No dia seguinte, já sem esperança de ver o Agricultor novamente, ele apareceu mais uma vez.
— Olá, Dona Rosa. Vim lhe pedir desculpas; não queria ser arrogante com você.
— Eu estava muito cansado e não consegui me controlar.
Rosa: — Tudo bem, eu entendo. Imaginei que você poderia ter passado por um dia difícil. Vamos esquecer tudo isso.
As horas passaram, e a tensão deu lugar à harmonia; eles se entenderam e conversaram até o entardecer. A partir desse dia, iniciou-se uma rotina doce: toda tarde, o Agricultor vinha visitá-la, observando a rosa com um brilho nos olhos e se declarando com palavras que a faziam corar.
— Rosa, tu és mais linda que qualquer flor do campo. Um dia, serás minha rosa, e eu serei todo teu.
— Lindos são seus olhos, cor de terra meu amor. Mas... quanto a ser sua rosa, me desculpe, ainda não sei se vou.
A rosa sentia receio; frágil, temia se entregar e perder-se, e confessava ao Agricultor a sua sensibilidade. Ele, com paciência e ternura, a acalmava dia após dia, prometendo-lhe cuidado.
— Minha querida rosa, eu sou um agricultor, alguém que entende de cuidados e nutre o que ama. Saberei te cultivar e proteger.
A cada visita, o Agricultor trazia mais confiança ao coração de Dona Rosa, e ela começou a imaginar as infinitas vantagens de ter um agricultor só para si. Ele prometia que a teria apenas para ele, e que ambos pertenceriam um ao outro.
— Se você prometer cuidar de mim com carinho e dedicação, eu aceito ser sua rosa.
O Agricultor, emocionado com a resposta, sentiu o coração saltar.
— Finalmente, minha doce rosa! Você decidiu ser minha, e eu serei todo seu.
Mais que depressa, o Agricultor entrou no campo para pegar sua rosa, mas logo soltou um grito de dor.