The Hot Nerd | Yoonmin

By Lolitaautora

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Park Jimin conhece Min Yoongi, o novato e nerd da escola Busan Public School, e fica intensamente atraído por... More

1. Primeiro olhar
2. Jimin
3. Tentativa Falha
4. Biblioteca
5. Vestiário
6. Discussões e Recomeços
7. Conversas
8. Medos e Vontades
9. Convite
10. Lábios
11. Descoberta de Sentimentos
12. Decepção
13. Relações Quebradas
14. Sótão
15. Lembranças Parte I: Conrad
16 Distância e Aproximação
17. Um Encontro de Quase Amigos
18. Lembranças Parte II: Paixão
19. Ciúmes
20. Lembranças Parte III: Destruição
21. Tentar
22. Verdade e Entrega
23. O Recomeço
24. Praia
25. Depois do Clímax
26. De Volta a Daegu
27. Reencontros
28. Conrad e Jimin
29. De Volta a Busan
30. Atração
31. Festa à Fantasia
33. Diário, Passeio e Campeonato
34. Conhecendo a Sogra
35. Conquistas Sem Fim
36. Decisões
37. Racha
38. Despedidas
39. Pego de Surpresa
40. Brigar é Ruim
41. Baile de Formatura
42. Garotos Enamorados
Agradecimentos

32. Um Ser no Ventre

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By Lolitaautora

Olha mais um capítulo fresquinho 😌

Avisando que falta 10 capítulos para terminar a fific,  ou seja, tá acabando 🤧

Boa noite e boa leitura, amores ❤️

////////////////////////////////////


Estou grávida.

Alexia constatou ao enxergar as duas linhas rosas no teste de gravidez.

Todos os enjoos, as tonturas, os sintomas em seu corpo nos últimos dias possuía motivos muito claros.

Era uma criança que se formava em seu ventre, impensada, indesejada...

Não, não não... ela pensou, enquanto suas mãos tremiam, o coração ameaçava parar de bater. Jogou o teste para longe e enfiou as mãos nos cabelos loiros.

Ela tentou evitar descobrir esse resultado. Há algumas semanas, depois de ter sentido náuseas com sua sobremesa favorita, refletiu sobre a possibilidade de uma gravidez, visto que sua menstruação tinha se atrasado, porém concluiu que podia ser somente um mal-estar, deu desculpas para seu atraso menstrual, afirmando para si própria que podia ser algum problema hormonal e que passaria em breve.

Depois disso, mais sintomas surgiram, as desculpas haviam se acabado.

Ter passado mal na festa foi o limite. Enquanto Taemin a levava para casa, ela decidiu fazer um teste quando um novo dia surgisse.

Então ela comprou um teste de farmácia, seguiu todas as regrinhas básicas da embalagem. Quase surtou com a espera, e o resultado fazia todo sentido.

Estava carregando um ser em seu ventre e era de alguém que nem mesmo gostava. Estava grávida quando nunca pensou em ser mãe, principalmente quando pensava em diversos planos que gostaria de seguir, e naquele momento, um obstáculo poderia a impedir de alcançar a vitória e destruir todos os seus anseios para o futuro.

— O que eu faço? — Alexia se perguntou, com as mãos nas têmporas, os olhos perdidos encarando tudo e ao mesmo tempo nada.

O desespero tomou conta dela.

Se pudesse arrancar aquilo dentro de sua barriga, ela faria. Se pudesse voltar no tempo, ela voltaria.

As lágrimas desceram pelas bochechas. A respiração pesou enquanto o corpo enfraquecia.

Ela precisava de alguém. Precisava de apoio. Precisava de acalento.

Queria os pais ali, com ela, abraçando-a e a confortando, mas eles estavam longe, viajando pelo mundo como sempre, e mesmo se a presença deles estivesse na mansão e soubessem dessa gravidez, a reação seria o contrário do que a garota precisava.

Alexia estava sozinha em um momento que só queria ter alguém naqueles míseros segundos para segurar sua mão e dizer que tudo ficaria bem.

