HEART RACE

By belsreading

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Charlotte Perez-Peterson, uma estrela juvenil do kart, se muda para a Califórnia buscando o sucesso. Três an... More

Dedicatória.
Playlist.
Di Laurentis & Leclerc.
Consertar o que se quebrou há muito tempo.
Deuses gregos.
Términos em Santa Mônica são românticos.
Arrependimento.
Ondas tranquilas.
Detenção.
(Não tão) Feliz aniversário, Charlotte!
Adrenalina ilegal.
Mama i'm in love with a criminal.
Annabeth Cooper tem um encontro.
Os Leclerc.
Doces ou travessuras.
The Archer.
Essa sou eu tentando.
Trazendo o Havaí à San Diego.
Mudanças.
St. Claire's.
Eu sou grata por.
A Grande Guerra.
Aniversário triplo.
Debaixo do visco.
There's glitter on the floor after the party.
Lírios & Tulipas.
Ciao Itália!
Conhecendo a concorrência.
Noites italianas.
Run.
Comer poeira.
Melancolia hospitalar.
Volte para mim, por favor.
Epílogo.

Peter & Wendy.

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By belsreading

O caminho até a casa de Henry foi silencioso.

Acho que nenhum de nós dois sabia o que falar ou o que fazer após o encontro com os Leclerc.

Ele estacionou a frente de uma linda casa, com um quintal cheio de orquídeas. Tão vivas.

– São lindas. – murmurei.

– São da minha mãe.

Henry destrancou a porta e avisou que estávamos ali.

Ele entrelaçou nossas mãos e me puxou até a sala de estar. Meu coração começou a bater mais rápido. Uma garota e um garoto estavam sentados no sofá, com cadernos abertos em seus colos.

– Wendy, temos visita. – a garota imediatamente levantou o olhar.

A primeira coisa que notei nela foram os cabelos, uma mistura de loiro com moreno. E então, os grandes olhos cor de mel, iguais aos de Henry.

– Oi, Charlotte, acho que já nos conhecemos. – falou, sorridente.

– Nos vimos algumas vezes. Oi, Wendy.

Quando ela se levantou, vi a bomba de insulina presa ao cós dos jeans. Ela notou meu olhar não tão discreto, e deu um sorrisinho amarelo.

– Sou diabética, há alguns anos.

Meus lábios se entreabriram.

– Deve ser difícil para uma criança. Lidar com as restrições e tudo mais. – falei, incerta.

Ela deu de ombros.

– Depois de um tempo você se acostuma. – abriu um fraco sorriso.

O garoto ao lado dela limpou a garganta.

– Ah, Charlotte esse é Peter. Somos parceiros em um projeto de história.

Sorri amigavelmente e acenei rapidamente.

Peter e Wendy. Que irônico.

– Como eu nunca vi vocês pela escola? – perguntei.

– Ah, eles não frequentam a nossa escola. – Henry respondeu. – Eles são de uma escola para superdotados. Wendy é a inteligente, eu sou o bonito.

A garota deu uma risada.

– Mentir é errado, maninho.

Ele fez uma careta, que a irmã retribuiu. Henry segurou-me pelo cotovelo.

– Vamos, podemos fazer o trabalho no meu quarto.

Antes que eu pudesse responder, ouvi passos vindos da cozinha até a sala. Uma mulher baixinha, usando um avental apareceu.

– Charlotte, querida! – disse a mãe de Henry.

– Olá, senhora Di Laurentis.

– Senhora está no céu, querida. Me chame de Ramona, por favor.

Ela me lembrava Melissa McCarthy, em Gilmore Girls. Sempre sorridente, sempre simpática. – E com excelentes dotes culinários.

– Charlotte, essa é a minha mãe, Ramona Di Laurentis.

Ela fez uma reverencia que me fez rir.

– Ah querida, nunca ouvi tanto o nome de alguém como ouvi o seu. – me puxou para um abraço e beijou minhas bochechas.

Olhei de soslaio para Henry e um sorriso malicioso cresceu em minha face.

– Sério? Fico lisonjeada.

Henry me puxou pelo cotovelo novamente.

– Vamos, temos um trabalho para fazer, lembra? – revirei os olhos.

– Ah, querida, vai ficar para o jantar?

– Ela vai. – Henry respondeu antes de mim e me arrastou até o seu quarto.

Surpreendentemente, seu quarto era mais arrumado do que eu esperava. Analisei prateleira por prateleira, cantinho por cantinho.

– É fã do Queen? – perguntei, apontando para alguns discos de vinil.

Havia de tudo ali. Queen, The Smiths, Nirvana.

– Eram do meu pai. – deu de ombros.

– Elvis? – peguei um dos discos. – Can't Help Falling In Love, sério?

– Não posso gostar de música boa?

Ele cruzou os braços a frente do peito e eu pude ver seus músculos flexionarem.

