bárbara petrov
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A habilidade que Victor tinha de ser bruto e gentil ao mesmo tempo me deixava fascinada. Enquanto ele se jogava em cima de mim e beijava meu pescoço, eu sentia todos os meus músculos se retesarem. Um arrepio passou pela minha nuca e chegou aos outros membros. Augusto acariciou meus seios e levou os lábios até eles. Senti minha respiração falhar.
— Senti tanta falta do seu corpo — ele disse, lambendo um dos meus mamilos.
Arqueei minhas costas na cama e respondi com um gemido. Ah, sim. Eu havia sentido muita falta do corpo de Victor também, mas eu não conseguia dizer nada naquele momento. Ele já me tinha presa na sua rede e eu estava completamente vulnerável.
Augusto desceu os lábios pelo meu abdômen e parou no limite da calcinha. Eu me inclinei para poder observá-lo, mas ele estava parado me olhando. Seus olhos faiscavam de desejo e eu senti como se ele fosse capaz de fazer qualquer coisa comigo naquele momento. Voltei a ficar arrepiada só com o pensamento.
Ele pareceu perceber minha reação ao seu olhar e abriu um sorriso malicioso. Mordi meu lábio inferior, já pronta para o que estava por vir. Victor puxou minha calcinha numa lentidão dolorosa e saiu da cama. Eu estava arfando, mas não conseguia entender o que exatamente ele queria fazer comigo. Sentei na cama e o procurei com os olhos, mas ele logo apareceu de volta, com uma camiseta nas mãos. Ele me empurrou para trás e me fez deitar na cama novamente. Augusto se ajoelhou na cama e puxou meus dois braços, amarrando minhas mãos com a camiseta. O nó ficou apertado e eu arfei novamente, surpresa.
Victor voltou para os pés da cama e puxou minhas coxas, levando meu corpo mais para baixo e para perto dele. Ele rasgou um pacote de camisinha com os dentes e colocou-a. Voltou a puxar minhas coxas e eu me aproximei dele, soltando um gemido. Antes que eu pudesse dizer mais nada, ele me penetrou violentamente. Levantei a cabeça.
— Oh, Victor! — gritei seu nome.
Ele me segurava firmemente pelas coxas e me penetrava sem dó nem piedade. Minhas mãos continuavam amarradas pela camiseta e eu as mantinha em cima da cabeça. Eu queria tanto tocá-lo, fincar minhas unhas nele e ouvi-lo gemer de prazer, mas eu não podia. Meu corpo inteiro se remexia enquanto ele me penetrava e eu arqueava as costas, querendo mais e mais.
Nossos olhares se encontraram e o tempo pareceu ficar mais lento. Augusto ainda me segurava pelas coxas e me penetrava com uma força e velocidade impressionantes, mas assim que nos olhamos, era só eu e ele. Só nós dois naquele quarto sendo o que realmente éramos:nós. Havíamos brigado exatamente por culpa daquela pequena palavrinha, porque Victor dizia que não éramos um nós verdadeiro. Mas naquele momento, eu soube que éramos.
Augusto foi o primeiro a quebrar o contato visual. Ele deve ter feito a mesma reflexão que eu e percebido o quanto aquilo era perigoso. Naquele momento, perigo era o que eu mais queria. Mordi meu lábio inferior e abaixei a cabeça, sentindo como se as minhas pernas não conseguissem mais responder. Victor não parou seu movimento. Ele soltou uma das minhas coxas e deu um tapa no meu clitóris, o que me fez gritar novamente.
— Não pare — falei, quase gritando de novo.
Ele me obedeceu e ainda aumentou o ritmo. Voltou a segurar minhas coxas com as duas mãos e aumentou a velocidade. Eu sentia como se pudesse chegar ao céu a qualquer minuto. Por que ele era tão gostoso? Por que o sexo era sempre tão gostoso? Aquele homem conseguia me fazer gemer e gritar como nenhum outro tinha feito. Eu sempre estava tão vulnerável perto dele, porque ele me tinha presa em uma rede de sexo, prazer e sedução. Sua rede. E aquilo praticamente tirava minha sanidade. Tudo o que eu sentia era prazer.
— Passe suas pernas pelo meu quadril — exigiu Victor, numa voz sufocada.
Eu o obedeci e envolvi seu quadril com as pernas. Augusto soltou minhas coxas e se inclinou na minha direção. Ele empurrou minhas mãos atadas até que elas tocassem o colchão. Seu quadril continuava indo de encontro ao meu, fazendo um barulho ensurdecer quando eles se chocavam. Victor continuou segurando meus braços acima de minha cabeça. Agora ele estava completamente em cima de mim, mas o peso de seu corpo não era desconfortável. Pelo contrário, eu fiquei ainda mais excitada quando meus mamilos tocaram seu peito.
Ele puxou meu lábio inferior com o dente e depois o chupou.
— Eu amo essa sua boca — sussurrou ele, me dando mais arrepios.
A boca de Victor colou na minha e eu deixei sua língua entrar. Ele me dominou completamente, ditando as próprias regras e me fazendo acompanha-lo. Quando nossos lábios se descolaram, Augusto soltou minhas mãos atadas e colocou-as em meu pescoço, sem apertá-lo. Ele desceu os lábios e fez movimentos circulares com a língua pelo meu pescoço. Eu queria poder tocá-lo mais que tudo naquela hora: puxar seu cabelo, arranhar sua nuca, fincar as unhas em seus ombros. Eu teria feito de tudo se minhas mãos não estivessem presas.
— Minha vez de ficar por cima — sussurrei, querendo uma chance de tocá-lo.
