Ciclo Olímpico | Hande Baladi...

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A vida da estrela do vôlei turco, Hande Baladin, pode mudar nesse novo ciclo olímpico com a chegada de suas n... More

Apresentação
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*POV YOU*

- Acorda, meu bem! É nosso ultimo dia de folga - Ouvi a voz de Roberta, mas não abri os olhos.

- Não! - Encolhi ainda mais meu corpo embaixo do lençol que me cobria. - Eu poderia estar pelada...

- Nada que eu não tenha ou já não tenha visto - Roberta deitou ao meu lado da cama me abraçando.

- Eu poderia estar com alguém... - Joguei a frase no ar.

- Fui eu que te trouxe pra cá e você sabe muito bem! - Ela tirou o pano que impedia a luz de chegar em meus olhos. - Quem diria que whisky e cigarro de palha te deixariam assim... tão linda - Riu ironicamente.

- Eu preciso de um café... - Eu respirei fundo e sentia o cheiro vindo da cozinha. - Você já fez café?

- Não, eu que tomei a liberdade de fazer café na sua cafeteira super chique - Rosamaria entrou no quarto com a xícara dela na mão. - Aliás, bom dia!

- Bom dia pra quem? Amanhã a gente já volta pra nossa rotina - A loira se abaixou para me dar um beijo na bochecha. - Eu vou tomar um banho, eu preciso. Nossa...

Levantei, e fui para o banheiro do meu quarto. Liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo, água fria, eu precisava de um banho frio. Noite passada teve um churrasco na casa da Gabiru, então fomos pra lá. Eu lembro de ter bebido muito, mas não a ponto de ficar muito louca, mas levemente perturbada. Ri sozinha. Tentei lembrar se havia tido algum efeito colateral por causa da bebida, mas não tinha nada de muito problemático. Terminei meu banho e fui pra cozinha tomar café da manhã com as meninas. Já fazia quase um mês que a gente tinha acabado a VNL e já voltaríamos a treinar pro mundial. Pra minha sorte, a apresentação era em Saquarema, e eu já estava no Rio. Rosa e Roberta ficaram comigo exatamente pelo mesmo motivo.

- Ei! - Abracei Roberta e dei um beijo no topo de sua cabeça. - Loira... - Dei um beijo na bochecha de Rosa e me sentei na cadeira.

- Ontem foi tão bom, né? - Rosa comentou.

- Foi ótimo! Legal pra caramba! Encontramos amigos queridos... - Roberta disse sorrindo.

- Amigos que contam com a gente, né! Contam as coisas pra gente... - Rosa lançou um olhar estranho para Roberta.

- Tá bem, tem alguma coisa que vocês querem me falar, mas não sabem como começar o assunto? - Disse e dei uma mordida no pão de queijo que Rosa tinha colocado para assar.

- Nossa, já que você tocou no assunto... - Rosa colocou uma mão sobre o peito, como se estivesse indignada.

- Pois é, tem coisas que eu achei que você nos contaria, né? - Ela e Rosa se olharam e concordaram com a cabeça. - Por exemplo, que você ficou com a Pietra noite passada...

- Para, foi só um beijo. - Me defendi.

- E com a Nai lá na casa de campo - Rosa jogou pra cima de mim.

-  Esse pode ter sido um pouco mais que um beijo - Vi as duas arregalarem os olhos  - É brincadeira, calma - Ri.

- Nossa, como você é ridícula! Essas coisas a gente conta, ué - Roberta disse ao cruzar os braços.

- Foram só beijos. Só isso... - Dei de ombros. - A Nai, não tenho muito o que falar, é a Nai. Acho que a gente tem um pouco de química ainda, mas a gente conversou e vamos ficar nisso mesmo. A gente tá bem assim. A Jukoski, é linda, por favor, não sejam bestas...

- Vocês e a Nai tem química mesmo, mas eu entendo o lado de vocês - Rosa disse. - Tá, a Pietra é muuuuito gata!

- Mas como você sabe que a gente viu? - Roberta perguntou.

- Vocês estavam rindo um pouco alto, sabe? - Levantei e fui levar as louças para a pia - E com a Pietra, eu vi vocês vindo atrás de mim...

- Eu vi o climinha entre vocês desde  a hora que começaram a conversar. - Rosa disse e Roberta concordou. - Você uma coisa, né? As mulheres gostam de você, como pode?

- Não tem como saber sem experimentar, Montbeller... - Joguei no ar pra ela.