– Não é isso. Eu apenas... nunca imaginei que esse fosse o tipo de música que você gostasse.

– E que tipo de música você imaginava? – tombou a cabeça para o lado.

Dei de ombros.

– Não sei.

Coloquei o disco em seu devido lugar e me sentei na cama de Henry. O colchão era macio debaixo de mim.

– Tá bom, precisamos reunir cinco descobertas da química e da alquimia que foram importantes historicamente falando.

Ele pegou um de seus cadernos e se sentou na escrivaninha.

– Então, mãos à obra.

Depois de quase duas horas de pesquisas e textos, Ramona bateu na porta, avisando-nos que o jantar estava pronto.

Quando desci as escadas, o senhor Di Laurentis já havia chegado e conversava com Peter.

– Ah, Charlotte, certo? – perguntou.

Abri um sorriso.

– Sim, senhor. É ótimo revê-lo.

– Querida, fiz lasanha de queijo, você come? – Ramona me perguntou.

– Ah, eu como de quase tudo.

– Gostei de você. – Wendy afirmou.

– Você gostava dela mesmo tendo visto-a poucas vezes. – Henry a provocou.

– Cala a boca, Henry.

Cala a boca, Henry. – imitou-a, num tom agudo.

Eu e Peter reprimimos risadas.

– Calados, os dois. – Ramona os repreendeu. – É feio brigar na frente das visitas.

– Tá tudo bem. Moro com as minhas primas, elas têm sete anos de diferença e brigam que nem cão e gato.

Ela deu uma risadinha.

– Tenho dó do seu tio. Ele é um excelente homem.

– É mesmo. Foi ele quem me influenciou a entrar no mundo do kart, na verdade.

Ramona me guiou até a mesa. Henry puxou a cadeira para que eu me sentasse e se sentou ao meu lado. Peter fez o mesmo com Wendy.

O senhor Di Laurentis colocou uma tigela de salada na frente de Wendy, a mais nova fez uma careta.

– Mãe.. – remexeu a pequenina porção de lasanha que havia ali.

– Querida. Se eu pudesse, deixaria você comer o quisesse.

– Então deixe!

– Não é assim que funciona, Wend. – falou Henry. – O nutricionista já repreendeu tanto a mamãe que ela já cansou.

– Pode pelo menos colocar um pouco mais de lasanha aqui? – pediu.

Ramona suspirou.

– Sim querida, posso.

Desviei o olhar para o meu prato. Aquela parecia uma cena intima demais para ser assistida.

– Então, Charlotte, nos diga mais sobre você. – pediu o senhor Di Laurentis.

– Hm, na verdade, eu queria saber mais sobre vocês. – me remexi na cadeira.

Henry me olhou de soslaio.

– Oh, então, por que não? – falou Ramona. – Paul é meu namorado do colegial, mas é meu segundo marido. O pai das crianças faleceu quando Wendy tinha dois anos de idade.

– Ele era da Marinha. – Henry comentou, evitando meu olhar.

Eu não tinha ideia de que Paul era padrasto de Henry. E muito menos que o pai biológico dele era da Marinha.

– Então, dez anos atrás, Paul e eu nos casamos, e foi a melhor decisão de todas.

– Foi mesmo. – Wendy concordou, enfiando uma grande garfada de salada na boca.

– Paul nos criou. Foi ele quem me ensinou a dirigir. – Henry murmurou.

– A andar de bicicleta.

– Tudo.

Abri um fraco – porém triste – sorriso.

– Essas crianças são meus filhos. Talvez não de sangue, mas são meus filhos. – Paul afirmou.

– E ele é nosso pai. – Wendy falou, com um enorme sorriso orgulhoso.

Depois do jantar e uma pequena porção de sobremesa, Henry decidiu que era a hora de me deixar em casa.

Os primeiros dois minutos no carro foram em completo silencio.

Até que eu explodi.

– Quando planejava me contar tudo isso? – perguntei.

– Tudo isso o que?

Ele não ousou olhar para mim.

– Tudo! Wendy e a diabetes, Paul sendo seu padrasto, sobre o seu pai. Poderia ter confiado em mim!

– Quando eu deveria te falar isso? Entre as nossas brigas e relacionamentos ioiôs? – perguntou, rude. – Nunca fomos amigos, Charlotte. Somos da mesma equipe. Ponto final.

Senti um gosto amargo na boca.

Não quis falar nada pelo resto do caminho.

Quando cheguei em casa, fiz questão de fechar a porta da picape num baque alto. Abri e bati a porta de casa na mesma intensidade.

– Não tem geladeira em casa não? – Violeta exclamou do sofá.

Ignorei o comentário e subi para o meu quarto batendo o pé. Joguei a mochila no canto do quarto e enfiei a cara no travesseiro.

Henry Di Laurentis conseguia me fazer sentir um furacão de sentimentos, todos ao mesmo tempo.

Ódio. Tristeza. Raiva.

Paixão.

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