Portanto, ela pensou em outra pessoa, uma que amava, estava perto e ao mesmo tempo longe devido às suas escolhas...

Kim Taehyung.

Apenas ele a acolheria em situações extremamente difíceis.

— Taetae... — Alexia sussurrou. Os soluços se tornaram mais fortes. Sentiu-se sufocada, fraca, desesperada. Levantou-se do vaso sanitário, ergueu a calcinha, abaixou a saia e saiu do banheiro, do quarto... Chegando na sala, ouviu alguém chamá-la, era a empregada da mansão, a garota não dera ouvidos

Era só uma pessoa que ela queria contato.

Ao estar fora da mansão, pequenos raios solares atingiram seu rosto, mas não eram capazes de fazer seus olhos brilharem como a sua única luz no instante em que o avistou.

— Taehyung — Alexia gritou por ele, correu em sua direção.

O rapaz ouviu seu nome ser chamado, parou na porta de casa e virou o rosto.

— Alexia — murmurou, confuso e assustado. Seu corpo endureceu, os lábios ficaram boquiabertos, enquanto observava a garota loira, que corria em sua direção, chorando.

Ela chegou perto.

Ele não teve tempo de impedir qualquer ação, teve o corpo feminino junto ao seu, o rosto escondido em seu pescoço, o choro encharcando seu suéter preto.

— Por que está chorando desse jeito, Alexia?

Ela continuou molhando a camisa de Taehyung. Sua voz não saia. As palavras ficaram presas na garganta.

Taehyung segurou o rosto pequeno, os olhos de ambos se encontraram.

— Me diz... aconteceu alguma coisa? Te fizeram algo?

Ela negou com a cabeça devagar.

— Eu... — A garota respirou fundo, buscando controlar suas emoções. — Eu preciso te falar uma coisa muito séria — disse baixinho, o que assustou Taehyung. Ele ficou a analisando, sentindo o coração comprimido, uma necessidade de descobrir a razão do sofrimento dela. Alexia não estava bem. Jamais a viu chorar tanto. Nem quando recebeu o primeiro fora de Jimin. Nem quando os pais esqueceram o aniversário dela, ou quando ela quebrou o braço ao cair de uma árvore na infância.

— Vem comigo. — Ele a abraçou pelos ombros, logo acariciando o local onde sua mão pousou, dando o conforto que a garota queria, pelo menos o suficiente para as lágrimas diminuírem e acalmar a angústia que tomou poder sobre ela.

Taehyung a levou para seu quarto. Soltou a garota para fechar a porta. Alexia se abraçou, observando o cômodo que ela guardava em suas memórias.

— Senta, Alexia — ele pediu. Ela obedeceu, ficando na poltrona. Taehyung pegou um puff e colocou em frente a ela. Segurou a mão, trêmula e gelada dela, encarando os olhos úmidos. — Você pode me dizer agora, não me esconda nada, e não minta pra mim — sua voz calma passou pelos ouvidos da garota. Ela fechou os olhos, suspirou mais uma vez, abriu-os, encontrando novamente um rosto apreensivo, daquele que estava pronto para ouvir qualquer coisa de sua boca.

— Estou grávida — revelou Alexia, para o espanto de Taehyung.

Ele arregalou os olhos. O coração acelerou com o susto.

— G-grávida?... — balbuciou, quase ficou sem fala. Alexia grávida seria a última coisa que pensaria, caso tentasse adivinhar. — Desde quando?

— Eu não sei — confessou, a voz retornando a ficar embargada.

— Sabe quem é o pai? — ele perguntou, sério, sentindo o peito aflito. Ela podia ser sua ex-amiga, mas o sentimento de amor ainda existia, e tudo o que queria era saber sobre essa gravidez, quem era o pai, por que ela não se cuidou... Engravidar era algo inimaginável para Alexia. Ela nunca quis ser mãe, principalmente nesse período da juventude. Naquele momento, compreendeu o desespero demonstrado por ela.

— Eu sei. — Ela abaixou o olhar, como se a vergonha de encará-lo fosse maior. — É o Yeosang.