Victor soltou uma risada maliciosa e concordou. Ele se sentou na cama, me levando junto em seu colo. Finalmente eu pude mexer os braços mais livremente, mesmo ainda tendo as mãos amarradas. Soltei minhas pernas do quadril de Augusto e o empurrei para trás. Ele se deitou na cama e eu coloquei minhas mãos amarradas em cima de seu peitoral.
Agora era a minha vez de mostra-lo o que eu sabia fazer. Dobrei os joelhos na cama e me concentrei no movimento de vai e vem do meu quadril com o quadril dele e eu voltei a sentir um espasmo de prazer percorrer todo o meu corpo. Finquei minhas unhas no peitoral de Victor e joguei a cabeça pra trás. Eu adorava sentir o corpo dele perto do meu e adorava tocá-lo.
As mãos de Augusto encontraram minha bunda e ele me ajudava no vai e vem. Meus gemidos se tornaram mais altos e frequentes enquanto a penetração se intensificava. Victor começou a gemer também e eu sentia que nossas respirações se igualavam; nós dois estávamos sem fôlego. Augusto apertou minha bunda com mais força e eu aumentei o ritmo com que subia e descia de seu membro. Finquei minhas unhas com mais força nele, quase gritando de prazer.
— Isso, baby. Assim mesmo — Victor sussurrou, fechando os olhos e gemendo.
— Victor - eu gemi — Augusto.
Ele se remexeu em baixo de mim quando me ouviu gemer seu nome e nós aumentamos o ritmo. Augusto levantou o tronco da cama e eu passei meus braços por seu pescoço, as mãos ainda atadas e sem muita utilidade. Nós aumentamos o ritmo enquanto nossos corpos ficavam colados pela proximidade e pelo suor. Ele colocou a cabeça na curvatura do meu pescoço e chupou devagar.
Meus gemidos se tornaram incontroláveis quando percebi que estava chegando lá. Eu gritei mais uma vez, sentindo como se pudesse me quebrar em pedaços.
— Goze pra mim, Bárbara — ele sussurrou.
Aumentei o ritmo e ele também, sentindo minhas pernas falharem e ouvindo meu coração nos ouvidos. Minha respiração estava tão descontrolada que eu sentia meu peito arder. E então eu finalmente gozei, gritando de prazer. Victor não parou, ele estava tão perto de gozar. Ele me penetrou fundo e devagar, me fazendo ver estrelas. Eu continuava gemendo de prazer, porque não conseguia parar. Augusto soltou um gemido sexy e profundo e gozou.
Nós não paramos de nos mover, porque aquela sensação de êxtase era boa demais. Diminuímos a velocidade. Victor me penetrou bem fundo só mais uma vez, terminando de ejacular. Eu sentia meu corpo tremer e cada pedaço de mim estava trêmulo. Não conseguia me manter de pé e queria cair na cama, queria deitar em algum lugar e descansar.
Augusto voltou a se deitar no colchão e me levou com ele. Soltei um gemido de satisfação e tentei desacelerar meu coração. Eu respirava fundo, tentando me acalmar. Victor ainda estava dentro de mim e eu não queria que ele saísse. Eu estava deitada em seu peito, ouvindo seu coração e me movendo de acordo com sua respiração.
Depois de tudo aquilo, não havia lugar melhor para estar. Ele me envolveu com seus braços e eu me senti melhor ainda.
— Meu Deus — ele sussurrou.
— Eu sei — sussurrei de volta, sorrindo.
— Acho que devíamos brigar mais vezes. O sexo de reconciliamento é o melhor de todos.
Dei risada e assenti com a cabeça, levantando os olhos para encará-lo. Victor sorria pra mim. Ele parecia exausto, assim como eu. O suor respingava de sua testa, mas deixava-o ainda mais sexy. Colei meus lábios nos dele rapidamente.
— Eu realmente senti a sua falta — ele disse.
— Também senti a sua. Achei que não fosse voltar mais.
— Claro que eu voltaria. Eu tinha que voltar pra você, nós tínhamos que ter isso. O acordo tinha que continuar.
Eu assenti, porque entendia agora. Mesmo se quiséssemos, não dava pra cancelar um acordo como aquele. Eu não conseguia mais ficar sem Victor. Sim, ele ainda ia se casar e sim, eu ainda estava planejando seu casamento. Mas eu tinha que aproveitá-lo pelo tempo que me restava.
— Espero que você me desculpe por ter dito aquele monte de merda pra você no Four Seasons — ele pediu.
— Claro que desculpo. Nós dois estávamos meio... alterados aquele dia. Desculpe não ter respondido suas ligações —pedi, dando de ombros.
— Tudo bem. Você estava brava.
Dei risada e assenti. Eu estava mesmo brava com ele.
— Você já não está mais brava, né? — ele perguntou, me avaliando.
— Não tenho mais energia pra nada depois desse sexo selvagem.
Victor deu risada e me apertou mais forte contra si.
— Eu fiquei muito assustado quando você foi embora - ele sussurrou — Achei que realmente tinha te perdido.
— Por que ficou assustado por ter me perdido? — perguntei, de sobrancelhas arqueadas — Você sabe, não sou realmente sua e você não é realmente meu.
— Você é minha, sim! — Victor me olhou, bravo — E eu fiquei assustado com a ideia de nunca mais ser seu.
— Você sabe que um dia isso vai acabar — respondi.
— Eu sei, mas quero aproveitar até lá. Quero te fazer minha por enquanto. Depois, foda-se. Por enquanto, só me interesso no presente. Por enquanto, ainda sou seu.
Sorri e selei os lábios nos dele rapidamente mais uma vez.
— Se é assim que você quer, tudo bem. Você é todo meu e eu sou toda sua, Victor Augusto.