Após do acontecimento quente com meu parceiro, não trocamos nada além de carícias e beijos.
Na hora de meu banho, tomei ele sozinha, para ter a devida privacidade e Azriel esperou deitado em minha cama.
Saio já vestida, com o cabelo molhado pingando, então pego uma toalha para seca-lo.
—Eu amo seu cabelo.—Diz Azriel—Na verdade, eu amo tudo em você.
Aquilo faz eu me arrepiar.
—Eu amo seus olhos, suas sombras, suas marcas...—Azriel enrijece quando faço a confissão.
Me deito ao seu lado, e ele se vira para mim.
—Seu corpo é lindo...—Ele diz, passando a mão por minhas curvas, e parando na minha cintura.
Estremeço quando ele atravessa a calça, e seus dedos acariciam minha cicatriz, na virilha.
Meus olhos começam a arder.
—Gosto dessa, parece uma lua...—Azriel me olha, e quando vê meus olhos carmesim cheios d'água tira a mão imediatamente.—Perdão, fui desrespeitoso?
Nego com a cabeça
—Não! É só que... A história dessa cicatriz não é muito boa.
Ele morde o lábio e franze o cenho como se tivesse entendido.
—Quem foi?—Ele pergunta apenas, e suas sombras parecem emanar ódio.
Meu olhar encontra o dele, e seus olhos contém determinação e fúria.
Abro minha boca, depois a fecho, então a abro de novo.
E como um sopro, digo:
—Tamlin...—Uma lágrima grossa desce por meu rosto.
A expressão de Azriel por um momento é choque, e em outro momento ele se levanta da cama, e se vira como se tivesse esquecido de algo.
Então ele vem até mim, agacha a minha altura e me beija.
É um beijo rápido.
—Vou cuidar disso, Rave.—Ele diz apenas isso, e sai.
Entro disparado na sala de Rhysand.
—Irmão?
—Vou matar Tamlin, onde você o deixou?
Rhys se levanta de sua cadeira, e seus olhos violeta se semicerram.
—Ele... Ele tocou em Ravena, ele a machucou.
Rhys arregala os olhos por um momento e assente devagar.
—Ah. Sim, eu... Pelo caldeirão, Azriel, não sei o que dizer.
—Como não sabe? Me deixe mata-lo. Devagar, ele precisa sofrer.
Rhys me encara, sério.
—Azriel.
—Está pensando em deixa-lo vivo?
—Você não tem noção do quanto eu quero acabar com a raça dele, depois de tudo que ele nos fez passar. Mas agora, precisamos dele com vida.
—Está louco?
Rhysand suspira
—Amarantha está viva.
Então eu congelo.
No dia seguinte, quando estou na sala afiando as flechas de meu arco, ouço passos e sinto o cheiro de Nestha e Feyre.
Não sei o que me dá, mas sinto vontade de me esconder para ouvir o que seria toda aquela algazarra das duas.
Então acontece. Sinto a luz me camuflar, e somente o arco e a flecha ficarem normais.
Largo os dois, quando as duas entram na sala.
—Fala baixo, merda!—Sussurra Nestha com ódio, para Feyre.
—Baixo? Tem noção da merda que se enfiou? Caralho, caralho!—Exclama Feyre, baixo também.
Feyre xingando? O negócio é sério.
—Você acha que eu ia adivinhar que isso aconteceria? Cassian me disse que é raro para cacete! Por que eu me preocuparia então?—Pergunta Nes.
—Há, porque é raro, não impossível!
—Era para ser só sexo!
Pela mãe... Será que...
—Ótimo, agora você está grávida de Azriel. Parabéns.
Que?
—Que?
Olho para a porta, e está Cassian e Azriel parados
Os dois estão petrificados.
—Eu... Eu não tenho certeza...—Diz Nestha.
Azriel está olhando para o chão quando Cassian diz:
—Você não tem certeza?
—Eu...
—Cala a boca, Cassian. Quem está grávida é ela, deixa para surtar com Azriel!—Diz Feyre
—Eu vou ser... Essa... Essa coisa é minha?—Indaga Azriel, indiferente.
Sinto uma pontada no coração
—Essa coisa?—Pergunta Nestha, enfurecida.
Azriel está pálido, petrificado. Queria saber o que ele está pensando.
Admito que estou tentando não soluçar com a idéia de que meu macho está esperando um filho de outra mulher.
E se ele me deixar?
As sombras de Azriel estão paradas, sem vida.
—Eu não sei se quero essa criança. Então...—Cassian a interrompe.
—Ah, mas você quer. Eu te conheço Nestha. Você não vai matar essa criança por um erro seu!
Então Feyre se pronuncia.
—Foda-se! O corpo é dela, e para mim faz sentido ela não querer essa criança sabendo que ela vai crescer sem o amor que deveria ter!
Cassian aperta os lábios.
—Vou matar você, Azriel.—Rosna Cassian.
Azriel ainda está na mesma posição.
Sua cabeça se levanta, e seus olhos estão vazios.
Aquilo faz eu me retrair.
—O que vou dizer para Ravena?—Sua pergunta sai como um sopro.
A boca de Cassian abre e fecha, Feyre franze o cenho, e Nestha está boquiaberta.
—Sua preocupação é essa?—Pergunta Nestha.
Ele assente.
—Então minta.—Diz Feyre por fim.
—Não quero que isso saia dessa sala.—Nestha diz por fim
Quem sai sou eu, devagar, e ninguém nota minha presença.