A verdadeira confusão aconteceu na manhã seguinte do terceiro dia.
Quando a nuvem de sexo saiu da mente de Lucerys, foi que ele conseguiu abrir seus olhos e pensar com clareza, o dia ainda não tinha clareado e ele sentia seu corpo bastante dolorido, ele não lembrava de muita coisa, lembrava de ter saído do quarto e de ter machucado os guardas, lembrava de ter sentido um cheiro doce e então mais nada, o que ele tinha feito? Confuso ele se senta na cama passando a mão por seu rosto, olha ao redor percebendo que estava em um quarto até que seu olhar é atraído por cabelos platinados do seu outro lado da cama, que pertencia a um corpo esguio com curvas.
— Ah não.... — Com cuidado para não acordar a pessoa, tira os cabelos do rosto e arregala quando ver a cicatriz com a safira. — Que merda eu fiz...?!
Mesmo com seu coração batendo como um verdadeiro tambor no seu peito, ele se levantou da cama com calma e cuidado, ele não saberia lidar com Aemond agora nessa situação, olhou uma última vez para a cama vendo ele mudar de posição abraçando um travesseiro e saiu rapidamente, que droga! No corredor do quarto de Aemond não havia uma única alma viva, as cegas ele saiu andando lutando com a sensação de que ele continuava fazendo merda, mas como foi que ele parou na cama de Aemond? Se pergunta tentando procurar por alguma coisa em sua mente que o ajude a se lembrar.
Seu corpo caiu na cama, ofegante e suado, mas a sensação de prazer ainda correndo por sua corrente sanguínea, sentiu o corpo de Aemond enroscar no seu com um gemido prazeroso e abraçou a cintura dele enfiando o rosto nos cabelos dele... Morango, Aemond tinha um prazeroso cheiro de morango.
— Você foi tão bom para mim, ômega. — Diz com a voz rouca beijando os fios de cabelo dele.
— Alfa..
— Luke? Sua rotina já passou?
Ele se assusta quando escuta a voz de Helaena e se vira na direção da tia sentindo seu coração acelerar, tinha que ser justo ela? Justo a irmã de Aemond? Luke respira fundo tentando controlar sua respiração, o corredor estava vazio então ninguém sabia que ele tinha vindo do quarto de Aemond, ele só tem que manter a calma e não deixar transparecer nada.
— Sim, e resolvi comer alguma coisa na cozinha. — Ele cruza seus braços tentando parecer despreocupado. — E você? O que faz acordada?
— Aegon, eu tive que... Foi só um pesadelo. — Ela diz sorrindo rapidamente olhando prós lados evitando o olhar de Lucerys. — Bom, não quero atrapalhar você, tenha uma boa refeição sobrinho.
— Obrigada, espero que tio Aegon esteja bem.
— Ele está tentando. — Sorriu rapidamente passando por ele.
Luke ainda ficou esperando a tia sumir para seguir o seu caminho, sabia que as coisas não estavam sendo fácil para Aegon, mas se soubessem que ele e Aemond tinham dormido juntos, isso sim seria um grande problema, Aemond era um omega pelo visto e com certeza era virgem, o que Lucerys tinha feito... Até mesmo sua mãe ficaria descepicionada, como ele tinha perdido o controle assim com grande facilidade?
Quando entrou na cozinha viu que tinha algumas mulheres já preparando o café da manhã, sorriu rapidamente para elas pedindo algo para comer que tinha acabado de sair de uma rotina, e logo a sua frente ehavia vários pratos de comida para ele, suspirou olhando para aquilo sentindo seus corações pesar.
— Alguém poderia preparar uma refeição reforçada pro príncipe Aemond? — Pergunta com o tom de voz calmo para a cozinheira.
— Claro meu príncipe, algo em especial para o príncipe?
— Só faça algo gostoso e que mantenha ele de pé, ah, teria pergaminho e uma pena? — Pergunta novamente e ela concorda com um aceno de cabeça.
Enquanto a bandeja de café da manhã era preparada, ele pensou o que devia escrever no pergaminho, pensou em escrever para ele esquecer aqueles dias, mas isso seria rude demais, pensou em dizer obrigado, mais isso seria mais rude ainda, então ele pensou em algo mais simples, neutro e que não iria ofender ninguém.
Depois conversamos.
Era melhor assim do que acabar ofendendo o ômega e ossos e virar contra ele, e também que ele não estava com paciência para conversar com ele agora, suaente ainda estava uma verdadeira confusão, e as vezes a melhor coisa nesse momento era só deixar a poeira abaixar por um tempo.
— O senhor também gostaria de um chá da lua para o príncipe? — A cozinheira pergunta atraindo a atenção dele. — Pro príncipe Aemond.
— Eu... — Lembrou que ômegas eram mais fáceis de engravidar e não acha que seria uma boa filhos agora, não com a situação que os dois viviam. — Mande preparar, mas o príncipe que vai decidir se toma ou não.
— Como desejar, alteza.
Quando se viu sozinho começou a comer lentamente, não conseguindo evitar sua mente de voar para algo impossível, a imagem de Aemond carregando uma criança lhe deixou de coração acelerado, nervoso expulsou aquela imagem da sua cabeça, não era hora para pensar aquelas coisas, não nessa situação que estavam.
Aegon tinha passado os três dias da rotina dos alfas trancado em seu quarto, era a primeira vez que ele não era obrigado a está satisfazendo um alfa e isso deixou ele confuso, Jace parecia que queria está com Aegon, a forma que ele lhe segurava deixava isso claro, mas quando tentou ir até o quarto dele sua passagem foi bloqueada, os guardas diziam que era uma ordem do próprio príncipe Jacaerys combinada com uma ordem de Daenerys, eles não queriam o ômega perto do corredor que levava ao quarto de Jace, e isso de alguma forma magoou Aegon.
