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Adrian
O dia havia sido longo e tumultuado. A sensação de pedir demissão da empresa dos meus pais, uma empresa onde dediquei anos da minha vida ainda ecoava na minha mente, mas havia um sabor peculiar de vitória em abrir mão de trabalhar ali. Sorrio ao pensar no meu confronto com Drake, o homem que foi o responsável por destruir o meu coração e por usá-lo em um jogo sujo de poder e conquista, foi a causa da uma revolta que planejei pacientemente.
Posso dizer que a caminho de casa, quase fui pulando de alegria, a tensão e adrenalina acumulada começa a se dissipar. Me permitia saborear a vingança que, de alguma forma, havia conseguido contra Drake. A ideia de que o cassino, que ele achava que era dele, sempre esteve na palma da minha mão, agora, era um presente doce que me fazia rir como uma criança levada. Estaciono o carro na garagem do prédio, ando até o elevador, clico no meu andar e assobio, mas assim que saio do elevador, sinto um vento gelado passar por mim, como se fosse um presságio ruim e ignoro.
Contudo, ao abrir a porta do meu apartamento, a atmosfera triunfante que carregava comigo se desfez abruptamente. Meus pais estão sentados na sala, seus semblantes carregados de preocupação. A confusão se instala no meu rosto ao me deparar com aquela cena inesperada e tinha uma suspeita do motivo da visita deles e questiono.
_O que vocês estão fazendo aqui? – indago, confuso e surpreso ao mesmo tempo.
Meu pai respira fundo antes de responder, escolhendo as palavras com cuidado.
_Drake ligou. Ele disse que você falsificou a documentação do cassino e que agora você é o dono. Como pode fazer isso?
A notícia me atingiu como um soco no estômago. O sabor da minha vingança aumentou, e o fato dele ter recorrido para os meus pais, me fazia ver que ele estava desesperado e minha mãe me olha, seus olhos refletindo uma mistura de decepção e incerteza. Ela questiona séria.
_E você estava pensando quando fez isso, Adrian?
_O que você acha, mãe? Achou mesmo que eu deixaria ele me enganar e conseguir o que queria? Nunca – Rebato, enquanto olho para eles e ela afirma, ignorando as minhas palavras.
_Era o pagamento dele, Adrian. Como fez isso? Mesmo que eu saiba que sua irmã tem algo a ver com isso, Amber é sua cúmplice como sempre. Sabe que isso é crime, não é? Aquele homem não vai descansar até ter o cassino nas mãos dele. Ter roubado o cassino que nós usamos como pagamento para que o Drake ficasse com você foi impensada e infantil.
Toda a paciência que eu tinha para lidar com aquele assunto e com os meus pais acaba no momento em que ela me chama de infantil, como se ela soubesse o que era ter sido enganado pelo homem que ela amava por causa de um cassino e a acuso.
_Agora sou eu sou infantil e faço coisas impensadas, vocês me colocaram numa situação completamente tóxica e me venderam por conta de um cassino. Agradeço vocês terem cuidado de mim, mas fui eu que foi enganado por um ano, acreditando que ele me amava e que iriamos construir algo juntos, quando eu melhorasse. Mas tudo o que eu recebi foi um pé na bunda. – Paro de falar sentindo a raiva crescer e afirmo.
_ Se vocês acham que vim até aqui, vai me fazer mudar de ideia, não vai.
Minha mãe me encara e meu pai está apenas observando tudo, como um mero espectador e ela responde.
_Isso que você fez vai destruir a nossa família, Adrian e você sabe muito bem que ele não aceita perder, agora que estamos em dívida com ele e é muito mais fácil que ele queira tirar nossa empresa. É isso que quer, que ele tire o patrimônio da sua família?
Era apenas isso que importava o patrimônio Armori, gargalho e me sento sentindo os espasmos musculares que me fazem ter câimbra, pergunto.
_Quanto precisa para pagar suas dívidas? Se é sobre dinheiro, então resolveremos de uma vez. Já que toda essa conversa é sobre o patrimônio da família.
Meus pais me encaram como se eu fosse um estranho e naquele momento, só quero me livrar deles de uma vez e depois de tudo que aconteceu, não quero, mas lidar com eles por um tempo indeterminado. E meu pai se aproxima e diz.
_Entendo seus motivos, Adrian, mas nesse momento não podemos barganhar com o Drake e se ele não conseguir o cassino com você, ele vai para a justiça
_Nesse momento o Drake é uma das ultimas preocupações que eu tenho, não vou abrir mão desse cassino. Não importa o que aconteça e imagino quais serão as acusações dele perante o júri. "Os pais do Adrian, me ofereceram o cassino em troca que eu ficasse com ele, enquanto ele se recuperava". Vai ser um grande show! – Afirmo e tinha tomado a decisão: não entregaria o cassino de volta para Drake. Me recuso a ser uma peça nas mãos do homem que me destruiu. A despeito das consequências, estava determinado a lutar pela minha vingança, mesmo que isso significasse enfrentar a minha família e a justiça. Meu pai revela.
_Ele tem um contrato de venda do cassino e se você assinar, ele vai injetar dinheiro nas empresas e resolver todas as dívidas.
_Quanto precisa? – Repito a pergunta, meu pai passa a mão pelos cabelos impaciente e insisto.
_50 milhões? 100 milhões? Qual é o valor, para que eu me livre de vocês?
_Se livrar de nós, Adrian. Quem é você? – Minha mãe questiona com lágrimas nos olhos e respondo, deixando tudo que está entalado sair.
_Vocês mentiram para mim e trouxeram para a minha vida alguém que destruiu o meu coração e a minha autoestima. Então eu nem sei quem são vocês também.
O silencio preenchem a sala depois que digo isso e era a verdade não reconhecia os meus pais, sabia que a batalha estava apenas começando. O cassino representava mais do que uma simples propriedade; era a minha vingança contra Drake, mesmo que tivesse que lidar com as tentativas de chantagem da minha mãe contra mim, e mesmo que não funcionasse eu sabia muito bem que ela iria tentar resolver isso me manipulado para que eu devolvesse o cassino ao Drake, como se ele fosse o verdadeiro dono e isso nunca iria acontecer. E me levanto com dificuldade, ando até a porta e a abro, aviso, quando eles saem do meu apartamento.
_Vejam com o contador e me mandem o valor que precisa, farei a transferência.
Nos encaramos em silêncio, os olhos dos meus pais carregam decepção e medo, mas os meus estão transbordando vingança e vitória, fecho a porta e me sento no sofá, esperando até me recuperar da câimbra, que era uma das sequelas do meu acidente.