— OI CHLOE, quanto tempo.
Respiro fundo e pisco algumas vezes, voltando para o mundo real.
— Vovó, tia Clara, o que estão fazendo aqui? - É a única coisa que sai da minha boca.
— Viemos visitar vocês é claro. Seu pai sumiu do mapa, demoramos para achar vocês. - Minha vó responde. - Podemos entrar né? - Diz atravessando e sem esperar uma resposta entra em minha casa.
— Venham gente. - Clara chama e logo algumas pessoas saem de dois carros que estavam lá.
Reconheço ser meus primos e meus outros tios, segurando meu avô que não conseguia nem andar direito.
Engulo em seco sem saber o que fazer. Eu precisava ligar para minha mãe e meu pai urgentemente.
Minha cabeça estava longe enquanto todos entravam e me cumprimentavam com abraços, dizendo o quanto estavam sentindo minha falta.
— Onde está a tia Amélia? - Sophie, minha prima, pergunta.
— Não está em casa. - Fecho a porta. - O que estão fazendo aqui? Avisaram meu pai?
— Não, só achamos que seria pudente vir aqui, ja que vocês não deram notícias desde que foram embora. - Meu tio fala.
É verdade, não falávamos com ele por pura escolha de paz e sossego.
O que minha família materna tinha de legal e divertida, minha família paterna tinha de chata e irritante.
É por esse motivo que saímos sem avisar nenhum deles, os abandonando no Brasil.
Não sei como nos acharam, mas eu sabia que minha mãe iria surtar.
— Agora me responda, onde estão seus pais?
— E seu irmão?
— Meus pais estão trabalhando, se vocês me derem um minuto vou ligar para eles.
Me afasto um pouco deles, indo para a sala de jantar e discando rapidamente o número da minha mãe.
— Oi mãe. - Digo em alemão, sabendo que aqueles porcos não iriam entender. - Pelo amor de Deus vem pra casa e chama o papai, a família dele está toda aqui.
— O QUE? - Grita e eu afasto o telefone do ouvido.
— Não, você não escutou errado, vem rápido mãe eu não sei o que fazer. - Desligo.
— Até que a casa de vocês é bonitinha. - Minha tia fala.
Minhas pernas começam a balançar e minha respiração desregula um pouco, eu nunca ficava sem saber o que fazer, estava odiando essa situação toda.
Escuto algumas risadas altas do lado de fora e lembro que os garotos estão aqui.
— Quem está ai Chloe?
— Só são alguns amigos meus. - Curzo meus braços. - Querem beber algo? - Mudo de assunto.
Os garotos iriam ser esculachados se aparecessem aqui, principalmente Bill e Tom, e o que eu menos queria era constranger algum deles.
Eles murmuram que querem sucos e refrigerantes, enquanto meu avô e tio pedem uma cerveja.
Me dirijo até a cozinha mas mudo um pouco a rota, saindo para o lado de fora sem ninguém perceber.
— Ei. - Chamo a atenção deles. - Não entrem de jeito nenhum na minha casa, minha família está aí, longa história, mas não entrem. - Eles me olham preocupados. - E por favor cuidem do Liam.
Entro sem esperar resposta e pego as bebidas que eles pediram.
Quando volto na sala vejo minha mãe, sendo abraçada por minha avó. Ainda bem que o serviço dela é perto.
— O que estão fazendo aqui? - Minha mãe diz carinhosamente.
Falsa.
— Viemos passar um tempinho com vocês, estamos com tanta saudades, vocês saíram sem avisar ninguém. - Minha vó fala.
— Ah sim, sentem-se, Paul logo chega, vamos esclarecer tudo.
Eu entrego as bebidas enquanto eles se sentam pela sala.
Meus tios não são de falar muito, não enquanto estão sóbrios. Em compensação as mulheres falam mais do que deveriam.
— Querida, onde está Liam?
— Lá fora com os meninos, vou buscar ele.
Me dirijo novamente lá para fora e mando Liam entrar, e enquanto ele corre para dentro de casa, eu me sento nas cadeiras de descanso que tinham ali.
Os meninos se sentam em minha frente no chão, e Tom se senta ao meu lado me espremendo.
— Sua cara não está nada boa.
— Não sei o que eles estão fazendo aqui, isso é horrível, eles são o próprio desastre. - Escondo meu rosto nas mãos.
— Mas você sempre falou tão bem da sua família. - Gustav faz carinho nas minhas pernas, vendo que eu estava mais nervosa do que o normal.
— Minha família materna é um amor, essa é minha família paterna, um dos grandes motivos pelo qual nós saímos do Brasil.
Respiro fundo e olho para ver se todos estão la dentro mesmo.
— Meu pai teve uma briga feia com meus tios e minha avó por conta de dinheiro e das propriedades do meu avô.
"Ninguém ficou do nosso lado e o nome do meu pai foi tirado do testamento, ficamos sem nada de dinheiro praticamente.
Então meu pai conseguiu o emprego aqui, na empresa dos Conrad, nos mudamos sem falar nada para a família dele, simplesmente sumimos do mapa."
Mas pelo jeito não resolveu muito, considerando as pessoas que estavam la na minha sala.
Os garotos não falam nada, sabendo que eu estava nervosa de mais para isso, então só ficam ali.
Após um tempo escuto um barulho de carro chegando, e Liam volta para fora correndo, me abraçando.
Não demora muito para gritos começarem a ser escutados, que identifico ser do meu pai, que acabou de chegar.
Somente pego meu fone de ouvido e meu Mp3, colocando nas pequenas orelhas de Liam.
Não sei quanto tempo demorou para tudo de cessar e eu escutar todos indo embora. Os meninos da banda ficaram ao meu lado o tempo todo.
Sou grata de tê-los comigo, mas não sei se eles podem ajudar muito nessa situação.
• Olha o circo pegando fogo.
• Estou viciada em Darkside of the sun, não consigo parar te escutar por um segundo.
• Não esqueçam de votar no capítulo. Bjinhos.