— Yeosang? — ele quase berrou, com os olhos aumentando de tamanho ainda mais. — Yeosang, Alexia? — Os soluços dela aumentaram. — Quando transou com ele? — Alexia ficou calada. Taehyung não precisou que ela respondesse, logo se recordou do beijo que avistou dos dois no parque. — Foi na mesma época que mandou Yeosang falar para Yoongi se afastar de Jimin?

A garota ergueu o rosto, assustada com o timbre de voz do rapaz.

— Taehyung... como descobriu?

— Eu vi vocês se beijando, Alexia. E você não beijaria aquele garoto sem ter algum benefício. Você ficou com ele e me escondeu isso. Se entregou para que ele fizesse parte de um plano ridículo que não te trouxe nada de bom, só afundou você — ele disse, ríspido, mesmo que não fosse sua intenção. — Não foi difícil ligar uma coisa à outra.

— Me desculpa... — Ela voltou a chorar. — Me desculpa, Taetae.

— Alexia. — Taehyung inclinou seu corpo para perto da outra, sua mão continuava segurando a dela.

— Me desculpa pelo que eu fiz... — continuou, encarando Taehyung, vendo-se nos olhos dele, olhos que paralisaram, ao constatar que realmente pedia desculpas. — Eu errei com você. Errei com a única pessoa que em hipótese alguma deveria machucar.

Taehyung engoliu em seco, desviou os olhos dela. Alexia não precisou especificar sobre o beijo com Jungkook. Poucas palavras eram capazes de entregar significados implícitos dentro de um contexto.

— Por quê... — Ele pausou sua fala, a respiração desacelerando. — Por que fez aquilo?

— Eu precisava te machucar... Como você me machucou — ela sussurrou.

— Como assim, eu te machuquei? — Voltou a encará-la, demonstrando confusão em seu semblante. — Eu nunca te machucaria, Alexia.

— Você não se lembra.

— Do que eu não me lembro? — perguntou, unindo as sobrancelhas.

— Eu vou te contar. — Alexia fechou os olhos, soltando uma lufada de ar. Buscou uma lembrança de meses atrás em sua caixa de memórias. Quando as cenas passaram em sua mente, a garota começou a narrar o que ficou preso em sua garganta por tanto tempo.

"Alexia ouvia seu coração retumbar com força, enquanto seus pés a levavam para a cozinha da casa de Park Jimin. Tinha decidido se declarar para ele, uma declaração que ela ensaiou há semanas para pronunciar para o ruivo.

Ele gostava de garotos. Ela sabia. Já vira ele flertando com rapazes e trocando saliva de uma maneira quase indecente, e todas as vezes, seu coração se partiu em dois, contudo nunca se importou, pois acreditava que Jimin seria dela algum dia, só precisava ser persistente e paciente.

Alexia sorria, enrolando as pontas dos cabelos loiros, o vestido azul curto e solto do busto para baixo se mexiam com os movimentos de seu andar.

Jimin ouviria sair da sua boca o que nunca foi dito para ninguém. Não um "eu te amo" qualquer, mas o "eu te amo" digno de livros literários que ela lia de vez em quando.

Alexia passou pela sala, chegava perto da cozinha, a música era mais baixa naquele cômodo, praticamente todos os convidados estavam se divertindo no jardim. Seria só ela e Jimin. Ela esperou por isso, desde quando chegou na festa de aniversário dele.

Mas então, ela viu, e seu interior se destruiu.

Jimin não estava sozinho. Ele estava com alguém, um garoto, aos beijos, segurando a cintura dele como se não quisesse que ele saísse de seus braços. Beijava com vontade a última pessoa que pensou que Jimin ficaria: Taehyung, o seu amigo, o seu parceiro, a primeira pessoa que ela contou sobre sua paixão pelo Park.

Alexia deu passos para trás, lágrimas descendo por seu rosto.

Sentiu-se traída e derrotada por alguém que amava.

Dor. Dor. Apenas dor.

