Dormir de conchinha com a mulher da minha vida, é sem dúvidas a melhor coisa do mundo.
Nunca fui de ter momentos assim com ninguém, porque sabia que só queria algo passageiro, porém não é o que eu sinto com Dilara, por isso ter esses momentos com ela é tão significativo quanto parece ser.
Acordo dos meus pensamentos, quando meu celular toca e mesmo querendo fingir que não escutei me levanto da cama para atendê-lo.
⎯ Alô. ⎯ Atendo rápido quando vejo que é minha mãe, e seu choro audível faz com que eu entre em alarde. ⎯ Aconteceu alguma coisa? Por que a senhora está assim?
⎯ Su… Sua avó meu filho. ⎯ Começa a falar entre as lágrimas.
⎯ O que tem ela? ⎯ Questiono preocupado a cada segundo. ⎯ Mãe, a senhora está me assustando agindo assim.
⎯ Ela… Ela morreu. ⎯ O que? ⎯ Sua vó, morreu. ⎯ Lágrimas quentes invadem os meus olhos, quando percebo que mamãe não está blefando.
⎯ Como ela morreu? Se quando saímos da porra da mansão ela estava bem! ME DIZ MAMÃE COMO? ⎯ Seu choro aumenta mais fazendo com que sua dor seja cada vez mais perceptível.
⎯ Eu não sei meu filho, eu vim visitar ela hoje e me asustei quando vi um monte de policiais e um carro da ambulância. Nunca imaginei ver a minha mãe sendo levada e dada como morta assim, tão derrepente. ⎯ Explica e as lágrimas rolam pelo meu rosto cada vez mais.
⎯ Qual foi a causa da sua morte? ⎯ Indago tentando recobrar os meus sentidos.
⎯ Falta de ar, a principal suposição é que ela tenha morrido durante a madrugada enquanto dormia, por conta de alguma complicação no sistema respiratório. ⎯ Tão derrepente assim? ⎯ Mas eu não acredito que ela tenha morrido por causa disso, ela não tinha nenhum problema respiratório, até onde eu sabia. ⎯ Sua voz falha para dar lugar a fortes soluços.
⎯ Eu e Özgür estamos a caminho. ⎯ Informo tentando pensar como vou contar isso para ela.
⎯ Não demorem, por favor. ⎯ Pede com a voz chorosa. ⎯ Amo vocês.
⎯ Nós te amamos. ⎯ Desligo o celular colocando o mesmo na mesa de cabeceira.
E não demora muito para que eu comece chorar como uma criança indefesa, ao lembrar dos momentos que tive com a minha vó.
Minha maior confidente, e companheira quando mais novo, quem sempre me deu forças e viu qualidades em mim que ás vezes nem eram tão perceptíveis.
⎯ Minha vida, por que você está chorando? ⎯ Dilara questiona, quando me encontra sentado no chão, chorando copiosamente.
⎯ Minha vó, ela morreu Dilara. ⎯ Digo deixando a mesma em choque.
⎯ Eu sinto muito. ⎯ Sussurra correndo para me abraçar acalentando um pouco o meu coração.
⎯ Ela morreu dormindo, uma complicação no sistema respiratório segundo os para médicos, mas nem sabíamos que ela tinha problemas nesse sistema. ⎯ Deitado com a cabeça em seu ombro eu expresso minha dor.
⎯ Ela está em um lugar melhor agora, pode ter certeza disso. ⎯ Declara beijando meus cabelos carinhosamente.
⎯ Nem sei como contar isso a Özgür. ⎯ Comento desolado, porque sei que ela era apegada com a nossa vó tanto quanto eu.
⎯ Eu posso contar, você vai precisar digerir tudo isso e talvez seja melhor que o terreno seja preparado para falar a notícia, e do jeito que você se encontra isso não pode ser exigido. ⎯ Diz acariciando meus cabelos.
⎯ Obrigada meu lírio, eu não sei o que seria de mim sem você. ⎯ Digo ainda dentro do abraço.