- Para, credo! Não é porque você já beijou a Roberta e Naiane que você vai me beijar. - Olhou pra mim por um instante. - Só se for pra fazer raiva na turca, ai a gente faz uma ceninha... - Jogou o cabelo pro lado e sorriu olhando pra mim.

- Você não presta, Rosamaria Montbeller. - Disse.

- E sobre uma turca... - Tentei evitar, mas sabia que esse assunto voltaria. - O que tá pegando.

- Como assim o que tá pegando? - Não tinha entendido a pergunta.

- Você foi dormir olhando a foto dela... - Eu só bufei.

- Saudades, eu acho. Mas pelo que sei e que todas vimos, ela estava viajando com a Gunes. - Respondi. 

- Eu vi. - Roberta hesitou ao falar. - Você acha que ela e a Zehra...?

- Acho possível. Seria a zona de conforto dela, ne? - Disse ainda lavando a louça suja.

- Mas você aceita assim numa boa? - Rosa perguntou.

- Não. Eu não aceitei nada, esse término ainda está engasgado na minha garganta. - Terminei a louça e sequei minhas mãos. - A gente não teve uma conversa decente, ela quis terminar, terminou. Aconteceu como ela queria. Então eu vou viver minha vida e ela a dela... Mas eu tô com ela aqui - Fiz o sinal de limite abaixo do meu queixo.

- E você tem conversado com as meninas? - Eu sabia que Roberta dava notícias minhas para as turcas. Não que eu não conversasse mais com elas, eu só não queria e não alimentar uma briga entre pessoas que já se conheciam há anos, eu tinha dito isso a elas. Eu falava com elas todos os dias, particularmente, já que não saímos do grupo que tínhamos com Hande. Aliás, não exclui ela de nada disso. Primeiro, pelas conversas que dariam, e segundo, porque eu queria ver e queria que ela me visse, queria que lembrasse.

- Sim, quase todos os dias, mas no particular.  - Estávamos na varanda aproveitando um pouco do sol da manhã. 

- Que merda. Logo a Güneş. De tantas por aí,  a que mais deu trabalho. Elas já tiveram algo? - Rosa perguntou enquanto tampava com uma das mãos o sol que incomodava seus olhos.

- Já sim. Inclusive a Güneş não quis assumir elas. Loucura né? - Silêncio. - A  gente tem que aprender algumas coisas, nem que seja na marra.

- Eu não quero aprender assim não! Tá louca? - Rosa quebrou o silêncio entre nós. 

Passamos a manhã na praia, o tempo estava gostoso, quente, mas não aquele calor infernal do Rio. Jogamos futevolei com Rosamaria caindo pelo menos umas três vezes quase de cara no chão, o que nos rendeu boas risadas.  Aproveitei enquanto as meninas descansavam na areia e fui a um dos quiosques comprar água de côco e caipirinhas. Peguei meu celular enquanto esperava o pedido ficar pronto e vi a notificação de uma mensagem, era de Simge perguntando como estavam as coisas. Eu respondi que estava tudo bem e que estava com saudades.

Eu: não vejo a hora de chegar na Holanda e te dar um abraço forte, pequena da capadócia

Simge: então eu decidi que eu não vou mais, beijos!

Eu: nem brinque com isso!

Simge: ei...

Eu: fala, pequena

Simge: a Hande perguntou por você :( 

Eu: Ela já voltou então, né? Está bem?

Simge: ela não veio pra Istambul, foi para casa dos pais em Kütahya para aproveitar os últimos dias de férias

Eu: que bom, espero que ela consiga descansar 

Simge: eu também espero, mas só tem um detalhe bem pequeno

Eu: o que?

Simge: a mãe dela quer conversar com você *emoji rindo nervoso*

Eu: tá louca, Simge? 

Simge: não, estou falando sério. eu meio que passei seu número pra ela e só está esperando meu ok pra te ligar

Eu: a Hande sabe disso? 

Simge: obviamente que não, né?

Eu: tá, mas o que ela quer? 

Simge: ah, ai você vai ter que descobrir, porque não me falou nada

Eu: fala que ela pode me ligar quando quiser

Simge: obrigada, coisa linda

Eu: espero que ela não lave a minha cara, ou queira me matar ai kkkkkkkkkk desespero

Simge: também espero que não kkkkkkkkk relaxa. te vejo em breve?