Ela saiu da casa e foi em direção ao portão, mas parou no caminho, ela não iria embora dali. Aceitaria sua derrota, por enquanto. Secou o rosto molhado com as mãos, a maquiagem ficou borrada, mas simplesmente ignorou, forçou um sorriso e andou para chegar ao jardim.

Taehyung apareceu minutos depois, segurando um copo vermelho cheio de bebida, pronto para continuar curtindo aquela festa. Alexia não disse nada sobre o que viu, muito menos Taehyung. Ele sentou ao seu lado em um dos sofás que foram colocados no ambiente, deitou o rosto em seu ombro, o cheiro de bebida vindo dele era forte.

Ela quis tanto brigar com ele. Expor o quanto ele era um amigo infiel, no entanto desistiu. Poderia perder o amigo, e sem ele ficaria sem rumo.

Os dias passaram e ela não contou.

E o sentimento de fazer ele sentir a mesma dor dominou suas veias."

— Quando me falou que iria se declarar para o professor, eu vi a oportunidade perfeita para seguir esse desejo de te ferir — ela continuou. — Porque sou uma babaca vingativa. Uma idiota que tem planos malucos que podem dar errado. Se eu não tivesse beijado o nosso professor, nossa amizade estaria intacta, eu não teria te perdido, não teria o seu rancor, e eu me odeio todos os dias pelo que fiz.

— Você deveria ter me contado, Alexia — disse Taehyung. — Deveria ter dito o que eu fiz, o que eu te causei. Eu não sei por que beijei Jimin, eu juro que beijar ele nunca foi minha intenção.

— Vocês dois conversaram bastante na festa, e você bebeu demais, ele também. Já eu beijei o professor muito consciente do que eu fazia.

— Por Deus, não importa se eu fiquei bêbado, eu te traí, Alexia, trai nossa amizade primeiro. — Ele a abraçou, soltando uma lágrima. — Eu sinto muito.

— Eu também sinto muito, muito mesmo — Alexia sussurrou. — Não me deixe agora, eu te imploro. Mesmo que ainda esteja magoado comigo, mesmo que nunca voltemos a ser melhores amigos, eu te imploro, Taetae. Me ajude.

— Eu estou com você agora. Não vou te abandonar. — Mexeu nos fios loiros, sentindo novamente o calor de um abraço de uma amizade de anos.

Ela sorriu, grata por Taehyung abrir a porta e deixá-la entrar na sua vida novamente.

— Se eu não tivesse ficado com Yeosang e aceitado transar com ele sem camisinha, talvez minha barriga estaria sem uma criança agora.

— Não tem como voltar no passado, você transou com um babaca, depois de ter tido uma atitude mais babaca ainda. Em vez de pensar no que deveria ter evitado fazer, pense em você e no que vai fazer por essa criança. — Ele desfez o abraço. Quando Alexia ajeitou-se no estofado e pôs a mão no ventre, o rapaz observou a barriga magra.

— Você está certo, preciso decidir os meus próximos atos.

— Saiba que qualquer decisão que tomar, eu vou entender.

Ela mordeu o lábio, quase escondendo o sorriso de alegria.

Era bom demais estar com Taehyung.

Era bom demais ter ele por perto.

Ele era a melhor pessoa do mundo. E ela se sentia mais sortuda por estar com ele de volta.

Ela engoliu em seco ao sentir um líquido ácido subir em seu esôfago.

— Eu preciso ir para casa.

— Está sentindo algo? — perguntou, analisando o rosto da outra.

— Estou. — Ela ficou em pé.

— Vou te acompanhar até a porta.

Eles andaram juntos, um ao lado do outro.

Taehyung reparava nela, caso Alexia desmaiasse ou fraquejasse, poderia ampará-la.

Ela o abraçou quando chegaram diante da rua, avisou que estava tudo bem agora que o tinha em sua vida novamente, e foi para casa, com os passos apressados para chegar o mais rápido possível e pôr para fora o alimento que havia almoçado.

Taehyung continuou no mesmo lugar até Alexia sumir de sua vista. Quando isso aconteceu, um garoto chegou na porta de sua casa de bicicleta. Então, sorriu, seu coração clamou por aquele que chamava sua atenção.