⎯ Na alegria e na tristeza prometemos estar juntos, e eu não sou de quebrar promessas. ⎯ Fala se aproximando mais.
Sei que a mesma também está abalada, mas mesmo assim sua força de vontade para mostrar que está comigo independente de qualquer coisa, não muda.
Por isso sua força é meu combustível para que eu possa continuar.
Sei o quão ruim é perder alguém que amamos, perdi minha primeira mãe adotiva quando mais nova e demorou para que eu aceitasse o fato de que a mesma tinha ido para um lugar melhor.
Na verdade a dor nunca passa, só nos acostumamos a viver com ela da melhor forma possível, para não aparentar o quão doloroso é acordar e saber que não vamos mais ter a presença daquela pessoa tão especial, que amamos e que nos fez um bem enorme enquanto estava viva.
Que o todo poderoso me dê forças, para falar com Özgür sobre a morte da senhora Martina.
⎯ Dilara, oi. ⎯ Assim que Özgür abre a porta me abraça apertado. ⎯ Já sentiu minha falta, tão rápido assim? ⎯ Brinca sorrindo, porém não consigo sequer expressar algum sorriso.
⎯ Özgür, precisamos conversar. ⎯ Deixo claro, com uma expressão séria em meu rosto.
⎯ Claro, pode entrar. ⎯ Se afasta da porta dando passagem para que eu passe, quando entro no quarto em que ela está hospedada a mesma fecha me encarando. ⎯ E então, do que se trata?
⎯ Senta primeiro, para que possamos conversar com calma. ⎯ Digo me acomodando em uma poltrona.
⎯ Tá bom, mas só porque o assunto parece ser sério. ⎯ Andando na direção da outra poltrona disponível ela fala. ⎯ Agora sim, pode falar do que se trata.
⎯ Özgür eu preciso que você mantenha a calma, porque o assunto em questão exige que você tenha muita força. ⎯ Confusão se faz presente em seu semblante, porque ela não consegue entender onde eu quero chegar. ⎯ Infelizmente, na noite de ontem por conta de complicações no sistema respiratório a senhora Martina, morreu.
Seus olhos ficam semicerrados, mas Özgür sorri de lado não acreditando no que eu disse.
⎯ Dilara isso é uma brincadeira de muito mal gosto, por favor não repita mais isso. ⎯ Sussurra se levantando da poltrona em que estava.
⎯ Não é brincadeira Özgür, a senhora Martina morreu. ⎯ Seus olhos ficam encharcados enquanto a mesma me encara com uma expressão dolorosa em seu rosto.
⎯ Minha… Minha vó não, Dilara isso tem que estar errado, tem que ser algum engano. ⎯ Vagamente ela fala se negando a acreditar. ⎯ Ela sempre foi uma mulher forte, saudável e não morreria assim.
⎯ Eu sinto muito Özgür, de verdade. ⎯ Desejo com pesar me levantando de onde estava para abraçá-la.
⎯ NÃO, POR FAVOR NÃO DIZ ISSO! ⎯ Se exalta enquanto chora descompensada. ⎯ ELA NÃO MORREU, MINHA VÓ NÃO MORREU DILARA, ISSO É UM ENGANO. ⎯ Grita chorando. ⎯ TEM QUE SER UM ENGANO, ELA NÃOOO.
Sensibilizada ao ver aquilo corro para abraçar Özgür que deita sua cabeça em meu ombro.
⎯ Dilara, por que logo ela? Por que? ⎯ Sussurra entre os soluços constantes.
⎯ Não sei te explicar querida, mas pode ter certeza que vou estar aqui para o que der e vinher. ⎯ Digo acariciando seus cabelos.
É tão doloroso ver quem você ama desse jeito, primeiro o Can e agora a Özgür.
Essa tragédia pegou todos de surpresa, e arrancou uma das pessoas mais significativas da família, ela também tinha um lugar guardado no meu coração, conheci pouco a senhora Martina mas pelo que vi já pude perceber que a mesma tinha um bom coração, e era uma mulher muito nobre.