No primeiro dia ele parecia interessado em Aegon, será que ele tinha feito algo errado e isso fez o alfa se afastar dele? Sua mãe tinha dito que ele devia ser um bom ômega e apenas aceitar o que os alfas queriam, mas ele tinha aceitado Jace, então porque ele lhe mantinha afastado? Ele não era bom o suficiente? Ficar trancado naquele quarto estava enlouquecendo ele e forçando ele a pensar em coisas que não queria, como em seus filhos.
Lembrava com clareza do dia que os gêmeos nasceram, ele estava com tanto medo e Helaena tinha segurado sua mão com força dizendo que ele não estava sozinho e Aemond havia sentado nas suas costas dizendo que não deixaria ele, mas o medo não era de que algo acontecesse com ele, o medo era que seus filhos se parecessem com ele, o causador de toda sua dor, só que os deuses tinham sido bons com ele, ambas as crianças tinham nascido com os cabelos platinados dos Targaryen e os olhos violetas também, ele sentiu tanto alívio quando isso aconteceu que amou seus meninos no segundo que segurou eles em seus braços.
— Sinto falta de vocês. — Sussurra segurando um pequeno cavalo de madeira em suas mãos, sabia que não pertencia aos seus filhos, mas gostava de pensar que pertencia.
Com passos calmos ele se aproximou do parapeito da varanda de seu quarto, apoiou os braços ali sentindo a ardência por causa dos cortes e suspirou, ele tinha que se enfaixar bem dessa vez, tinha sido fundo demais. Estava tão perdido em pensamentos que não notou quando a porta de seu quarto foi aberta e Harwin passou por ela, o ômega encarou o garoto com uma sobrancelha erguida, o que ele estava tentando fazer?
— Aegon? — Ele chama fazendo com que o ômega mais novo se vira na sua direção. — O que você está fazendo?
— Só pensando. — Suspira se afastando do parapeito e sem perceber que Harwin suspira de alívio. — A rotina já acabou?
— Já sim, acredito que seja seguro. — Harwin se aproxima estudando ele com os olhos. — Eu vou tomar um banho e então podemos ir.
— Claro, eu espero você.
Aegon sorriu rapidamente para Harwin passando por ele indo até o lavatório, o comandante da guarda olhou ao redor do quarto como se estivesse procurando por evidências até que viu a faca ao lado da cama, se aproximou pegando e vendo que a mesma estava suja de sangue, aproximou do seu rosto e sentiu o cheiro de uva que Aegon tinha emanar do sangue, ele tinha...
— Pronto, eu já tinha tomado banho de manhã, só joguei uma água no rosto. — Aegon sai do lavatório atraindo a atenção de Harwin que ainda segurava a faca em suas mãos. — Harwin, eu posso...
— Você está se machucando, Aegon? — A pergunta ficou perdida no ar e um Aegon envergonhado virou seu rosto. — Aegon.
— Os dias ainda são escuros e as noites são piores. — Ele diz evitando o olhar de Harwin. — Ainda sinto que estou vazio por dentro, estou feliz que todos voltaram a vida, aqueles que não mereciam morrer, e eu farei de tudo para honrar as memórias deles, mas ainda sinto que estou vazio.
— Também se sinto assim, só vi Joffrey quando ele era um bebê recém nascido e nem ao menos sei sua aparência. — O Strong suspira desviando o olhar. — Amo meus filhos acima de tudo, mas não ter Joffrey é como se estivesse faltando uma parte do quebra cabeça que nunca vai ficar completo.
— Não querendo ser rude, mas você ainda tem dois filhos vivos, de mim foram tirado os três. — Aegon resmunga cruzando os braços. — É mais complicado.
Harwin suspirou, claro que ele sabia que não era a mesma coisa, mas ele entendia Aegon, com cuidado se aproximou do ômega que no mesmo segundo encarou ele confuso, com um sorriso mínimo, Harwin tocou seus ombros e puxou Aegon para um abraço carinhoso. Aegon ficou confuso com aquela demonstração de carinho, ninguém nunca tinha feito isso além de seus irmãos, ele ainda demorou uns segundos para corresponder ao abraço, mas quando isso aconteceu ele agarrou o corpo de Harwin com força escondendo o rosto no seu pescoço chorando abertamente, ele não queria mais se sentir vazio e nem sozinho no mundo, mas a única coisa que poderia preencher sua vida ele não tinha.
Jace estava indo em direção ao quarto de Aegon, queria conversar com ele agora que a rotina tinha ido embora, tinha passado aqueles três dias chamando pelo ômega e agora que estava bem queria saber porque ele tinha agido daquela forma quando lhe tocou. Ele abriu a porta se deparando com Harwin abraçando Aegon que chorava nos seus braços, seu pai ergueu os olhos na sua direção e sorriu tristemente.
— Egg? — Ele chama o ômega que ergue seu rosto molhado de lágrimas.
— Jace!
Se soltando de Harwin, Aegon foi em passos rápidos na direção de Jace agarrando ele com força pegando o alfa de surpresa, Harwin apenas sorri saindo do quarto deixando eles sozinhos, e o alfa rodeou o corpo e Aegon com seus braços, ele não sabia o que estava acontecendo, mas iria proteger Aegon, até mesmo dele mesmo se fosse preciso.