( Versão da So Hee)
No caminho para o mercado, nós conversamos sobre vários assuntos, pude ver que ele demonstrava interesse pelo que eu fazia ou como vivia.
-Por que você quis ser empregada, ou como chegou a essa conclusão? - Perguntou ele.
- A verdade é que eu nunca pensei em ser empregada doméstica, mas devido a minha situação eu precisei tomar essa decisão.
Eu saí do emprego que eu trabalhava a uma duas semanas, e desde aí eu comecei a procurar outro emprego, mas foi mais difícil do que eu pensava, ainda mais que fosse de meio período.
Eu já havia guardado um dinheiro pra pagar a minha faculdade e as contas, mas eu precisava achar logo outro emprego ou eu ia ficar no vermelho.
Foi quando eu tive a ideia de sair pelos condomínios a procura de alguém que precisasse de serviços de empregada doméstica, e foi aí que achei você.
- Entendi, mas e a sua família, eles não podem te ajudar?
- Eu não tenho família – respondi o mais tranquila possível.
Aquele assunto ainda me machucava, e todas as vezes que eu tocava nele eu sentia uma pontada no peito.
- Desculpe se fui insensível, não era a minha intenção – disse ele com uma expressão de preocupação.
- Tá tudo bem, sei que não fez por mal.
Meus pais se divorciaram quando eu tinha uns 14 anos, e desde então eu não tive mais contato com o meu pai. Por outro lado a minha mãe sempre esteve do meu lado sempre que podia. Eu sentia pena da minha mãe, porque ela trabalhava o dia todo e a noite ela ainda fazia faculdade.
Quando ela terminou a faculdade de jornalismo, ela conheceu um cara que ajudou ela a entrar em uma das maiores empresas de jornalismo hoje na Korea, mas na época ela ainda não era tão grande, então não foi tão difícil dela entrar.
Passou alguns anos, eu me mudei de escola, passei pro ensino médio, e nos mudamos pro apartamento em que moro hoje. A minha mãe virou uma das jornalistas mais importantes da empresa, o que significava que viviamos confortavelmente.
Até que no ano passado a minha mãe sofreu um acidente enquanto voltava do trabalho, e ela não resistiu.
Quando eu recebi a noticia meu mundo caiu, eu não conseguia pensar em mais nada, e eu havia começado a minha faculdade fazia pouco tempo, mas eu precisei trancar porque nem sair de casa eu não conseguia. Foi nessa época que eu mais precisava de alguém ao meu lado, mas os poucos amigos que eu tinha me deixaram, e o máximo que faziam era mandar mensagem pra saber como eu estava, o que já era bem óbvio.
Percebi que ele apesar de estar dirigindo, continuava atento a cada palavra que eu falava, o que me deixou muito feliz. Fazia um tempo que eu não falava sobre esse assunto com alguém e sempre que eu começava as pessoas sempre inventavam um desculpa pra ir embora ou mudavam de assunto.
- Demorou três meses pra eu ter forças de sair e recomeçar.
- Primeiramente eu sinto muito pelo que aconteceu com a sua mãe, mas olhando pra tudo o que você passou até chegar aqui eu vejo o quanto você foi forte. Talvez se eu tivesse no seu lugar eu não teria aguentado.
- Varias vezes eu pensei em desistir, mas alguma coisa la no meu intimo me dizia que eu não deveria.
Ele olhou pra mim e balançou a cabeça, percebi que ele parecia pensativo, e que também depois de toda aquela conversa o clima tinha ficado meio pesado, foi quando eu vi que o som estava ligado, mas eu nem tinha percebido.
Por coincidência estava tocando Boy With Luv, uma das poucas musicas do Bts que eu sabia a letra toda.
O som estava baixo então resolvi aumentar, ele viu que havia aumentado o som e perguntou:
- Acho que eu já sei a sua resposta mas mesmo assim vou perguntar, você é army?
- Não, eu não sou, eu gosto de algumas musicas e essa é uma delas, eu tenho uma amiga que é, seu eu falasse pra ela que eu estou dentro do carro de Jeon Jung Kook ela ia surtar.
- Eu sei, elas não resistem – Disse ele fazendo um movimento de exibição com a cabeça.
- Você é um tanto convencido, ainda bem que eu não caio nesse papinho.
- É que ainda não chegou a sua hora.
Aquilo me pegou de surpresa, mas tão, que eu fiquei procurando onde enfiar a minha cabeça de tanta vergonha, quando olhei pra ele, ele parecia bem pleno, confesso que fiquei com raiva, mas que infiliz, ele solta a bomba e fica como se não tivesse acontecido nada.
Fiquei mais tranquila quando ele começou a cantar uma parte da música, e eu só observei com atenção, mas nem tando rsrsrsr. Senhoras que voz linda, ele em si era perfeito, da cabeça aos pés.
As vezes acho que o destino existe, e o meu fez questão de cumprir com todas as minhas exigências.