Por isso acredito que a mesma vai fazer muita falta, para todos que puderam conhecê-la de verdade.
Perder alguém de uma maneira repentina dói mais do que perder alguém quando já sabemos o que pode acontecer, sei disso porque estou sentindo na pele o que eu não desejo para ninguém.
Não é a primeira vez que vejo alguém importante partir, meu pai morreu quando meus filhos já tinham uma certa idade e eu sofri muito, principalmente quando no seu leito de morte ele me pediu perdão por ter sido a favor do meu casamento com Yusuf.
Só nesse momento chegou a verbalizar o seu perdão, mas eu já tinha deixado a mágoa ir embora a um bom tempo. Porque no fim entendi que o único vilão naquela história toda era o Yusuf.
⎯ Por que mamãe? ⎯ Observando uma foto sua no quadro que fica na estante da mansão que eu moro, eu sussurro. ⎯ Por que tudo tinha que ser assim? ⎯ Já chorei incontáveis vezes hoje, mas quanto mais lágrimas eu tenho, mais elas jorram pelo meu rosto.
⎯ Querida, fiquei sabendo o que aconteceu com a sua mãe. ⎯ Yusuf adentra a sala, e em questão de segundos limpo as lágrimas que estavam em meu rosto. ⎯ Sinto muito. ⎯ Tenta se aproximar, mas levanto de onde eu estava afim de não receber seu abraço.
⎯ Não quero suas condolências. ⎯ Deixo claro, me direcionando até o quarto de hóspedes que durmo desde que decidi não deitar mais com ele.
⎯ Rude assim como sua mãe, por isso que ela morreu cedo. ⎯ Seu comentário fez com que um desconforto se fizesse presente em meu coração, pois sei que não foi da boca para fora.
⎯ Você teve alguma coisa haver com isso? ⎯ Pergunto tentando manter a pouca calma que me resta.
⎯ Não entendi.
Isso só pode ser algum tipo de pesadelo.
⎯ Como você teve coragem? ⎯ Indago sem conseguir esboçar nenhuma reação. ⎯ VOCÊ É UM DOENTE, COMO VOCÊ PÔDE MATAR MINHA MÃE? ⎯ Me exalto e quando percebo Yusuf me empurra fazendo com que eu caia no chão, machucando todo o meu corpo.
⎯ Se falar mais uma vez esse tipo de asneira, as consequências serão bem piores. ⎯ Yusuf diz ao se abaixar e ficar bem próximo. ⎯ Você não tinha que ter falado nada sobre Dilara ser filha do idiota que ainda ronda seus pensamentos, então se considere culpada.
⎯ Eu te odeio. ⎯ Sem me importar com as consequências dos meus atos, cuspo em sua cara.
Com um sorriso ladino ele limpa, e antes que eu possa fazer algo o mesmo pega um punhado do meu cabelo em suas mãos e puxa o mesmo com muita força.
⎯ Eu te odeio mais, querida esposa. ⎯ Diz soltando meu cabelo logo em seguida com uma brutalidade que não chega a me surpreender, porque sei que ele é capaz de coisas piores.
Mas ele não vai sair impune, vou me encarregar de fazer da sua vida um inferno.
Matar a minha mãe foi a pior decisão que ele teve, agora eu vou fazer questão de vingar ela, haja o que houver sua morte não ficará impune.
E eu já sei quem pode me ajudar.
✨️ ᴇsᴘᴇʀᴏ ǫᴜᴇ ᴠᴏᴄᴇ̂s ᴛᴇɴʜᴀᴍ ɢᴏsᴛᴀᴅᴏ ᴅᴏ ᴄᴀᴘɪ́ᴛᴜʟᴏ ғᴀɴғɪǫᴜᴇɪʀᴏs ᴅᴇ ᴘʟᴀɴᴛᴀ̃ᴏ ♡.
✨️ ᴠᴏᴛᴇᴍ ☆.
✨️ ᴇ ᴀᴛᴇ́ ᴍᴀɪs 🫶🏼.