— Seok! — Taehyung chegou perto dele, a euforia sendo maior que as emoções aflitivas de minutos antes. Deixou um beijo na boca dele, simples e doce, mesclado com a paixão que ele proporcionava em seu peito. — Não esperava que fosse aparecer agora.

— Não vou demorar, só vim te ver antes de ir para mais um treino.

— Onde vai ser?

— É em uma quadra a céu aberto. Não é longe daqui — disse Hoseok, sentindo as mãos de Taehyung nos cabelos de sua nuca. Era gostosa a sensação, por mais simples que fosse o toque.

— E por que não treinam na quadra da escola? Não é mais fácil para terem tranquilidade e treinar o tempo que quiserem?

— Hoje tem aula de educação física para os alunos da tarde, não podemos atrapalhar as aulas dos outros — esclareceu.

— É verdade.

— Estava com a Alexia?

— Você viu nós dois? — indagou Taehyung, assustado, receoso do que ele pensaria.

— Bom, eu vi sim, quando entrei nesta rua — ele afirmou. — Voltaram a ser amigos?

Taehyung suspirou, seu olhar recaiu na mansão diante deles.

— Ainda não sei. Conversamos sobre um assunto que não posso te dizer agora, ela tem que permitir. É algo que só ela e eu sabemos, mas, sendo sincero, foi bom falar com ela, Seok. E se pudermos voltar a sermos amigos, que podem voltar a confiar um no outro, eu a receberei de braços abertos — ele confessou. Sorriu quando encontrou os olhos de Hoseok o observando. — Acha que estou sendo um idiota por isso? Depois do que ela fez com Yoongi? Depois dela ter acabado a amizade que tínhamos?

— Não, Tae... Você não é um idiota por isso, e se você quer ter Alexia de volta, e se isso te faz feliz, que bom. Tem gente que merece segundas chances.

Taehyung moveu a mão para o pescoço dele e ficou fazendo mais um carinho, a pele dele esquentou.

— Você é a melhor pessoa que eu podia ter em minha vida, Seok. Obrigado. — Ele beijou os lábios alheios, e o abraçou em seguida, inalando o aroma delicioso que ele exalava.

***

Jimin estava jogando videogame em seu quarto.

Sozinho.

Completamente irritado.

Chamou Yoongi para passar o dia consigo, mas ele avisou que iria sair com a mãe. O que foi uma droga, pois Jimin imaginou que passariam a tarde inteira, sozinhos em seu quarto, fazendo coisas impróprias que não conseguiram terminar naquela sala vazia, na noite da festa à fantasia.

Queria terminar o que não continuaram.

Maldito zíper do macacão, ele pensou, bufando. Foi esse objeto que impediu que os garotos prosseguissem com o desejo sexual incansável.

"Não vai rasgar meu macacão, Ji" Yoongi falou na mesma hora em que o ruivo usou mais força para tentar abrir a roupa enquanto os lábios dele estavam devorando seu pescoço.

Jimin teve que escutar seu garoto. Não tinha como Yoongi continuar na festa com a roupa tremendamente sexy destruída. Seria péssimo. E queria curtir a festa com Yoongi por mais horas.

Como Yoongi não iria o fazer companhia, resolveu convidar Taemin, no entanto recordou que o amigo tornou-se um jovem trabalhador, o que o deixava cheio de orgulho. Ele estava se esforçando muito, e Jimin desejava o melhor para ele.

— Cacete! — O ruivo jogou o controle no chão, após ter sido morto por um zumbi horroroso, e se arrependeu em seguida. Saiu da cama e pegou o controle, observando se alguma parte ficou quebrada. Ele preferia que não. Sorriu ao constatar que estava intacto.

Pôs o controle na prateleira abaixo da televisão.

Voltaria a deitar na cama, pois tirar um cochilo à tarde poderia ser uma ótima opção para passar o tempo. Quando colocou o joelho no colchão, fazendo-o afundar, ouviu batidas em sua porta.

— Jimin!