Eu: claro claro. Saudades s2

Simge: é bom que sinta mesmo -_- 

Voltei para onde as meninas estavam com as bebidas na mão. Aquela informação me abalou um pouco, mas não era algo que eu ia contar para as meninas no momento. Não sabia do que se tratava, e não queria alarmar ninguém. 

Voltamos para meu apartamento para tirar o sal do corpo. Descansamos um pouco e fomos para o shopping almoçar e assistir um filminho. Nos considerávamos três jovens senhoras, porque a gente só queria descansar, até porque no dia seguinte a rotina de treinos e jogos seria pesadíssima. Voltamos pra casa no comecinho da noite, precisávamos terminar de arrumar nossas coisas. Conversamos mais um pouco antes de cada uma ir pro quarto. Me despedi delas e disse que uma amiga minha nos levaria amanhã até Saquarema.

Passava um pouco das dez horas quando meu celular tocou. Na hora me corpo recebeu uma carga de adrenalina. Olhei na tela, e era um número desconhecido, mas reconheci o código como sendo da Turquia. Com a mão levemente trêmula, atendi a  chamada.

- Olá, *You*! Aqui quem fala é Aylin, mãe da Hande - Ouvi uma voz feminina com o sotaque carregado.

- Olá,  senhora Baladin. - Respondi cordialmente.

- Ah não, minha criança, pode me chamar de Aylin mesmo. - Ela deu uma risadinha fraca do outro lado da linha.

- Certo, Aylin. No que eu posso te ajudar? - Fui direta porque sabia ela não tinha ligado pra saber mais da minha vida.

- Oh, querida! Primeiro, eu não quero que você fique acanhada ou nada do tipo, tudo bem? Eu sei que você e minha filha namoravam. E sei que terminaram... - Ela fez uma pequena pausa. - Ela chegou aqui com Gunes, e parecia normal, mas quando a gente é mãe, a gente sabe. O olhar dela está muito triste, mas ela finge que está bem. Eu conheço a minha Hande. E eu perguntei, mas ela não disse nada, e olha que eu perguntei várias vezes... - Riu. - Então tive que recorrer a Simge.

- Eu sinto muito. - Não sabia muito bem o que dizer.

- Oh, não sinta. Eu só queria te pedir que dê uma oportunidade a ela de conversar. É um pedido de mãe. Pode parecer loucura, minha filha, mas eu sinto alguma coisa errada nisso. Sei que minha filha não é assim, eu a conheço bem. Você não foi como a Zehra, você fez bem a ela. Não estou falando para vocês voltarem, só conversar com ela. Eu sei que ela ainda gosta muito de você e está sofrendo por isso. Eu sempre fiquei ao lado da minha filha, sempre. Não importa o que aconteça, eu vou estar aqui por ela, mas nem tudo depende só de mim.

- Eu vou conversar com ela, senhora Aylin. - Disse a fim de reconfortar a mãe dela.

- E filha, ela errou com você. Eu sei bem disso, mas a Hande é uma mulher que vale a pena ter na vida. Ela é um doce, é geniosa ás vezes, mas é uma pessoa boa e leal. Não duvide disso sobre ela.

- Eu sei que sua filha é uma pessoa boa, eu sei bem como é, não se preocupe quanto a isso.

- Obrigada por ouvir essa senhora turca com sotaque carregado. - Ela disse em meio a risadas.

- Então eu sei de onde Hande herdou o carisma e a doçura, senhora. Aposto que na beleza também. - Ela soltou uma gargalhada muito parecida com a de Baladin, e isso me arrancou uma risada também. - Fiquei bem, senhora Aylin.

- Eu que agradeço pela paciência, minha querida. E espero que venha na minha casa quando voltar a Turquia, vou preparar excelentes comidas para você. Vai ser bom ter você em nossa família.

- Claro que vou! - Rimos - Tchauzinho. - Desliguei a chamada e me joguei na cama.

Okay, eu precisava tomar um ar. A mãe da Hande me ligou e mexeu comigo saber que ela não estava tão bem quanto mostrava ou falava com as meninas. Eu ainda gostava da turca, e cada vez que eu bebia e ia deitar na cama, era com ela que eu queria estar. Eu estava morrendo de raiva por ela ter desistido da gente, dela não ter sido sincera comigo. Mas, eu ainda não tirava ela da minha mente, não importava quantas bocas eu tinha beijado, só tinha uma que eu ainda queria o tempo inteiro. Eu tinha que decidir o que fazer, se eu ia atrás dela, mesmo depois de tudo, ou se deixava pra lá e fingir que nada tinha acontecido entre nós.

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