se fez presente, mas logo se dissipou junto com qualquer pensamento da morena , quando deu-se conta que Valentina não havia saído. Seu estômago embrulhou com seus pensamentos e podia contar as batidas de seu coração que parecia querer parar de bater.
— VALENTINA ! — Luiza tentou correr, mas foi segurada pelos braços de Augusto . — ME SOLTA! A VALENTINA ...ELA...— O rosto de Luiza já estava repleto de lágrimas, e as pernas fraquejaram, sendo prontamente amparada pelo pai.
Os bombeiros logo acalmaram o fogo, e os olhos de todos foram em direção aos paramédicos, que entraram correndo dentro da casa com duas macas.
Minutos passaram-se e as macas que entraram vazias, saíram com dois corpos ocupando-as. O lençol azul claro cobriam os corpos até a cabeça, e Luiza sentiu todo o mundo cair sobre si. Choro já não era suficiente.
Sua mente viajou para a noite em que tornou-se mulher ao lado de Valentina .
Nos toques de Valentina .
Na boca de Valentina .
No cheiro de Valentina .
Mais braços a rodearam, e ela viu Juliana chorando copiosamente como uma criança junto com Camila . As três se abraçaram. Elas entendiam a dor que sentiam. Uma amizade de anos. Um amor arrebatador.

Juliana não estava sendo forte. Ela não podia ser forte. Ela não queria ser forte.
Camila já sentia o estômago doer de tanto soluçar e sentir as lágrimas caírem.
Luiza viu sua visão ficar turva e depois a escuridão.
Valentina não havia cumprido sua promessa.

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