A mulher que trabalhava em sua casa o chamou. Nem sabia que Ayla ainda estava trabalhando. Geralmente, ela ficava só no turno da manhã.

— Estou indo — ele falou num tom alto, andando até a porta. Ao abrir, encontrou uma mulher sorridente. Ele juntou as sobrancelhas. — Já deveria ter ido embora para casa, Ayla.

— Eu sei, só precisava terminar de arrumar o quarto de seu pai, mas felizmente terminei.

— Certo. Por que me chamou?

— Tem uma mulher lá fora que quer muito te ver.

— Quem?

— Não sei, ela não quis dizer o nome — mentiu.

— Hum, está bem. Vou ver quem é.

Jimin se dirigiu para a entrada da casa, usando um conjunto de moletom preto. Abriu a porta menor, ao lado do portão. Quando enxergou uma mulher alta, usando um vestido verde justo que cobria os joelhos, com um blazer cor caramelo, e possuía longos cabelos pretos e íris azuis tão intensas quanto as suas, ele paralisou.

Parecia estar vendo um ser irreal, mas não era.

Era real.

Sophie Beauvoir estava em sua frente, carregando um sorriso enorme no rosto enquanto o admirava. Ela abriu os braços num pedido silencioso para que Jimin se aproximasse.

— Mãe... — ele murmurou, em choque, sem mover um músculo.

— Não vai me abraçar, Jimin? — Sophie perguntou em coreano, o sotaque continuava igual como ele se lembrava.

Jimin saiu do lugar, continuando calado. Correu para os braços da mulher mais bela que ele conhecia e que lhe deu a vida, e prendeu-se neles. Sentiu o calor materno depois de uma eternidade, um calor que era maior do que as chamas de uma lareira acesa em um lar que buscava proteger qualquer um do frio. O perfume sutilmente adocicado adentrou suas narinas, não era só do perfume caro e industrializado, era um que provinha da pele, o mesmo que sentia desde quando soube diferenciar os aromas existentes no mundo.

Estar nos braços da mulher e senti-la tão perto era ter uma enxurrada de recordações vindas das profundezas do coração que subiram para o cérebro.

Seu peito encheu de alegria. Sua irritação não existia mais, o tédio evaporou, sua mãe estava consigo, não tinha o que reclamar.

E a situação era uma completa surpresa.

Sua mãe não avisou quando estaria no país.

Jimin esperava ver Sophie no final de dezembro, em seu período de férias, entretanto ela chegou antes, e essa diferença de tempo era sem valor. Ele estava feliz o bastante para se importar com qualquer insignificância.

— Por que não me disse o horário que chegaria? Eu iria buscar a senhora no aeroporto, a esperaria chegar.

— Se eu te avisasse, iria estragar a surpresa, Jimin. — Sophie sorriu.

— Queria apenas me surpreender?

Ela acenou positivamente.

— Tudo para ver esses olhos brilhantes e sua carinha linda de espanto. — Beijou a bochecha do rapaz, admirou as nuances do corpo dele, percebendo o que ele mudou no tempo que não se olharam cara a cara.

Jimin cresceu alguns centímetros, os cabelos vermelhos foram recém-retocados, os dedos dele manchados de vermelho a fizeram ter certeza quando seu olhar caiu neles. Estava mais robusto, não tinha mais a magreza de antes. O passar dos dias tornou o filho um deus grego. — Está mais bonito, chéri — ela disse, dessa vez na língua francesa.

— Tenho duas pessoas maravilhosas a puxar — Jimin cantarolou.

Sophie revirou os olhos.

— Você puxou mais a mim.

— Sério, mãe? — Ele riu, meneando a cabeça para os dois lados.

— Não me contrarie, Park Jimin Beauvoir.

Jimin ergueu as mãos em rendição.

— Está bem — ele disse. — A senhora não quer entrar?

Ela negou.

— Adoraria, mas preciso me encontrar com um investidor...

— Espera — ele a interrompeu, franzindo o cenho. —, a senhora veio por causa de mim ou por causa de sua empresa? — questionou, usando a mesma língua que a mãe. Ninguém que passava na rua era capaz de entender, a não ser que soubessem francês.

Sophie respirou profundamente.

— Na verdade, minha intenção era só te ver. Mas... como sou a única pessoa capaz de atrair mais investimento para a Outer Beauty & CO., a nossa empresa, vou me encontrar com um indivíduo que é daqui e tem interesse em ser parceiro. Só estou aproveitando as oportunidades, filho.

Jimin ofegou, cruzando os braços. Olhou para qualquer direção da rua, menos para a mulher.

Sophie segurou os braços do filho, sua mão subindo e descendo, esfregando-o igual quando Jimin, criança — sentindo o frio do inverno que dominava o final do ano —, buscava seu colo e pedia para que esfregasse seus braços, buscando a quentura de suas mãos.

— Não fique assim, Jimin.

— Quanto tempo irá ficar em Busan?

— Não irá durar três semanas.

A tristeza passou pelos olhos do garoto. Ele estalou a língua, riu nasalado. Havia imaginado que quando ela vinhesse para a Coreia, seria para passar ao menos um mês com ele, no entanto Sophie destruiu sua fantasia. Ela subiu as mãos e segurou seu rosto, pois percebeu a raiva e indignação nas expressões faciais masculinas.

— Jimin, esqueça qualquer decepção que acabou de sentir por mim. Estou em Busan, pertinho de você. Vamos aproveitar o tempo que ficarei nesse país. É só o que te peço.

Ele a encarou, viu a sinceridade estampada nos olhos da mulher. Queria acreditar nas falas de Sophie e esperava que isso acontecesse.

Quando ela voltasse para a França, não saberia se iria vê-la outra vez depois de meses ou anos, principalmente pelos planos que começou a ter.

— Vou preparar um jantar depois de amanhã para nós dois, o que acha?

— A senhora vai cozinhar?

— Não sente falta da minha comida francesa? — ela perguntou, arqueando a sobrancelha.

— Sinto... — Rindo, ergueu os ombros. — Mas por que só daqui há dois dias? Por que não hoje?

— Tenho que pensar no que vou cozinhar, comprar os ingredientes. Posso acabar não encontrando um ou dois temperos oficiais da receita, então terei que improvisar. Você sabe que gosto de uma culinária francesa bem feita.

Jimin entendia. Nas últimas vezes que Sophie fez comida francesa, por mais singela que fosse, ela demorou um dia inteiro apenas para encontrar os ingredientes, indo de mercado a mercado, feira a feira. Era difícil achar ingredientes do jeito que ela queria, seja legumes, verduras e especiarias. Para a comida de Sophie ficar perfeita, não podia faltar um ingrediente de ótima qualidade, e no final, sempre valia a pena saborear.

— Mas não é para me ver daqui há dois dias — Sophie prosseguiu. — Quero que apareça no apartamento que sempre fico para me fazer companhia. Podemos nos ver hoje à noite ou amanhã se tiver tempo para sua mãe. Vamos conversar, mon cher.

Jimin iria visitá-la, sem dúvidas. Conversariam sobre muitas coisas. Sophie relataria suas vivências na França, reclamaria dos parentes imprestáveis, e Jimin, o que andou aprontando.

Ele estava ansioso para esse momento.

Os momentos com aquela mulher eram sempre especiais.

E como ela estava na cidade, precisava aproveitar a sua presença e apresentar o seu garoto. Por enquanto, não falaria nada sobre ele. Gostaria que sua mãe o visse e ficasse curiosa sobre Yoongi, buscando o conhecer através dele próprio.

Adoraria que Sophie se encantasse com Yoongi, como ele se encantou.

— Posso levar alguém?

— Pensava que queria mais tempo somente com sua mãe, Jimin.

— E quero, mas também quero que conheça alguém muito especial pra mim.

Especial? Quem será?, Sophie pensou, entortando os lábios vermelhos de batom.

— Se meu príncipe quer assim, então está bem. Leve essa pessoa — ela disse, sorrindo por fora, enquanto por dentro, seu cérebro gritava "problema".

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